domingo, 17 de abril de 2011

70- Os 10 piores terapeutas para adultos com TDAH

Encontrar um psiquiatra ou psicólogo confiável e competente pode ajudar os que vivem com déficit de atenção a readquirir o controle de suas vidas e a lidar com seus sintomas. Mas, tenham cuidado portadores de TDAH. Alguns terapeutas os deixarão mais confusos e frustrados do que antes. Por Frank South
Esta lista, inteiramente subjetiva, saiu dos meus quarenta anos de idas e vindas com psiquiatras e psicólogos de centenas de correntes diferentes. Inclui também alguns exemplos de ideias dos meus amigos, assim como de leitores de ADDitude que, depois de verem a postagem sobre esse assunto em meu blog, postaram respostas ou me enviaram e-mails com sugestões.

1- O Disciplinador

Em algum ponto de sua vida, este terapeuta teve a ideia de que os adultos com TDAH precisam é de um bom par de algemas e um severo castigo. Você saberá que está em uma sessão com um disciplinador quando lhe forem determinadas tarefas como trabalho de casa entre as sessões. Então, há as recompensas, geralmente na forma de sinais de aprovação e de palavras de incentivo, mas já ouvi falar de chocolates sendo dados a adultos no contexto deste tipo de terapia. O que este tipo de terapeuta pensa da gente?

A autoestima já é muito difícil de ser conquistada em nosso mundo, sem ter de pagar a algum bobalhão para afastá-la de você. A vergonha é uma péssima arma para ser usada no tratamento do TDAH. No que me diz respeito, a última coisa que um portador de TDAH precisa é de mais uma pessoa para fazê-lo sentir-se menor.

2- O receitador de remédios

Este psiquiatra pensa que os remédios resolverão todos os seus problemas, e não vai ouvi-lo se você disser que não pensa assim. Quando eu tinha vinte anos, depois de ter sofrido uma leve depressão, procurei um deste tipo, cuja solução para o meu caso foi prescrever altas doses de um antipsicótico. Semana após semana, eu reclamei que o medicamento não estava ajudando, e, pior, que ele fazia todo o mundo parecer virar um pudim incompreensível. Ele simplesmente fez que sim, murmurou algo e tomou notas no seu estúpido pequeno bloco.

Quando eu finalmente percebi que ele não ligava para o que eu estava achando – ele só queria me ver sedado – tratei de me livrar dele e dos antipsicótico, e fique por minha conta por um tempo. Provavelmente você vai dizer que eu ainda guardo certo rancor. Mas não me entenda a mal, com a ajuda de um bom psiquiatra, que me ouvia, descobri que respondia bem ao Adderal, e isso ajudou a mudar a minha vida. Mas a chave de todo o processo é a parte do ouvir.

3- A doutora nervosa

Esta terapeuta geralmente é novata na profissão, ou tem uma clínica dedicada a pacientes mais calmos e focados que você. Ela parece achar que o que você diz é confuso e enervante e gasta a maior parte do seu tempo de sessão pedindo para você esclarecer o que você acabou de dizer repetidas vezes. Eu estava sabendo a pouco do meu TDAH, tentando descobrir o que tudo isso significava, quando tive uma curta temporada com uma doutora como essa. Seu consultório era perto de onde eu trabalhava e, embora ela não fosse uma especialista em TDAH, não pensei que isso tivesse importância.

Nossas sessões consistiam nela dizendo “Não tenho certeza do que você está querendo me dizer” ou, “Vamos tentar ficar num só assunto de cada vez” e, “Não posso ajuda-lo quando você fica assim tão agitado,” enquanto tentava não hiperventilar, conforme olhava para seu relógio e empurrava sua cadeira cada vez para mais perto da porta. Depois de um tempo, percebi que estava aterrorizando a pobre mulher. Então, deixei-a em paz, e fui procurar alguém que não ficasse tão amedrontada por um sujeito de meia idade tão agitado quanto eu. Também descobri que quando você procura por um terapeuta, se ele tem experiência com o TDAH e se não fica assustado com os sintomas é mais importante do que se o seu consultório fica perto de você.

