ADDitude perguntou aos seus leitores: O que você diria aos seus amigos, pais de crianças que tomam medicação para o TDAH?
Você sofre para começar o tratamento medicamentoso do seu filho — e você se preocupa quando ele está se tratando. Mas os pais decididos, como você, podem mudar tudo isso. Eis aqui o que os leitores têm a dizer...
"Faça um monte de perguntas ao seu filho sobre como ele está se sentindo com a medicação. Uma conversa informal geralmente funciona: 'Como você se sentiu hoje? Você se sentiu diferente? Melhor? Pior?' A observação de um pai é crucial. Posso dizer em três dias se a medicação do meu filho está funcionando."
– Mary, Texas
"Pergunte na sua farmácia se você pode comprar somente um pouco dos comprimidos em vez de toda a receita. O tratamento do TDAH geralmente é de tentativa e erro, então porque pagar caro por algo que pode não funcionar?" (Isso é um exemplo do pensamento prático americano. No Brasil, isso não é possível – Nota do tradutor)
– DeMarious T. Shaw, Stoneville, North Carolina
"Faça anotações. É difícil lembrar-se de todas as mudanças de comportamento, padrões de sono ou de efeitos colaterais que seu filho esteja apresentando enquanto toma a medicação. Mas, escrevendo tudo, pode ajudar a verificar a eficácia de um medicamento.”
– Julie, Vermont
"Avise o médico sobre os maus efeitos colaterais. Eu tive uma intensa azia quando tomei Strattera. Meu médico me deu uma receita de Zantac para combatê-la e, agora, o Strattera funciona muito bem."
– Dawn Saunders, Columbus, Ohio
"Conforme seu filho cresce, sua medicação precisa ser alterada. Se você vê uma mudança de comportamento em casa ou se o desempenho escolar se modifica, pode bem ser a hora de reavaliar o plano de tratamento com o seu médico."
– Sheri Watson, Dublin, Ohio
"Não se conforme com uma qualidade de vida diminuída. As pessoas com TDAH merecem estar no seu melhor. O trabalho de casa da minha filha melhorou com Metadate, mas ela parecia muito emotiva e não se alimentava bem. Mudamos para o Concerta, e ela está mais feliz do que antes."
– Sharon Watts, Buda, Texas
"Começar o tratamento medicamentoso do meu filho foi uma decisão difícil – e encontrar um remédio que funcionasse suficientemente bem, com consistência, demorou mais de dois anos! Os pais precisam ser pacientes. A medicação não é a escolha favorita de ninguém, nem é a resposta perfeita, mas eu decidi, afinal, que os medicamentos eram melhor para o meu filho do que vê-lo sentir-se mal a respeito de si mesmo o tempo todo."
– Janet Wallenfang, Illinois
"Mantenho contato com os professores do meu filho. Uso uma lista semanal de monitoramento que os professores comuns e os de recursos preenchem. Transmito ao médico os comentários que eles fazem."
– Diane Spriggs, Ashburn, Virginia
"Seja persistente com o seu médico sobre a mudança de medicação quando você notar mudanças para pior. Embora eu entenda a relutância de um medico em mudar a medicação muito rapidamente, os pais conhecem melhor o seu filho."
– Jana and Kent Chapline, Everglade Mansfield, Texas
"Se você acha que um novo esquema de medicação não está funcionando tão bem como o anterior, fale imediatamente com o seu médico. Não espere pela próxima consulta."
– Lynn Sorrel, Covington, Tennessee
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Blog destinado à divulgação dos diversos aspectos do TDAH e do que mais eu quiser. As opiniões são de responsabilidade dos autores e podem não ser compartilhadas por mim (Dr. Menegucci).. Todo mundo é gênio. Mas, se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir numa árvore, ele vai passar a vida toda pensando que é burro..
segunda-feira, 18 de abril de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
70- Os 10 piores terapeutas para adultos com TDAH
Encontrar um psiquiatra ou psicólogo confiável e competente pode ajudar os que vivem com déficit de atenção a readquirir o controle de suas vidas e a lidar com seus sintomas. Mas, tenham cuidado portadores de TDAH. Alguns terapeutas os deixarão mais confusos e frustrados do que antes. Por Frank South
Esta lista, inteiramente subjetiva, saiu dos meus quarenta anos de idas e vindas com psiquiatras e psicólogos de centenas de correntes diferentes. Inclui também alguns exemplos de ideias dos meus amigos, assim como de leitores de ADDitude que, depois de verem a postagem sobre esse assunto em meu blog, postaram respostas ou me enviaram e-mails com sugestões.
1- O Disciplinador
Em algum ponto de sua vida, este terapeuta teve a ideia de que os adultos com TDAH precisam é de um bom par de algemas e um severo castigo. Você saberá que está em uma sessão com um disciplinador quando lhe forem determinadas tarefas como trabalho de casa entre as sessões. Então, há as recompensas, geralmente na forma de sinais de aprovação e de palavras de incentivo, mas já ouvi falar de chocolates sendo dados a adultos no contexto deste tipo de terapia. O que este tipo de terapeuta pensa da gente?
A autoestima já é muito difícil de ser conquistada em nosso mundo, sem ter de pagar a algum bobalhão para afastá-la de você. A vergonha é uma péssima arma para ser usada no tratamento do TDAH. No que me diz respeito, a última coisa que um portador de TDAH precisa é de mais uma pessoa para fazê-lo sentir-se menor.
2- O receitador de remédios
Este psiquiatra pensa que os remédios resolverão todos os seus problemas, e não vai ouvi-lo se você disser que não pensa assim. Quando eu tinha vinte anos, depois de ter sofrido uma leve depressão, procurei um deste tipo, cuja solução para o meu caso foi prescrever altas doses de um antipsicótico. Semana após semana, eu reclamei que o medicamento não estava ajudando, e, pior, que ele fazia todo o mundo parecer virar um pudim incompreensível. Ele simplesmente fez que sim, murmurou algo e tomou notas no seu estúpido pequeno bloco.
Quando eu finalmente percebi que ele não ligava para o que eu estava achando – ele só queria me ver sedado – tratei de me livrar dele e dos antipsicótico, e fique por minha conta por um tempo. Provavelmente você vai dizer que eu ainda guardo certo rancor. Mas não me entenda a mal, com a ajuda de um bom psiquiatra, que me ouvia, descobri que respondia bem ao Adderal, e isso ajudou a mudar a minha vida. Mas a chave de todo o processo é a parte do ouvir.
3- A doutora nervosa
Esta terapeuta geralmente é novata na profissão, ou tem uma clínica dedicada a pacientes mais calmos e focados que você. Ela parece achar que o que você diz é confuso e enervante e gasta a maior parte do seu tempo de sessão pedindo para você esclarecer o que você acabou de dizer repetidas vezes. Eu estava sabendo a pouco do meu TDAH, tentando descobrir o que tudo isso significava, quando tive uma curta temporada com uma doutora como essa. Seu consultório era perto de onde eu trabalhava e, embora ela não fosse uma especialista em TDAH, não pensei que isso tivesse importância.
Nossas sessões consistiam nela dizendo “Não tenho certeza do que você está querendo me dizer” ou, “Vamos tentar ficar num só assunto de cada vez” e, “Não posso ajuda-lo quando você fica assim tão agitado,” enquanto tentava não hiperventilar, conforme olhava para seu relógio e empurrava sua cadeira cada vez para mais perto da porta. Depois de um tempo, percebi que estava aterrorizando a pobre mulher. Então, deixei-a em paz, e fui procurar alguém que não ficasse tão amedrontada por um sujeito de meia idade tão agitado quanto eu. Também descobri que quando você procura por um terapeuta, se ele tem experiência com o TDAH e se não fica assustado com os sintomas é mais importante do que se o seu consultório fica perto de você.
4- O pesquisador
Se no meio de uma sessão de terapia você tiver a impressão de que é um rato de laboratório sendo testado no meio de um labirinto de perguntas complicadas que parecem ter respostas certas e erradas, seu médico pode ser um pesquisador. Esses terapeutas são um problema.
Primeiro, eles desumanizam, reduzindo-o à soma dos seus sintomas (esta é uma armadilha comum que os médicos e pacientes têm de evitar cuidadosamente). E pior, os pesquisadores estão somente interessados em você como um caso a ser testado com suas teorias para animais. No total, eles têm muito pouco interesse real pelo seu bem estar – especialmente se o que você diz e ou faz não acaba por apoiar a teoria dele. Quando você se sente preso em um canto que não conhece e rotulado com marcas com que não concorda, pule fora do labirinto, corra para a saída, e encontre um médico que não gaste o seu tempo tentando enfiá-lo numa caixa.
5- O comediante
Eu gosto de piadas tanto quanto os outros, mas não quando elas são sobre mim. Como você se sentiria se levasse seu carro para uma revisão preventiva e o seu mecânico ficasse dando risada e balançando a cabeça pacientemente por causa dos problemas - oh, tão interessantes - com os freios e a caixa de direção?
Os mecânicos de cérebros também não devem achar nenhuma graça nas dificuldades do TDAH. Tive um terapeuta que me deu aquele olhar de curiosidade depois que eu lhe disse que tinha tido três ataques de pânico, em algumas semanas, durante almoços de negócios num restaurante italiano. Se você começa a suspeitar que o seu psiquiatra esteja usando a sua dor para nova piada (“Tive alguns pacientes malucos, mas o que está acontecendo com esse sujeito e o almoço? Será um pití?”), caia fora logo.
6- O jogador de culpas
Nos meus trinta anos, fui a um psicólogo que me disse que eu não tinha um problema com bebida – tudo era culpa da minha mulher. Ele me disse para imaginar que uma almofada de sofá era a cara do meu pai e a praticar lutas com ela. “Vá em frente,” ele disse, “Deixe sua raiva sair – bata na almofada – bata com força”.
Este cara foi o meu favorito por um tempo – alguém tinha de ser culpado pelas coisas ruins da minha vida e eu tinha de sair de cada sessão de terapia como a vítima correta. Não era para amar isso?
Mas lá no fundo da minha mente eu sabia que eu era realmente um alcoólico, não importasse o que o cara dissesse, e que minha mulher só queria uma vida um pouco mais pacífica. Quanto aos problemas forçados em relação ao meu pai, ele sempre foi amável e gentil comigo. Entretanto, não tenho certeza de que esse era o caso do terapeuta.
Cuidado com este tipo: Eles são sedutores. Lembre-se, terapeutas que ouvem são bons, mas eles também devem ter um cérebro se estiverem a fim de lhe dar alguma ajuda verdadeira. Você não encontrará seu potencial interior para descobrir as maneiras de entender e lidar com o que vai em sua cabeça, se sempre for culpa dos outros.
7- O curador rápido
Este profissional de saúde mental está constantemente dizendo “Ham ham” e balançando afirmativamente a cabeça enquanto você está falando. Seu bloco de notas está de lado quando você entra. Ele tem um pacote esquematizado, e fica mais confortável com entrevistas de 15 minutos. E se você tiver bastante sorte de conseguir uma sessão completa, ela ficará parecendo três sessões de 15 minutos amontoadas.
Os ham ham parecem chuva. Então vem um relâmpago. Não, é somente outro “isto parece bom,” para seguir qualquer comentário incompleto que está saindo da sua boca. Então você é incentivado com um rápido sorriso e uma tapinha no ombro. Seu medico não ouviu nenhuma palavra do que você ou ele disse em todo o tempo em que estiveram conversando. Se este é o caso do "cego guiando o cego," ou somente a velha pressa, você não terá nenhuma ajuda real com o seu TDAH aqui. Receba a última tapinha e vá embora. Provavelmente sua ausência não será sentida.
8- O juiz distante
Uma vez, tive uma experiência com este tipo de terapeuta. Deveria ter sabido que era uma má escolha tão logo entrei no seu enorme consultório. Pinturas americanas antigas e originais e objetos de arte enfeitavam cada pedaço de suas paredes, exceto o espaço atrás de sua mesa, o qual era cheio de diplomas emoldurados e algumas fotos do doutor conversando com pessoas importantes, sem dúvida. As cadeiras, otomanas, e os sofás eram feitos de couro escuro estofado, com enfeites de latão. Pesadas cortinas enquadravam uma vista do jardim. Espero nunca entrar novamente numa sala tão intimidante assim.
Quando o doutor entrou, ele sentou-se atrás da mesa, olhou para mim e disse, “Fale-me sobre você.” Não me lembro do que eu falei. Mas ele reclinou-se em sua cadeira, enquanto eu falava, e tomou notas. Então ele checou algumas coisas em um formulário, e me deu minha primeira receita de TDAH. Enquanto voltava para o meu carro, percebi que o homem mal me olhou durante todo o tempo em que fiquei lá. Agora, pode parecer óbvio a vocês que este tipo de gente não deve ser procurado para tratamento. Mas eu demorei duas sessões para descobrir que ficar junto com esse pedante não era o jeito de obter ajuda para lidar com meus problemas. Então, mais uma vez, saí à procura daquele tipo humano e inteligente de terapeuta que escuta, que todos nós com TDAH do adulto realmente necessitamos.
9- O confortador confuso
Este terapeuta costuma ser um psicólogo, e frequentemente tem um apelido que combina o título de doutor com o seu primeiro nome. (O Dr. Phil da TV é uma rara exceção – veja “O disciplinador.").
Em contraste com a doutora nervosa, o confortador confuso tem somente uma cordial compaixão por você – não importa a causa. Você poderia ir à sua sessão arrancando a cabeça de um esquilo com seus dentes e gritando como um pirata bêbado, e a única reação que teria seriam acenos simpáticos e gentis encorajamentos. (Não que eu tenha agredido um esquilo, a não ser que ele começasse.) Eu tive um terapeuta como esse, uma vez, com grandes olhos compreensivos, que ficava com uma touca afegã no colo. Ele se erguia ao final de cada sessão e me dava um abraço. Um abraço? Ele não percebia que os portadores de TDAH não querem simpatia, o que queremos é alguma ajuda para encontrar as soluções e as maneiras práticas de melhorar.
10- O analisador de sonhos
O TDAH é confuso – se você sabe ou não que tem ele. Ele pode coexistir com a ansiedade ou levar a ela. Pode causar ataques de pânico e insomnia, entre outras comorbidades comuns. Você pode começar a questionar as coisas básicas que você sabe sobre si mesmo. Sou uma boa pessoa? Minha vida bagunçada tem algum sentido afinal? Se tratamentos anteriores para o TDAH não forneceram respostas satisfatórias, então, como eu fiz, você pode decidir tentar uma psicoterapia subconsciente, um mergulho profundo, com um analisador de sonhos.
Para alguns, isto pode ser útil – para mim, não foi muito. Quando comecei essas sessões, esperava que encontrássemos a fonte do meu pânico, auto aversão e incapacidade de focar, vasculhando as cavernas da minha vida de sonhos subconscientes e erradicá-los com a luz brilhante do entendimento. Eu lia em voz alta as anotações do meu diário de sonhos e o psiquiatra ouvia e tomava notas, então tentava encontrar uma linha consistente que levasse à minha infância, mas como meus sonhos, eu ficava mudando de assunto. Então eu me esquecia de escrever o meu diário e me esquecia dos meus sonhos. Quando comecei a me esquecer das minhas anotações, o médico e eu decidimos parar.
Agora, eu creio que quando você luta com transtornos mentais – problemas com as ligações cerebrais como o TDAH, hipomania, ou transtorno bipolar –você não terá muita ajuda tentando tirar algum sentido dos seus sonhos. Tentei a velha solução da faculdade (embora nunca tenha tido paciência para terminar a faculdade), mas o que consegui foi dobrar a minha ansiedade porque nem o analisador de sonhos nem eu fomos capazes de encontrar algum sentido no meu subconsciente. Mesmo quando eu conseguia me lembrar deles, sendo os sonhos partidos de um TDAH-hipomaníaco-neurótico-insone, eles não tinham foco suficiente para serem analisados.
Os bons e os maus sinais
Sinais de aviso de que um terapeuta pode não ser bom para você
• Parece impaciente e/ou distante
• Escuta apenas superficialmente
• Oferece soluções rápidas
• Fala de sua situação/transtorno em generalidades
• Tem noção pré-concebida do tratamento
• Certifica-se de que você sabe da importância dele e de sua experiência no assunto
• Arruína sua autoconfiança
Sinais de que um terapeuta pode ser perfeito para você
• Não tem pressa
• Deixa você confortável
• Ouve você – ouve realmente, e faz bom contato com o olhar
• Dá valor às suas dúvidas
• Interage com você como um ser humano
• Tem ideias às quais você responde
• Dá a você autoconfiança e confiança em suas habilidades
ADDitude - Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
Esta lista, inteiramente subjetiva, saiu dos meus quarenta anos de idas e vindas com psiquiatras e psicólogos de centenas de correntes diferentes. Inclui também alguns exemplos de ideias dos meus amigos, assim como de leitores de ADDitude que, depois de verem a postagem sobre esse assunto em meu blog, postaram respostas ou me enviaram e-mails com sugestões.
1- O Disciplinador
Em algum ponto de sua vida, este terapeuta teve a ideia de que os adultos com TDAH precisam é de um bom par de algemas e um severo castigo. Você saberá que está em uma sessão com um disciplinador quando lhe forem determinadas tarefas como trabalho de casa entre as sessões. Então, há as recompensas, geralmente na forma de sinais de aprovação e de palavras de incentivo, mas já ouvi falar de chocolates sendo dados a adultos no contexto deste tipo de terapia. O que este tipo de terapeuta pensa da gente?
A autoestima já é muito difícil de ser conquistada em nosso mundo, sem ter de pagar a algum bobalhão para afastá-la de você. A vergonha é uma péssima arma para ser usada no tratamento do TDAH. No que me diz respeito, a última coisa que um portador de TDAH precisa é de mais uma pessoa para fazê-lo sentir-se menor.
2- O receitador de remédios
Este psiquiatra pensa que os remédios resolverão todos os seus problemas, e não vai ouvi-lo se você disser que não pensa assim. Quando eu tinha vinte anos, depois de ter sofrido uma leve depressão, procurei um deste tipo, cuja solução para o meu caso foi prescrever altas doses de um antipsicótico. Semana após semana, eu reclamei que o medicamento não estava ajudando, e, pior, que ele fazia todo o mundo parecer virar um pudim incompreensível. Ele simplesmente fez que sim, murmurou algo e tomou notas no seu estúpido pequeno bloco.
Quando eu finalmente percebi que ele não ligava para o que eu estava achando – ele só queria me ver sedado – tratei de me livrar dele e dos antipsicótico, e fique por minha conta por um tempo. Provavelmente você vai dizer que eu ainda guardo certo rancor. Mas não me entenda a mal, com a ajuda de um bom psiquiatra, que me ouvia, descobri que respondia bem ao Adderal, e isso ajudou a mudar a minha vida. Mas a chave de todo o processo é a parte do ouvir.
3- A doutora nervosa
Esta terapeuta geralmente é novata na profissão, ou tem uma clínica dedicada a pacientes mais calmos e focados que você. Ela parece achar que o que você diz é confuso e enervante e gasta a maior parte do seu tempo de sessão pedindo para você esclarecer o que você acabou de dizer repetidas vezes. Eu estava sabendo a pouco do meu TDAH, tentando descobrir o que tudo isso significava, quando tive uma curta temporada com uma doutora como essa. Seu consultório era perto de onde eu trabalhava e, embora ela não fosse uma especialista em TDAH, não pensei que isso tivesse importância.
