segunda-feira, 27 de julho de 2015

Mulheres, Hormônios, e TDAH (414)

A gravidade dos sintomas do TDAH varia durante o ciclo da mulher. Saiba o que fazer para lidar com esses sintomas. Por Laura Flynn McCarthy.

Os sintomas do seu TDAH pioram em alguns dias do mês?

Seu raciocínio fica um pouco confuso na semana anterior à sua regra?

No meio do ciclo você é eficiente e organizada?

Os médicos que tratam mulheres com TDAH notaram uma correlação entre os sintomas do TDAH e as flutuações hormonais, não só mensalmente, mas por toda a vida da mulher.

"A idade média do diagnóstico para as mulheres com TDAH, que não foram diagnosticadas quando crianças, é de 36 a 38 anos", diz Patricia Quinn, M.D., diretora do National Center for Girls and Women with AD/HD (Centro Nacional para Meninas e Mulheres com TDAH) e autora de Understanding Women with ADHD (Compreendendo as Mulheres com TDAH). "Antes desse tempo, meninas e mulheres geralmente são mal diagnosticadas como tendo depressão ou transtorno de ansiedade. Mesmo que isso seja uma condição secundária, o tratamento dela não chega à raiz do problema, que é o TDAH.

Quando os médicos diagnosticam meninas e mulheres com TDAH, eles raramente levam em conta as flutuações hormonais ao fazer o plano de tratamento. Mas, os profissionais estão aprendendo cada vez mais sobre as conexões entre os hormônios e o TDAH. A seguir, analisaremos quatro estágios da vida da mulher - da puberdade até a menopausa - e descreveremos o que está acontecendo com os hormônios, dando meios de controlar os sintomas.

TDAH e Adolescência

Megan, residente em Iowa, USA, foi diagnosticada com a forma desatenta do TDAH quando tinha 10 anos de idade. Foi tratada com uma dose baixa de Adderal e foi bem nos estudos. As coisas mudaram quando Megan fez 12 anos e passou para o sétimo ano. Os hormônios produzidos pelo início da puberdade, junto às demandas da escola de nível médio, foram excessivos para que ela desse conta de suportar.

"Ela se atrasava para as aulas, esquecia de levar os livros para casa e demorava três horas para fazer as tarefas de casa, geralmente esquecendo de entregá-las na escola", lembra-se sua mãe, Susan. "Não sabíamos se o problema dela era devido a piora do TDAH, às mudanças hormonais, ao fato de ter trocado de classe e ter de lidar com seis professores diferentes, ou a uma combinação de todas essas coisas".

O médico de Megan falou para a mãe dela que, quando as meninas atingem a puberdade, elas metabolizam a medicação para o TDAH mais rapidamente. Assim, ele aumentou as dosagem de Megan. "Nos três anos seguintes, tentamos 10 drogas diferentes, em várias dosagens." Disse Susan. "As concentrações mais altas da medicação fizeram Megan emagrecer e não promoveram nenhuma melhora, então, paramos com as medicações."

Embora aumentar as doses de medicação algumas vezes ajuda os meninos quando os sintomas do seu TDAH pioram, "a experiência clínica sugere que esta abordagem geralmente falha para as garotas adolescentes", diz Quinn.

Por meio de tentativa e erro, Megan, agora com 15 anos, encontrou um modo de controlar os sintomas: uma pequena dose diária de Metadate e suplementos com óleo de peixe. "Ela não deixou de fazer nenhum trabalho escolar em um ano", diz Susan. "Ela se matriculou em cursos mais desafiadores no colegial, e está muito mais feliz. E, agora que está um pouco mais velha, não se sente incomodada de conversar sobre o que está acontecendo com seu corpo. Quando fica irritada, geniosa ou esquecida naqueles dois ou três dias do mês, posso perguntar a ela: Você está menstruada? Se ela diz que sim, sei que preciso pegar menos pesado com ela."

Efeitos Hormonais sobre o TDAH

A tempestade de hormônios, que leva à rebeldia e aos comportamentos de risco dos adolescentes, tem efeitos profundos nas garotas com TDAH, as quais tipicamente iniciam a puberdade entre as idades de nove e onze anos e têm sua primeira menstruação (menarca) entre os onze e catorze anos.

"Descobrimos que as meninas TDAH nos primeiros anos de sua adolescência têm mais problemas acadêmicos, mais comportamento agressivo, sinais mais precoces de problemas relacionados ao abuso de drogas, e taxas mais altas de depressão que as garotas que não têm o transtorno", diz Stephen Hinshaw, Ph.D., professor e chefe do departamento de psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, o qual tem estudado garotas com TDA por mais de dez anos. "Diferente dos meninos adolescentes com TDAH, que tendem a se expressar, as meninas com TDAH geralmente tendem a internalizar seus problemas. Isso faz com que suas dificuldades sejam mais facilmente ignoradas."

A mudança hormonal da puberdade - especialmente os altos níveis de estrogênio e de progesterona - pode fazer com que os medicamentos para o TDAH sejam menos eficientes. "Estudos mostraram que o estrogênio pode aumentar a resposta de uma mulher aos medicamentos com anfetamina, mas o efeito pode ser diminuído pela presença da progesterona", diz Patricia Quinn.