4- O pesquisador

Se no meio de uma sessão de terapia você tiver a impressão de que é um rato de laboratório sendo testado no meio de um labirinto de perguntas complicadas que parecem ter respostas certas e erradas, seu médico pode ser um pesquisador. Esses terapeutas são um problema.

Primeiro, eles desumanizam, reduzindo-o à soma dos seus sintomas (esta é uma armadilha comum que os médicos e pacientes têm de evitar cuidadosamente). E pior, os pesquisadores estão somente interessados em você como um caso a ser testado com suas teorias para animais. No total, eles têm muito pouco interesse real pelo seu bem estar – especialmente se o que você diz e ou faz não acaba por apoiar a teoria dele. Quando você se sente preso em um canto que não conhece e rotulado com marcas com que não concorda, pule fora do labirinto, corra para a saída, e encontre um médico que não gaste o seu tempo tentando enfiá-lo numa caixa.

5- O comediante

Eu gosto de piadas tanto quanto os outros, mas não quando elas são sobre mim. Como você se sentiria se levasse seu carro para uma revisão preventiva e o seu mecânico ficasse dando risada e balançando a cabeça pacientemente por causa dos problemas - oh, tão interessantes - com os freios e a caixa de direção?

Os mecânicos de cérebros também não devem achar nenhuma graça nas dificuldades do TDAH. Tive um terapeuta que me deu aquele olhar de curiosidade depois que eu lhe disse que tinha tido três ataques de pânico, em algumas semanas, durante almoços de negócios num restaurante italiano. Se você começa a suspeitar que o seu psiquiatra esteja usando a sua dor para nova piada (“Tive alguns pacientes malucos, mas o que está acontecendo com esse sujeito e o almoço? Será um pití?”), caia fora logo.

6- O jogador de culpas

Nos meus trinta anos, fui a um psicólogo que me disse que eu não tinha um problema com bebida – tudo era culpa da minha mulher. Ele me disse para imaginar que uma almofada de sofá era a cara do meu pai e a praticar lutas com ela. “Vá em frente,” ele disse, “Deixe sua raiva sair – bata na almofada – bata com força”.

Este cara foi o meu favorito por um tempo – alguém tinha de ser culpado pelas coisas ruins da minha vida e eu tinha de sair de cada sessão de terapia como a vítima correta. Não era para amar isso?

Mas lá no fundo da minha mente eu sabia que eu era realmente um alcoólico, não importasse o que o cara dissesse, e que minha mulher só queria uma vida um pouco mais pacífica. Quanto aos problemas forçados em relação ao meu pai, ele sempre foi amável e gentil comigo. Entretanto, não tenho certeza de que esse era o caso do terapeuta.

Cuidado com este tipo: Eles são sedutores. Lembre-se, terapeutas que ouvem são bons, mas eles também devem ter um cérebro se estiverem a fim de lhe dar alguma ajuda verdadeira. Você não encontrará seu potencial interior para descobrir as maneiras de entender e lidar com o que vai em sua cabeça, se sempre for culpa dos outros.

7- O curador rápido

Este profissional de saúde mental está constantemente dizendo “Ham ham” e balançando afirmativamente a cabeça enquanto você está falando. Seu bloco de notas está de lado quando você entra. Ele tem um pacote esquematizado, e fica mais confortável com entrevistas de 15 minutos. E se você tiver bastante sorte de conseguir uma sessão completa, ela ficará parecendo três sessões de 15 minutos amontoadas.

Os ham ham parecem chuva. Então vem um relâmpago. Não, é somente outro “isto parece bom,” para seguir qualquer comentário incompleto que está saindo da sua boca. Então você é incentivado com um rápido sorriso e uma tapinha no ombro. Seu medico não ouviu nenhuma palavra do que você ou ele disse em todo o tempo em que estiveram conversando. Se este é o caso do "cego guiando o cego," ou somente a velha pressa, você não terá nenhuma ajuda real com o seu TDAH aqui. Receba a última tapinha e vá embora. Provavelmente sua ausência não será sentida.

