Dor
crônica ligada ao TDAH
Pauline
Anderson, setembro de 2015
Las
Vegas – Mais de um terço dos pacientes com dor crônica podem ter
TDA, de acordo com um pequeno estudo piloto.
Os
achados deverão encorajar mais médicos a ter um alto grau de
suspeita de TDA em pacientes não aderentes com dor de origem
central, disse o autor, Forest Tennant, MD, do Intractabel Pain
Management, em West Covina, California.
“Penso
que isto é um pequeno e bom avanço em como cuidar de pessoas com
dor.”
Ele
apresentou seus achados aqui, em Las Vegas, durante a PAINWeek 2015.
Para
o estudo, 45 pacientes consecutivos, com dor crônica, que procuraram
uma clínica para tratamento, completaram um questionário de 16
itens. As perguntas eram destinadas a saber se o paciente tinha
deficiências na concentração, problemas com atenção, distração,
impulsividade, leitura e retenção, coordenação, temperamento e
memória de curto prazo.
Uma
resposta positiva a cinco ou mais questões era considerada como
indicação da presença de TDA.
Os
resultados mostraram que 37,8% dos pacientes preencheram esses
critérios para TDA.
Muitos
pacientes com dor de origem central têm excitabilidade aumentada do
sistema nervoso autônomo. “No início, ele se torna deficiente em
catecolamina, que é um dos compostos que alivia a dor”, explica o
Dr. Tennant.
A
dor provoca uma mudança no sistema nervoso simpático, que causa o
TDA, ele acrescenta. “Assim, ele o põe nesse estado hiperativo e
às vezes ele também esgota a dopamina tanto no sistema nervoso
central quanto na glândula adrenal.”
Esse
achado pode ajudar a explicar por que alguns pacientes com dor têm
deficiente função em suas atividades da vida diária, disse o Dr.
Tennant.
“Durante
anos, tenho visto nesses pacientes o mesmo tipo de TDA que se vê em
crianças; eles não podem se lembrar de metade do tempo, não
conseguem se concentrar”, ele disse. “É interessante quantos
desses pacientes evitam ler ou fazer coisas, mas eles não vão lhe
contar.”
Um
grande problema para os pacientes com dor é a questão da aderência
ao tratamento, segundo o Dr. Tennant. “Eles não fazem o que lhe
dizem; eles vão embora e não seguem suas instruções, e uma parte
disso se deve ao TDA.”
Porém,
uma vez iniciado o tratamento medicamentoso para o TDA, como por
exemplo o metilfenidato (Ritalina), “sua dor melhora e eles podem
se lembrar e se concentrar.”
O
Dr. Tennant acentua que isso somente se aplica a pacientes com dor de
origem central, que têm inflamação no sistema nervoso, não
àqueles que têm artrite ou dor neuropática. “São pacientes que
têm dor constante, dor que nunca desaparece.”
Ele
afirma que a conexão entre dor e TDA não é nova. “Médicos em
1895, em hospitais de Londres, diziam que se você tiver pacientes
com dores intensas, que precisem de morfina, eles também vão
precisar de um estimulante.”
Comentando
esse estudo para Mediscape Medical News, Jack LeFrock, MD, um
especialista em dor no Above and Beyond Pain Management and Laser
Center, Clearwater, Florida, disse que os achados “fazem sentido.”
“Concordo
com ele, penso que ele está correto,” disse.
Em
sua própria experiência, uma “alta porcentagem” de pacientes
tem TDA e são ansiosos, acrescentou.
O
Dr. Frock disse que está disposto a estudar esse assunto mais
aprofundadamente.
PAINWeek
2015. Poster 133. Apresentado no dia 10 de setembro de 2015.
Medscape
Medical News © 2015 WebMD.
LLC
Nenhum comentário:
Postar um comentário