Soluções: Discuta com o médico de sua filha as diversas medicações e dosagens mais usuais. Pode levar um tempo para se descobrir qual funciona melhor, então, tenha paciência. Estratégias comportamentais para gerenciar o tempo e melhorar as habilidades de organização podem ajudar.

"Identifique as potencialidades de sua filha e as enfatize durante as piores épocas do ciclo dela", diz Kathleen Nadeau, Ph.D., diretora do Chesapeake ADHD Center, em Maryland. "Geralmente os professores e os outros adultos na vida de uma garota focalizam somente suas fraquezas."

Se sua filha nota que os sintomas do TDAH dela pioram em certas épocas do mês, encoraje-a a fazer o trabalho escolar antes deles começarem. Faça com que ela se prepare para uma prova importante ou para o término de um trabalho uma semana antes dessa época.

"Seja paciente com sua filha se ela se tornar briguenta ou crítica", diz Nadeau. "Em vez de gritar, sugira que ela descanse um pouco. Você estará ensinando a ela habilidades de autocontrole.


Na próxima postagem: TDAH e os anos reprodutivos

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O metilfenidato melhoraria a qualidade de vida de crianças com epilepsia de controle difícil e TDAH comórbido (413)



13/07/2015 - Redação de Psiquiatria.com  - Revista de Neurologia - Barcelona - Espanha

A comorbidade entre transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e as epilepsias de controle difícil é frequente e afeta negativamente a qualidade de vida. A opinião generalizada de que os estimulantes podem piorar o controle das crises impediu as pesquisas de avaliação do impacto de tal tratamento nessa população. Porém, uma pesquisa recente centrou seu objetivo no efeito do metilfenidato na qualidade de vida de crianças e adolescentes com epilepsias difíceis de se tratar e TDAH como comorbidade.

Em estudo aberto, um ensaio não controlado, com análise de intenção de tratar, seguiu 30 pacientes durante seis meses. Os indivíduos receberam metilfenidato durante três meses, período no qual se ajustou a dose do fármaco e se avaliaram a epilepsia, as variáveis do TDAH e a qualidade de vida. A análise de regressão multivariada identificou as principais variáveis relacionadas ao resultado.

Somente um paciente se retirou, devido a uma piora das crises convulsivas. Depois da introdução do metilfenidato, as doses foram calculadas até 0,40 a 0,50 mg/kg/dia. Foi observada uma significativa melhora nas pontuações de qualidade de vida e uma redução significativa da frequência e da gravidade das crises. O sexo feminino, a redução dos sintomas nucleares do TDAH e a tolerabilidade para adequar as doses de metilfenidato se associaram significativamente com melhores pontuações da qualidade de vida.

Segundo os autores, esses dados preliminares sugerem que o tratamento com metilfenidato é seguro e eficiente em pacientes com TDAH e epilepsias de difícil tratamento, e impacta positivamente nos resultados da qualidade de vida.

Epilepsy Behav 2015

Radziuk AL, Kieling RR, Santos K, Rotert R, Bastos F, Palmini AL

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Auto-teste de TDAH para mulheres (412)

Você tem sinais de transtorno de déficit de atenção? Sua filha tem? Somente uma avaliação com um profissional de saúde mental poderá dizer com certeza, mas se você mesmo fizer um teste, respondendo a uma lista de sintomas, terá uma ideia sobre ter ou não o TDAH adulto. ADDitude

P1: Você se sente mal em lojas, no trabalho ou em festas?

P2: Tempo, dinheiro, papéis ou coisas estão dominando sua vida e atrapalhando sua capacidade para atingir suas metas?

P3: Os pedidos para "só mais uma coisinha" tiram você do sério?

P4: Você gasta a maior parte do seu tempo em enfrentamentos, a procura de coisas, com coisas a fazer ou escondendo coisas?

P5: Você parou de chamar pessoas para irem à sua casa por ficar envergonhada de quão bagunçada ela está?

P6: Você tem problemas para controlar seus gastos?

P7: Você frequentemente sente que a vida está fora de controle, que é impossível atingir suas demandas?

P8: Você se sente como se estivesse geralmente em um extremo ou outro de um espectro desregulado de atividades - ou muito sedentário ou em um tornado?

P9: Você "se faz passar por normal"? Você se sente como se fosse um impostor?

P10: Você sente que suas ideias são tão boas quanto, ou até melhores que as dos outros, mas é incapaz de organizá-las ou realizá-las?

P11: Você começa todos os dias com a determinação de se organizar?

P12: Você vê que outras pessoas com inteligência igual à sua o superam?

P13: Você já se sentiu egoísta porque não escreve cartões de agradecimento ou enviar votos de feliz aniversário?

P14: Todo seu tempo e sua energia estão sendo tomados pelos enfrentamentos, por tentar se manter organizado e ter tudo sob controle, sem tempo para relaxar e se divertir?