8- O juiz distante

Uma vez, tive uma experiência com este tipo de terapeuta. Deveria ter sabido que era uma má escolha tão logo entrei no seu enorme consultório. Pinturas americanas antigas e originais e objetos de arte enfeitavam cada pedaço de suas paredes, exceto o espaço atrás de sua mesa, o qual era cheio de diplomas emoldurados e algumas fotos do doutor conversando com pessoas importantes, sem dúvida. As cadeiras, otomanas, e os sofás eram feitos de couro escuro estofado, com enfeites de latão. Pesadas cortinas enquadravam uma vista do jardim. Espero nunca entrar novamente numa sala tão intimidante assim.

Quando o doutor entrou, ele sentou-se atrás da mesa, olhou para mim e disse, “Fale-me sobre você.” Não me lembro do que eu falei. Mas ele reclinou-se em sua cadeira, enquanto eu falava, e tomou notas. Então ele checou algumas coisas em um formulário, e me deu minha primeira receita de TDAH. Enquanto voltava para o meu carro, percebi que o homem mal me olhou durante todo o tempo em que fiquei lá. Agora, pode parecer óbvio a vocês que este tipo de gente não deve ser procurado para tratamento. Mas eu demorei duas sessões para descobrir que ficar junto com esse pedante não era o jeito de obter ajuda para lidar com meus problemas. Então, mais uma vez, saí à procura daquele tipo humano e inteligente de terapeuta que escuta, que todos nós com TDAH do adulto realmente necessitamos.

9- O confortador confuso

Este terapeuta costuma ser um psicólogo, e frequentemente tem um apelido que combina o título de doutor com o seu primeiro nome. (O Dr. Phil da TV é uma rara exceção – veja “O disciplinador.").

Em contraste com a doutora nervosa, o confortador confuso tem somente uma cordial compaixão por você – não importa a causa. Você poderia ir à sua sessão arrancando a cabeça de um esquilo com seus dentes e gritando como um pirata bêbado, e a única reação que teria seriam acenos simpáticos e gentis encorajamentos. (Não que eu tenha agredido um esquilo, a não ser que ele começasse.) Eu tive um terapeuta como esse, uma vez, com grandes olhos compreensivos, que ficava com uma touca afegã no colo. Ele se erguia ao final de cada sessão e me dava um abraço. Um abraço? Ele não percebia que os portadores de TDAH não querem simpatia, o que queremos é alguma ajuda para encontrar as soluções e as maneiras práticas de melhorar.

10- O analisador de sonhos

O TDAH é confuso – se você sabe ou não que tem ele. Ele pode coexistir com a ansiedade ou levar a ela. Pode causar ataques de pânico e insomnia, entre outras comorbidades comuns. Você pode começar a questionar as coisas básicas que você sabe sobre si mesmo. Sou uma boa pessoa? Minha vida bagunçada tem algum sentido afinal? Se tratamentos anteriores para o TDAH não forneceram respostas satisfatórias, então, como eu fiz, você pode decidir tentar uma psicoterapia subconsciente, um mergulho profundo, com um analisador de sonhos.

Para alguns, isto pode ser útil – para mim, não foi muito. Quando comecei essas sessões, esperava que encontrássemos a fonte do meu pânico, auto aversão e incapacidade de focar, vasculhando as cavernas da minha vida de sonhos subconscientes e erradicá-los com a luz brilhante do entendimento. Eu lia em voz alta as anotações do meu diário de sonhos e o psiquiatra ouvia e tomava notas, então tentava encontrar uma linha consistente que levasse à minha infância, mas como meus sonhos, eu ficava mudando de assunto. Então eu me esquecia de escrever o meu diário e me esquecia dos meus sonhos. Quando comecei a me esquecer das minhas anotações, o médico e eu decidimos parar.

