TDAH e Gravidez - Laura Flynn McCarthy - continuação da postagem 415
Diagnosticada com TDAH aos 29 anos de idade, Becca Keeton, de Lomita,
Califórnia, tomou medicação estimulante por um ano antes de tentar engravidar. "Parei
com minha medicação aos 30, quando estava grávida e cuidando de meus três
filhos", diz Keeton. "Durante o primeiro mês de cada gravidez, os
sintomas do meu TDAH pioravam. Na minha segunda gravidez, sofri 3 pequenos
acidentes de carro - todos por minha culpa - no primeiro mês. Conforme o tempo
passava, meus sintomas de TDAH melhoravam e eu também me sentia melhor enquanto
amamentava meus bebês." Agora, com quarenta e poucos anos, já passados os
anos de suas gravidezes, Keeton toma Adderal diariamente, e diz que aumenta a
dose nos dias que antecedem seu fluxo menstrual, para controlar o sintomas de
TDAH, que, tipicamente, pioram nessa época.
Efeitos Hormonais Sobre o TDAH
Virtualmente todos os níveis hormonais mudam durante a gravidez, principalmente
porque a placenta produz hormônios e estimula outras glândulas - tais como as
adrenais e a tireóide - a produzirem mais hormônios, também. Conforme os níveis
hormonais se elevam nos primeiros meses da gravidez, as futuras mamães com TDAH
sentem cansaço, mudanças de humor e ansiedade. Mas conforme os níveis de
estrogênio aumentam à medida em que a gravidez progride, muitas mulheres com
TDAH dizem que se sentem melhor.
"Algumas pesquisas mostram que o transtorno de pânico melhora a
cada trimestre da gravidez e retorna depois do parto", diz Quinn. "É
possível que um padrão semelhante ocorra com o TDAH".
Quinn assinala que, embora não haja nenhuma pesquisa mostrando que os
sintomas do TDAH melhorem durante a gestação, há evidências de que isso
aconteça. "Recebo cartas e resumos de casos de mulheres dizendo o quão
melhor elas se sentem durante a gravidez".
Nas semanas depois do parto, os níveis de hormônios caem. Embora essa
queda dos níveis hormonais possa levar a mudanças de humor, às vezes chamada de
"the baby blues" (melancolia pós-parto) e a depressão pós-parto em todas
as mães de "primeira viagem", as mulheres com TDAH podem ser mais
propensas à depressão.
Soluções: Você e o seu médico devem reavaliar seu tratamento para o TDAH
durante a gestação e quando estiver amamentando. As pesquisas mostram que
alguns estimulantes usados para o tratamento do TDAH podem levar a defeitos
cardíacos e outros problemas de desenvolvimento nos fetos. Bebês amamentados no
peito podem desenvolver problemas de dependência mais tarde na vida, se suas
mães usaram medicação estimulante enquanto amamentavam.
Alguns medicamentos antidepressivos parecem seguros para o uso durante a
gravidez e a amamentação, mas você e seu médico devem discutir todas as opções
e determinar qual é a melhor para você. Por causa das mudanças hormonais
discutidas acima, muitas mulheres acham que parar a medicação para o TDAH
permite que elas se sintam melhor.
"Além da medicação, é importante obter ajuda durante a gestação e
depois que o bebê nasceu", diz Kathleen Nadeau, Ph.D., diretora do
Chesapeake ADHD Center, em Maryland. "Embora as mudanças hormonais possam
melhorar os sintomas do TDAH, o estresse do trabalho, da gestação, dos cuidados
com os outros filhos em casa, e a ansiedade de estar pronta para o novo bebê
podem contrabalançar qualquer benefício hormonal"
Na próxima postagem: A Menopausa e o TDAH
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