Nossas sessões consistiam nela dizendo “Não tenho certeza do que você está querendo me dizer” ou, “Vamos tentar ficar num só assunto de cada vez” e, “Não posso ajuda-lo quando você fica assim tão agitado,” enquanto tentava não hiperventilar, conforme olhava para seu relógio e empurrava sua cadeira cada vez para mais perto da porta. Depois de um tempo, percebi que estava aterrorizando a pobre mulher. Então, deixei-a em paz, e fui procurar alguém que não ficasse tão amedrontada por um sujeito de meia idade tão agitado quanto eu. Também descobri que quando você procura por um terapeuta, se ele tem experiência com o TDAH e se não fica assustado com os sintomas é mais importante do que se o seu consultório fica perto de você.
4- O pesquisador
Se no meio de uma sessão de terapia você tiver a impressão de que é um rato de laboratório sendo testado no meio de um labirinto de perguntas complicadas que parecem ter respostas certas e erradas, seu médico pode ser um pesquisador. Esses terapeutas são um problema.
Primeiro, eles desumanizam, reduzindo-o à soma dos seus sintomas (esta é uma armadilha comum que os médicos e pacientes têm de evitar cuidadosamente). E pior, os pesquisadores estão somente interessados em você como um caso a ser testado com suas teorias para animais. No total, eles têm muito pouco interesse real pelo seu bem estar – especialmente se o que você diz e ou faz não acaba por apoiar a teoria dele. Quando você se sente preso em um canto que não conhece e rotulado com marcas com que não concorda, pule fora do labirinto, corra para a saída, e encontre um médico que não gaste o seu tempo tentando enfiá-lo numa caixa.
5- O comediante
Eu gosto de piadas tanto quanto os outros, mas não quando elas são sobre mim. Como você se sentiria se levasse seu carro para uma revisão preventiva e o seu mecânico ficasse dando risada e balançando a cabeça pacientemente por causa dos problemas - oh, tão interessantes - com os freios e a caixa de direção?
Os mecânicos de cérebros também não devem achar nenhuma graça nas dificuldades do TDAH. Tive um terapeuta que me deu aquele olhar de curiosidade depois que eu lhe disse que tinha tido três ataques de pânico, em algumas semanas, durante almoços de negócios num restaurante italiano. Se você começa a suspeitar que o seu psiquiatra esteja usando a sua dor para nova piada (“Tive alguns pacientes malucos, mas o que está acontecendo com esse sujeito e o almoço? Será um pití?”), caia fora logo.
6- O jogador de culpas
Nos meus trinta anos, fui a um psicólogo que me disse que eu não tinha um problema com bebida – tudo era culpa da minha mulher. Ele me disse para imaginar que uma almofada de sofá era a cara do meu pai e a praticar lutas com ela. “Vá em frente,” ele disse, “Deixe sua raiva sair – bata na almofada – bata com força”.
Este cara foi o meu favorito por um tempo – alguém tinha de ser culpado pelas coisas ruins da minha vida e eu tinha de sair de cada sessão de terapia como a vítima correta. Não era para amar isso?
Mas lá no fundo da minha mente eu sabia que eu era realmente um alcoólico, não importasse o que o cara dissesse, e que minha mulher só queria uma vida um pouco mais pacífica. Quanto aos problemas forçados em relação ao meu pai, ele sempre foi amável e gentil comigo. Entretanto, não tenho certeza de que esse era o caso do terapeuta.
Cuidado com este tipo: Eles são sedutores. Lembre-se, terapeutas que ouvem são bons, mas eles também devem ter um cérebro se estiverem a fim de lhe dar alguma ajuda verdadeira. Você não encontrará seu potencial interior para descobrir as maneiras de entender e lidar com o que vai em sua cabeça, se sempre for culpa dos outros.
7- O curador rápido
Este profissional de saúde mental está constantemente dizendo “Ham ham” e balançando afirmativamente a cabeça enquanto você está falando. Seu bloco de notas está de lado quando você entra. Ele tem um pacote esquematizado, e fica mais confortável com entrevistas de 15 minutos. E se você tiver bastante sorte de conseguir uma sessão completa, ela ficará parecendo três sessões de 15 minutos amontoadas.
Os ham ham parecem chuva. Então vem um relâmpago. Não, é somente outro “isto parece bom,” para seguir qualquer comentário incompleto que está saindo da sua boca. Então você é incentivado com um rápido sorriso e uma tapinha no ombro. Seu medico não ouviu nenhuma palavra do que você ou ele disse em todo o tempo em que estiveram conversando. Se este é o caso do "cego guiando o cego," ou somente a velha pressa, você não terá nenhuma ajuda real com o seu TDAH aqui. Receba a última tapinha e vá embora. Provavelmente sua ausência não será sentida.
8- O juiz distante
Uma vez, tive uma experiência com este tipo de terapeuta. Deveria ter sabido que era uma má escolha tão logo entrei no seu enorme consultório. Pinturas americanas antigas e originais e objetos de arte enfeitavam cada pedaço de suas paredes, exceto o espaço atrás de sua mesa, o qual era cheio de diplomas emoldurados e algumas fotos do doutor conversando com pessoas importantes, sem dúvida. As cadeiras, otomanas, e os sofás eram feitos de couro escuro estofado, com enfeites de latão. Pesadas cortinas enquadravam uma vista do jardim. Espero nunca entrar novamente numa sala tão intimidante assim.
Quando o doutor entrou, ele sentou-se atrás da mesa, olhou para mim e disse, “Fale-me sobre você.” Não me lembro do que eu falei. Mas ele reclinou-se em sua cadeira, enquanto eu falava, e tomou notas. Então ele checou algumas coisas em um formulário, e me deu minha primeira receita de TDAH. Enquanto voltava para o meu carro, percebi que o homem mal me olhou durante todo o tempo em que fiquei lá. Agora, pode parecer óbvio a vocês que este tipo de gente não deve ser procurado para tratamento. Mas eu demorei duas sessões para descobrir que ficar junto com esse pedante não era o jeito de obter ajuda para lidar com meus problemas. Então, mais uma vez, saí à procura daquele tipo humano e inteligente de terapeuta que escuta, que todos nós com TDAH do adulto realmente necessitamos.
9- O confortador confuso
Este terapeuta costuma ser um psicólogo, e frequentemente tem um apelido que combina o título de doutor com o seu primeiro nome. (O Dr. Phil da TV é uma rara exceção – veja “O disciplinador.").
Em contraste com a doutora nervosa, o confortador confuso tem somente uma cordial compaixão por você – não importa a causa. Você poderia ir à sua sessão arrancando a cabeça de um esquilo com seus dentes e gritando como um pirata bêbado, e a única reação que teria seriam acenos simpáticos e gentis encorajamentos. (Não que eu tenha agredido um esquilo, a não ser que ele começasse.) Eu tive um terapeuta como esse, uma vez, com grandes olhos compreensivos, que ficava com uma touca afegã no colo. Ele se erguia ao final de cada sessão e me dava um abraço. Um abraço? Ele não percebia que os portadores de TDAH não querem simpatia, o que queremos é alguma ajuda para encontrar as soluções e as maneiras práticas de melhorar.
10- O analisador de sonhos
O TDAH é confuso – se você sabe ou não que tem ele. Ele pode coexistir com a ansiedade ou levar a ela. Pode causar ataques de pânico e insomnia, entre outras comorbidades comuns. Você pode começar a questionar as coisas básicas que você sabe sobre si mesmo. Sou uma boa pessoa? Minha vida bagunçada tem algum sentido afinal? Se tratamentos anteriores para o TDAH não forneceram respostas satisfatórias, então, como eu fiz, você pode decidir tentar uma psicoterapia subconsciente, um mergulho profundo, com um analisador de sonhos.
Para alguns, isto pode ser útil – para mim, não foi muito. Quando comecei essas sessões, esperava que encontrássemos a fonte do meu pânico, auto aversão e incapacidade de focar, vasculhando as cavernas da minha vida de sonhos subconscientes e erradicá-los com a luz brilhante do entendimento. Eu lia em voz alta as anotações do meu diário de sonhos e o psiquiatra ouvia e tomava notas, então tentava encontrar uma linha consistente que levasse à minha infância, mas como meus sonhos, eu ficava mudando de assunto. Então eu me esquecia de escrever o meu diário e me esquecia dos meus sonhos. Quando comecei a me esquecer das minhas anotações, o médico e eu decidimos parar.
Agora, eu creio que quando você luta com transtornos mentais – problemas com as ligações cerebrais como o TDAH, hipomania, ou transtorno bipolar –você não terá muita ajuda tentando tirar algum sentido dos seus sonhos. Tentei a velha solução da faculdade (embora nunca tenha tido paciência para terminar a faculdade), mas o que consegui foi dobrar a minha ansiedade porque nem o analisador de sonhos nem eu fomos capazes de encontrar algum sentido no meu subconsciente. Mesmo quando eu conseguia me lembrar deles, sendo os sonhos partidos de um TDAH-hipomaníaco-neurótico-insone, eles não tinham foco suficiente para serem analisados.
Os bons e os maus sinais
Sinais de aviso de que um terapeuta pode não ser bom para você
• Parece impaciente e/ou distante
• Escuta apenas superficialmente
• Oferece soluções rápidas
• Fala de sua situação/transtorno em generalidades
• Tem noção pré-concebida do tratamento
• Certifica-se de que você sabe da importância dele e de sua experiência no assunto
• Arruína sua autoconfiança
Sinais de que um terapeuta pode ser perfeito para você
• Não tem pressa
• Deixa você confortável
• Ouve você – ouve realmente, e faz bom contato com o olhar
• Dá valor às suas dúvidas
• Interage com você como um ser humano
• Tem ideias às quais você responde
• Dá a você autoconfiança e confiança em suas habilidades
ADDitude - Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
69- Déficits das Funções Executivas em Crianças
Melhorar as habilidades das funções executivas pode ajudar seu filho com TDAH a superar os frustrantes obstáculos acadêmicos e a ser bem sucedido na escola. by Marcia Eckerd , Stephen Rudin
"Está chovendo crianças no meu consultório,” diz Roy Boorady, Ph.D., professor assistente de psiquiatria infantil e adulta na New York University’s School of Medicine and Child Study Center. Toda primavera, os psicólogos que fazem testes neuropsicológicos são procurados por muitos estudantes do ensino médio e da faculdade que estão tropeçando nos estudos. A razão de suas visitas é sempre a mesma. Eles têm dificuldade de acompanhar as mudanças de rumo do seu meio ambiente educacional.
Tais alunos são geralmente diagnosticados como tendo dificuldades de aprendizagem ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e são feitas as intervenções. Muitos melhoram, alguns até dramaticamente. Mas outros, apesar dos serviços educacionais e da ajuda médica, continuam a ter problemas. Alguns ficam para trás, outros sofrem burnout e desistem de continuar tentando. A questão irritante é “Por quê?”.
Sinais de Déficit das Funções Executivas
Além dos problemas de dificuldade de aprendizagem ou de déficit de atenção, que tais crianças exibem, muitas também revelam déficits das funções executivas. Elas não têm a capacidade de controlar a frustração, de iniciar e terminar as tarefas, de lembrar e seguir os vários passos das instruções, de permanecer no assunto, de planejar, organizar e se auto monitorizar. Os terapeutas de TDAH e outros profissionais que podem avaliar e diagnosticar o TDAH tipicamente apontam para os problemas de função executiva, mas muitas famílias não ligam para eles, por acharem que são menos importantes do que os outros desafios de aprendizagem. Entretanto, está bem claro que o bom funcionamento das funções executivas é um fator chave para o tratamento das dificuldades acadêmicas.
As funções executivas são as habilidades que um indivíduo de qualquer idade precisa dominar para lidar com os problemas diários. A automonitorização é particularmente importante para os estudantes porque ela governa sua habilidade de avaliar seu trabalho e comportamento em tempo real. Ela separa os estudantes bem sucedidos dos fracassados.
“As funções executivas incluem aprender a equilibrar os esportes, música e outras atividades sociais com as necessidades acadêmicas,” diz Susan Micari, M.S. Ed., ex-presidente da ”the New York Chapter of the Association of Educational Therapists. “Geralmente é necessário que o estudante reconheça que necessita de apoio extra dos professores, para ser capaz de o solicitar.” Micari afirma que os déficits das funções executivas desempenham um papel significativo na gravidade do TDAH e da dislexia.
Quando começam os problemas com as funções executivas
As transições do sexto para o nono ano são críticas para os alunos. No intervalo de um curto verão, acontecem duas coisas. Para os do sexto ano, a estrutura da escolar elementar desaparece. Para os do nono ano, o nível das expectativas acadêmicas aumenta dramaticamente. Estudantes com fortes habilidades verbais, dos quais se espera um desempenho excelente, tropeçam se tiverem problemas com as funções executivas.
É crucial para os pais, educadores e terapeutas resolver os problemas de funções executivas, assim como os de aprendizagem, para ajudar os estudantes em dificuldade. Geralmente, no entanto, as dificuldades de aprendizagem são ignoradas. Esta abordagem é semelhante a consertar a transmissão de um automóvel e ignorar a direção defeituosa.
Os pais geralmente entendem o diagnóstico de TDAH ou de dificuldade de aprendizagem. Eles já ouviram falar desses transtornos e sobre o leque de tratamentos que existe, começando pelas medicações. Infelizmente, a informação sobre as funções executivas geralmente some.
“Os pais não entendem por que seus filhos não são capazes de trabalhar de modo independente nas tarefas de casa ou em sala de aula, ou por que não são mais bem organizados,” diz Marianne Findler, Ph.D., professora assistente de psicologia em psiquiatria no Weill Cornell Medical Center. “Eles acham que suas crianças pegam as habilidades de funções executivas quando mostram a elas o que deve ser feito. Sua tentativa de resolver o problema é comprar uma nova pasta organizadora ou um organizador eletrônico.”
Onde obter ajuda para lidar com as funções executivas e o TDAH
Quem pode ajudar com as funções executivas? Muitos pais não têm o conhecimento ou as habilidades para corrigir os déficits de funções executivas. Além disso, os pré-adolescentes e os adolescentes não gostam de ser importunados por seus pais, os quais, por sua vez, não querem fazer o trabalho de “fiscal do trabalho de casa.” As escolas geralmente não têm professores especializados ou preparados para lidar com os desafios das funções executivas. Os estudantes precisam de treinamento fornecido por profissionais especializados nos problemas das funções executivas e em como ensinar as habilidades para melhorá-las. Conversar com seu médico, psicólogo ou psiquiatra é geralmente a melhor maneira de começar.
Boas habilidades de função executiva não são a garantia do sucesso acadêmico, mas a sua ausência é um sinal da dificuldade em algum ponto, e da perda da autoestima que segue. Precisamos ajudar precocemente as nossas crianças, de modo que elas possar ser bem sucedidas na escolar e na vida.
This article appeared in the Spring 2011 issue of ADDitude.
"Está chovendo crianças no meu consultório,” diz Roy Boorady, Ph.D., professor assistente de psiquiatria infantil e adulta na New York University’s School of Medicine and Child Study Center. Toda primavera, os psicólogos que fazem testes neuropsicológicos são procurados por muitos estudantes do ensino médio e da faculdade que estão tropeçando nos estudos. A razão de suas visitas é sempre a mesma. Eles têm dificuldade de acompanhar as mudanças de rumo do seu meio ambiente educacional.
Tais alunos são geralmente diagnosticados como tendo dificuldades de aprendizagem ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e são feitas as intervenções. Muitos melhoram, alguns até dramaticamente. Mas outros, apesar dos serviços educacionais e da ajuda médica, continuam a ter problemas. Alguns ficam para trás, outros sofrem burnout e desistem de continuar tentando. A questão irritante é “Por quê?”.
Sinais de Déficit das Funções Executivas
Além dos problemas de dificuldade de aprendizagem ou de déficit de atenção, que tais crianças exibem, muitas também revelam déficits das funções executivas. Elas não têm a capacidade de controlar a frustração, de iniciar e terminar as tarefas, de lembrar e seguir os vários passos das instruções, de permanecer no assunto, de planejar, organizar e se auto monitorizar. Os terapeutas de TDAH e outros profissionais que podem avaliar e diagnosticar o TDAH tipicamente apontam para os problemas de função executiva, mas muitas famílias não ligam para eles, por acharem que são menos importantes do que os outros desafios de aprendizagem. Entretanto, está bem claro que o bom funcionamento das funções executivas é um fator chave para o tratamento das dificuldades acadêmicas.
As funções executivas são as habilidades que um indivíduo de qualquer idade precisa dominar para lidar com os problemas diários. A automonitorização é particularmente importante para os estudantes porque ela governa sua habilidade de avaliar seu trabalho e comportamento em tempo real. Ela separa os estudantes bem sucedidos dos fracassados.
“As funções executivas incluem aprender a equilibrar os esportes, música e outras atividades sociais com as necessidades acadêmicas,” diz Susan Micari, M.S. Ed., ex-presidente da ”the New York Chapter of the Association of Educational Therapists. “Geralmente é necessário que o estudante reconheça que necessita de apoio extra dos professores, para ser capaz de o solicitar.” Micari afirma que os déficits das funções executivas desempenham um papel significativo na gravidade do TDAH e da dislexia.
Quando começam os problemas com as funções executivas
As transições do sexto para o nono ano são críticas para os alunos. No intervalo de um curto verão, acontecem duas coisas. Para os do sexto ano, a estrutura da escolar elementar desaparece. Para os do nono ano, o nível das expectativas acadêmicas aumenta dramaticamente. Estudantes com fortes habilidades verbais, dos quais se espera um desempenho excelente, tropeçam se tiverem problemas com as funções executivas.
É crucial para os pais, educadores e terapeutas resolver os problemas de funções executivas, assim como os de aprendizagem, para ajudar os estudantes em dificuldade. Geralmente, no entanto, as dificuldades de aprendizagem são ignoradas. Esta abordagem é semelhante a consertar a transmissão de um automóvel e ignorar a direção defeituosa.
Os pais geralmente entendem o diagnóstico de TDAH ou de dificuldade de aprendizagem. Eles já ouviram falar desses transtornos e sobre o leque de tratamentos que existe, começando pelas medicações. Infelizmente, a informação sobre as funções executivas geralmente some.
“Os pais não entendem por que seus filhos não são capazes de trabalhar de modo independente nas tarefas de casa ou em sala de aula, ou por que não são mais bem organizados,” diz Marianne Findler, Ph.D., professora assistente de psicologia em psiquiatria no Weill Cornell Medical Center. “Eles acham que suas crianças pegam as habilidades de funções executivas quando mostram a elas o que deve ser feito. Sua tentativa de resolver o problema é comprar uma nova pasta organizadora ou um organizador eletrônico.”
Onde obter ajuda para lidar com as funções executivas e o TDAH
Quem pode ajudar com as funções executivas? Muitos pais não têm o conhecimento ou as habilidades para corrigir os déficits de funções executivas. Além disso, os pré-adolescentes e os adolescentes não gostam de ser importunados por seus pais, os quais, por sua vez, não querem fazer o trabalho de “fiscal do trabalho de casa.” As escolas geralmente não têm professores especializados ou preparados para lidar com os desafios das funções executivas. Os estudantes precisam de treinamento fornecido por profissionais especializados nos problemas das funções executivas e em como ensinar as habilidades para melhorá-las. Conversar com seu médico, psicólogo ou psiquiatra é geralmente a melhor maneira de começar.
Boas habilidades de função executiva não são a garantia do sucesso acadêmico, mas a sua ausência é um sinal da dificuldade em algum ponto, e da perda da autoestima que segue. Precisamos ajudar precocemente as nossas crianças, de modo que elas possar ser bem sucedidas na escolar e na vida.