P15: Você se surpreende pela maneira com que os outros levam uma vida regular e organizada, por exemplo, com hora certa para jantar e pagar as contas no vencimento?


sexta-feira, 17 de julho de 2015

A Lacuna de gênero: Meninas e Mulheres com TDAH (411)


As meninas são diagnosticadas com TDAH muito mais tarde do que os meninos, se é que são diagnosticadas. Aqui está tudo que você precisa saber sobre o TDAH nas mulheres, de modo que você - ou sua filha - não se percam no cipoal. Pelos Editores de ADDitude.

TDAH também é para as mulheres

Meninas e meninos atualmente são diagnosticados com TDAH na taxa de 1 para 3. Isso não significa que a doença seja menos frequente nas meninas. significa que as meninas estão sendo menos diagnosticadas. Quando deixado sem diagnóstico, o TDAH pode gerar um prejuízo na saúde mental feminina e em seu bem estar geral, promovendo baixa autoestima e trauma psicológico.

Diferenças nos sintomas do TDAH

As meninas com TDAH são geralmente despercebidas porque manifestam a hiperatividade de modo diferente. Por exemplo, em sala de aula, um menino pode falar as respostas sem pensar, ficar tamborilando seu dedos ou balançando os pés, enquanto uma menina demonstra a hiperatividade falando sem parar. Uma menina que fala o tempo todo  geralmente é vista pela professora como tagarela, não como hiperativa ou problemática  - e por isso é menos provável que seja encaminhada para uma avaliação para TDAH.

TDAH desatento

Outra razão pela qual o TDAH nas meninas voa abaixo do radar é que nelas é mais provável que apareça a forma desatenta. Os sintomas desse subtipo (que incluem pouca atenção a detalhes, limitado tempo de atenção, esquecimentos e distração) tendem a provocar menos problemas e são menos perceptíveis que os sintomas do TDAH hiperativo. De modo mais simples, um menino hiperativo, que repetidamente faz barulho em sua carteira, é mais notado e recebe mais ajuda do que uma menina desatenta, que fica mexendo em seu cabelo enquanto fica com o olhar perdido na janela.

Mecanismos de compensação

Algumas meninas compensam o seu TDAH desenvolvendo estratégias que mascaram os sintomas. Para garantir que ela obtenha boas notas, uma menina pode tornar-se perfeccionista e gastar horas anotando meticulosamente cada capítulo do assunto sobre o qual vai ser examinada, ou tornar-se obsessivo-compulsiva e checar repetidamente sua mochila para ter certeza de que ela tem tudo.

Dificuldades sociais

As diferenças de gênero no TDAH também podem afetar a vida social de uma menina. As pesquisas mostram que as meninas com TDAH podem ser rejeitadas mais frequentemente do que seus colegas meninos. comparadas aos meninos, as amizades das meninas precisam de maior sofisticação e de mais manutenção. Por exemplo, dois meninos podem se encontrar no playground e começar a cavar um buraco com suas pás, e ficam amigos instantaneamente. A amizade entre as meninas requer a atenção a dicas sociais e a vínculos, algo com que as meninas com TDAH têm problemas.

O preço do TDAH nas meninas

A autoestima das meninas com TDAH também parece ser mais prejudicada do que a dos meninos com TDAH. Não é surpresa, então, que a condição possa exigir um preço da saúde emocional e do bem estar geral das meninas. Meninas com TDAH tendem a ter mais transtornos de humor, depressão, ansiedade e problemas de autoestima que as meninas sem TDAH. Meninas com TDAH correm maior risco de problemas desde baixo desempenho acadêmico até abuso de álcool e de drogas, e até mesmo de tentativas de suicídio.

A percepção pública das meninas

Meninas com o subtipo hiperativo do TDAH podem ser diagnosticadas mais precocemente, mas geralmente são mais estigmatizadas do que os meninos com o mesmo diagnóstico. Crianças no playground vêem a impulsividade e a distração como coisa de menino. Meninos são mais propensos a ganhar um salvo-conduto das outras crianças e dos professores, especialmente se os sintomas não forem muito severos. Meninos hiperativos estão somente "sendo meninos", enquanto meninas hiperativas ganham o ostracismo.

As expectativas das esposas e mães

As mulheres são ensinadas a ser "agradáveis", e geralmente são cobradas por expectativas não realistas, enquanto tentam se equilibrar entre a família e a carreira. Quando mulheres com TDAH se casam e têm filhos, muitas sentem vergonha. A sociedade espera tremendas proezas de memória e de organização das mães, desde a observação de fatos críticos em relação aos professores até a organização das refeições e programações. Sem tratamento ou ajuda, muitas mulheres se sentem ineptas.

Obtendo ajuda

Se você acredita que sua filha pode ter TDAH, não espere até que o professor reclame, antes de ir procurar a avaliação médica. Os professores geralmente procuram por hiperatividade, desorganização ou esquecimentos como sinais de TDAH antes de recomendar uma avaliação aos pais, mas o modo como o TDAH se manifesta nas meninas - falar excessivamente, baixa autoestima, preocupação, perfeccionismo, assumir riscos e curiosidade - raramente é tido como tal.