Agora, eu creio que quando você luta com transtornos mentais – problemas com as ligações cerebrais como o TDAH, hipomania, ou transtorno bipolar –você não terá muita ajuda tentando tirar algum sentido dos seus sonhos. Tentei a velha solução da faculdade (embora nunca tenha tido paciência para terminar a faculdade), mas o que consegui foi dobrar a minha ansiedade porque nem o analisador de sonhos nem eu fomos capazes de encontrar algum sentido no meu subconsciente. Mesmo quando eu conseguia me lembrar deles, sendo os sonhos partidos de um TDAH-hipomaníaco-neurótico-insone, eles não tinham foco suficiente para serem analisados.

Os bons e os maus sinais

Sinais de aviso de que um terapeuta pode não ser bom para você


• Parece impaciente e/ou distante

• Escuta apenas superficialmente

• Oferece soluções rápidas

• Fala de sua situação/transtorno em generalidades

• Tem noção pré-concebida do tratamento

• Certifica-se de que você sabe da importância dele e de sua experiência no assunto

• Arruína sua autoconfiança

Sinais de que um terapeuta pode ser perfeito para você

• Não tem pressa

• Deixa você confortável

• Ouve você – ouve realmente, e faz bom contato com o olhar

• Dá valor às suas dúvidas

• Interage com você como um ser humano

• Tem ideias às quais você responde

• Dá a você autoconfiança e confiança em suas habilidades

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

69- Déficits das Funções Executivas em Crianças

Melhorar as habilidades das funções executivas pode ajudar seu filho com TDAH a superar os frustrantes obstáculos acadêmicos e a ser bem sucedido na escola. by Marcia Eckerd , Stephen Rudin

"Está chovendo crianças no meu consultório,” diz Roy Boorady, Ph.D., professor assistente de psiquiatria infantil e adulta na New York University’s School of Medicine and Child Study Center. Toda primavera, os psicólogos que fazem testes neuropsicológicos são procurados por muitos estudantes do ensino médio e da faculdade que estão tropeçando nos estudos. A razão de suas visitas é sempre a mesma. Eles têm dificuldade de acompanhar as mudanças de rumo do seu meio ambiente educacional.

Tais alunos são geralmente diagnosticados como tendo dificuldades de aprendizagem ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e são feitas as intervenções. Muitos melhoram, alguns até dramaticamente. Mas outros, apesar dos serviços educacionais e da ajuda médica, continuam a ter problemas. Alguns ficam para trás, outros sofrem burnout e desistem de continuar tentando. A questão irritante é “Por quê?”.

Sinais de Déficit das Funções Executivas

Além dos problemas de dificuldade de aprendizagem ou de déficit de atenção, que tais crianças exibem, muitas também revelam déficits das funções executivas. Elas não têm a capacidade de controlar a frustração, de iniciar e terminar as tarefas, de lembrar e seguir os vários passos das instruções, de permanecer no assunto, de planejar, organizar e se auto monitorizar. Os terapeutas de TDAH e outros profissionais que podem avaliar e diagnosticar o TDAH tipicamente apontam para os problemas de função executiva, mas muitas famílias não ligam para eles, por acharem que são menos importantes do que os outros desafios de aprendizagem. Entretanto, está bem claro que o bom funcionamento das funções executivas é um fator chave para o tratamento das dificuldades acadêmicas.

As funções executivas são as habilidades que um indivíduo de qualquer idade precisa dominar para lidar com os problemas diários. A automonitorização é particularmente importante para os estudantes porque ela governa sua habilidade de avaliar seu trabalho e comportamento em tempo real. Ela separa os estudantes bem sucedidos dos fracassados.

“As funções executivas incluem aprender a equilibrar os esportes, música e outras atividades sociais com as necessidades acadêmicas,” diz Susan Micari, M.S. Ed., ex-presidente da ”the New York Chapter of the Association of Educational Therapists. “Geralmente é necessário que o estudante reconheça que necessita de apoio extra dos professores, para ser capaz de o solicitar.” Micari afirma que os déficits das funções executivas desempenham um papel significativo na gravidade do TDAH e da dislexia.