This article appeared in the Spring 2011 issue of ADDitude.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
68- Ajude seu filho a controlar o humor
As crianças são beneficiadas por aprender a esperar pelos prêmios e por abandonar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por Carol Brady, Ph.D.
Todos nós já enfrentamos esses horríveis displays de doces, tão convenientemente colocados nos caixas das mercearias. Quantos pais exercem o controle e dizem “NÃO” quando “Ah, por que não?” é tão mais fácil do que enfrentar a provável crise de birra, na frente de todo mundo que está na fila? Qualquer revista de aconselhamento de pais no mesmo mostruário ao lado do caixa, nos escarnecerá com “10 maneiras fáceis de estabelecer limites para as crianças”. Não é tão FÁCIL para mim.
Você pode estar se perguntando: “Por que não ser flexível? Por que não ceder?” Embora a flexibilidade ocasional seja legal, o bem que todos podemos dar às nossas crianças é ensinar que a vida tem seus limites. Estabelecer limites claros é confortável para a longa jornada, especialmente para crianças que não têm nenhuma perspectiva sobre como as decisões impulsivas as afete.
Não é justa!
Como adultos, temos a responsabilidade de ensinar às crianças (como sua mãe e a minha geralmente diziam) que a vida “não é justa”. As crianças se beneficiam por aprender a esperar pelas recompensas e por superar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por meio da frustração ocasional, elas desenvolvem a habilidade de tolerar situações que não são como elas querem. Se nós relevamos cada capricho, elas não poderão aprender a lidar com a frustração de um modo saudável e maduro. A vida torna-se mais exigente conforme elas crescem. Ajudá-las a vencer ameaças especiais e a esperar pelas recompensas é o início para ajudá-las a lidar com o seu próprio senso de competência.
Entretanto, uma criança com TDAH é um caso especial no qual uma vontade atual é intensamente perturbadora. Embora cada criança seja única em sua capacidade, esperar por qualquer coisa é mais difícil para essas crianças (e adultos) que precisam exercer maior esforço para controlar sentimentos de todos os tipos. Quando as coisas não seguem seu caminho, a criança com TDAH pode ir da calma à fúria num piscar de olhos.
Muitas crianças com TDAH são obsessivas e incapazes de se livrar de um determinado pensamento. Se elas têm em mente ir nadar, por exemplo, mas não podem ir por causa de uma tempestade inesperada, prepare-se para uma crise de furor. Elas não se esquecerão de nenhuma promessa feita, ou até mesmo de qualquer expectativa que exista somente em sua imaginação. A memória pode aplicar peças em nós se o desejo de um resultado for muito, muito forte.
O que um pai pode fazer?
Não há resposta mágica. É uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do tempo por meio de tentativa e erro, e pela leitura de livros, pela procura de auxílio profissional e por perguntar aos outros pais e parentes. Armado com informação você pode então experimentar abordagens diferentes para descobrir quais métodos funcionam melhor para você e para sua família.
Como estabelecer limites que funcionem.
Enquanto crescem, as crianças com TDAH geralmente enfrentarão desapontamentos de todos os tipos – não somente a recusa de alguma brincadeira. Elas também têm de enfrentar o fato de não serem bem tratadas pelos amigos, de não ganharem um papel em peça de teatro escolar, de descobrir que seu irmão comeu o ultimo pedaço de torta de cereja, ou que seu melhor amigo está se mudando para longe – ou que o trabalho para o qual ela se inscreveu não deu certo – qualquer realidade que as confronte de modo diário e que as faça se sentirem... mal.
Como ajudar seu filho a dar conta
• Controle o ambiente. Não programe situações que tenham chance de serem muito estimulantes ou cheias de estresse para seu filho com TDAH, tais como levá-lo ao shopping às cinco e meia da tarde, após um longo dia, ou ficar em uma festa de família até altas horas da noite. Entretanto, isso é dependente da idade e pode ser ajustado com o tempo.
• Controle o resultado. Não tenha medo de abandonar uma situação que você vê que está se tornando um conflito para a criança. Aprenda a ler os sinais de ameaça de desapontamento. Por exemplo, um primo adolescente provavelmente não vai convidar o quintanista para se juntar aos seus amigos quando eles sairem da festa do vovô e da vovó. Então, procure sair antes de surgir a sensação de que está sobrando.
• Estabeleça limites, e mantenha o seu ponto. Não discuta sobre situações que você sabe que seu filho já entende, mas que continua a perguntar – “Mas por que eu não posso (ter isso, fazer aquilo, ir lá, etc.)?” Estabeleça seu limite, fique calmo e entenda os sentimentos dele: “Sei que você está desapontado, mas sua tática não funciona comigo”.
• Ensine paciência. Antes que uma crise de raiva ou uma discussão tenham se iniciado, fale com a criança sobre como esperar pelo que ela quer, ou como planejar para o que ela sente que precisa, ou como ter alternativas que sejam quase como o que ela imaginou.
• Minimize a frustração. Ofereça estratégias para lidar com “grandes” sentimentos depois de desapontamentos, tais como falar com um adulto, jogar algo divertido, técnicas de relaxamento ou brincar com animais. Linguagem interna positiva ("Talvez da próxima vez eu ganhe o jogo"), tempo e apaziguamento podem ajudar as crianças a desenvolver uma nova tática ou apenas deixar que elas façam algo que queriam.
• Reconheça seus esforços. Observe e comente nas ocasiões em que seu filho esteja propenso a deixar a coisa correr. A aprendizagem da capacidade de lidar com a deslealdade e os desapontamentos demora uma longa jornada de reforço de bons padrões.
Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
Todos nós já enfrentamos esses horríveis displays de doces, tão convenientemente colocados nos caixas das mercearias. Quantos pais exercem o controle e dizem “NÃO” quando “Ah, por que não?” é tão mais fácil do que enfrentar a provável crise de birra, na frente de todo mundo que está na fila? Qualquer revista de aconselhamento de pais no mesmo mostruário ao lado do caixa, nos escarnecerá com “10 maneiras fáceis de estabelecer limites para as crianças”. Não é tão FÁCIL para mim.
Você pode estar se perguntando: “Por que não ser flexível? Por que não ceder?” Embora a flexibilidade ocasional seja legal, o bem que todos podemos dar às nossas crianças é ensinar que a vida tem seus limites. Estabelecer limites claros é confortável para a longa jornada, especialmente para crianças que não têm nenhuma perspectiva sobre como as decisões impulsivas as afete.
Não é justa!
Como adultos, temos a responsabilidade de ensinar às crianças (como sua mãe e a minha geralmente diziam) que a vida “não é justa”. As crianças se beneficiam por aprender a esperar pelas recompensas e por superar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por meio da frustração ocasional, elas desenvolvem a habilidade de tolerar situações que não são como elas querem. Se nós relevamos cada capricho, elas não poderão aprender a lidar com a frustração de um modo saudável e maduro. A vida torna-se mais exigente conforme elas crescem. Ajudá-las a vencer ameaças especiais e a esperar pelas recompensas é o início para ajudá-las a lidar com o seu próprio senso de competência.
Entretanto, uma criança com TDAH é um caso especial no qual uma vontade atual é intensamente perturbadora. Embora cada criança seja única em sua capacidade, esperar por qualquer coisa é mais difícil para essas crianças (e adultos) que precisam exercer maior esforço para controlar sentimentos de todos os tipos. Quando as coisas não seguem seu caminho, a criança com TDAH pode ir da calma à fúria num piscar de olhos.
Muitas crianças com TDAH são obsessivas e incapazes de se livrar de um determinado pensamento. Se elas têm em mente ir nadar, por exemplo, mas não podem ir por causa de uma tempestade inesperada, prepare-se para uma crise de furor. Elas não se esquecerão de nenhuma promessa feita, ou até mesmo de qualquer expectativa que exista somente em sua imaginação. A memória pode aplicar peças em nós se o desejo de um resultado for muito, muito forte.
O que um pai pode fazer?
Não há resposta mágica. É uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do tempo por meio de tentativa e erro, e pela leitura de livros, pela procura de auxílio profissional e por perguntar aos outros pais e parentes. Armado com informação você pode então experimentar abordagens diferentes para descobrir quais métodos funcionam melhor para você e para sua família.
Como estabelecer limites que funcionem.
Enquanto crescem, as crianças com TDAH geralmente enfrentarão desapontamentos de todos os tipos – não somente a recusa de alguma brincadeira. Elas também têm de enfrentar o fato de não serem bem tratadas pelos amigos, de não ganharem um papel em peça de teatro escolar, de descobrir que seu irmão comeu o ultimo pedaço de torta de cereja, ou que seu melhor amigo está se mudando para longe – ou que o trabalho para o qual ela se inscreveu não deu certo – qualquer realidade que as confronte de modo diário e que as faça se sentirem... mal.
Como ajudar seu filho a dar conta
• Controle o ambiente. Não programe situações que tenham chance de serem muito estimulantes ou cheias de estresse para seu filho com TDAH, tais como levá-lo ao shopping às cinco e meia da tarde, após um longo dia, ou ficar em uma festa de família até altas horas da noite. Entretanto, isso é dependente da idade e pode ser ajustado com o tempo.
• Controle o resultado. Não tenha medo de abandonar uma situação que você vê que está se tornando um conflito para a criança. Aprenda a ler os sinais de ameaça de desapontamento. Por exemplo, um primo adolescente provavelmente não vai convidar o quintanista para se juntar aos seus amigos quando eles sairem da festa do vovô e da vovó. Então, procure sair antes de surgir a sensação de que está sobrando.
• Estabeleça limites, e mantenha o seu ponto. Não discuta sobre situações que você sabe que seu filho já entende, mas que continua a perguntar – “Mas por que eu não posso (ter isso, fazer aquilo, ir lá, etc.)?” Estabeleça seu limite, fique calmo e entenda os sentimentos dele: “Sei que você está desapontado, mas sua tática não funciona comigo”.
• Ensine paciência. Antes que uma crise de raiva ou uma discussão tenham se iniciado, fale com a criança sobre como esperar pelo que ela quer, ou como planejar para o que ela sente que precisa, ou como ter alternativas que sejam quase como o que ela imaginou.
• Minimize a frustração. Ofereça estratégias para lidar com “grandes” sentimentos depois de desapontamentos, tais como falar com um adulto, jogar algo divertido, técnicas de relaxamento ou brincar com animais. Linguagem interna positiva ("Talvez da próxima vez eu ganhe o jogo"), tempo e apaziguamento podem ajudar as crianças a desenvolver uma nova tática ou apenas deixar que elas façam algo que queriam.
• Reconheça seus esforços. Observe e comente nas ocasiões em que seu filho esteja propenso a deixar a coisa correr. A aprendizagem da capacidade de lidar com a deslealdade e os desapontamentos demora uma longa jornada de reforço de bons padrões.
Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
67- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (terceira parte)
Cinco guias para os pais de crianças e adolescentes violentos e desafiadores
Guia 1 – Terapia combinada - é um programa de disciplina mais medicação – é melhor para o comportamento desafiador. A medicação para o TDAH pode ajudar a criança a controlar melhor suas emoções, então ela terá menos probabilidade de reagir explosivamente, mas não mudará seu comportamento desafiador.
Guia 2 – Lembre que o comportamento desafiador de uma criança geralmente piora após participar de um programa de desafio, diz Tim Verduin, da New York University. Como ela não está tendo a resposta que ela quer que você tenha, e a que ela estava acostumada, ela aumenta o comportamento negativo para tentar obtê-la.
Guia 3 – Se as crises de furor do seu filho parecem mais explosivas e frequentes do que as dos seus colegas, ele pode ter TOD. Cerca de 5% das crianças têm TOD, mas 65% das crianças com TDAH também têm TOD, de acordo com algumas estimativas.
Guia 4 – “Nunca é boa ideia estabelecer uma regra que você não consiga manter o tempo todo,” diz Joyce Divinyi, autora de Discipline that Works: 5 Simple Steps. “ Crianças desafiadoras arriscam a sorte. Se elas podem continuar com o comportamento desafiador uma vez – pode ser somente uma vez em seis – elas lutarão por aquela vez”.
Guia 5 – Demora seis meses para mudar o comportamento desafiador, diz a psicóloga Joyce Divinyi. “Eu encorajo os pais a procurar treinamento e apoio durante as fases de desafio. Diga a um terapeuta, ´Li este livro, ou estou fazendo aquele programa. Faz muito sentido para mim, mas preciso de apoio enquanto estiver lidando com isso. O que você sugere? ´”.
Guia 1 – Terapia combinada - é um programa de disciplina mais medicação – é melhor para o comportamento desafiador. A medicação para o TDAH pode ajudar a criança a controlar melhor suas emoções, então ela terá menos probabilidade de reagir explosivamente, mas não mudará seu comportamento desafiador.
Guia 2 – Lembre que o comportamento desafiador de uma criança geralmente piora após participar de um programa de desafio, diz Tim Verduin, da New York University. Como ela não está tendo a resposta que ela quer que você tenha, e a que ela estava acostumada, ela aumenta o comportamento negativo para tentar obtê-la.
Guia 3 – Se as crises de furor do seu filho parecem mais explosivas e frequentes do que as dos seus colegas, ele pode ter TOD. Cerca de 5% das crianças têm TOD, mas 65% das crianças com TDAH também têm TOD, de acordo com algumas estimativas.
Guia 4 – “Nunca é boa ideia estabelecer uma regra que você não consiga manter o tempo todo,” diz Joyce Divinyi, autora de Discipline that Works: 5 Simple Steps. “ Crianças desafiadoras arriscam a sorte. Se elas podem continuar com o comportamento desafiador uma vez – pode ser somente uma vez em seis – elas lutarão por aquela vez”.
Guia 5 – Demora seis meses para mudar o comportamento desafiador, diz a psicóloga Joyce Divinyi. “Eu encorajo os pais a procurar treinamento e apoio durante as fases de desafio. Diga a um terapeuta, ´Li este livro, ou estou fazendo aquele programa. Faz muito sentido para mim, mas preciso de apoio enquanto estiver lidando com isso. O que você sugere? ´”.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
66- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (segunda parte)
Cursos de Treinamento para os pais: como escolher
Nos Estados Unidos há muitos cursos de treinamento de pais. Cada um deles oferece algo único.
1- Terapia de Interação pais-criança (Parent-Child Interaction Therapy – PCIT)
A PCIT geralmente é oferecida em centros ligados a universidades e por terapeutas individualizados.
É melhor para os pais de crianças dos dois aos sete anos de idade. A PCIT envolve a terapia um-a-um com os pais, e possivelmente outros membros da família, assim como com a criança desafiadora. Você interage com seu filho em sala com falso espelho. O terapeuta fica sentado do outro lado do espelho, falando com você por um ponto eletrônico. “A vantagem de se comunicar com o pai é que a criança associa essas habilidades ao pai, não ao terapeuta,” diz Timoty Verduin, Ph. D., diretor clínico do Institute for Attention Deficit Hyperactivity and Behavior Disorders no New York University Study Center.
Para encontrar um terapeuta: PCIT International
2- Ajudando uma criança não complacente (Helping a Noncompliant Child)
É um programa usado com a criança e os seus pais, descrito no livro de Rex Forehand “Parenting the Strong-Willed Child”.
É melhor para crianças de três a oito anos de idade. Você lê e segue as intruções do livro, participa de programas de grupo, ou trabalha em base um-a-um com um terapeuta. “A criança deve estar num sala com um pai, para que o terapeuta possa demonstrar a melhor resposta e encorajar o pai,” diz Forehand.
Para encontrar um terapeuta: Association for Behavioral and cognitive Therapies (ABCT)
3- Seu filho desafiador (Your Defiant Child)
É um programa descrito por Russell Barkley em seu livro de mesmo nome.
É melhor para crianças de quatro a doze anos de idade, especialmente aquelas grave ou persistentemente desafiadoras. Nas primeiras quatro semanas, os pais aprendem a dar aprovação, elogios e reconhecimento e a estabelecer incentivos e brindes para encorajar o bom comportamento. Nas outras quatro semanas os pais aprendem como corrigir o comportamento desafiador, usando estratégias focalizadas em um problema de cada vez e agindo em 10 segundos após a ocorrência do problema. Outro elemento é chamado “Ajude o professor a ajudar seu filho”, no qual os pais usam um cartão diário de notas para se comunicar com o professor. Os pais também aprendem como ajustar o sistema de recompensas de acordo com a idade da criança.
Uma mesada semanal funciona para Christopher Covello, um menino de 13 anos, de Norwalk, Connecticut, que foi diagnosticado como TDAH aos 5 anos de idade e tem episódios ocasionais de birras e de desafios. Sua mãe, Jennifer, pregou uma lista de tarefas na geladeira. Se Christopher as faz sem queixas, ele tem a mesada ao final da semana. Se ele não as faz, ou reclama, sua mesada é diminuída em parte. “Ele mesmo organizou a lista, de modo que ele tem propriedade sobre seu arranjo”, diz Jennifer. “Fizemos um acordo e ambos o assinamos”.
4- Programas em grupo
Os programas em grupo ensinam os princípios da PCIT para grupos de 25 pais e têm o benefício adicional de dar apoio aos pais e custar menos do que a terapia privada. Existem três programas: COPE (Community Parent Education), difícil, de estilo conservador, ministrado à noite por paraprofissionais aos pais de crianças e adolescentes; Incredible Years, para os pais de pré-escolares, focalizando na intervenção precoce para prevenir a piora do comportamento desafiador; e Positivfe Parenting Program, dirigido aos adolescentes e também fornecendo estratégias para controlar os problemas conjugais causados pelo comportamento desafiador.
Auxílio para adolescentes violentos e desafiadores
Se o comportamento desafiador não tiver sido solucionado quando a criança atinge sua adolescência, o treinamento dos pais não funcionará. Você não consegue colocar de castigo um adolescente que é maior e mais forte que você. Entre no Collaborative Problem Solving (CPS), um programa criado por Ross W. Greene, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School, e descrito em seu livro “The Explosive Child” (Harper Collins).
A premissa: Crianças desafiadoras, com TDAH não são obstinadas ou manipuladoras. Seu comportamento desafiador resulta de uma falta de controle emocional e de habilidades comportamentais. Os proponentes do CPS veem o comportamento desafiador como uma dificuldade de aprendizagem. “Em vez de ter dificuldade com matemática ou com a leitura, essas crianças têm dificuldade com a solução de problemas, em flexibilizar o pensamento e a frustração,” diz J. Estuart Ablon, Ph.D., diretor do Think:Kids, no Massachusetts General Hospital.
Como funciona: O programa dá às crianças as habilidades que elas não têm – desde habilidades sociais até habilidades de função executiva – em vez de usar um sistema de premiação e punição. O primeiro passo é identificar e entender a preocupação da criança em relação a um problema (terminar o trabalho de casa ou uma tarefa), e assegurar a ela que o problema será resolvido pela criança e por um adulto, juntos. O segundo passo é identificar a preocupação do adulto a respeito do mesmo problema. O terceiro passo convida a criança para as soluções pensadas com o adulto, para encontrar um plano que seja mutuamente satisfatório.
O que você aprende: Como fazer perguntas ao seu filho, de um modo que o ajude a explicar o que desencadeia o comportamento desafiador; como compartilhar as suas preocupações com ele e ajudá-lo a compartilhar as dele.