Diagnóstico no adulto: Alívio

Qualquer mulher que suspeite de ter TDAH deve se instruir sobre o transtorno e consultar um profissional de saúde mental que seja especializado no assunto. O TDAH é fortemente hereditário e muitas mulheres procuram ajuda como adultas porque uma luz se apaga quando elas têm um filho diagnosticado com TDAH. Para muitas mulheres diagnosticadas tardiamente é um alívio finalmente ter uma explicação do porquê elas são como são.

Tratamentos diferentes

O TDAH não somente se apresenta com diferentes sintomas em meninos e meninas, mas também, geralmente, requer estratégias de tratamento diferentes. Ambos os gêneros se beneficiam das medicações estimulantes, mas as meninas podem também precisar de tratamento para a ansiedade. Algumas meninas não toleram a medicação estimulante sem apoio farmacológico extra.

Espalhe a notícia

A comunidade médica está começando a despertar para o fato de que o TDAH é um grande problema para meninas e que a condição geralmente persiste até a idade adulta, porém precisamos espalhar a notícia.

ADDitude

domingo, 12 de julho de 2015

Não comer tarde da noite é bom para o cérebro - Atenção - Desatenção (410)


Por Megan Brooks

Seatle, USA - Para os "corujas" com privação de sono à noite, comer menos durante as horas mais tarde da noite pode ajudar a diminuir os déficits de concentração e de alerta que acompanham a privação de sono, segundo apontam novas pesquisas.

"Adultos consomem aproximadamente 500 calorias a mais durante as horas mais avançadas da noite, quando estão privados de sono", disse em uma declaração o investigador sênior David F. Dinges, PhD., chefe da Divisão de Sono e Cronobiologia, da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pennsylvania (UPenn), na Philadelphia, USA.

"Nossa pesquisa mostrou que restringir as calorias tarde da noite ajuda a prevenir um pouco a queda no desempenho neurocomportamental que os indivíduos podem sofrer durante a privação de sono", disse o Dr. Dinges.

Andrea Spaeth, PhD, do Centro de Sono e Neurobiologia Circadiana, da UPenn, que trabalhou na pesquisa com Namni Goel, PhD, da Unidade de Psiquiatria Experimental da UPenn, apresentou os resultados aqui em SLEEP 2015: Encontro Anual da Sociedades dos Profissionais Associados do Sono.

Os pesquisadores recrutaram 44 adultos sadios, com idade de 21 a 50 anos, para participarem do seu estudo, conduzido no Laboratório de Sono e Cronobiologia da UPenn. Os pesquisadores permitiram acesso ilimitado  a comida e bebida aos participantes, durante o dia, seguido por somente 4 horas de sono por noite, por 3 noites.

Na quarta noite, 20 participantes receberam acesso contínuo a comida e bebidas, e 24 participantes tiveram permissão a beber água das 22 horas até as 4 horas da madrugada, quando foram dormir. Em cada noite, às 2 horas, todos os participantes completaram uma variedade de testes para medir sua memória de trabalho, habilidades cognitivas, sonolência, nível de estresse e humor.

Na quarta noite, os indivíduos que ficaram sem comer, tiveram melhor desempenho nos testes de tempo de reação e menos erros por falta de atenção que os seus colegas que tinham comido até tarde da noite.

Além disso, os que comeram até tarde, mostraram tempos de reação mais lentos e mais erros por falta de atenção, na quarta noite de privação de sono, quando comparados com as suas 3 primeiras noites, enquanto os que ficaram sem comer não mostraram essa queda de desempenho.

Possíveis Medidas de Compensação

Essa pesquisa sugere que o jejum tarde da noite, por curto prazo, "atenua a queda de desempenho na atenção vigilante causada pela privação do sono", segundo Dra. Spaeth.

Embora esse seja um pequeno estudo inicial, os dados sugerem a possibilidade de usar a ingestão de alimentos (ou a sua proibição)  como "possível defesa" em certas situações.

Por exemplo, "para pessoas em situações que requeiram atenção vigilante até tarde da noite, como os motoristas de caminhão, uma estratégia possível pode ser programar quando e quanto eles poderão comer. Precisamos de mais pesquisas, mas é uma possibilidade interessante."

Ela acrescentou, "Essa pesquisa também confirma que o sistema de sono-vigília e o sistema de equilíbrio de energia interagem, de modo que há troca de informações entre os dois".

Comentando sobre a pesquisa para o Medscape Medical News, Saul Rothenberg, PhD, psicólogo especialista em sono e comportamento, do North Shore-LIJ Centro de Doenças do Sono, em Great Neck, Nova Iorque, disse "uma estória tem se desenvolvido há alguns anos sobre a conexão entre os intestinos e o cérebro, e parece que um estado de necessidade metabólica aumentada está associado ao alerta, e uma necessidade metabólica diminuída, a um estado de sonolência".
"Esses achados estão na direção geral que seria esperada: comer pouco leva ao aumento do estado de alerta e pode compensar alguns dos efeitos da perda de sono", disse o Dr. Rothenberg.

The study was supported by the National Institutes of Health, the Penn Clinical and Translational Research Center, and the Department of the Navy, Office of Naval Research. The authors and Dr Rothenberg have disclosed no relevant financial relationships.
SLEEP 2015: Annual Meeting of the Associated Professional Sleep Societies: Abstract 0317. Presented June 7, 2015.