Quando começam os problemas com as funções executivas

As transições do sexto para o nono ano são críticas para os alunos. No intervalo de um curto verão, acontecem duas coisas. Para os do sexto ano, a estrutura da escolar elementar desaparece. Para os do nono ano, o nível das expectativas acadêmicas aumenta dramaticamente. Estudantes com fortes habilidades verbais, dos quais se espera um desempenho excelente, tropeçam se tiverem problemas com as funções executivas.

É crucial para os pais, educadores e terapeutas resolver os problemas de funções executivas, assim como os de aprendizagem, para ajudar os estudantes em dificuldade. Geralmente, no entanto, as dificuldades de aprendizagem são ignoradas. Esta abordagem é semelhante a consertar a transmissão de um automóvel e ignorar a direção defeituosa.

Os pais geralmente entendem o diagnóstico de TDAH ou de dificuldade de aprendizagem. Eles já ouviram falar desses transtornos e sobre o leque de tratamentos que existe, começando pelas medicações. Infelizmente, a informação sobre as funções executivas geralmente some.

“Os pais não entendem por que seus filhos não são capazes de trabalhar de modo independente nas tarefas de casa ou em sala de aula, ou por que não são mais bem organizados,” diz Marianne Findler, Ph.D., professora assistente de psicologia em psiquiatria no Weill Cornell Medical Center. “Eles acham que suas crianças pegam as habilidades de funções executivas quando mostram a elas o que deve ser feito. Sua tentativa de resolver o problema é comprar uma nova pasta organizadora ou um organizador eletrônico.”

Onde obter ajuda para lidar com as funções executivas e o TDAH

Quem pode ajudar com as funções executivas? Muitos pais não têm o conhecimento ou as habilidades para corrigir os déficits de funções executivas. Além disso, os pré-adolescentes e os adolescentes não gostam de ser importunados por seus pais, os quais, por sua vez, não querem fazer o trabalho de “fiscal do trabalho de casa.” As escolas geralmente não têm professores especializados ou preparados para lidar com os desafios das funções executivas. Os estudantes precisam de treinamento fornecido por profissionais especializados nos problemas das funções executivas e em como ensinar as habilidades para melhorá-las. Conversar com seu médico, psicólogo ou psiquiatra é geralmente a melhor maneira de começar.

Boas habilidades de função executiva não são a garantia do sucesso acadêmico, mas a sua ausência é um sinal da dificuldade em algum ponto, e da perda da autoestima que segue. Precisamos ajudar precocemente as nossas crianças, de modo que elas possar ser bem sucedidas na escolar e na vida.
This article appeared in the Spring 2011 issue of ADDitude.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

68- Ajude seu filho a controlar o humor

As crianças são beneficiadas por aprender a esperar pelos prêmios e por abandonar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por Carol Brady, Ph.D.

Todos nós já enfrentamos esses horríveis displays de doces, tão convenientemente colocados nos caixas das mercearias. Quantos pais exercem o controle e dizem “NÃO” quando “Ah, por que não?” é tão mais fácil do que enfrentar a provável crise de birra, na frente de todo mundo que está na fila? Qualquer revista de aconselhamento de pais no mesmo mostruário ao lado do caixa, nos escarnecerá com “10 maneiras fáceis de estabelecer limites para as crianças”. Não é tão FÁCIL para mim.

Você pode estar se perguntando: “Por que não ser flexível? Por que não ceder?” Embora a flexibilidade ocasional seja legal, o bem que todos podemos dar às nossas crianças é ensinar que a vida tem seus limites. Estabelecer limites claros é confortável para a longa jornada, especialmente para crianças que não têm nenhuma perspectiva sobre como as decisões impulsivas as afete.

Não é justa!