O CPS controlou os problemas de comportamento que Armen Afarian, de 12 anos, tinha na escola. Quando estava no ensino médio, Armen foi suspenso porque os professores notaram seu comportamento desafiador no intervalo. A regra era de que quando o sino tocasse, os estudantes tinham de parar de jogar basquete e correr para a sala de aula. Em alguns dias, Armen jogou ainda depois do toque do sino, o que o levou a ser suspenso.
A mãe de Armen, Debra Ann, que tinha feito a terapia do CPS com seu filho, pediu uma reunião com os professores dele para discutir soluções para o problema. Armen disse, “Eu paro às vezes, porque estou em um número par de jogadas”. “Se não paro quando o sino toca é porque estou em um número ímpar, e eu não posso parar nada em um número ímpar.”
“Não vamos puni-lo, porque nada vai mudar isso,” disse um professor. “Como você acha que poderemos resolver este problema?” Armen respondeu, “O intervalo é de 15 minutos; eu poderia parar em um número par se eu soubesse que estivesse chegando o fim do intervalo.”
Não importa a abordagem que você adotar para controlar o comportamento desafiador do seu filho, a recompensa vai além de evitar brigas. Melhorando a maneira que você interage com seu filho, você melhorará seu relacionamento e aumentará sua autoestima e autoconfiança. Estes benefícios duram a vida toda.
Esta parte é continuação da postagem 64 (continua)
Nos Estados Unidos há muitos cursos de treinamento de pais. Cada um deles oferece algo único.
1- Terapia de Interação pais-criança (Parent-Child Interaction Therapy – PCIT)
A PCIT geralmente é oferecida em centros ligados a universidades e por terapeutas individualizados.
É melhor para os pais de crianças dos dois aos sete anos de idade. A PCIT envolve a terapia um-a-um com os pais, e possivelmente outros membros da família, assim como com a criança desafiadora. Você interage com seu filho em sala com falso espelho. O terapeuta fica sentado do outro lado do espelho, falando com você por um ponto eletrônico. “A vantagem de se comunicar com o pai é que a criança associa essas habilidades ao pai, não ao terapeuta,” diz Timoty Verduin, Ph. D., diretor clínico do Institute for Attention Deficit Hyperactivity and Behavior Disorders no New York University Study Center.
Para encontrar um terapeuta: PCIT International
2- Ajudando uma criança não complacente (Helping a Noncompliant Child)
É um programa usado com a criança e os seus pais, descrito no livro de Rex Forehand “Parenting the Strong-Willed Child”.
É melhor para crianças de três a oito anos de idade. Você lê e segue as intruções do livro, participa de programas de grupo, ou trabalha em base um-a-um com um terapeuta. “A criança deve estar num sala com um pai, para que o terapeuta possa demonstrar a melhor resposta e encorajar o pai,” diz Forehand.
Para encontrar um terapeuta: Association for Behavioral and cognitive Therapies (ABCT)
3- Seu filho desafiador (Your Defiant Child)
É um programa descrito por Russell Barkley em seu livro de mesmo nome.
É melhor para crianças de quatro a doze anos de idade, especialmente aquelas grave ou persistentemente desafiadoras. Nas primeiras quatro semanas, os pais aprendem a dar aprovação, elogios e reconhecimento e a estabelecer incentivos e brindes para encorajar o bom comportamento. Nas outras quatro semanas os pais aprendem como corrigir o comportamento desafiador, usando estratégias focalizadas em um problema de cada vez e agindo em 10 segundos após a ocorrência do problema. Outro elemento é chamado “Ajude o professor a ajudar seu filho”, no qual os pais usam um cartão diário de notas para se comunicar com o professor. Os pais também aprendem como ajustar o sistema de recompensas de acordo com a idade da criança.
Uma mesada semanal funciona para Christopher Covello, um menino de 13 anos, de Norwalk, Connecticut, que foi diagnosticado como TDAH aos 5 anos de idade e tem episódios ocasionais de birras e de desafios. Sua mãe, Jennifer, pregou uma lista de tarefas na geladeira. Se Christopher as faz sem queixas, ele tem a mesada ao final da semana. Se ele não as faz, ou reclama, sua mesada é diminuída em parte. “Ele mesmo organizou a lista, de modo que ele tem propriedade sobre seu arranjo”, diz Jennifer. “Fizemos um acordo e ambos o assinamos”.
4- Programas em grupo
Os programas em grupo ensinam os princípios da PCIT para grupos de 25 pais e têm o benefício adicional de dar apoio aos pais e custar menos do que a terapia privada. Existem três programas: COPE (Community Parent Education), difícil, de estilo conservador, ministrado à noite por paraprofissionais aos pais de crianças e adolescentes; Incredible Years, para os pais de pré-escolares, focalizando na intervenção precoce para prevenir a piora do comportamento desafiador; e Positivfe Parenting Program, dirigido aos adolescentes e também fornecendo estratégias para controlar os problemas conjugais causados pelo comportamento desafiador.
Auxílio para adolescentes violentos e desafiadores
Se o comportamento desafiador não tiver sido solucionado quando a criança atinge sua adolescência, o treinamento dos pais não funcionará. Você não consegue colocar de castigo um adolescente que é maior e mais forte que você. Entre no Collaborative Problem Solving (CPS), um programa criado por Ross W. Greene, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School, e descrito em seu livro “The Explosive Child” (Harper Collins).
A premissa: Crianças desafiadoras, com TDAH não são obstinadas ou manipuladoras. Seu comportamento desafiador resulta de uma falta de controle emocional e de habilidades comportamentais. Os proponentes do CPS veem o comportamento desafiador como uma dificuldade de aprendizagem. “Em vez de ter dificuldade com matemática ou com a leitura, essas crianças têm dificuldade com a solução de problemas, em flexibilizar o pensamento e a frustração,” diz J. Estuart Ablon, Ph.D., diretor do Think:Kids, no Massachusetts General Hospital.
Como funciona: O programa dá às crianças as habilidades que elas não têm – desde habilidades sociais até habilidades de função executiva – em vez de usar um sistema de premiação e punição. O primeiro passo é identificar e entender a preocupação da criança em relação a um problema (terminar o trabalho de casa ou uma tarefa), e assegurar a ela que o problema será resolvido pela criança e por um adulto, juntos. O segundo passo é identificar a preocupação do adulto a respeito do mesmo problema. O terceiro passo convida a criança para as soluções pensadas com o adulto, para encontrar um plano que seja mutuamente satisfatório.
O que você aprende: Como fazer perguntas ao seu filho, de um modo que o ajude a explicar o que desencadeia o comportamento desafiador; como compartilhar as suas preocupações com ele e ajudá-lo a compartilhar as dele.
O CPS controlou os problemas de comportamento que Armen Afarian, de 12 anos, tinha na escola. Quando estava no ensino médio, Armen foi suspenso porque os professores notaram seu comportamento desafiador no intervalo. A regra era de que quando o sino tocasse, os estudantes tinham de parar de jogar basquete e correr para a sala de aula. Em alguns dias, Armen jogou ainda depois do toque do sino, o que o levou a ser suspenso.
A mãe de Armen, Debra Ann, que tinha feito a terapia do CPS com seu filho, pediu uma reunião com os professores dele para discutir soluções para o problema. Armen disse, “Eu paro às vezes, porque estou em um número par de jogadas”. “Se não paro quando o sino toca é porque estou em um número ímpar, e eu não posso parar nada em um número ímpar.”
“Não vamos puni-lo, porque nada vai mudar isso,” disse um professor. “Como você acha que poderemos resolver este problema?” Armen respondeu, “O intervalo é de 15 minutos; eu poderia parar em um número par se eu soubesse que estivesse chegando o fim do intervalo.”
Não importa a abordagem que você adotar para controlar o comportamento desafiador do seu filho, a recompensa vai além de evitar brigas. Melhorando a maneira que você interage com seu filho, você melhorará seu relacionamento e aumentará sua autoestima e autoconfiança. Estes benefícios duram a vida toda.
Esta parte é continuação da postagem 64 (continua)
sábado, 2 de abril de 2011
65- Bullying: colégio terá que indenizar família de aluna
Pais de aluna, que haviam alertado colégio sobre humilhações, obtêm indenização na Justiça do Rio - Clarissa Thomé, O Estado de S.Paulo.
O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.
Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.
A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastada, causando arranhões.
Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.
Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.
Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."
J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.
"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam."
Publicado no Blog do Noblat em 02-04-2011
(Vejam a postagem no. 20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying)
O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.
Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.
A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastada, causando arranhões.
Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.
Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.
Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."
J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.
"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam."
Publicado no Blog do Noblat em 02-04-2011
(Vejam a postagem no. 20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying)
sexta-feira, 1 de abril de 2011
64- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos: programas de treinamento de pais que auxiliam a mudar o comportamento
Tentando lidar com TOD, TDAH e/ou comportamento desafiador? Estes programas de treinamento podem ajudar a mudar e controlar as explosões de raiva e o comportamento obstinado. Por Laura Flynn McCarthy
Chame-o de voluntarioso ou corajoso. De qualquer modo, o comportamento briguento e explosivo é comum nas crianças com TDAH, e pode tornar exaustos os pais mais pacientes e carinhosos. Se o comportamento desafiador do seu filho está limitado a um punhado de itens – fazer a tarefa de casa ou arrumar o quarto – ou se ele preenche os critérios do transtorno de oposição e desafio (TOD), há estratégias que podem contornar o comportamento difícil.
“Quase 65% das crianças desenvolverão o TOD até dois anos após o diagnóstico de TDAH”, diz Russell Barkley, Ph. D., professor de clínica psiquiátrica na Medical University of South Carolina, e autor de Your Defiant Child (Guilford Press). “As crianças com TDAH têm 11 vezes mais chances de ter TOD do que quaisquer outras na população. As duas condições caminham juntas.”
Crianças com TDAH têm dificuldade de controlar sua emoção. “Crianças desafiadoras estão reagindo por causa dos centros emocionais dos seus cérebros, e não estão pensando ´Se eu fizer isso, vou me meter em apuros´”, diz a psicoterapeuta Joyce Divinyi, autora de Discipline That Works: 5 Simple Steps (Wellness Connection). “O comportamento desafiador é um impulso emocional, não uma ação pensada.”
Quanto mais graves forem os sintomas do TDAH de uma criança, maior é a chance de que ela se comporte de maneira desafiadora. Manter os sintomas sob controle com medicação, terapia cognitivo-comportamental, ou ambos, pode diminuir o comportamento desafiador. O estilo dos pais também tem grande importância na gravidade do desafio de uma criança.
“Os pais deveriam entender que este é um comportamento difícil de resolver”, diz Barkley. “Seu filho está gritando, berrando, empurrando e batendo, e pode chegar ao comportamento destrutivo e, às vezes, à violência. Você pode estar cansado. Pode ter tido um dia difícil no trabalho. Pode ter outro filho que esteja exigindo a sua atenção. Pode ser que você esteja deprimido. Ou também pode ser que você tenha TDAH, e tenha dificuldade de controlar suas próprias emoções.”
Os pais de crianças com TDAH enfrentam essas situações muitas vezes mais do que outros pais, ele acrescenta, e têm mais chance de ceder em algum tempo. É por isso que o treinamento dos pais é tão importante. Ele lhe dá as habilidades, o suporte e a ajuda que você necessita para ser consistente.
Como funcionam os programas de treinamento dos pais
A American Academy of Child and Adolescent Psychiatry reconhece dois tratamentos para o comportamento desafiador – treinamento dos pais e Collaborative Problem Solving (CPS). Como as crianças não desenvolvem as habilidades necessárias para o CPS até os 10 anos ou mais, o treinamento dos pais é provavelmente a melhor opção para crianças mais novas.
A premissa: O comportamento desafiador aparece quando a criança descobre que pode obter o que quiser por meio do mau comportamento. Você diz ao seu filho, “Desligue o vídeo game e vá fazer sua lição de casa,” e ele se recusa a obedecer e discute com você. Se você não mantiver sua postura, você criará a condição para o comportamento desafiador. “Você não precisa punir todas as vezes para fazer valer a pena para ele lutar; só tem de punir algumas vezes,” diz Barkley. Os especialistas chamam este padrão de interação de “o circulo coercitivo”.
Como funciona: A meta do treinamento de pais é quebrar o circulo e ajudar os pais a disciplinar os seus filhos de modo mais eficaz. “Crianças desafiadoras causam estresse na família,” diz Rex Forehand, Ph. D., professor de psicologia na University of Vermont, e coautor de Parenting the Strong-Willed Child (McGraw-Hill). “ Para contornar o comportamento – e eu sei que todo mundo já ouviu isto antes – os pais precisam ser consistentes, estabelecer limites, criar estrutura e ser positivos.
O treinamento de pais ensina a você essas habilidades em duas partes:
1- Você mostra ao seu filho o que você quer dele, dá a ele os incentivos para que se comporte de acordo e reforça o comportamento positivo dando aprovação, elogios, reconhecimento, pontos, presentes e ou recompensas.
2- Você aprende estratégias para corrigir os comportamentos negativos e desafiadores – ignorando os pequenos comportamentos maus e estabelecendo consequências consistentes, como castigos.
O que você aprende: Como dar ordens com autoridade, a usar o castigo eficazmente, a ensinar seu filho a pensar sobre as consequências de suas ações, a elogiar e a criar e usar sistema de recompensas.
(continua)
Chame-o de voluntarioso ou corajoso. De qualquer modo, o comportamento briguento e explosivo é comum nas crianças com TDAH, e pode tornar exaustos os pais mais pacientes e carinhosos. Se o comportamento desafiador do seu filho está limitado a um punhado de itens – fazer a tarefa de casa ou arrumar o quarto – ou se ele preenche os critérios do transtorno de oposição e desafio (TOD), há estratégias que podem contornar o comportamento difícil.
“Quase 65% das crianças desenvolverão o TOD até dois anos após o diagnóstico de TDAH”, diz Russell Barkley, Ph. D., professor de clínica psiquiátrica na Medical University of South Carolina, e autor de Your Defiant Child (Guilford Press). “As crianças com TDAH têm 11 vezes mais chances de ter TOD do que quaisquer outras na população. As duas condições caminham juntas.”
Crianças com TDAH têm dificuldade de controlar sua emoção. “Crianças desafiadoras estão reagindo por causa dos centros emocionais dos seus cérebros, e não estão pensando ´Se eu fizer isso, vou me meter em apuros´”, diz a psicoterapeuta Joyce Divinyi, autora de Discipline That Works: 5 Simple Steps (Wellness Connection). “O comportamento desafiador é um impulso emocional, não uma ação pensada.”
Quanto mais graves forem os sintomas do TDAH de uma criança, maior é a chance de que ela se comporte de maneira desafiadora. Manter os sintomas sob controle com medicação, terapia cognitivo-comportamental, ou ambos, pode diminuir o comportamento desafiador. O estilo dos pais também tem grande importância na gravidade do desafio de uma criança.
“Os pais deveriam entender que este é um comportamento difícil de resolver”, diz Barkley. “Seu filho está gritando, berrando, empurrando e batendo, e pode chegar ao comportamento destrutivo e, às vezes, à violência. Você pode estar cansado. Pode ter tido um dia difícil no trabalho. Pode ter outro filho que esteja exigindo a sua atenção. Pode ser que você esteja deprimido. Ou também pode ser que você tenha TDAH, e tenha dificuldade de controlar suas próprias emoções.”
Os pais de crianças com TDAH enfrentam essas situações muitas vezes mais do que outros pais, ele acrescenta, e têm mais chance de ceder em algum tempo. É por isso que o treinamento dos pais é tão importante. Ele lhe dá as habilidades, o suporte e a ajuda que você necessita para ser consistente.
Como funcionam os programas de treinamento dos pais
A American Academy of Child and Adolescent Psychiatry reconhece dois tratamentos para o comportamento desafiador – treinamento dos pais e Collaborative Problem Solving (CPS). Como as crianças não desenvolvem as habilidades necessárias para o CPS até os 10 anos ou mais, o treinamento dos pais é provavelmente a melhor opção para crianças mais novas.
A premissa: O comportamento desafiador aparece quando a criança descobre que pode obter o que quiser por meio do mau comportamento. Você diz ao seu filho, “Desligue o vídeo game e vá fazer sua lição de casa,” e ele se recusa a obedecer e discute com você. Se você não mantiver sua postura, você criará a condição para o comportamento desafiador. “Você não precisa punir todas as vezes para fazer valer a pena para ele lutar; só tem de punir algumas vezes,” diz Barkley. Os especialistas chamam este padrão de interação de “o circulo coercitivo”.
Como funciona: A meta do treinamento de pais é quebrar o circulo e ajudar os pais a disciplinar os seus filhos de modo mais eficaz. “Crianças desafiadoras causam estresse na família,” diz Rex Forehand, Ph. D., professor de psicologia na University of Vermont, e coautor de Parenting the Strong-Willed Child (McGraw-Hill). “ Para contornar o comportamento – e eu sei que todo mundo já ouviu isto antes – os pais precisam ser consistentes, estabelecer limites, criar estrutura e ser positivos.
O treinamento de pais ensina a você essas habilidades em duas partes:
1- Você mostra ao seu filho o que você quer dele, dá a ele os incentivos para que se comporte de acordo e reforça o comportamento positivo dando aprovação, elogios, reconhecimento, pontos, presentes e ou recompensas.
2- Você aprende estratégias para corrigir os comportamentos negativos e desafiadores – ignorando os pequenos comportamentos maus e estabelecendo consequências consistentes, como castigos.
O que você aprende: Como dar ordens com autoridade, a usar o castigo eficazmente, a ensinar seu filho a pensar sobre as consequências de suas ações, a elogiar e a criar e usar sistema de recompensas.
(continua)
quinta-feira, 31 de março de 2011
63- Lista dos artigos já publicados no blog
1- Saudações
2- O TDAH e os professores
3- Dicas para a sala de aula
4- Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief
5- Cartilha do Educador
6- Preocupado? Leia isto:
7- Novas Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade
8- Quais são as características ideais de um professor para crianças e adolescentes com TDAH
9- O que os professores devem esperar do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH?
10- Acomodações em classe e auxílios para os alunos com TDAH
11- O que acontece com quem herda a predisposição para o TDAH?
12- O comportamento dos pais em relação aos filhos pode agravar o TDAH?
13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?
14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH
15- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio
16- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio – Dados para as famílias
17- Os sintomas do TDAH
18- TDAH – Sintomas em adultos
19- Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manterem organizados
20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying
21- O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento?
22- Dicas para os pais
23- Vinte e cinco (25) coisas boas do TDAH
24- Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler, escrever e em matemática.
25- Pai de criança com TDAH? Cinco segredos para uma disciplina melhor
26- Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e estudo criando rotinas para seu filho com TDAH
27- Estratégias amigáveis, aprovadas pelos pais, para ajudar crianças com TDAH a fazerem seu trabalho de casa.
28- Acabe com a distração: Melhorando o foco do TDAH em casa e na escola
29- Vinte e sete (27) acomodações que funcionam para o TDAH
30- Risco de depressão e suicídio no TDAH adolescente
31- Dicas de comportamento escolar: Controle do impulso para crianças com TDAH
32- Para os pais de crianças com TDAH
33- TDAH – Sugestões para intervenções do professor
34- Como falar com uma criança ou adolescente sobre o TDAH?
35- Falta conhecimento sobre o TDAH. Isso é grave!
36- Quando mudar de médico
37- Álcool e medicamentos para o TDAH: O que é seguro?
38- Evite a destruição das festas de Natal: Auxílio para crianças com TDAH
39- Medicamentos ou tratamento alternativo para o TDAH?
40- TDAH é uma doença inventada?