Julho/2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Maior exposição a um inseticida se relaciona a mais sintomas de TDAH em crianças e adolescentes (409)

Maior exposição a um inseticida se relaciona a mais sintomas de TDAH em crianças e adolescentes

Há evidências de uma ligação entre um inseticida de uso comum em casa e o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adolescentes, de acordo com uma recente pesquisa.

Os pesquisadores analisaram dados de 687 crianças de 8 a 15 anos que haviam participado de uma enquete nacional de exame de saúde e nutrição de 2000-2001. Os investigadores observaram três níveis de 3-PBA (ácido 3-fenoxibenzoico), indicador químico de exposição aos piretroides, na urina das crianças.

Os meninos com níveis detectáveis de 3-PBA na urina tinham 3 vezes mais probabilidade de sofrer de TDAH do que os que não tinham 3-PBA detectável (desvio padrão ajustado: 2,42; IC 95%: 1,06-5,57). A cada aumento de 10 vezes nos níveis de 3-PBA, nos meninos, houve um aumento de 50% do risco de hiperatividade e impulsividade, ambos sintomas do TDAH. Os efeitos sobre a desatenção não foram significativos. 

Nas meninas, os níveis de 3-PBA não se associaram a maior risco de TDAH, nem de sintomas do transtorno.

Pesquisas anteriores haviam achado que a exposição aos piretroides aumenta a hiperatividade, a impulsividade e as anomalias do sistema dopaminérgico de ratos machos.

[Environ Health 2015]
Wagner-Schuman M, Richardson JR, Auinger P, Braun JM, Lanphear BP, Epstein JN, et al.

Copiado de neurologia.com - Revista de Neurologia - Barcelona -Espanha

01/07/2015

terça-feira, 7 de julho de 2015

O Tratamento Alimentar do TDAH (408)

As pesquisas mostram que uma dieta rica em proteínas, pobre em açúcar, sem aditivos, combinada com suplementos próprios para o TDAH, pode melhorar os sintomas do TDAH. Por Sandy Newman, M.D.

Alimento para Aliviar os Sintomas

Utilizei intervenções nutricionais em centenas de pessoas com TDAH durante os últimos 24 anos. As mudanças de dieta alimentar podem resultar em melhora significativa dos sintomas de hiperatividade, da concentração, da impulsividade e até mesmo do comportamento de oposição.

Utilize Proteínas

Alimentos ricos em proteínas, tais como carne magra, carne de porco, de frango, peixe, ovos, feijão, nozes, soja e laticínios com pouca gordura, podem ter efeitos benéficos sobre os sintomas do TDAH. Alimentos ricos em proteínas são usados pelo cérebro para fabricar os neurotransmissores - substâncias químicas que as células nervosas usam para se comunicar umas com as outras. Comer proteínas no café da manhã ajudará seu filho a fabricar os neurotransmissores que o despertarão. As proteínas também previnem os aumentos da taxa de açúcar no sangue, os quais aumentam a hiperatividade.

Elimine o Açúcar

A única coisa mais importante que eu recomendo é a diminuição da quantidade de açúcar na dieta do TDAH. A ingestão de carboidratos processados simples, tais como pão, waffles, ou arroz branco, é quase a mesma coisa que alimentar seu filho com açúcar. Eles podem torná-lo irritado, estressado ou distraído. Sirva desjejuns e almoços ricos em proteínas, carboidratos complexos e fibras, em vez de açúcar, para aumentar a concentração e melhorar o comportamento.

Use Bastante Ômega-3

Ácidos graxos ômega-3, encontrados no óleo de peixe, podem melhorar a hiperatividade, a impulsividade e a concentração. As pesquisas sugerem que as crianças com TDAH têm taxas sanguíneas mais baixas de ômega-3 do que as crianças sem o transtorno. Uma pesquisa recente mostrou que 25% das crianças com TDAH têm diminuição dos sintomas depois de 3 meses de uso do suplemento. Cinquenta por cento mostraram melhora aos seis meses de uso.

Os Ômega-3: Dose Ótima e Forma

Os dois principais ácidos graxos ômega-3 contidos nos suplementos são o EPA e o DHA. Parece que muitos benefícios são derivados dos suplementos que contêm mais EPA do que DHA. Em geral a dose total diária de 700 a 1.000 mg parece boa para as crianças pequenas; de 1.500  a 2.000 mg para as crianças maiores. O melhor é a ingestão de cápsulas ou de líquido, em vez de chicletes com ômega-3.

Mantenha os Níveis de Ferro

Muitas pessoas não sabem do papel importante que o ferro exerce no controle dos sintomas do TDAH. Uma pesquisa de 2004 verificou que o nível médio de ferro nas crianças com TDAH (medido como ferritina) era de 22, comparado a 44 nas crianças sem TDAH. Outra pesquisa mostrou que o aumento dos níveis de ferro das crianças com TDAH melhorou seus sintomas, quase tanto quanto o uso de estimulantes. Entretanto, como muito ferro é perigoso, peça ao seu pediatra para medir os níveis de ferro antes de dar algum suplemento com ferro.

