Estudo coloca em dúvida a afirmação de que o risco de autismo esteja
ligado a antidepressivos tomados durante a gestação
Um estudo dos EUA questiona análises anteriores que associam um risco
aumentado de autismo ao uso de antidepressivos durante a gestação. Segundo os
resultados publicados no “Molecular Psychiatry”, estes estudos foram meramente
capazes de refletir o risco aumentado de autismo relacionado somente à
depressão materna. Contudo, a maior probabilidade de transtorno do déficit de
atenção com hiperatividade (TDAH) foi confirmada.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (Boston) compararam
dados coletados entre 1997 e 2010, de 1.400 crianças com transtornos globais do
desenvolvimento, incluindo autismo, com 4.000 crianças saudáveis e fizeram
uma correlação com informações sobre suas mães. O mesmo foi feito para 2.250
crianças com TDAH e 5.600 controles pareados.
À primeira vista, a associação entre a exposição pré-natal a
antidepressivos e autismo foi confirmada. Contudo, após ajustar para fatores
direcionados para depressão grave, a associação deixou de ser significativa. Medicamentos
direcionados para a via da serotonina (tanto antidepressivos quanto outros
medicamentos) não estavam ligados a um risco aumentado de autismo; enquanto,
aparentemente, medicamentos antipsicóticos pareceram aumentar o risco. A
probabilidade de TDAH foi reduzida quando o foco foi direcionado para a
gravidade da depressão materna, mas permaneceu significativa.
Existem numerosas opções para tratar a depressão e ansiedade durante a
gravidez, diz o autor sênior Roy Perlis. “Mas se for preciso usar antidepressivos,
espero que as mães possam se sentir confiantes quanto à sua segurança.”
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