Você está pensando e dar uma parada na medicação para o
TDAH nessas férias? Eis aqui o que você precisa saber sobre os prós e os
contras de fazer "feriados" de medicação - e qual a melhor maneira de
tentar parar ou fazer uma redução da dose. Por Carl Sherman e os editores de
ADDitude.
Dar uma parada na medicação
Para muitos de nós, a medicação para o TDAH é um fato da
vida. Assim é, também, parar de tomar a medicação - ou querer parar de tomar.
Tomar comprimidos dia sim dia não pode ser uma dificuldade para adultos, pais e
filhos - mas assim também é o reaparecimento dos sintomas que frequentemente
acompanham uma diminuição ou a parada da medicação para o TDAH. Como você
aborda a decisão de fazer feriados de remédio, entretanto, faz toda a diferença
no tratamento do seu TDAH. Eis aqui o que você precisa saber.
Por que os pais interrompem a medicação para
o TDAH?
Em recente pesquisa de ADDitude, 48% dos pais disseram
que planejavam fazer uma pausa na medicação para o TDAH nas férias. As razões
eram tão variadas quanto os 200 indivíduos pesquisados, entretanto motivações
em comum incluíam:
* 64%: Diminuição do apetite ("Eu esperava que ele
melhorasse")
* 60%: Avaliação dos sintomas ("Queria ver se tinha
melhorado")
* 58%: Somente para o aprendizado ("Só dou nos dias
de aula")
* 52%: Férias escolares ("Sempre paro nas
férias")
* 38%: Efeitos colaterais (Meu filho não gosta do jeito
que ele fica")
Os "feriados" de medicação para o
TDAH funcionam?
Dos 59% de pais que disseram que pararam ou diminuíram os
medicamentos para TDAH de seus filhos nas últimas férias, só a metade
considerou o "feriado" um sucesso. 41% disseram que uma diminuição na
medicação para o TDAH causou mais problemas que soluções; 59% acharam a parada
positiva. Muitos pais relataram "problemas com o controle dos
impulsos", "falta de foco", "estresse emocional" e um
caos na organização do lar que os levaram a abandonar o "feriado de
medicação" ou ficar ao menos com uma pequena dose.
Boas experiências com os "feriados de
medicação"
Aproximadamente 10% das pessoas pesquisadas disseram que
o "feriado de medicação" foi um sucesso tão grande que eles "nem
mais se lembraram de medicação até a volta às aulas". Os benefícios
citados da parada da medicação incluíam aumento de peso, menos mudanças de
humor e menos desafio. Outros pais com crianças diagnosticadas com o tipo
desatento do TDAH disseram que, sem o trabalho escolar de casa para ser feito,
a medicação não tinha sido necessária nas férias escolares.
Um pequeno teste de descontinuação
Muitas pessoas escolheram parar a medicação porque elas
"se sentiam bem". Elas pensavam: Eu me sentirei tão bem se parar a
medicação? Não é uma má questão, diz Timothy Wilens, M.D. Mas, há um jeito
certo e um jeito errado de parar a medicação. "Eu indico uma tentativa de
descontinuação se a pessoa estiver livre de sintomas por vários meses",
diz Wilens. "O que você quer saber é se a medicação foi a responsável por
toda a melhora, ou se o transtorno melhorou por si".
Eu superei o TDAH
O TDAH é um transtorno neurológico crônico, mas às vezes
ele parece que desaparece. Os estudos sugerem que muitas crianças com TDAH
superam aspectos do transtorno antes de chegar à idade adulta. Por quê? Alguns
pesquisadores teorizam que o processo de maturação do cérebro, que dura
décadas, gradualmente repara os circuitos cerebrais errados associados ao TDAH.
Outros atribuem a melhora à gradual aquisição de habilidades de adaptação. Se
os sintomas são leves, e as habilidades de adaptação também foram
aperfeiçoadas, diz Wilens, a medicação se torna desnecessária.
Até logo, efeitos colaterais
Mesmo em casos nos quais a medicação ainda atue, os
efeitos colaterais podem ser insuportáveis. Essa é uma razão comum para que
tanto crianças quanto adultos com TDAH façam uma parada da medicação quando
eles conseguem. "Fiquei livre dos remédios por várias vezes", diz
Robert Jergen, Ph.D., 36 anos, professor associado de educação especial na
Universidade de Wisconsin, em Oshkosh. "Algumas drogas causavam dor
intestinal. Outras faziam meu coração disparar. Uma foi eficaz em reduzir minha
hiperatividade, mas eu não conseguia dormir. A última medicação que usei fez
com que minha ereção ficasse difícil de surgir e de ser mantida, e provocou
tiques vocais".
Como parar a medicação
Se você está pensando em abandonar a medicação, os
especialistas alertam que deva fazer isso somente com a aprovação do seu
médico. Ele pode lhe dar a luz verde, ou pode lhe sugerir outras opções, tais
como associar psicoterapia ou TDAH "coaching" (treinamento) ao seu tratamento
medicamentoso. Seu médico pode ser capaz de aliviar suas preocupações por meio
do ajuste das doses da medicação ou pela troca por nova medicação. "Um
monte de gente não sabe quantas medicações existem para o TDAH", diz
Michele Novotni, Ph.D., psicóloga em Pennsylvania.
Dúvida sobre a segurança da medicação
Não pare a medicação do seu filho porque uma notícia de
jornal ou no Facebook fala sobre a segurança da medicação. Fale com seu médico
sobre as preocupações antes de fazer uma mudança. Dr. Adesman conta sobre o pai
de um paciente que queria parar de dar a Ritalina para o seu filho. "O pai
estava preocupado por causa de uma notícia que sugeria que as crianças que
tomavam Ritalina eram mais propensas a ter câncer", diz Adesman. Esta
acusação não foi provada. Depois que Adesman explicou isso, o pai abandonou sua
decisão de tirar a medicação do filho, a qual estava sendo muito eficaz.
Adie o julgamento
Não seja muito apressado para declarar o sucesso ou o
fracasso. Os estimulantes saem do corpo em horas, mas medicamentos como o
Strattera podem continuar a controlar os sintomas por vários dias, talvez
semanas, após a última dose. Quando você para a medicação, a hiperatividade volta rapidamente, mas a
concentração dificultada e os problemas de organização podem levar até seis
meses para se tornarem evidentes. Você pode decidir voltar à medicação. Se for
assim, tenha em perspectiva a experiência. Você aprendeu algo valioso.
ADDitude.
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