Dose os Níveis de Zinco e de Magnésio

Estes minerais são essenciais para uma saúde normal e podem exercer um papel importante no controle dos sintomas do TDAH. Muitas crianças com e sem TDAH não obtêm o suficiente deles na alimentação. O zinco regula o neurotransmissor dopamina e pode ajudar o metilfenidato (Ritalina, Concerta) a ter melhor efeito. O magnésio também é usado para fabricar os neurotransmissores e tem um efeito calmante sobre o cérebro. Peça ao seu médico para dosar os níveis de minerais do seu filho.

Fuja de Alimentos Químicos

Várias pesquisas sugerem que aditivos artificiais  tornam hiperativas as crianças sem TDAH e pioram as crianças hiperativas. Gatorade, cheese puffs (salgadinhos a base de milho com sabor de queijo) e doces contêm corantes artificiais e conservantes, que são encontrados também em outros alimentos. Veja a tabela de ingredientes do produto antes de comprar, para evitar os que contenham aditivos. Alimentos frescos, não industrializados, são a sua melhor escolha. Evite cereais coloridos e substitua os refrigerantes por suco cem por cento de fruta.

Cuidado com as Alergias Alimentares

Muitas crianças com TDAH são sensíveis a certos alimentos da dieta, piorando os seus sintomas. Os culpados mais comuns são laticínios, trigo e soja. Se há dois alimentos que você suspeita estarem piorando os sintomas de TDAH do seu filho, elimine um deles por duas a três semanas. Observe os sintomas do seu filho durante esse período, para ver se eles melhoram. Descubra um profissional para guiá-lo, se seu filho precisar de uma dieta restritiva.

Verifique os Problemas com o Glúten

Uma alergia ao glúten - uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada - pode piorar os sintomas do TDAH, além de causar uma série de outros problemas. Muitos dos pacientes com TDAH melhoram com dietas livres de glúten. Se você suspeita de que seu filho tenha alergia ao glúten, fale com seu médico e veja como eliminar o glúten da dieta. Se você for alérgico, seu médico lhe ajudará a mudar para uma dieta sem glúten.

Tente Ervas Úteis

Muitas ervas que foram recomendadas para controlar os sintomas do TDAH foram pouco pesquisadas. As que foram avaliadas e que funcionaram são uma combinação de valeriana e erva-cidreira, que parecem relaxar as crianças com TDAH, pela diminuição da ansiedade. Para melhorar a atenção, um produto chamado Nurture & Clarity pode ajudar. Há alguma evidência de que o picnogenol, retirado da casca do pinheiro americano, melhora a concentração de algumas crianças. Procure por ervas padronizadas e que sejam livres de contaminantes.

[Cuidado ao usar ervas. Lembre-se de que a estricnina, um veneno fortíssimo, também é "natural". É extraída de uma árvore, a Strychnos nux-vomica, ou Fava de Santo Inácio.]


ADDitude

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Estudantes relatam experiências com Ritalina sem receita (407)


Uso indiscriminado do medicamento é comum no vestibular e em faculdades. Marcela Donini

Depois das férias de inverno do cursinho pré- vestibular, um estudante de medicina de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, decidiu tomar Ritalina para melhorar o rendimento nos estudos. Ele conseguiu o medicamento com uma amiga e tomou os comprimidos por 20 dias.
Sem acompanhamento médico, ele conta que não sentiu nenhuma melhora no seu desempenho e lembra que, em dois anos de cursinho específico para medicina, viu muitos colegas usarem o remédio igualmente de forma indiscriminada, normalmente por meio de uma receita conseguida com um conhecido. “Diziam que melhorava na hora de estudar, mas sempre chegava o momento de aumentar a dose. Quando paravam de tomar, o desempenho acabava sendo menor do que antes da medicação."

Depois que passa no vestibular, boa parte dos alunos de medicina, no caso da Universidade de Santa Cruz (Unisc), seguem se automedicando. A coordenadora pedagógica do curso de medicina da instituição, Giana Diesel Sebastiany, conta que, desde quando começou a acompanhar o processo de seleção, em 2006, tem se surpreendido com o uso abusivo de Ritalina entre os estudantes. Tanto que a Comissão de Vestibular, desde 2014, mudou algumas regras no edital. Atualmente, os candidatos somente podem fazer uso de medicações durante a prova, com duração de cinco horas, mediante apresentação de receita médica.

A automedicação com Ritalina também é percebida entre os estudantes que já estão na universidade, especialmente em cursos com alto nível de exigência, como medicina. “Por serem estudantes, inclusive os da área da saúde, já deveriam saber avaliar os prós e contras do uso de medicamentos”, afirma a psicóloga do curso de medicina da Unisc, Carina Kirst.
Para ela, a questão do uso excessivo de medicamentos na busca de uma performance melhor no dia a dia está ligada à "ditadura do bem-estar". “Como se todos precisassem responder da mesma maneira positiva, ao mesmo tempo, a todas às intempéries da vida. Neste ponto, entram as medicações que atuam sobre nosso comportamento”, diz Carina.

