quarta-feira, 6 de novembro de 2013

302- Conselhos da mãe de Michael Phelps aos pais de TDAHs.


Precisa de algum conselho sobre o TDAH? Aprenda como as mães de três vencedores com TDAH (um recordista olímpico, um peso pesado da TV, e um alpinista  de primeiro time) ajudaram seus filhos a reverter as probabilidades. Por Judy Dutton.

O que é preciso para ter sucesso apesar do TDAH?

Trabalho duro, para os iniciantes - uma vontade de enfrentar os desafios com energia. É necessário o apoio dos membros da família, professores, terapeutas e orientadores. E, é claro, difícil esquecer os benefícios da medicação para o TDAH.

Mas, de todos os ingredientes necessários para conquistar uma vida feliz e bem sucedida, nada é mais importante que bons cuidados paternais. Por trás de quase toda história de sucesso com o TDAH há um pai devotado (ou dois). Em honra às mães, vamos dar o crédito a quem de direito, e prestar atenção aos seus conselhos.

As três mães aqui exemplificadas ajudaram seus filhos e filhas a atingir grandes objetivos, muito mais do que tinham imaginado. Persistentes e habilidosas, elas enxergaram potencial onde outros viram fraqueza, e se mantiveram na procura de meios para auxiliar suas crianças depois que os demais estavam prontos para desistir. Que suas histórias os inspirem!

MÃES - PARTE 1

"Atuamos como uma equipe para vencer o TDAH"
Debbie Phelps, diretora de escola média em Towson, Maryland, e mãe do nadador olímpico Michael Phelps.

Sem dúvida, Michael Phelps fez muitas ondas no esporte que escolheu. Em 2004, com a idade de 18 anos, ele nadou na conquista de 8 medalhas (seis de ouro) na Olimpíada de Atenas. Agora, aos 21 anos, ele tem 13 recordes mundiais, incluindo o dos 200 metros borboleta e o de revezamento 4 por 100, estilo livre.

Porém, Michael poderia não ter gostado nada da natação se não fosse pela engenhosidade de sua mãe, Debbie Phelps. "Com 7 anos de idade, ele odiava molhar o rosto", diz Debbie. "Superamos isso e o ensinamos a nadar de costas".

Michael demonstrou habilidade para nadar de costas, depois de frente, de lado e de todos os outros modos. Mas, em classe, ele afundava. Uma incapacidade para se concentrar, esse era o seu maior problema.
"Uma de suas professoras me disse  que ele não conseguia prestar atenção em nada", diz Debbie. Ela consultou um médico, e Michael, com 9 anos de idade, foi diagnosticado com TDAH.
"Aquilo me atingiu no coração", diz Debbie. "Fez com que eu quisesse provar que todo mundo estava errado. Eu sabia que, se eu ajudasse o Michael, ele poderia conquistar tudo que imaginasse".

Debbie, que tinha ensinado para alunos da escola média por mais de duas décadas, começou a trabalhar de perto com a escola de Michael, para obter a atenção extra de que ele precisava. "Sempre que um professor dizia "Michael não consegue fazer isso", eu respondia, "Bem, o que você está fazendo para ajudá-lo?", ela se recorda.

Por causa do costume de Michael de mexer nos papéis dos colegas, Debbie sugeriu que ele tivesse uma mesa só para ele. Quando ele reclamou de como odiava a leitura, ela começou a dar para ele ler as seções de esportes no jornal ou livro sobre esportes. Notando que a atenção dele fugia nas aulas de matemática, ela contratou uma tutora e encorajou-a a usar problemas adequados aos interesses de Michael: "Quanto tempo demora para nadar 500 metros se você nadar a 3 metros por segundo?"

Nos encontros de natação, Debbie ajudava Michael a permanecer focalizado lembrando a ele das consequências do seu comportamento. Ela recorda a época quando o Michael, com 10 anos, ficou em segundo lugar e, de tão bravo, quebrou seus óculos de natação e jogou-os com raiva no deck da piscina.

Na viagem de volta para casa, ela disse a ele que esportividade vale tanto quanto vencer. "Combinamos um sinal que eu podia fazer para ele das arquibancadas", diz ela. "Eu formava um C com minha mão, que significava 'contenha-se'. Toda vez que eu via que ele estava frustrado, eu lhe mostrava o sinal. Uma vez, ele me fez o C quando eu fiquei muito estressada enquanto fazia o jantar. Você nunca sabe o que está passando até que as mesas sejam viradas!"

Debbie usou várias estratégias para manter Michael na linha. Com o tempo, conforme seu amor pelas piscinas cresceu, ela ficava maravilhada em ver que ele estava desenvolvendo a autodisciplina. "Nos últimos dez anos, ao menos, ele nunca perdeu um treinamento", ela diz. "Mesmo no Natal, a piscina é o primeiro lugar onde ele vai, e ele se sente feliz em estar lá".

Debbie também cuidou de escutar seu filho. Na sexta série, ele lhe contou que queria parar de tomar a medicação estimulante. Apesar de sérias apreensões, ela concordou em deixá-lo parar - e ele ficou bem. Os compromissos variados e os treinamentos de Michael exigiram tanta estrutura em sua vida que ele foi capaz de permanecer focalizado sem a medicação.

Debbie e Michael nem sempre se vêem cara a cara em todos os desafios que ele tem na vida, mas ele sempre entende o papel que ela teve em seu sucesso na natação. Imediatamente após ser premiado com sua primeira medalha de ouro em Atenas, ele desceu da plataforma dos vencedores e caminhou até as arquibancadas, para entregar a Debbie o buquê e a guirlanda que coroou sua cabeça. Aquele momento está vívido na memória de Debbie. "Eu estava tão feliz, estava em lágrimas", ela se recorda.


Michael atualmente está na Universidade de Michigan, onde é o chefe de marketing em esportes, enquanto treina para a Olimpíada de 2008. Debbie tornou-se a diretora da Escola Média de Windsor, em Baltimore, Maryland. Ela utiliza o que aprendeu educando Michael em todos os seus alunos, tenham ou não o TDAH. "Todas as crianças podem falhar com a gente, às vezes", ela diz. "Mas, se você trabalha com elas, nove vezes em dez, elas o farão orgulhoso".

ADDitude
(continua na próxima postagem)

Um comentário:

  1. Maravilhada com o empenho e o olhar de sensibilidade que ela teve ao seu filho, não como super proteção mais sim como oportunizadora e incentivadora de novas possibilidades de aprendizagem.

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