Mães - Parte 2
"Eu aperfeiçoei os dons que o TDAH deu a ele"
Yvonne Pennington, psicóloga clínica em Marietta, Georgia,
mãe de Ty Pennington, estrela da série da ABC-TV Extreme Makeover: Home Edition.
Como o rapaz sortudo, feliz e faz-tudo do seriado de TV
Extreme Makeover: Home Edition, Ty Pennington batalhou para atingir nossos
corações. Sua mãe, Yvonne Pennington, é, claro, sua maior fã - embora ela
afirme de início que a energia maníaca de Ty nem sempre foi uma coisa boa.
"No primeiro grau, ele punha sua carteira nos ombros e
a "vestia", correndo pela sala de aula no meio das risadas dos outros
alunos", ela nos conta. "As professoras insistiam que ele era
brilhante, mas que não conseguia ficar sentado quieto. Eu era constantemente
chamada à sala do diretor e me sentia como se fosse a pior mãe do mundo".
Em casa, Ty era um azougue. Yvonne diz que ele estava sempre
pulando do telhado e correndo pelas ruas sem se preocupar com os carros.
Naquela época, Yvonne era mãe separada lutando para cuidar
de dois filhos - enquanto estudava psicologia de dia e trabalhava à noite como
garçonete. Ela sentia que havia alguma coisa de errado com o Ty, que estava com
sete anos de idade. Mas, o que era?
Um dia, enquanto fazia uma pesquisa para um trabalho de
psicologia, trombou com uma resposta. "Li alguns estudos de casos sobre
crianças com dificuldade de prestar atenção e elas se pareciam muito com Ty.
Ela levou Ty para uma consulta com um médico, que confirmou o diagnóstico.
No início dos anos setentas, os médicos não usavam o termo
"transtorno de déficit de atenção". Crianças como Ty recebiam um
rótulo muito mais sombrio: "disfunção cerebral mínima". Yvonne não
tinha certeza se devia contar ao seu filho. "Imagine ele ouvindo
aquilo". "Ele já se sentia um mau menino. Por que piorar as coisas,
contando a ele?"
Yvonne decidiu não contar a Ty sobre o diagnóstico. Mas, ela
leu os livros de texto de psicologia, aprendendo tudo que podia sobre a
disfunção cerebral mínima e como tratá-la. Leu sobre uma forma de terapia do
comportamento que envolvia o uso de prêmios, e decidiu fazer uma tentativa.
Funcionava assim: Se Ty conseguisse ficar concentrado por 10
segundos e fizesse o que lhe havia sido pedido, ele ganhava uma ficha (um dos
descansos de copos de Yvonne). Ele tinha permissão para trocar as fichas por
prêmios - 10 fichas por mais uma hora de TV ou mais tempo para brincar com seu
jogo de construção.
No início, Ty raramente ganhava mais do que uma ficha ou
duas antes de retornar às suas habituais travessuras. Mas Yvonne persistia; ela
até persuadiu a professora de educação especial de Ty a usar a técnica em
classe. o comportamento dele melhorou lentamente e deu à sua autoestima o
empurrão necessário.
"Antes, as pessoas só prestavam atenção no Ty quando
ele fazia algo errado. Mas, com a estratégia de fichas, mudamos isso"
Conforme Ty aprendia a canalizar suas energias, ele se
tornava apaixonado por construir coisas - quanto maior, melhor. "Com onze
anos de idade ele trocou suas revistas de quadrinhos pela ajuda de seus amigos
na construção de uma casa de árvore com três andares. Eu sabia que ele seria um
carpinteiro quando crescesse, ou um dublê em Hollywood".
Ty tirava geralmente Bs ou Cs no colegial. Mas ele se deu
mal depois de entrar para a Kennesaw State University, na Geórgia, em 1982. A
falta de estrutura deixou-o enrolado e ele abandonou a faculdade depois de um
ano.
Naquela época, no início dos anos oitentas, o termo TDAH
começou a ser utilizado, e, com o estigma envolvendo o transtorno se
desvanecendo, Yvonne decidiu contar a verdade para Ty. "Ele sempre soube
que era hiperativo, e eu achava que isso era tudo o que ele precisava saber.
Mas, quando descobri que era o TDAH que o estava prejudicando, contei-lhe sobre
isso e sugeri que procurássemos um médico".
Com o auxílio da medicação estimulante, que ele toma até hoje,
Ty finalmente aprendeu a prestar atenção. Ele voltou para a faculdade - dessa
vez o The Art Institute of Atlanta - e formou-se com honras. Depois disso, ele
andou mexendo com construção e desenho gráfico, e fez algum trabalho como
modelo e ator. Então, ele arrumou um emprego de carpinteiro no Learning
Channel´s Trading Spaces. Três anos
mais tarde, ele foi promovido a dirigir sua própria equipe de renovação no Extreme Makeover Home Edition.
"Mesmo atualmente, sua espontaneidade me dá ataques de
coração" admite Yvonne, lembrando-se do tempo em que ela ligava a TV para
ver Ty descendo ladeira abaixo num sofá com rodas. Se a experiência dela
ensinou alguma coisa, foi que os pais devem aprender a gostar dos dons
exclusivos que o TDAH pode oferecer. "As características que atrapalhavam
TY, agora, são seu maior bem". "Muitos pais nessa situação focam no
que seus filhos estão fazendo de errado. Eu os encorajo a focar no que eles
estão fazendo direito. Faça isso, e as possibilidades são infinitas"
Para aprender mais sobre o regime de fichas, visite o
website de Yvonne: Psychology.am; um DVD com instruções e um livro estão
disponíveis.
ADDitude
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