Levando em conta esse quadro, a Unisc promove ações de conscientização e reflexão sobre o uso indiscriminado de medicações, com espaços de discussão, rodas de conversa em semanas acadêmicas dos cursos de saúde e também intervenções individuais.

Outros casos      
                                                                                                
O publicitário Guilherme Lemos, 23, usou Ritalina pela primeira vez quando precisava terminar seu trabalho de conclusão de curso da faculdade, em Porto Alegre. “Eu consegui com um amigo que tinha receita. Dava o dinheiro, e ele comprava pra mim. Ele me dava uma cartela que vinham 20 comprimidos e ficava com as outras para consumo próprio”, conta.
A maratona para se manter acordado e terminar seu trabalho levou quatro dias, tomando uma quantidade maior por dia do que se costuma recomendar, junto com café e energético. Sem nenhuma orientação médica, durante o período, ele dormia em torno de quatro horas por dia. Ele afirma que sentiu melhora na sua concentração, mas ao custo de efeitos colaterais. “Eu não conseguia comer praticamente nada, só bebia líquidos e tive taquicardia. Era um mal-estar constante”.
Guilherme voltou a tomar a medicação em outros três momentos, quando precisava terminar trabalhos com pouco prazo. “Funcionou mais nas primeiras vezes do que na última. O ruim é que eu sentia um mal-estar no estômago, algo parecido com uma cólica”, afirma. Ele afirma que amigos seus também utilizam Ritalina sem prescrição médica por curtos períodos, geralmente para estudar.

Diferentemente de Guilherme, Phelipe Nascimento, 22, tomou Ritalina para estudar para o vestibular mas não pretende fazer isso de novo. “Soube do potencial da Ritalina em uma reportagem de uma revista. Na época minha tia possuía a receita. Eu simplesmente pedi alguns e ela me deu”.
Ele usou duas vezes e conta que teve uma "grande concentração" durante cerca de meia hora, mas que depois foi diminuindo. “Não me arrependo, mas não tomaria novamente. O efeito passou muito rápido e tive taquicardia. Na minha opinião, a relação custo x benefício não vale a pena”, afirma Phelipe. O jovem passou no vestibular e hoje é estudante de Engenharia de Gestão, na Universidade Federal do ABC, em São Paulo. Mas ele garante que "não foi pelo uso da medicação".

Sem função em cérebros saudáveis    
                                                          
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, revelou que a Ritalina não produz efeito em pessoas sem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O estudo contou com a participação de 36 voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 30 anos, que ingeriram um comprimido sem saber se era Ritalina ou placebo e realizavam testes de memória e atenção durante duas horas.
O desempenho de ambos foi similar, o que comprova que a Ritalina não aumenta a capacidade cognitiva de pessoas saudáveis. “O que nós observamos foi uma sensação de bem-estar geral em quem tomou uma dosagem alta, de 40mg. Elas não ficaram tão cansadas com o teste”, afirma a coordenadora  do estudo e pesquisadora do departamento de psicobiologia da Unifesp, Silmara Batistela.
Isso porque, segundo ela, a Ritalina é um estimulante cerebral, que pode aumentar o tempo de estudo, mas não a capacidade de concentração. Ela ressalta que o remédio interfere no sistema cardiovascular e, por isso, não deve ser utilizado sem orientação médica. Antes de participar da pesquisa, os voluntários passaram por uma bateria de exames que mostrou se eles poderiam tomar a medicação.
Além disso, Silmara explica que o uso da Ritalina com o objetivo de passar mais tempo estudando é um grande equívoco, já que o sono é muito importante para a consolidação da memória. “Tudo o que a pessoa estudou vai ficar pouco tempo na memória. Diferente de quando se estuda um pouco, dorme e respeita o próprio organismo”, explica. Segundo ela, o uso indiscriminado de Ritalina pode acarretar em problemas no cérebro, visto que é um órgão delicado e complexo. “Não é saudável tomar um remédio sem necessidade. As pessoas acabam desregulando algo que funcionava bem e gerando complicações a longo prazo”.

Saiba mais sobre o medicamento
 
O medicamento tem como princípio ativo o metilfenidato, substância química estimulante que ajuda a focar e contribui para a capacidade de concentração. Por isso é utilizado no tratamento do TDAH. Ainda que haja outro medicamento à base de metilfenidato para tratar o problema, o Concentra, a Ritalina é o mais tradicional e popular. Existem dois tipos do remédio: a de curta duração (Ritalina) e a de longa duração (Ritalina LA).
A primeira é eliminada do organismo em cerca de três horas; a segunda, aos poucos durante o dia, e o paciente geralmente ingere menos comprimidos por dia. As miligramas e a quantidade de comprimidos por dia são indicados pelo médico, que avalia de acordo com o peso e a idade do paciente.

Segundo dados do Boletim de Farmacoepidemiologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgados em 2013, o consumo de Ritalina aumentou 75% em pessoas com idade de 6 a 16 anos, entre 2009 e 2011, no Brasil. Contudo, esse grande salto no consumo de Ritalina também se deve a quem não tem diagnóstico de TDAH e usa o remédio com o propósito de potencializar os estudos.