Como adultos, temos a responsabilidade de ensinar às crianças (como sua mãe e a minha geralmente diziam) que a vida “não é justa”. As crianças se beneficiam por aprender a esperar pelas recompensas e por superar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por meio da frustração ocasional, elas desenvolvem a habilidade de tolerar situações que não são como elas querem. Se nós relevamos cada capricho, elas não poderão aprender a lidar com a frustração de um modo saudável e maduro. A vida torna-se mais exigente conforme elas crescem. Ajudá-las a vencer ameaças especiais e a esperar pelas recompensas é o início para ajudá-las a lidar com o seu próprio senso de competência.

Entretanto, uma criança com TDAH é um caso especial no qual uma vontade atual é intensamente perturbadora. Embora cada criança seja única em sua capacidade, esperar por qualquer coisa é mais difícil para essas crianças (e adultos) que precisam exercer maior esforço para controlar sentimentos de todos os tipos. Quando as coisas não seguem seu caminho, a criança com TDAH pode ir da calma à fúria num piscar de olhos.

Muitas crianças com TDAH são obsessivas e incapazes de se livrar de um determinado pensamento. Se elas têm em mente ir nadar, por exemplo, mas não podem ir por causa de uma tempestade inesperada, prepare-se para uma crise de furor. Elas não se esquecerão de nenhuma promessa feita, ou até mesmo de qualquer expectativa que exista somente em sua imaginação. A memória pode aplicar peças em nós se o desejo de um resultado for muito, muito forte.

O que um pai pode fazer?

Não há resposta mágica. É uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do tempo por meio de tentativa e erro, e pela leitura de livros, pela procura de auxílio profissional e por perguntar aos outros pais e parentes. Armado com informação você pode então experimentar abordagens diferentes para descobrir quais métodos funcionam melhor para você e para sua família.

Como estabelecer limites que funcionem.

Enquanto crescem, as crianças com TDAH geralmente enfrentarão desapontamentos de todos os tipos – não somente a recusa de alguma brincadeira. Elas também têm de enfrentar o fato de não serem bem tratadas pelos amigos, de não ganharem um papel em peça de teatro escolar, de descobrir que seu irmão comeu o ultimo pedaço de torta de cereja, ou que seu melhor amigo está se mudando para longe – ou que o trabalho para o qual ela se inscreveu não deu certo – qualquer realidade que as confronte de modo diário e que as faça se sentirem... mal.

Como ajudar seu filho a dar conta

Controle o ambiente. Não programe situações que tenham chance de serem muito estimulantes ou cheias de estresse para seu filho com TDAH, tais como levá-lo ao shopping às cinco e meia da tarde, após um longo dia, ou ficar em uma festa de família até altas horas da noite. Entretanto, isso é dependente da idade e pode ser ajustado com o tempo.

Controle o resultado. Não tenha medo de abandonar uma situação que você vê que está se tornando um conflito para a criança. Aprenda a ler os sinais de ameaça de desapontamento. Por exemplo, um primo adolescente provavelmente não vai convidar o quintanista para se juntar aos seus amigos quando eles sairem da festa do vovô e da vovó. Então, procure sair antes de surgir a sensação de que está sobrando.

Estabeleça limites, e mantenha o seu ponto. Não discuta sobre situações que você sabe que seu filho já entende, mas que continua a perguntar – “Mas por que eu não posso (ter isso, fazer aquilo, ir lá, etc.)?” Estabeleça seu limite, fique calmo e entenda os sentimentos dele: “Sei que você está desapontado, mas sua tática não funciona comigo”.

Ensine paciência. Antes que uma crise de raiva ou uma discussão tenham se iniciado, fale com a criança sobre como esperar pelo que ela quer, ou como planejar para o que ela sente que precisa, ou como ter alternativas que sejam quase como o que ela imaginou.

Minimize a frustração. Ofereça estratégias para lidar com “grandes” sentimentos depois de desapontamentos, tais como falar com um adulto, jogar algo divertido, técnicas de relaxamento ou brincar com animais. Linguagem interna positiva ("Talvez da próxima vez eu ganhe o jogo"), tempo e apaziguamento podem ajudar as crianças a desenvolver uma nova tática ou apenas deixar que elas façam algo que queriam.