41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação
42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro
43- Sete soluções para problemas de sono
44- Reduza a ansiedade naturalmente
45- Memória de trabalho e memória de curto prazo
46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento
47- Simplifique sua vida com o TDAH aprendendo a dizer “não”
48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação
49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH
50- Cecília Meireles – Motivo
51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH
52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH
53- 10 maneiras de arruinar um bom relacionamento
54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade
55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH
56- Lição de casa
57- A perspectiva das crianças que vivem com TDAH
58- TDAH em adultos
59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)
60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva
61- TDAH e dificuldades com matemática: semelhanças cognitivas e intervenções
62- Quando os professores culpam os pais pelo TDAH e pelas dificuldades de aprendizagem do aluno
2- O TDAH e os professores
3- Dicas para a sala de aula
4- Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief
5- Cartilha do Educador
6- Preocupado? Leia isto:
7- Novas Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade
8- Quais são as características ideais de um professor para crianças e adolescentes com TDAH
9- O que os professores devem esperar do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH?
10- Acomodações em classe e auxílios para os alunos com TDAH
11- O que acontece com quem herda a predisposição para o TDAH?
12- O comportamento dos pais em relação aos filhos pode agravar o TDAH?
13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?
14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH
15- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio
16- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio – Dados para as famílias
17- Os sintomas do TDAH
18- TDAH – Sintomas em adultos
19- Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manterem organizados
20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying
21- O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento?
22- Dicas para os pais
23- Vinte e cinco (25) coisas boas do TDAH
24- Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler, escrever e em matemática.
25- Pai de criança com TDAH? Cinco segredos para uma disciplina melhor
26- Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e estudo criando rotinas para seu filho com TDAH
27- Estratégias amigáveis, aprovadas pelos pais, para ajudar crianças com TDAH a fazerem seu trabalho de casa.
28- Acabe com a distração: Melhorando o foco do TDAH em casa e na escola
29- Vinte e sete (27) acomodações que funcionam para o TDAH
30- Risco de depressão e suicídio no TDAH adolescente
31- Dicas de comportamento escolar: Controle do impulso para crianças com TDAH
32- Para os pais de crianças com TDAH
33- TDAH – Sugestões para intervenções do professor
34- Como falar com uma criança ou adolescente sobre o TDAH?
35- Falta conhecimento sobre o TDAH. Isso é grave!
36- Quando mudar de médico
37- Álcool e medicamentos para o TDAH: O que é seguro?
38- Evite a destruição das festas de Natal: Auxílio para crianças com TDAH
39- Medicamentos ou tratamento alternativo para o TDAH?
40- TDAH é uma doença inventada?
41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação
42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro
43- Sete soluções para problemas de sono
44- Reduza a ansiedade naturalmente
45- Memória de trabalho e memória de curto prazo
46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento
47- Simplifique sua vida com o TDAH aprendendo a dizer “não”
48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação
49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH
50- Cecília Meireles – Motivo
51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH
52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH
53- 10 maneiras de arruinar um bom relacionamento
54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade
55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH
56- Lição de casa
57- A perspectiva das crianças que vivem com TDAH
58- TDAH em adultos
59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)
60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva
61- TDAH e dificuldades com matemática: semelhanças cognitivas e intervenções
62- Quando os professores culpam os pais pelo TDAH e pelas dificuldades de aprendizagem do aluno
terça-feira, 29 de março de 2011
62- Quando os Professores Culpam os Pais pelo TDAH e pelas Dificuldades de Aprendizagem do Aluno
O TDAH e a disgrafia do meu filho fizeram com que ele ficasse atrasado na classe tradicional e sua professora culpou-me por aceitar sua dificuldade de aprendizagem. Como encontramos uma escola acolhedora que acomodou suas diferenças. Por Deborah Thorpe
Faço parte de um grande grupo de apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem e TDAH, e o mesmo assunto aparece toda semana: “A escola diz que eu estou incentivando meu filho a ser como ele é”, diz uma mãe. “A professora diz que se eu o disciplinasse mais, ele se sairia melhor”, diz outra mãe. Pais de crianças com dificuldades invisíveis são frequentemente culpados pelas dificuldades delas na escola. Somos alvos fáceis.
É devastador ouvir essas acusações. Muitos de nós gastamos horas pesquisando as dificuldades dos nossos filhos e procurando o médico certo para fazer o diagnóstico e o tratamento dos sintomas. Tentamos explicar esses sintomas para a escola, esperando encontrar as acomodações e o apoio que nossos filhos precisam para serem bem sucedidos. Quando surge uma crise na classe, entretanto, os pais geralmente estão na mira dos professores. Recebi recentemente uma carta, escrita em vermelho, com palavras raivosas, da professora do meu filho, que dizia: “Se ele apenas fizesse o trabalho, não haveria nenhum problema”. Ela se referia ao fato de eu estar permitindo que meu filho ditasse as respostas do seu trabalho de casa para mim.
Entendi a frustração dela. Eu também estava frustrada. Meu filho não queria escrever nada – trabalhos de classe ou tarefa de casa. Ele tem disgrafia, a incapacidade de escrever a mão de modo legível. Para ele, a escrita a mão era uma batalha: Ele demorava uma eternidade para escrever uma simples sentença, e o resultado final parecia uma coisa de bebê. Ele sabia que não poderia se equiparar aos seus colegas de classe.
A psicóloga dele disse que seria melhor para ele não escrever nada do que parecer bobo. Eu concordei, mas não consegui fazer com que a professora compreendesse. Não éramos uma equipe. Logo no início do ano, ela havia me chamado para o que disse ser “uma conversa de mulher para mulher”, e me acusou de prejudicar meu filho. Disse que era minha culpa ele ter problemas para escrever.
Fui tomada pela surpresa e chorei. Comecei a repensar minhas ações. Na semana seguinte, não conseguia pensar em outra coisa. Teria eu realmente causado os problemas do meu filho?
Eu estaria prejudicando e não ajudando?
Foi um alívio falar com a psicóloga do meu filho. Seria eu uma má influência? Perguntei. “Não”, ela disse. Eu não tinha impedido que meu filho superasse as dificuldades que ele enfrenta. Um pai se torna desesperado e amedrontado quando sua criança não vai bem nos estudos, ela explicou, mas a ajuda que eu dei a ele foi uma acomodação legítima para uma criança com disgrafia. A escola insistiu, entretanto, que ele fizesse tudo por si mesmo, não importando o tempo que levasse. Eles forçariam uma criança em cadeira de rodas a participar de uma aula de ginástica normal?
Um amigo, que recentemente conquistou seu PhD, estudou crianças com artrite reumatoide juvenil e descobriu que as que tinham a doença crônica precisavam de um “facilitador” – alguém que garantisse que a criança tivesse o que fosse necessário e que a protegesse quando fosse o caso. Sem essa pessoa vital, sua doença – e sua qualidade de vida – piorava.
Eu sou essa pessoa para o meu filho. Eu torno o seu campo de batalha justo para ele, de modo que ele queira lutar e não fique acovardado.
Mudando a vida dele
Aquele dia está chegando. Nos últimos dois anos ele frequentou uma escola privada que permitiu que ele não escrevesse no primeiro ano e que focalizasse em suas potencialidades. Ele atingiu as metas em escrita por meio de desenhos de histórias em quadrinhos, algo em que ele é bom e que gosta de fazer. Participou de uma competição de Lego, e seus trabalhos artísticos foram expostos num show de arte local. Ele interessou-se por fotografia. Também ensinamos a ele como escrever num teclado, algo que sua escola antiga deveria ter insistido que ele aprendesse.
Neste ano ele está fazendo mais trabalhos escritos, incluindo um sobre ciências. Ele já não se opõe mais a fazer seus trabalhos. De fato, recentemente ele até recusou um convite para ir até a casa de um amigo, porque tinha um trabalho escolar a ser feito.
Entendo por que as escolas querem que nossas crianças sejam pessoas responsáveis e produtivas, mas quando uma criança não acompanha, a “solução” é às vezes a repetição ou o fracasso escolar. Essa abordagem de “um tamanho serve para todos” é danosa para nossas crianças com dificuldades. No início, eu pensava ser a única vítima dessa culpa mal posta. Não era. Agora eu me importo por todos os outros pais que trabalham tão duro quanto eu para garantir a independência e o sucesso acadêmico de nossos filhos. Facilitar, no melhor sentido, pode ser uma coisa boa para nossas crianças.
Extraído de hoagiesgifted.com, por Deborah Thorpe
ADDitude, Spring 2011 issue.
Faço parte de um grande grupo de apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem e TDAH, e o mesmo assunto aparece toda semana: “A escola diz que eu estou incentivando meu filho a ser como ele é”, diz uma mãe. “A professora diz que se eu o disciplinasse mais, ele se sairia melhor”, diz outra mãe. Pais de crianças com dificuldades invisíveis são frequentemente culpados pelas dificuldades delas na escola. Somos alvos fáceis.
É devastador ouvir essas acusações. Muitos de nós gastamos horas pesquisando as dificuldades dos nossos filhos e procurando o médico certo para fazer o diagnóstico e o tratamento dos sintomas. Tentamos explicar esses sintomas para a escola, esperando encontrar as acomodações e o apoio que nossos filhos precisam para serem bem sucedidos. Quando surge uma crise na classe, entretanto, os pais geralmente estão na mira dos professores. Recebi recentemente uma carta, escrita em vermelho, com palavras raivosas, da professora do meu filho, que dizia: “Se ele apenas fizesse o trabalho, não haveria nenhum problema”. Ela se referia ao fato de eu estar permitindo que meu filho ditasse as respostas do seu trabalho de casa para mim.
Entendi a frustração dela. Eu também estava frustrada. Meu filho não queria escrever nada – trabalhos de classe ou tarefa de casa. Ele tem disgrafia, a incapacidade de escrever a mão de modo legível. Para ele, a escrita a mão era uma batalha: Ele demorava uma eternidade para escrever uma simples sentença, e o resultado final parecia uma coisa de bebê. Ele sabia que não poderia se equiparar aos seus colegas de classe.
A psicóloga dele disse que seria melhor para ele não escrever nada do que parecer bobo. Eu concordei, mas não consegui fazer com que a professora compreendesse. Não éramos uma equipe. Logo no início do ano, ela havia me chamado para o que disse ser “uma conversa de mulher para mulher”, e me acusou de prejudicar meu filho. Disse que era minha culpa ele ter problemas para escrever.
Fui tomada pela surpresa e chorei. Comecei a repensar minhas ações. Na semana seguinte, não conseguia pensar em outra coisa. Teria eu realmente causado os problemas do meu filho?
Eu estaria prejudicando e não ajudando?
Foi um alívio falar com a psicóloga do meu filho. Seria eu uma má influência? Perguntei. “Não”, ela disse. Eu não tinha impedido que meu filho superasse as dificuldades que ele enfrenta. Um pai se torna desesperado e amedrontado quando sua criança não vai bem nos estudos, ela explicou, mas a ajuda que eu dei a ele foi uma acomodação legítima para uma criança com disgrafia. A escola insistiu, entretanto, que ele fizesse tudo por si mesmo, não importando o tempo que levasse. Eles forçariam uma criança em cadeira de rodas a participar de uma aula de ginástica normal?
Um amigo, que recentemente conquistou seu PhD, estudou crianças com artrite reumatoide juvenil e descobriu que as que tinham a doença crônica precisavam de um “facilitador” – alguém que garantisse que a criança tivesse o que fosse necessário e que a protegesse quando fosse o caso. Sem essa pessoa vital, sua doença – e sua qualidade de vida – piorava.
Eu sou essa pessoa para o meu filho. Eu torno o seu campo de batalha justo para ele, de modo que ele queira lutar e não fique acovardado.
Mudando a vida dele
Aquele dia está chegando. Nos últimos dois anos ele frequentou uma escola privada que permitiu que ele não escrevesse no primeiro ano e que focalizasse em suas potencialidades. Ele atingiu as metas em escrita por meio de desenhos de histórias em quadrinhos, algo em que ele é bom e que gosta de fazer. Participou de uma competição de Lego, e seus trabalhos artísticos foram expostos num show de arte local. Ele interessou-se por fotografia. Também ensinamos a ele como escrever num teclado, algo que sua escola antiga deveria ter insistido que ele aprendesse.
Neste ano ele está fazendo mais trabalhos escritos, incluindo um sobre ciências. Ele já não se opõe mais a fazer seus trabalhos. De fato, recentemente ele até recusou um convite para ir até a casa de um amigo, porque tinha um trabalho escolar a ser feito.
Entendo por que as escolas querem que nossas crianças sejam pessoas responsáveis e produtivas, mas quando uma criança não acompanha, a “solução” é às vezes a repetição ou o fracasso escolar. Essa abordagem de “um tamanho serve para todos” é danosa para nossas crianças com dificuldades. No início, eu pensava ser a única vítima dessa culpa mal posta. Não era. Agora eu me importo por todos os outros pais que trabalham tão duro quanto eu para garantir a independência e o sucesso acadêmico de nossos filhos. Facilitar, no melhor sentido, pode ser uma coisa boa para nossas crianças.
Extraído de hoagiesgifted.com, por Deborah Thorpe
ADDitude, Spring 2011 issue.
terça-feira, 15 de março de 2011
61- TDAH e Dificuldades com Matemática: Semelhanças Cognitivas e Intervenções
Os estudos indicam que entre 4 e 7% da população em idade escolar apresentam algum tipo de dificuldade com matemática, e que 26% das crianças com TDAH têm uma dificuldade específica com matemática.
Em crianças com TDAH foram descobertas fraquezas da memória de trabalho que promovem as dificuldades com os problemas que envolvem a manipulação da informação verbal e não verbal..
Pesquisas recentes focalizaram a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com matemática, especificamente aritmética, algoritmos do conhecimento e resolução de problemas.
Swanson e Beebe-Fraser descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribui para a dificuldade de solucionar problemas matemáticos de palavras mais do que o processamento fonológico isolado. Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado com as dificuldades em matemática e o TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades de resolver problemas aritméticos, algorítmicos e matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade de bloquear os estímulos estranhos para a memória de trabalho.
A pesquisa focalizou uma variedade de intervenções na tentativa de encontrar um modo de instruir melhor as crianças com TDAH e dificuldades de matemática.
Acompanhamento, reforço no uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são quatro métodos que podem ajudar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.
Amy Platt.
Em crianças com TDAH foram descobertas fraquezas da memória de trabalho que promovem as dificuldades com os problemas que envolvem a manipulação da informação verbal e não verbal..
Pesquisas recentes focalizaram a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com matemática, especificamente aritmética, algoritmos do conhecimento e resolução de problemas.
Swanson e Beebe-Fraser descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribui para a dificuldade de solucionar problemas matemáticos de palavras mais do que o processamento fonológico isolado. Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado com as dificuldades em matemática e o TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades de resolver problemas aritméticos, algorítmicos e matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade de bloquear os estímulos estranhos para a memória de trabalho.
A pesquisa focalizou uma variedade de intervenções na tentativa de encontrar um modo de instruir melhor as crianças com TDAH e dificuldades de matemática.
Acompanhamento, reforço no uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são quatro métodos que podem ajudar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.
Amy Platt.
terça-feira, 8 de março de 2011
60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva
Introdução
Embora o diagnóstico de TDAH seja baseado nos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a evidência sugere que crianças com TDAH também apresentam significativas deficiências cognitivas em áreas que são essenciais para o funcionamento diário, tanto na escola quanto em casa. Especificamente, pesquisas indicam que crianças com TDAH frequentemente têm problemas em:
• funções executivas (por exemplo, o planejamento de um projeto, manter a atenção na tarefa, ignorando informações irrelevantes)
• memória de trabalho (que é muitas vezes considerada uma função executiva)
• a velocidade de processamento (crianças com TDAH processam as informações de forma mais lenta do que seus pares)
No entanto, é importante notar que muitos desses processos cognitivos são frequentemente inter-relacionados. Por exemplo, problemas na memória de trabalho podem afetar negativamente outras funções executivas, ou velocidade de processamento lenta pode reduzir a habilidade de recordar e organizar as informações.
Quanto mais nova ou complexa uma tarefa, maior será a necessidade de funções executivas. Tarefas exigentes podem incluir aprender a conduzir um carro pela primeira vez ou escrever uma redação.
Funções executivas
As funções executivas contribuem tanto para o processamento dinâmico, bem sucedido, em tempo real, de momento a momento, da informação, quanto das ações de autor-regulação que ocorrem durante um longo período de tempo (como o planejamento e tomada de decisão).
Uma das maneiras mais fáceis de entender o impacto de momento a momento das funções executivas no comportamento é pensar sobre o papel do maestro de uma orquestra. Uma orquestra é composta de muitos tipos diferentes de instrumentos (oboé, clarinete, violino, e assim por diante) e cada um desses instrumentos pode ser tocado de forma independente. O papel do maestro é dinamicamente integrar e organizar os vários elementos da orquestra, de momento a momento, para alcançar a sua meta em relação à peça musical. Da mesma forma, são as funções executivas do cérebro que organizam as ações em curso e as emoções do indivíduo para guiar o comportamento intencional de momento a momento. Assim, os indivíduos com deficiências da função executiva muitas vezes têm falta de organização e de foco, e têm dificuldade de adaptar-se com flexibilidade para o contexto ou situação.
Para entender o papel que desempenham as funções executivas no comportamento de um indivíduo que ocorre em períodos de tempo mais longos, pense sobre o papel do executivo-chefe (CEO) em uma grande corporação. O CEO funciona como principal tomador de decisão, organizando, planejando, orientando e integrando as diversas ações e decisões dos departamentos das empresas. Da mesma forma, as funções executivas organizam as ações e as emoções de um indivíduo para controlar o comportamento intencional, como o planejamento, tomada de decisão e monitoramento dos resultados. As funções executivas podem ser divididas em diferentes subfunções e cada um contribui para a capacidade de um indivíduo a agir de uma dirigida e intencional modo objetivo. Estas subfunções incluem a capacidade de um indivíduo para:
• representar ou identificar um problema,
• desenvolver planos e executá-los,
• organizar a si mesmo e às atividades,
• inibir ações e regular as emoções,
• resistir a distrações e controlar a atenção,
• automonitorar-se e auto-avaliar pensamentos e ações.
Os pesquisadores examinaram uma série destas subfunções inter-relacionadas em crianças e adultos e descobriram que a capacidade das crianças para exibir funções executivas (por exemplo, ações de autorregularão e comportamento), melhora durante o desenvolvimento. No entanto, mesmo crianças muito jovens podem apresentar funções executivas, tais como a capacidade de inibir uma ação ou regular as emoções. (continua na próxima postagem) http://research.aboutkidshealth.ca/teachadhd/abc/chapter3/document_view
Embora o diagnóstico de TDAH seja baseado nos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a evidência sugere que crianças com TDAH também apresentam significativas deficiências cognitivas em áreas que são essenciais para o funcionamento diário, tanto na escola quanto em casa. Especificamente, pesquisas indicam que crianças com TDAH frequentemente têm problemas em:
• funções executivas (por exemplo, o planejamento de um projeto, manter a atenção na tarefa, ignorando informações irrelevantes)
• memória de trabalho (que é muitas vezes considerada uma função executiva)
• a velocidade de processamento (crianças com TDAH processam as informações de forma mais lenta do que seus pares)
No entanto, é importante notar que muitos desses processos cognitivos são frequentemente inter-relacionados. Por exemplo, problemas na memória de trabalho podem afetar negativamente outras funções executivas, ou velocidade de processamento lenta pode reduzir a habilidade de recordar e organizar as informações.