Apesar de ser um medicamento controlado, que necessita de indicação médica, a Ritalina é facilmente encontrada no mercado clandestino. Em uma rápida busca pelo remédio na internet, é possível encontrar sites que vendem esta e outras medicações controladas sem receita. Mas pelos depoimentos dos estudantes, o que parece ser mais comum mesmo é a distribuição entre amigos: alguém diagnosticado com TDAH tem a receita, compra e repassa aos colegas.



http://noticias.terra.com.br/educacao/sem-receita-estudantes-relatam-uso-indiscriminado-de-ritalina,0cc8fe2d52f9432f1ee000cf59fce15339t9RCRD.html 

domingo, 5 de julho de 2015

O Que Não Dizer Aos Pais de Uma Criança Com TDAH (406)


Apesar da sólida evidência médica do contrário, o TDAH ainda é considerado por muitas pessoas como nada mais do que falta de controle dos pais, muito tempo de televisão ou computador, ou uma desculpa dos pais para a falta de disciplina. Nada disso. Se você conhece alguém que esteja cuidando de uma criança com TDAH, aqui estão dez mitos e equívocos que você não deve repetir. Pelos editores de ADDitude.

Já Chega

Quando você está fazendo o melhor que pode cuidando de seu filho com TDAH, pode ser muito frustrante ouvir comentários mal informados de amigos bem intencionados, parentes e até mesmo de estranhos. Aqui estão os dez comentários mais insensíveis sobre TDAH que os pais escutam muito frequentemente.

1- O TDAH é somente uma desculpa para pais descuidados

Todos nós já ouvimos os julgamentos sussurrados "Por que eles não podem controlar seu filho?", "Eu nunca deixaria meu filho fazer isso". O TDAH é uma condição médica e neurológica, que pode causar problemas de comportamento muito reais, que os pais e as crianças enfrentam todos os dias. Comparar o comportamento de uma criança com TDAH com o de um colega neurotípico [isto é um eufemismo para dizer "normal"] é improdutivo e demonstra insensibilidade.

2- Ele vai superar isso

O TDAH não é apenas uma "dor do crescimento", e não há nenhuma garantia de que os sintomas vão melhorar com a idade. Na verdade, até dois terços das crianças diagnosticadas com TDAH continuarão a enfrentar a condição na vida adulta.

3- As crianças com TDAH têm uma vantagem injusta na escola

As acomodações escolares definidas no Plano 504 e o nível de atuação do IEP (Plano de Educação Individual) [ambos nos Estados Unidos] para uma criança com problemas escolares causados pelo TDAH ou por Dificuldades de Aprendizagem equalizam o jogo. A lei garante que esses serviços estejam disponíveis para alunos que deles necessitem; não deixe que comentários desinformados o impeçam de obtê-los para seu filho, tais como reforço, mais tempo e salas de aula que atendam a suas necessidades.

4- Ela é mesmo uma criadora de caso

Palmadas e outras punições severas são, na verdade, contraproducentes para crianças com TDAH, que têm dificuldade de permanecer sentadas, de ficar quietas e de obedecer a regras rígidas. Os modos tradicionais de disciplinar não funcionam quando o comportamento vem de uma condição neurológica fora do controle pela criança. Então, os pais e os professores precisam tentar novas abordagens, tais como a terapia comportamental e os cuidados paternais e maternais positivos.

5- O TDAH é causado por muita TV

Negativo. Não há nenhuma evidência que apoie a ligação entre a televisão (ou videogueimes, ou smartfones) e o TDAH. De fato, um punhado de crianças que não assistem TV são diagnosticadas com TDAH. Mais e mais pesquisas apontam para uma ligação genética.

6- Ela é só um pouco agitada

Se fosse só isso. Enquanto a hiperatividade é altamente visível, e a marca registrada de alguns TDAH, outras manifestações - como impulsividade e desatenção - são quase invisíveis para estranhos, mas causam grande impacto na vida diária da criança.

7- Ninguém tinha TDAH quando eu era criança

O nome pode ser novo, mas o fenômeno não é - muitos de nós, diagnosticados com TDAH agora, poderemos ter sido chamados de preguiçosos, burros, ou incapazes de aprender - ou até mesmo diagnosticados com um "Defeito do Controle Moral".

8- Provavelmente é só muito açúcar

Embora os sintomas possam sofrer agravamento por excesso de doces, o açúcar não causa o TDAH. Alguns pais dizem não ver nenhuma diferença nos sintomas de seus filhos, mesmo que sejam completamente privados de açúcar.

9- Os pais gostam de remédios

A decisão de usar medicação fica entre a família e o médico, e não é fácil para ninguém. Os pais geralmente apelam para a medicação somente depois que as mudanças na dieta, os suplementos e outras modificações comportamentais não tiveram eficácia.

10- Ele só precisa gastar sua energia

Observadores bem intencionados, porém mal informados, geralmente pensam que as crianças com TDAH só precisam ficar cansadas e achar a atividade correta para resolver seus problemas. Infelizmente, o futebol ou o paintball não conseguem controlar os sintomas do TDAH. Só o tratamento correto faz isso.


ADDitude

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