Quanto mais nova ou complexa uma tarefa, maior será a necessidade de funções executivas. Tarefas exigentes podem incluir aprender a conduzir um carro pela primeira vez ou escrever uma redação.
Funções executivas
As funções executivas contribuem tanto para o processamento dinâmico, bem sucedido, em tempo real, de momento a momento, da informação, quanto das ações de autor-regulação que ocorrem durante um longo período de tempo (como o planejamento e tomada de decisão).
Uma das maneiras mais fáceis de entender o impacto de momento a momento das funções executivas no comportamento é pensar sobre o papel do maestro de uma orquestra. Uma orquestra é composta de muitos tipos diferentes de instrumentos (oboé, clarinete, violino, e assim por diante) e cada um desses instrumentos pode ser tocado de forma independente. O papel do maestro é dinamicamente integrar e organizar os vários elementos da orquestra, de momento a momento, para alcançar a sua meta em relação à peça musical. Da mesma forma, são as funções executivas do cérebro que organizam as ações em curso e as emoções do indivíduo para guiar o comportamento intencional de momento a momento. Assim, os indivíduos com deficiências da função executiva muitas vezes têm falta de organização e de foco, e têm dificuldade de adaptar-se com flexibilidade para o contexto ou situação.
Para entender o papel que desempenham as funções executivas no comportamento de um indivíduo que ocorre em períodos de tempo mais longos, pense sobre o papel do executivo-chefe (CEO) em uma grande corporação. O CEO funciona como principal tomador de decisão, organizando, planejando, orientando e integrando as diversas ações e decisões dos departamentos das empresas. Da mesma forma, as funções executivas organizam as ações e as emoções de um indivíduo para controlar o comportamento intencional, como o planejamento, tomada de decisão e monitoramento dos resultados. As funções executivas podem ser divididas em diferentes subfunções e cada um contribui para a capacidade de um indivíduo a agir de uma dirigida e intencional modo objetivo. Estas subfunções incluem a capacidade de um indivíduo para:
• representar ou identificar um problema,
• desenvolver planos e executá-los,
• organizar a si mesmo e às atividades,
• inibir ações e regular as emoções,
• resistir a distrações e controlar a atenção,
• automonitorar-se e auto-avaliar pensamentos e ações.
Os pesquisadores examinaram uma série destas subfunções inter-relacionadas em crianças e adultos e descobriram que a capacidade das crianças para exibir funções executivas (por exemplo, ações de autorregularão e comportamento), melhora durante o desenvolvimento. No entanto, mesmo crianças muito jovens podem apresentar funções executivas, tais como a capacidade de inibir uma ação ou regular as emoções. (continua na próxima postagem) http://research.aboutkidshealth.ca/teachadhd/abc/chapter3/document_view
segunda-feira, 7 de março de 2011
59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)
Um jornalista costuma dizer que o "futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes". Parece-me uma boa definição... Essa importância paradoxal, no entanto, atinge cada vez mais as áreas verdadeiramente "importantes" da vida. O caso mais recente, e cansativamente comentado, refere-se ao jogador santista Neymar, seu ex-técnico Dorival Júnior e o Santos Futebol Clube. Temos, portanto, dois funcionários, hierarquicamente distintos, e uma instituição quase centenária. Os fatos todos conhecem: desrespeito do jogador, punição do técnico, não aceitação da instituição, demissão do técnico, "vida normal" ao jogador. As discussões sobre esse caso se desdobraram em interessantes questões. Talvez a mais importante delas esteja na ideia de que faltou disciplina ao jogador. E aqui está uma palavra que nos últimos tempos está sendo carregada de sentidos pejorativos e perigosos.
Disciplina pode ser entendida como obediência, como respeito (moral) e até mesmo como "força de vontade". Nos dois primeiros significados (pois o terceiro é pouco usado), a disciplina passou a ser negativa: ela tolhe a criatividade, a liberdade, o vínculo afetivo, a jovialidade (já que pais e filhos não cumprem mais seus papéis sociais,mas são meros amigos que moram juntos, e que possuem "quase" a mesma idade - moral, comportamental, consumidora). Por que obedecer? O que respeitar? Neymar é mais talentoso que Dorival; Neymar ganha mais e gera mais lucros ao clube que lhe paga; Neymar é ídolo, Dorival não. Neymar sofreu o pênalti... é justo que ele queira bater; por que ele tem que obedecer seu treinador?
É isso que aconteceu com a disciplina. De virtude, tornou-se vício, repressor e opositor ao talento. E é isso também que ocorre diariamente nas salas de aula. Os alunos não precisam obedecer... eles são mais importantes que os professores, eles geram lucros para as instituições educativas, eles, se infelizmente não forem professores, ganharão mais que seus mestres. Eles serão Neymar! E o que será feito?
A escola precisa recordar seu papel primordial de, na ausência da instituição família, por exemplo, educar moralmente seus alunos. Uma pessoa alfabetizada moralmente aplica princípios, pois não há regras para todas as situações. O princípio não diz o que fazer, mas inspira uma conduta. O princípio do dia é a disciplina. A mesma que faltou a Neymar, que não obedeceu e respeitou seu treinador; a mesma que faltou a Dorival, que não ensinou a disciplina a seus atletas em inúmeras situações anteriores; a mesma que também faltou à instituição Santos F.C., que refugou à hipótese de disciplinar seu jogador mais importante.
O futebol precisa de talento e de disciplina. A educação também!
Prof. João Marcello Almeida
Historiador e Pedagogo, Professor do Colégio São Luiz/SP
Publicado em http://www.aprendercrianca.com.br/
Disciplina pode ser entendida como obediência, como respeito (moral) e até mesmo como "força de vontade". Nos dois primeiros significados (pois o terceiro é pouco usado), a disciplina passou a ser negativa: ela tolhe a criatividade, a liberdade, o vínculo afetivo, a jovialidade (já que pais e filhos não cumprem mais seus papéis sociais,mas são meros amigos que moram juntos, e que possuem "quase" a mesma idade - moral, comportamental, consumidora). Por que obedecer? O que respeitar? Neymar é mais talentoso que Dorival; Neymar ganha mais e gera mais lucros ao clube que lhe paga; Neymar é ídolo, Dorival não. Neymar sofreu o pênalti... é justo que ele queira bater; por que ele tem que obedecer seu treinador?
É isso que aconteceu com a disciplina. De virtude, tornou-se vício, repressor e opositor ao talento. E é isso também que ocorre diariamente nas salas de aula. Os alunos não precisam obedecer... eles são mais importantes que os professores, eles geram lucros para as instituições educativas, eles, se infelizmente não forem professores, ganharão mais que seus mestres. Eles serão Neymar! E o que será feito?
A escola precisa recordar seu papel primordial de, na ausência da instituição família, por exemplo, educar moralmente seus alunos. Uma pessoa alfabetizada moralmente aplica princípios, pois não há regras para todas as situações. O princípio não diz o que fazer, mas inspira uma conduta. O princípio do dia é a disciplina. A mesma que faltou a Neymar, que não obedeceu e respeitou seu treinador; a mesma que faltou a Dorival, que não ensinou a disciplina a seus atletas em inúmeras situações anteriores; a mesma que também faltou à instituição Santos F.C., que refugou à hipótese de disciplinar seu jogador mais importante.
O futebol precisa de talento e de disciplina. A educação também!
Prof. João Marcello Almeida
Historiador e Pedagogo, Professor do Colégio São Luiz/SP
Publicado em http://www.aprendercrianca.com.br/
domingo, 6 de março de 2011
58- TDAH em adultos
Algumas pessoas com TDAH continuam a ser desatentas, desorganizadas, impulsivas e temperamentais na vida adulta. Embora adultos com TDAH possam obter significativo sucesso na vida, as pesquisas mostram que os adultos com TDAH correm maior risco de resultados negativos. Em comparação aos seus colegas sem TDAH, os adultos com TDAH tendem a:
§ Ter rendimentos significativamente menores e sofrer níveis mais elevados de estresse do que adultos sem TDAH com níveis equivalentes de educação.
§ Ter menor posição hierárquica no emprego.
§ Ter problemas emocionais e sociais mais graves.
§ Ter maiores taxas de divórcio.
§ Ter uma autoimagem menos positiva.
Além disso, adultos com TDAH podem ter maior dificuldade no papel de pais, especialmente se forem pais de uma ou mais crianças que também tenham TDAH. Alguns pais com TDAH podem ter dificuldade em aderir a esquemas e a rotinas e podem sentir dificuldade de acrescentar mais itens à sua rotina diária.
Do ponto de vista do professor, pais com TDAH podem representar desafios para a comunicação entre a escola e a família. Veja a lista:
Lista: Possíveis Desafios de Comunicação com os Pais que têm TDAH
Desatenção:
Podem esquecer-se de assinar documentos, permissões e as tarefas de casa.
Podem perder partes da conversa entre professor e pais.
Podem não seguir planos elaborados em conjunto com a escola.
Podem chegar atrasados para a reunião com os professores, ou no dia errado.
Impulsividade/hiperatividade:
Podem dominar a conversa ou interromper frequentemente a entrevista de pais e professor.
Podem bater o lápis, esfregar as mãos ou mudar frequentemente de posição durante a entrevista de pais com o professor.
Podem parecer impacientes, irritados, ou desinteressados.
Outros problemas relativos ao TDAH:
Podem tratar cada incidente envolvendo seu filho como uma grave crise.
Podem não conseguir modular a voz ou o tom durante a entrevista, podendo parecer bravos, irritados, acusadores etc.
As seguintes propostas foram feitas aos professores que trabalham com pais que podem ter TDAH:
• Não julguem e somente discutam os tipos de comportamento (acadêmicos ou sociais) que estão prejudicando o desempenho da criança na sala de aulas.
• Lembrem-se de que os sintomas do TDAH não são “ruins” mas que interferem no aprendizado e no sucesso acadêmico do aluno.
• Forneçam aos pais um resumo escrito ou uma breve conversa sobre os pontos chave de uma reunião e revejam os passos chave do plano de ação.
• Peçam aos pais informações sobre o que eles fazem para ajudar a criança em casa (por exemplo, estratégias que funcionam) ou informações sobre os tipos de atividades que a criança demonstra ser capaz de gostar.
• Trabalhem em equipe. Criem estruturas que ajudem vocês e os pais a lidar com situações comuns (por exemplo, devolver livros ou trabalhos). Perguntem aos pais o que seria melhor para eles ou o que encaixaria com as suas rotinas já existentes.
• Se os pais estiverem interessados, encaminhem-nos para os recursos e apoios (tais como os recursos da comunidade, livros e sítios da internet) que possam fornecer-lhes mais informação sobre os cuidados paternos para uma criança com TDAH.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
57- A Perspectiva das Crianças que Vivem com TDAH
Uma área importante e relativamente negligenciada da pesquisa sobre TDAH é a de como as crianças com o transtorno sentem suas vidas. Como o objetivo essencial do tratamento do TDAH vai além da redução dos sintomas, para melhorar a qualidade de vida das crianças em casa, na escola e com os amigos, é muito importante aprender como as crianças com TDAH sentem suas vidas . O que torna isso especialmente verdadeiro é que a percepção que as crianças têm de si mesmas pode ser muito diferente da opinião dos seus professores e dos seus pais.
A pequena quantidade de pesquisa nesta área trouxe resultados variados. Quando foram examinados os relatos dos pais, as crianças com TDAH tinham qualidade de vida mais baixa do que as crianças com outras doenças mentais e as que tinham outras doenças crônicas, como asma. Entretanto, quando os pesquisadores avaliaram os relatos das próprias crianças, alguns encontraram qualidade de vida mais baixa do que os colegas sem TDAH, enquanto outros não encontraram nenhuma diferença.
Também é o caso de um conjunto de pesquisas que identificou o que alguns pesquisadores chamam de “viés positivo ilusório”, em jovens com TDAH, pelo qual eles fornecem relatos positivos inesperados sobre sua própria competência. E alguns pesquisadores indicaram que a maioria das crianças com TDAH superestimou sua competência no domínio do seu maior déficit. Nesses estudos, os relatos dos pais e ou dos professores foram tidos como reveladores da competência real das crianças, e os relatos das crianças que excediam esses níveis foram tidos como reveladores das avaliações não realistas das crianças.
Estudos anteriores não examinaram cuidadosamente o que realmente significam as discrepâncias na avaliação da competência e nos relatos de qualidade de vida entre as crianças com TDAH e seus pais. Entretanto, esta é uma questão importante a ser esclarecida. Esta questão foi uma das que foram estudadas em recente pesquisa publicada com o título ‘The Child's Experience of ADHD’, que apareceu em número recente do Journal of Attention Disorders [Sciberras et al., (2010)]. The child's experience of ADHD. Journal of Attention Disorders, publicado online em Dezembro, 2010].
Os participantes eram 47 jovens de 8 a 18 anos de idade, diagnosticados com TDAH, e seus pais. Quarenta e cinco eram masculinos e somente duas eram femininas. Todos foram recrutados dos ambulatórios clínicos do Royal Children's Hospital em Melbourne, Austrália. Durante o estudo, aproximadamente 90% estavam sendo tratados com medicação estimulante.
Para saber sobre as percepções das crianças e dos pais sobre a qualidade de vida das crianças, os participantes completaram o Pediatric Quality of Life Inventory, uma lista de 23 itens para medir a qualidade de vida em seis domínios: físico, emocional, social, escolar, psicossocial e de funcionamento geral. Esta é uma medida bem estabelecida e validada da qualidade de vida da criança. Os pais também completaram uma escala de avaliação do comportamento para indicar a gravidade dos sintomas e dos problemas de comportamento dos seus filhos.
Além disso, as crianças completaram o Harter Self-Perception Profile for Children. Ele avalia os sentimentos das crianças a respeito de sua própria competência em seis domínios: competência escolástica, aceitação social, aparência física, conduta comportamental e auto avaliação global.
Finalmente, as crianças completaram um teste denominado 'What am I like?' (Como eu sou?) que foi planejado para avaliar sua visão a respeito de seus sintomas e comportamentos. Uma amostra dos itens inclui 'Tenho muita energia', 'Tenho TDAH', 'Tomar remédio me ajuda', 'Acho que sou burro', 'Poderei ser o que eu quiser quando crescer'. Para cada item, as crianças marcavam se concordavam ou discordavam em uma escala de 4 pontos. Como é evidente pelos exemplos, os itens cobriam uma variedade de assuntos, indo da consciência dos sintomas e dificuldades, a sentimentos sobre o uso de medicação e o otimismo quanto ao futuro.
- Resultados -
O resultado mais surpreendente deste estudo foi que em todos os domínios de qualidade de vida, exceto para o ´físico´, as crianças informaram taxas maiores de qualidade de vida do que os seus pais. Estas diferenças não eram somente estatisticamente significantes, mas também eram de grande magnitude. Então, está claro que as crianças com TDAH relatam que se sentem muito melhor em relação à sua vida acadêmica, social e emocional do que imaginam os seus pais.
Na busca do entendimento do significado das diferenças entre as taxas de qualidade de vida da criança e dos seus pais, os pesquisadores focalizaram o domínio social, porque ele refletia a escala mais ampla de qualidade de vida. Nessa escala, 77% das crianças relataram qualidade de vida maior do que seus pais. Interessante que não houve nenhuma diferença na gravidade do TDAH ou dos sintomas oposicionistas entre as crianças que relataram valores maiores em contraste com as que relataram valores menores de qualidade de vida neste domínio, em relação aos seus pais. Entretanto, as crianças que relataram menores taxas de qualidade de vida do que seus pais mostraram valores mais baixos na escala de auto-avaliação global do Harter Self-Perception Profile for Children.
Resultados do 'Como eu sou?' também forneceram achados interessantes. A maioria das crianças, isto é, ao menos 70%, concordaram com a afirmação que indicava a consciência de comportamentos hiperativos, desatentos e impulsivos. Por exemplo, 76% das crianças concordaram que tinham dificuldade de se concentrar. Então, a maioria das crianças concordava em admitir suas dificuldades nessas áreas.
Uma porcentagem significativa de crianças também admitiu ter preocupação em áreas relacionadas. Assim, 44% sentiam que os problemas em sua família eram por sua culpa, 53% sentiam que elas perturbavam sua classe, 32% sentiam que eram ´burras´, e 46% relataram que ´se preocupavam muito´.
Apesar desses achados, muitas crianças concordaram com as afirmações que traziam otimismo sobre si mesmo e seu futuro. Assim, 79% pensavam que seu TDAH ´ficaria melhor´ e que elas poderiam ´ser o que eu quiser quando eu crescer´. Mais de 60% pensavam que podiam ´aprender as coisas rapidamente´, 66% pensavam que eram ´legais´ e 83% concordavam em que ´acompanhavam as outras crianças´.
Os resultados específicos para o TDAH e seu tratamento também foram interessantes. A maioria (70%) não se importava em ter de tomar medicação, 85% concordavam que a medicação os ajudava, e somente 20% relataram preocupação sobre 'os comprimidos poderem causar dano'. Quarenta e quatro por cento estavam preocupados ´por ter TDAH´ e somente 23% concordavam que TDAH é uma ´doença´.
- Resumo e Implicações -
Os resultados deste estudo fornecem fortes evidências de que os jovens com TDAH tendem a ver suas vidas de modo mais positive do que os seus pais. Alguns pesquisadores sugeriram que isto reflete um 'viés positivo ilusório' por parte das crianças com TDAH que serve uma importante função autoprotetora, mas que pode prejudicar sua motivação para superar dificuldades importantes em suas vidas. Em outras palavras, estas visões mais positivas podem ser um problema em vez de uma ´proteção´.
Por outro lado, esses autores verificaram que crianças com taxas de qualidade de vida menos positivas do que a dos seus pais tinham significativamente menor autovalorização, o que sugere afetos negativos associados com a visão menos positiva de suas vidas. Claramente, não é possível aprender deste estudo sozinho quais são as possíveis implicações do fato de jovens com TDAH terem maior tendência a relatar qualidade de vida mais positiva do que os seus pais, e o significado destas discrepâncias certamente irá variar entre os pares individuais de pais e filhos. Como os autores notam, mais pesquisa sobre esse assunto é necessária, seguindo as crianças por mais tempo, para entender melhor o possível significado das discrepâncias que eles encontraram.
Apesar das taxas de qualidade de vida mais positivas, não é o caso de jovens com TDAH estarem alheios a suas dificuldades. A maioria admitiu dificuldades ligadas ao núcleo dos sintomas do TDAH e uma substancial minoria relatou sentimentos de preocupação, culpando-se pelas dificuldades da família, sentindo-se burra e percebendo que atrapalhavam as aulas. Isto ressalta a importância de avaliar cuidadosamente estes tipos de problemas, porque preocupações dessa natureza certamente deverão ser resolvidas no tratamento da criança.
Uma descoberta que eu achei surpreendente foi a de que uma pequena porcentagem de jovens – somente 23% - via o TDAH como uma doença. A concepção do TDAH como um transtorno com importantes aspectos biológicos é certamente a visão predominante no campo, mas isto não parece ser consistente com quantas crianças veem sua condição. Seria certamente interessante saber o que as crianças acreditam que seja o TDAH, e eu não sei de pesquisa que tenha examinado este assunto básico.
Há várias limitações neste estudo que foram admitidas pelos autores. Em primeiro lugar, as amostras eram quase somente do sexo masculino, e em que extensão esses achados podem ser aplicados às meninas não está claro. Em segundo lugar, a amostra foi relativamente pequena, baseada mais na clínica do que na comunidade, e foi recrutada de uma só região geográfica. Em que extensão estes achados se aplicam a uma amostra mais representativa de jovens com TDAH é incerto.
Seria também interessante se os autores comparassem os achados para os jovens de acordo com sua medicação, para saber se a autopercepção poderia ser influenciada pelo tratamento. A idade dos participantes, 8-18, é também muito ampla e o exame da autopercepção em grupos com idade mais estreitamente definida permitiria estudar as mudanças na autopercepção promovidas pelo desenvolvimento.
Finalmente, e mais importante, não há nenhum grupo comparativa de jovens com TDAH neste estudo. Assim, em que extensão a percepção da qualidade de vida difere entre os jovens com e sem TDAH não pôde ser determinada.
Embora estas limitações sejam todas importantes, os achados deste trabalho certamente sugerem um número interessante e importante de perguntas a ser respondido em pesquisa subsequente, O estudo também fornece um valioso lembrete do valor da atenção às experiências de vida das crianças com TDAH e como elas veem essas experiências.
David Rabiner, Ph.D. Associate Research Professor Dept. of Psychology & Neuroscience Duke University - Durham, NC 27708
A pequena quantidade de pesquisa nesta área trouxe resultados variados. Quando foram examinados os relatos dos pais, as crianças com TDAH tinham qualidade de vida mais baixa do que as crianças com outras doenças mentais e as que tinham outras doenças crônicas, como asma. Entretanto, quando os pesquisadores avaliaram os relatos das próprias crianças, alguns encontraram qualidade de vida mais baixa do que os colegas sem TDAH, enquanto outros não encontraram nenhuma diferença.
Também é o caso de um conjunto de pesquisas que identificou o que alguns pesquisadores chamam de “viés positivo ilusório”, em jovens com TDAH, pelo qual eles fornecem relatos positivos inesperados sobre sua própria competência. E alguns pesquisadores indicaram que a maioria das crianças com TDAH superestimou sua competência no domínio do seu maior déficit. Nesses estudos, os relatos dos pais e ou dos professores foram tidos como reveladores da competência real das crianças, e os relatos das crianças que excediam esses níveis foram tidos como reveladores das avaliações não realistas das crianças.
Estudos anteriores não examinaram cuidadosamente o que realmente significam as discrepâncias na avaliação da competência e nos relatos de qualidade de vida entre as crianças com TDAH e seus pais. Entretanto, esta é uma questão importante a ser esclarecida. Esta questão foi uma das que foram estudadas em recente pesquisa publicada com o título ‘The Child's Experience of ADHD’, que apareceu em número recente do Journal of Attention Disorders [Sciberras et al., (2010)]. The child's experience of ADHD. Journal of Attention Disorders, publicado online em Dezembro, 2010].
Os participantes eram 47 jovens de 8 a 18 anos de idade, diagnosticados com TDAH, e seus pais. Quarenta e cinco eram masculinos e somente duas eram femininas. Todos foram recrutados dos ambulatórios clínicos do Royal Children's Hospital em Melbourne, Austrália. Durante o estudo, aproximadamente 90% estavam sendo tratados com medicação estimulante.
Para saber sobre as percepções das crianças e dos pais sobre a qualidade de vida das crianças, os participantes completaram o Pediatric Quality of Life Inventory, uma lista de 23 itens para medir a qualidade de vida em seis domínios: físico, emocional, social, escolar, psicossocial e de funcionamento geral. Esta é uma medida bem estabelecida e validada da qualidade de vida da criança. Os pais também completaram uma escala de avaliação do comportamento para indicar a gravidade dos sintomas e dos problemas de comportamento dos seus filhos.
Além disso, as crianças completaram o Harter Self-Perception Profile for Children. Ele avalia os sentimentos das crianças a respeito de sua própria competência em seis domínios: competência escolástica, aceitação social, aparência física, conduta comportamental e auto avaliação global.
Finalmente, as crianças completaram um teste denominado 'What am I like?' (Como eu sou?) que foi planejado para avaliar sua visão a respeito de seus sintomas e comportamentos. Uma amostra dos itens inclui 'Tenho muita energia', 'Tenho TDAH', 'Tomar remédio me ajuda', 'Acho que sou burro', 'Poderei ser o que eu quiser quando crescer'. Para cada item, as crianças marcavam se concordavam ou discordavam em uma escala de 4 pontos. Como é evidente pelos exemplos, os itens cobriam uma variedade de assuntos, indo da consciência dos sintomas e dificuldades, a sentimentos sobre o uso de medicação e o otimismo quanto ao futuro.
- Resultados -
O resultado mais surpreendente deste estudo foi que em todos os domínios de qualidade de vida, exceto para o ´físico´, as crianças informaram taxas maiores de qualidade de vida do que os seus pais. Estas diferenças não eram somente estatisticamente significantes, mas também eram de grande magnitude. Então, está claro que as crianças com TDAH relatam que se sentem muito melhor em relação à sua vida acadêmica, social e emocional do que imaginam os seus pais.
Na busca do entendimento do significado das diferenças entre as taxas de qualidade de vida da criança e dos seus pais, os pesquisadores focalizaram o domínio social, porque ele refletia a escala mais ampla de qualidade de vida. Nessa escala, 77% das crianças relataram qualidade de vida maior do que seus pais. Interessante que não houve nenhuma diferença na gravidade do TDAH ou dos sintomas oposicionistas entre as crianças que relataram valores maiores em contraste com as que relataram valores menores de qualidade de vida neste domínio, em relação aos seus pais. Entretanto, as crianças que relataram menores taxas de qualidade de vida do que seus pais mostraram valores mais baixos na escala de auto-avaliação global do Harter Self-Perception Profile for Children.
Resultados do 'Como eu sou?' também forneceram achados interessantes. A maioria das crianças, isto é, ao menos 70%, concordaram com a afirmação que indicava a consciência de comportamentos hiperativos, desatentos e impulsivos. Por exemplo, 76% das crianças concordaram que tinham dificuldade de se concentrar. Então, a maioria das crianças concordava em admitir suas dificuldades nessas áreas.
Uma porcentagem significativa de crianças também admitiu ter preocupação em áreas relacionadas. Assim, 44% sentiam que os problemas em sua família eram por sua culpa, 53% sentiam que elas perturbavam sua classe, 32% sentiam que eram ´burras´, e 46% relataram que ´se preocupavam muito´.
Apesar desses achados, muitas crianças concordaram com as afirmações que traziam otimismo sobre si mesmo e seu futuro. Assim, 79% pensavam que seu TDAH ´ficaria melhor´ e que elas poderiam ´ser o que eu quiser quando eu crescer´. Mais de 60% pensavam que podiam ´aprender as coisas rapidamente´, 66% pensavam que eram ´legais´ e 83% concordavam em que ´acompanhavam as outras crianças´.
Os resultados específicos para o TDAH e seu tratamento também foram interessantes. A maioria (70%) não se importava em ter de tomar medicação, 85% concordavam que a medicação os ajudava, e somente 20% relataram preocupação sobre 'os comprimidos poderem causar dano'. Quarenta e quatro por cento estavam preocupados ´por ter TDAH´ e somente 23% concordavam que TDAH é uma ´doença´.
- Resumo e Implicações -
Os resultados deste estudo fornecem fortes evidências de que os jovens com TDAH tendem a ver suas vidas de modo mais positive do que os seus pais. Alguns pesquisadores sugeriram que isto reflete um 'viés positivo ilusório' por parte das crianças com TDAH que serve uma importante função autoprotetora, mas que pode prejudicar sua motivação para superar dificuldades importantes em suas vidas. Em outras palavras, estas visões mais positivas podem ser um problema em vez de uma ´proteção´.
Por outro lado, esses autores verificaram que crianças com taxas de qualidade de vida menos positivas do que a dos seus pais tinham significativamente menor autovalorização, o que sugere afetos negativos associados com a visão menos positiva de suas vidas. Claramente, não é possível aprender deste estudo sozinho quais são as possíveis implicações do fato de jovens com TDAH terem maior tendência a relatar qualidade de vida mais positiva do que os seus pais, e o significado destas discrepâncias certamente irá variar entre os pares individuais de pais e filhos. Como os autores notam, mais pesquisa sobre esse assunto é necessária, seguindo as crianças por mais tempo, para entender melhor o possível significado das discrepâncias que eles encontraram.
Apesar das taxas de qualidade de vida mais positivas, não é o caso de jovens com TDAH estarem alheios a suas dificuldades. A maioria admitiu dificuldades ligadas ao núcleo dos sintomas do TDAH e uma substancial minoria relatou sentimentos de preocupação, culpando-se pelas dificuldades da família, sentindo-se burra e percebendo que atrapalhavam as aulas. Isto ressalta a importância de avaliar cuidadosamente estes tipos de problemas, porque preocupações dessa natureza certamente deverão ser resolvidas no tratamento da criança.
Uma descoberta que eu achei surpreendente foi a de que uma pequena porcentagem de jovens – somente 23% - via o TDAH como uma doença. A concepção do TDAH como um transtorno com importantes aspectos biológicos é certamente a visão predominante no campo, mas isto não parece ser consistente com quantas crianças veem sua condição. Seria certamente interessante saber o que as crianças acreditam que seja o TDAH, e eu não sei de pesquisa que tenha examinado este assunto básico.
Há várias limitações neste estudo que foram admitidas pelos autores. Em primeiro lugar, as amostras eram quase somente do sexo masculino, e em que extensão esses achados podem ser aplicados às meninas não está claro. Em segundo lugar, a amostra foi relativamente pequena, baseada mais na clínica do que na comunidade, e foi recrutada de uma só região geográfica. Em que extensão estes achados se aplicam a uma amostra mais representativa de jovens com TDAH é incerto.
Seria também interessante se os autores comparassem os achados para os jovens de acordo com sua medicação, para saber se a autopercepção poderia ser influenciada pelo tratamento. A idade dos participantes, 8-18, é também muito ampla e o exame da autopercepção em grupos com idade mais estreitamente definida permitiria estudar as mudanças na autopercepção promovidas pelo desenvolvimento.
Finalmente, e mais importante, não há nenhum grupo comparativa de jovens com TDAH neste estudo. Assim, em que extensão a percepção da qualidade de vida difere entre os jovens com e sem TDAH não pôde ser determinada.
Embora estas limitações sejam todas importantes, os achados deste trabalho certamente sugerem um número interessante e importante de perguntas a ser respondido em pesquisa subsequente, O estudo também fornece um valioso lembrete do valor da atenção às experiências de vida das crianças com TDAH e como elas veem essas experiências.
David Rabiner, Ph.D. Associate Research Professor Dept. of Psychology & Neuroscience Duke University - Durham, NC 27708
sábado, 5 de fevereiro de 2011
56- Lição de casa
Diminua as brigas por causa do estudo e das lições de casa por meio de rotinas para o seu filho com TDAH. Por Vicki Siegel
Voltar às aulas significa voltar às lições de casa. Significa também brigas, lágrimas e frustração, porque o trabalho de casa exige mais disciplina e consistência do que muitas crianças com TDAH (ou qualquer criança, afinal) conseguem ter. Mas você pode tornar as tarefas de casa mais fáceis criando uma rotina baseada com três perguntas fundamentais: Quando? Onde? Como?
1. Quando?
• Determine um horário para os trabalhos de casa para todos os dias.
Faça isso de acordo com o temperamento do seu filho. Talvez ele esteja no seu melhor momento logo depois de chegar da escola, ou pode ser que seja uma hora depois. Evite as noites, que para a maioria das crianças é uma hora ruim.
• Seja consistente no dia a dia.
Se depois das atividades escolares for impossível o trabalho, afixe um plano diário ou um calendário semanal na sua cozinha, incluindo os horários de início e de término para cada dia.
• Determine o tempo necessário para completar as tarefas sem correria, baseado no nível de rendimento do seu filho e na história a respeito de completar as tarefas.
• Avise com antecedência sobre a hora das tarefas. Isto é importante, porque as crianças com TDAH não mudam facilmente de uma atividade para outra – especialmente de brincadeiras para trabalho. Você deve dizer, “Você pode brincar por mais 15 minutos, então venha fazer seus deveres de casa”.
2. Onde?
• Ajude seu filho a escolher um lugar de trabalho em casa. Tente a mesa da cozinha, onde ele pode espalhar o material. Ou talvez sua criança prefira sentar-se numa escrivaninha num local silencioso.
• Tente ficar longe de eletrônicos (TV, CD player). Mas se sua criança fica mais concentrada com algum ruído baixo, tente alguma música suave de fundo.
• Fique por perto (se possível). Crianças com TDAH ficam mais concentradas quando você estiver por perto. Se o seu filho precisar ir ao banheiro, lembre-o de que deve voltar logo em seguida. Quando ele sair do banheiro, lembre-o de que deve retornar ao seu trabalho.
3. Como?
• Estabeleça regras. Organize e imprima uma lista que especifique: horário de início e do fim; lugar; quando fazer pausas e por quanto tempo; e que você estará por perto para ajudar a entender as tarefas determinadas, a permanecer organizado e para dar apoio – mas não faça a lição de casa para o seu filho. Evite brigas – calmamente mostre-lhe as Regras.
• Ajude-o a começar. Certifique-se de que seu filho sabe qual é o trabalho e como fazê-lo. Ofereça assistência que seja de acordo com seu estilo de aprender. Para um processador verbal, leia as instruções para ele e faça-o ler em voz alta; para um processador visual, mostre-lhe como usar um marca-texto e marcadores coloridos para realçar as palavras chave e as frases importantes.
• Mantenha-o ocupado. Se o seu filho tenta parar antes de terminar, encoraje-o a continuar um pouco mais, e lembre-o de que haverá uma pausa logo mais.
• Faça uma pausa. Crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem podem ficar cansadas por causa da distração, dos desafios da concentração, da frustração e da inquietação. Ajude seu filho a se recuperar, fazendo pausas curtas frequentes.
• Corrija ao final. Revise o trabalho do seu filho para ver se está completo. Se o seu filho sempre demora mais tempo do que o combinado, fale com o professor para ver se ele concorda em diminuir a quantidade de trabalho de casa.
• Elogie. Cumprimente seu filho quando ele ficar trabalhando, com atenção, quando for criativo etc. Seja específico. Diga, por exemplo, “Eu gosto do jeito com que você se concentra neste problema e insiste até que ele esteja resolvido.” Faça um carinho nele ou dê-lhe um abraço na metade da tarefa, também.
• Premie. É correto dar um premio para motivar. Para uma criança pequena, tente um tempo a mais para brincar, um lanche preferido ou um jogo, ou uma história especial lida em voz alta; para uma criança maior, um programa de TV favorito, um tempo a mais no computador, ou no telefone.
• Persista. Uma nova rotina de tarefas de casa requer sólido compromisso. Leva de um a três meses para que uma rotina se torne um hábito – até mesmo mais tempo para uma pessoa com TDAH. Mas a recompensa será disciplina, autocontrole e sucesso na aquisição de habilidades.
Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
Voltar às aulas significa voltar às lições de casa. Significa também brigas, lágrimas e frustração, porque o trabalho de casa exige mais disciplina e consistência do que muitas crianças com TDAH (ou qualquer criança, afinal) conseguem ter. Mas você pode tornar as tarefas de casa mais fáceis criando uma rotina baseada com três perguntas fundamentais: Quando? Onde? Como?
1. Quando?
• Determine um horário para os trabalhos de casa para todos os dias.
Faça isso de acordo com o temperamento do seu filho. Talvez ele esteja no seu melhor momento logo depois de chegar da escola, ou pode ser que seja uma hora depois. Evite as noites, que para a maioria das crianças é uma hora ruim.
• Seja consistente no dia a dia.
Se depois das atividades escolares for impossível o trabalho, afixe um plano diário ou um calendário semanal na sua cozinha, incluindo os horários de início e de término para cada dia.
• Determine o tempo necessário para completar as tarefas sem correria, baseado no nível de rendimento do seu filho e na história a respeito de completar as tarefas.
• Avise com antecedência sobre a hora das tarefas. Isto é importante, porque as crianças com TDAH não mudam facilmente de uma atividade para outra – especialmente de brincadeiras para trabalho. Você deve dizer, “Você pode brincar por mais 15 minutos, então venha fazer seus deveres de casa”.
2. Onde?
• Ajude seu filho a escolher um lugar de trabalho em casa. Tente a mesa da cozinha, onde ele pode espalhar o material. Ou talvez sua criança prefira sentar-se numa escrivaninha num local silencioso.
• Tente ficar longe de eletrônicos (TV, CD player). Mas se sua criança fica mais concentrada com algum ruído baixo, tente alguma música suave de fundo.
• Fique por perto (se possível). Crianças com TDAH ficam mais concentradas quando você estiver por perto. Se o seu filho precisar ir ao banheiro, lembre-o de que deve voltar logo em seguida. Quando ele sair do banheiro, lembre-o de que deve retornar ao seu trabalho.
3. Como?
• Estabeleça regras. Organize e imprima uma lista que especifique: horário de início e do fim; lugar; quando fazer pausas e por quanto tempo; e que você estará por perto para ajudar a entender as tarefas determinadas, a permanecer organizado e para dar apoio – mas não faça a lição de casa para o seu filho. Evite brigas – calmamente mostre-lhe as Regras.
• Ajude-o a começar. Certifique-se de que seu filho sabe qual é o trabalho e como fazê-lo. Ofereça assistência que seja de acordo com seu estilo de aprender. Para um processador verbal, leia as instruções para ele e faça-o ler em voz alta; para um processador visual, mostre-lhe como usar um marca-texto e marcadores coloridos para realçar as palavras chave e as frases importantes.
• Mantenha-o ocupado. Se o seu filho tenta parar antes de terminar, encoraje-o a continuar um pouco mais, e lembre-o de que haverá uma pausa logo mais.
• Faça uma pausa. Crianças com TDAH e com Dificuldades de Aprendizagem podem ficar cansadas por causa da distração, dos desafios da concentração, da frustração e da inquietação. Ajude seu filho a se recuperar, fazendo pausas curtas frequentes.
• Corrija ao final. Revise o trabalho do seu filho para ver se está completo. Se o seu filho sempre demora mais tempo do que o combinado, fale com o professor para ver se ele concorda em diminuir a quantidade de trabalho de casa.
• Elogie. Cumprimente seu filho quando ele ficar trabalhando, com atenção, quando for criativo etc. Seja específico. Diga, por exemplo, “Eu gosto do jeito com que você se concentra neste problema e insiste até que ele esteja resolvido.” Faça um carinho nele ou dê-lhe um abraço na metade da tarefa, também.
• Premie. É correto dar um premio para motivar. Para uma criança pequena, tente um tempo a mais para brincar, um lanche preferido ou um jogo, ou uma história especial lida em voz alta; para uma criança maior, um programa de TV favorito, um tempo a mais no computador, ou no telefone.
• Persista. Uma nova rotina de tarefas de casa requer sólido compromisso. Leva de um a três meses para que uma rotina se torne um hábito – até mesmo mais tempo para uma pessoa com TDAH. Mas a recompensa será disciplina, autocontrole e sucesso na aquisição de habilidades.
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sábado, 29 de janeiro de 2011
55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH
Use estas seis estratégias para auxiliar os estudantes com déficit de atenção e reter a informação e a se lembrar do que aprenderam.
Por Sandra Rief
Crianças com TDAH e dificuldades de aprendizagem geralmente têm problemas para se lembrar e para reter a informação ensinada em classe. Para melhorar suas habilidades de memória, ajude-as a criar ligações e associações visuais, auditivas e conceituais entre as partes da informação. Eis aqui seis maneiras para fazer isso:
1. Desenhe ou imagine figuras relativas à informação que precisa ser memorizada.
Como a memória é reforçada por exagero, emoção, ação e cor, quanto mais ridícula e detalhada for a imagem, melhor. Para ajudar um estudante com déficit de atenção a lembrar-se do significado de uma palavra, faça um desenho de algo que seja o mais semelhante ao seu significado ou que tenha sonoridade parecida. Veja dicionários de sinônimos.
Use dispositivos mnemônicos
2. Ensine estratégias de memorização.
Alguns sistemas mnemônicos populares incluem HOMES (os Grandes Lagos: Huron, Ontario, Michigan, Erie, e Superior) e Dead Monsters Smell Bad. Faça adaptações para o português.
3. Crie acrósticos ou sentenças completas.
“Every Good Boy Does Fine” é uma maneira excelente de ajudar as crianças com TDAH a se lembrar da sequência de linhas na clave aguda (música) (EGBDF) (Mi, Sol, Si, Ré, Fá). Faça adaptações para o português.
Transforme em música
4. Tente melodia e ritmo para ensinar uma série ou sequência.
Há raps, rimas, e canções para ajudar os estudantes com déficit de atenção a memorizar as tabelas de multiplicação (tabuada), dias da semana, presidentes da república etc.
5. Use músicas criadas especialmente para ensinar o conteúdo relativo à série ( ou ano escolar).
Procure na internet o material em lígua portuguesa.
Continue o processo por meio de perguntas
6. Após a aula, faça os estudantes com TDAH escrever uma lista das coisas de que eles se lembram.
Peça a eles que o façam o mais rápido que puderem, para aumentar a recuperação dos fatos memorizados.
Adapatado com permissão de sandrarief.com, How to Reach & Teach Children with ADD/ADHD, Second Edition, Copyright 2005, and The ADD/ADHD Checklist, Second Edition, Copyright 2008, by Sandra F. Rief.
Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
Por Sandra Rief
Crianças com TDAH e dificuldades de aprendizagem geralmente têm problemas para se lembrar e para reter a informação ensinada em classe. Para melhorar suas habilidades de memória, ajude-as a criar ligações e associações visuais, auditivas e conceituais entre as partes da informação. Eis aqui seis maneiras para fazer isso:
1. Desenhe ou imagine figuras relativas à informação que precisa ser memorizada.
Como a memória é reforçada por exagero, emoção, ação e cor, quanto mais ridícula e detalhada for a imagem, melhor. Para ajudar um estudante com déficit de atenção a lembrar-se do significado de uma palavra, faça um desenho de algo que seja o mais semelhante ao seu significado ou que tenha sonoridade parecida. Veja dicionários de sinônimos.
Use dispositivos mnemônicos
2. Ensine estratégias de memorização.
Alguns sistemas mnemônicos populares incluem HOMES (os Grandes Lagos: Huron, Ontario, Michigan, Erie, e Superior) e Dead Monsters Smell Bad. Faça adaptações para o português.
3. Crie acrósticos ou sentenças completas.
“Every Good Boy Does Fine” é uma maneira excelente de ajudar as crianças com TDAH a se lembrar da sequência de linhas na clave aguda (música) (EGBDF) (Mi, Sol, Si, Ré, Fá). Faça adaptações para o português.
Transforme em música
4. Tente melodia e ritmo para ensinar uma série ou sequência.
Há raps, rimas, e canções para ajudar os estudantes com déficit de atenção a memorizar as tabelas de multiplicação (tabuada), dias da semana, presidentes da república etc.
5. Use músicas criadas especialmente para ensinar o conteúdo relativo à série ( ou ano escolar).
Procure na internet o material em lígua portuguesa.
Continue o processo por meio de perguntas
6. Após a aula, faça os estudantes com TDAH escrever uma lista das coisas de que eles se lembram.
Peça a eles que o façam o mais rápido que puderem, para aumentar a recuperação dos fatos memorizados.
Adapatado com permissão de sandrarief.com, How to Reach & Teach Children with ADD/ADHD, Second Edition, Copyright 2005, and The ADD/ADHD Checklist, Second Edition, Copyright 2008, by Sandra F. Rief.
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011
54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade
Adolescentes com déficit de atenção estarão aptos para a faculdade se aprenderem estas cinco habilidades no ensino médio. Por Ben Mitchell
Seu filho adolescente com TDAH pretende ir para a faculdade? Ele está pronto para fazer a transição do ensino médio? De acordo com o Departamento de Estatísticas da Educação, dos Estados Unidos, somente 54% de todos os estudantes que vão para a faculdade recebem o diploma ao final de seis anos. De acordo com Segundo Estudo Nacional de Transição Longitudinal, somente 28% dos estudantes que entram na faculdade com transtornos diagnosticados, incluindo dislexia e TDAH, completam seu curso. Embora boas notas no ensino médio sejam indicadores de sucesso, outros fatores são importantes para o sucesso na faculdade.
Foram identificadas cinco áreas que parecem influenciar no sucesso acadêmico na faculdade.
Habilidades acadêmicas: A habilidade para ler e escrever com pouca assistência.
Seu filho deve ser capaz de ler um número de páginas num livro de texto e entender o que o autor está dizendo. Deve ser capaz de escrever um texto bem organizado usando duas ou mais fontes. Deve ter também um sistema de tomar notas na aula e de preparar-se para as provas. Crianças com diagnóstico de dificuldade de aprendizagem devem passar por uma avaliação psico-educacional no primeiro ou no segundo ano do ensino médio, para se conhecer seu potencial acadêmico.
Auto-advocacia: A habilidade de solicitar e lutar por serviços e apoio.
Estudantes universitários são adultos, e, portanto, precisam advogar para si mesmos e solicitar os serviços de apoio e as acomodações de que necessitam. Um estudo mostra que 75% dos estudantes que se qualificam nunca utilizam os serviços oferecidos pelas faculdades.
Função executiva: A habilidade de administrar os compromissos, organizar os livros e o material, e de gerenciar o tempo.
De acordo com um levantamento conjunto, em 2007, conduzido pelo Landmark College, em associação com a Association on Higher Education and Disability, um estudante que tem problemas de função executiva tem menos probabilidade de obter sucesso na faculdade do que um estudante que não consegue ler.
Funções executivas é o processo cognitivo que organiza os pensamentos e as atividades, dá prioridade a tarefas, gerencia o tempo eficientemente e toma decisões. Um treinador para TDAH pode ajudar os estudantes a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determinar as ações necessárias para o andamento de cada projeto.
Autoconhecimento: Consciência do potencial para a aprendizagem e dos desafios.
Estudantes neurologicamente normais serão beneficiados pelo conhecimento do seu perfil de aprendizagem, mas isso é essencial para estudantes com dificuldades de aprendizagem ou TDAH. Você e seu adolescente devem se reunir com o psicólogo ou neuropsicólogo que conduziu os testes – ou outro profissional qualificado – para receber uma explicação sobre os resultados dos testes psicopedagógicos, assim como das estratégias para a aprendizagem.
Motivação e confiança: A habilidade de estabelecer metas claras e acreditar que elas podem ser alcançadas.
Muitos estudantes que não ingressam na faculdade, ou que a abandonam, são incapazes de se imaginar terminando uma formação universitária. Estudantes universitários que gostariam de estar em algum outro lugar – trabalhando, freqüentando uma escola de comércio ou viajando pelo exterior – são menos capazes de tirar vantagem dos recursos necessários para obter um diploma universitário. Estudantes que têm insegurança e duvidam de suas capacidades, ou que não acreditam que possam fazer o trabalho, desistem.
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Seu filho adolescente com TDAH pretende ir para a faculdade? Ele está pronto para fazer a transição do ensino médio? De acordo com o Departamento de Estatísticas da Educação, dos Estados Unidos, somente 54% de todos os estudantes que vão para a faculdade recebem o diploma ao final de seis anos. De acordo com Segundo Estudo Nacional de Transição Longitudinal, somente 28% dos estudantes que entram na faculdade com transtornos diagnosticados, incluindo dislexia e TDAH, completam seu curso. Embora boas notas no ensino médio sejam indicadores de sucesso, outros fatores são importantes para o sucesso na faculdade.
Foram identificadas cinco áreas que parecem influenciar no sucesso acadêmico na faculdade.
Habilidades acadêmicas: A habilidade para ler e escrever com pouca assistência.
Seu filho deve ser capaz de ler um número de páginas num livro de texto e entender o que o autor está dizendo. Deve ser capaz de escrever um texto bem organizado usando duas ou mais fontes. Deve ter também um sistema de tomar notas na aula e de preparar-se para as provas. Crianças com diagnóstico de dificuldade de aprendizagem devem passar por uma avaliação psico-educacional no primeiro ou no segundo ano do ensino médio, para se conhecer seu potencial acadêmico.
Auto-advocacia: A habilidade de solicitar e lutar por serviços e apoio.
Estudantes universitários são adultos, e, portanto, precisam advogar para si mesmos e solicitar os serviços de apoio e as acomodações de que necessitam. Um estudo mostra que 75% dos estudantes que se qualificam nunca utilizam os serviços oferecidos pelas faculdades.
Função executiva: A habilidade de administrar os compromissos, organizar os livros e o material, e de gerenciar o tempo.
De acordo com um levantamento conjunto, em 2007, conduzido pelo Landmark College, em associação com a Association on Higher Education and Disability, um estudante que tem problemas de função executiva tem menos probabilidade de obter sucesso na faculdade do que um estudante que não consegue ler.
Funções executivas é o processo cognitivo que organiza os pensamentos e as atividades, dá prioridade a tarefas, gerencia o tempo eficientemente e toma decisões. Um treinador para TDAH pode ajudar os estudantes a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determinar as ações necessárias para o andamento de cada projeto.
Autoconhecimento: Consciência do potencial para a aprendizagem e dos desafios.
Estudantes neurologicamente normais serão beneficiados pelo conhecimento do seu perfil de aprendizagem, mas isso é essencial para estudantes com dificuldades de aprendizagem ou TDAH. Você e seu adolescente devem se reunir com o psicólogo ou neuropsicólogo que conduziu os testes – ou outro profissional qualificado – para receber uma explicação sobre os resultados dos testes psicopedagógicos, assim como das estratégias para a aprendizagem.
Motivação e confiança: A habilidade de estabelecer metas claras e acreditar que elas podem ser alcançadas.
Muitos estudantes que não ingressam na faculdade, ou que a abandonam, são incapazes de se imaginar terminando uma formação universitária. Estudantes universitários que gostariam de estar em algum outro lugar – trabalhando, freqüentando uma escola de comércio ou viajando pelo exterior – são menos capazes de tirar vantagem dos recursos necessários para obter um diploma universitário. Estudantes que têm insegurança e duvidam de suas capacidades, ou que não acreditam que possam fazer o trabalho, desistem.
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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
53- 10 Maneiras de Arruinar um Bom Relacionamento
Adultos com TDAH devem evitar estes erros comuns, para proteger e conservar importantes relacionamentos na vida. [Minha opinião é a de que, diante de um relacionamento tão tumultuado, por que não viver sozinho? Melhor do que mal acompanhado.]
por Antony Amen , Sharon Johnson
Se você for como muitos adultos com TDAH, seus relacionamentos nem sempre serão fáceis. Você precisa se esforçar na comunicação, organização e no controle da raiva diariamente. A seguir, você encontrará as dicas de nosso especialista para construir relacionamentos TDAH mais estáveis...
Desrespeite a Outra Pessoa
1- Viole a confiança. Desse modo, muitos relacionamentos – entre parceiros com e sem TDAH – terminam depois de uma grave violação da confiança, como um caso amoroso. Mágoas atuais, mesmo as pequenas, podem crescer fora de proporção só porque elas nos fazem lembrar os traumas mais graves do passado. Esforce-se com seu parceiro no perdão e estabeleça um plano para prevenir problemas futuros.
2- Ignore a outra pessoa. Um modo garantido de acabar com um relacionamento é diminuir ou desprezar a outra pessoa, especialmente se ela ou ele tiver dificuldade de lidar com sintomas de transtorno de déficit de atenção. Infelizmente, muitas pessoas usam essas formas de controle negativo para obter o controle de um relacionamento e não entendem como elas podem destruir as bases. Adultos com TDAH e seus cônjuges devem, ambos, proteger o relacionamento por meio do reforço da auto-estima da outra pessoa.
3- Culpe a outra pessoa. Muitas pessoas deixam de assumir responsabilidades e gastam um tempo enorme culpando o outro pessoa pelas dificuldades do relacionamento. Seja proativo e trabalhe com seu parceiro para que ele possa ver as coisas do seu ponto de vista. Procure as coisas que você pode fazer para construir um melhor relacionamento, em vez de esperar pelo seu parceiro.
Veja o lado negativo
4- Fique preso no buraco. Quando os relacionamentos se tornam desgastados ou chatos, eles se tornam vulneráveis. Como os adultos com TDAH se tornam facilmente chateados, fique longe “dessa mesma coisa velha” e procure maneiras novas e diferentes de trazer vida aos seus relacionamentos.
5- Deixe de ver o lado bom. Esposos de adultos com TDAH lhe dirão que é muito fácil notar o que você não gosta em um relacionamento, mas é preciso um esforço real para notar o que você faz. Quando você gasta mais tempo prestando atenção nos aspectos positivos do seu relacionamento, é mais provável que você veja um aumento dos comportamentos positivos.
Comunique-se mal
6- Comunique-se errado. Não entender claramente a outra pessoa, tirar conclusões apressadas ou ler a mente podem arruinar um bom relacionamento. Adultos com TDAH devem tirar um tempo para realmente ouvir e entender claramente as coisas que a outra pessoa diz. Não reaja ao que você pensa que o outro disse, pergunte a ele o que quis realmente dizer e, então, formule sua resposta.
7- Mostre falta de empatia. A muitas pessoas – com e sem TDAH – falta conhecimento ou desejo de entender as coisas do ponto de vista da outra pessoa. Esta atitude egoista destroi o equilíbrio critico que é necessário para o desenvolvimento de uma ligação íntima. Fale com seu parceiro e aprenda que o cérebro TDAH trabalha de modo diferente. Façam estratégias de como vocês poderão trabalhar juntos para entender o ponto de vista um do outro.
8- Evite o conflito. Sempre que você cede a outra pessoa para evitar uma briga, você joga fora um pouco do seu poder. Se você fizer isso repetidamente, você começará a odiar seu relacionamento. Adultos com déficit de atenção precisam brigar pelo que acham certo – é melhor para o relacionamento.
Não invista no relacionamento
9- Não arrume tempo. Infelizmente, o tempo gasto em relacionamentos importantes geralmente é a primeira coisa que se perde nas nossas vidas atribuladas. Especialmente para os adultos TDAH com problemas de atenção, as distrações diárias geralmente interferem na qualidade do tempo gasto com as pessoas amadas. Faça um investimento de tempo para os seus relacionamentos especiais e isso produzirá dividendos nos anos vindouros.
10- Considere o relacionamento estabelecido. Relacionamentos precisam de cuidados constantes e sofrem quando você não faz deles uma prioridade. Focalize no que vocês dois querem numa relação e então imaginem um plano para conseguir isso. De tempos em tempos, adultos com TDAH podem precisar de ser lembrados desse plano e seus esposos podem precisar do desejo de revisá-los, conforme necessário.
Copyright © 1998 - 2010 New Hope Media LLC.
por Antony Amen , Sharon Johnson
Se você for como muitos adultos com TDAH, seus relacionamentos nem sempre serão fáceis. Você precisa se esforçar na comunicação, organização e no controle da raiva diariamente. A seguir, você encontrará as dicas de nosso especialista para construir relacionamentos TDAH mais estáveis...
Desrespeite a Outra Pessoa
1- Viole a confiança. Desse modo, muitos relacionamentos – entre parceiros com e sem TDAH – terminam depois de uma grave violação da confiança, como um caso amoroso. Mágoas atuais, mesmo as pequenas, podem crescer fora de proporção só porque elas nos fazem lembrar os traumas mais graves do passado. Esforce-se com seu parceiro no perdão e estabeleça um plano para prevenir problemas futuros.
2- Ignore a outra pessoa. Um modo garantido de acabar com um relacionamento é diminuir ou desprezar a outra pessoa, especialmente se ela ou ele tiver dificuldade de lidar com sintomas de transtorno de déficit de atenção. Infelizmente, muitas pessoas usam essas formas de controle negativo para obter o controle de um relacionamento e não entendem como elas podem destruir as bases. Adultos com TDAH e seus cônjuges devem, ambos, proteger o relacionamento por meio do reforço da auto-estima da outra pessoa.
3- Culpe a outra pessoa. Muitas pessoas deixam de assumir responsabilidades e gastam um tempo enorme culpando o outro pessoa pelas dificuldades do relacionamento. Seja proativo e trabalhe com seu parceiro para que ele possa ver as coisas do seu ponto de vista. Procure as coisas que você pode fazer para construir um melhor relacionamento, em vez de esperar pelo seu parceiro.
Veja o lado negativo
4- Fique preso no buraco. Quando os relacionamentos se tornam desgastados ou chatos, eles se tornam vulneráveis. Como os adultos com TDAH se tornam facilmente chateados, fique longe “dessa mesma coisa velha” e procure maneiras novas e diferentes de trazer vida aos seus relacionamentos.
5- Deixe de ver o lado bom. Esposos de adultos com TDAH lhe dirão que é muito fácil notar o que você não gosta em um relacionamento, mas é preciso um esforço real para notar o que você faz. Quando você gasta mais tempo prestando atenção nos aspectos positivos do seu relacionamento, é mais provável que você veja um aumento dos comportamentos positivos.
Comunique-se mal
6- Comunique-se errado. Não entender claramente a outra pessoa, tirar conclusões apressadas ou ler a mente podem arruinar um bom relacionamento. Adultos com TDAH devem tirar um tempo para realmente ouvir e entender claramente as coisas que a outra pessoa diz. Não reaja ao que você pensa que o outro disse, pergunte a ele o que quis realmente dizer e, então, formule sua resposta.
7- Mostre falta de empatia. A muitas pessoas – com e sem TDAH – falta conhecimento ou desejo de entender as coisas do ponto de vista da outra pessoa. Esta atitude egoista destroi o equilíbrio critico que é necessário para o desenvolvimento de uma ligação íntima. Fale com seu parceiro e aprenda que o cérebro TDAH trabalha de modo diferente. Façam estratégias de como vocês poderão trabalhar juntos para entender o ponto de vista um do outro.
8- Evite o conflito. Sempre que você cede a outra pessoa para evitar uma briga, você joga fora um pouco do seu poder. Se você fizer isso repetidamente, você começará a odiar seu relacionamento. Adultos com déficit de atenção precisam brigar pelo que acham certo – é melhor para o relacionamento.
Não invista no relacionamento
9- Não arrume tempo. Infelizmente, o tempo gasto em relacionamentos importantes geralmente é a primeira coisa que se perde nas nossas vidas atribuladas. Especialmente para os adultos TDAH com problemas de atenção, as distrações diárias geralmente interferem na qualidade do tempo gasto com as pessoas amadas. Faça um investimento de tempo para os seus relacionamentos especiais e isso produzirá dividendos nos anos vindouros.
10- Considere o relacionamento estabelecido. Relacionamentos precisam de cuidados constantes e sofrem quando você não faz deles uma prioridade. Focalize no que vocês dois querem numa relação e então imaginem um plano para conseguir isso. De tempos em tempos, adultos com TDAH podem precisar de ser lembrados desse plano e seus esposos podem precisar do desejo de revisá-los, conforme necessário.
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