Reconheça seus esforços. Observe e comente nas ocasiões em que seu filho esteja propenso a deixar a coisa correr. A aprendizagem da capacidade de lidar com a deslealdade e os desapontamentos demora uma longa jornada de reforço de bons padrões.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

67- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (terceira parte)

Cinco guias para os pais de crianças e adolescentes violentos e desafiadores
Guia 1 – Terapia combinada - é um programa de disciplina mais medicação – é melhor para o comportamento desafiador. A medicação para o TDAH pode ajudar a criança a controlar melhor suas emoções, então ela terá menos probabilidade de reagir explosivamente, mas não mudará seu comportamento desafiador.

Guia 2 – Lembre que o comportamento desafiador de uma criança geralmente piora após participar de um programa de desafio, diz Tim Verduin, da New York University. Como ela não está tendo a resposta que ela quer que você tenha, e a que ela estava acostumada, ela aumenta o comportamento negativo para tentar obtê-la.

Guia 3 – Se as crises de furor do seu filho parecem mais explosivas e frequentes do que as dos seus colegas, ele pode ter TOD. Cerca de 5% das crianças têm TOD, mas 65% das crianças com TDAH também têm TOD, de acordo com algumas estimativas.

Guia 4 – “Nunca é boa ideia estabelecer uma regra que você não consiga manter o tempo todo,” diz Joyce Divinyi, autora de Discipline that Works: 5 Simple Steps. “ Crianças desafiadoras arriscam a sorte. Se elas podem continuar com o comportamento desafiador uma vez – pode ser somente uma vez em seis – elas lutarão por aquela vez”.

Guia 5 – Demora seis meses para mudar o comportamento desafiador, diz a psicóloga Joyce Divinyi. “Eu encorajo os pais a procurar treinamento e apoio durante as fases de desafio. Diga a um terapeuta, ´Li este livro, ou estou fazendo aquele programa. Faz muito sentido para mim, mas preciso de apoio enquanto estiver lidando com isso. O que você sugere? ´”.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

66- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (segunda parte)

Cursos de Treinamento para os pais: como escolher

Nos Estados Unidos há muitos cursos de treinamento de pais. Cada um deles oferece algo único.

1- Terapia de Interação pais-criança (Parent-Child Interaction Therapy – PCIT)

A PCIT geralmente é oferecida em centros ligados a universidades e por terapeutas individualizados.

É melhor para os pais de crianças dos dois aos sete anos de idade. A PCIT envolve a terapia um-a-um com os pais, e possivelmente outros membros da família, assim como com a criança desafiadora. Você interage com seu filho em sala com falso espelho. O terapeuta fica sentado do outro lado do espelho, falando com você por um ponto eletrônico. “A vantagem de se comunicar com o pai é que a criança associa essas habilidades ao pai, não ao terapeuta,” diz Timoty Verduin, Ph. D., diretor clínico do Institute for Attention Deficit Hyperactivity and Behavior Disorders no New York University Study Center.

Para encontrar um terapeuta: PCIT International

2- Ajudando uma criança não complacente (Helping a Noncompliant Child)

É um programa usado com a criança e os seus pais, descrito no livro de Rex Forehand “Parenting the Strong-Willed Child”.

É melhor para crianças de três a oito anos de idade. Você lê e segue as intruções do livro, participa de programas de grupo, ou trabalha em base um-a-um com um terapeuta. “A criança deve estar num sala com um pai, para que o terapeuta possa demonstrar a melhor resposta e encorajar o pai,” diz Forehand.

Para encontrar um terapeuta: Association for Behavioral and cognitive Therapies (ABCT)

3- Seu filho desafiador (Your Defiant Child)

É um programa descrito por Russell Barkley em seu livro de mesmo nome.

É melhor para crianças de quatro a doze anos de idade, especialmente aquelas grave ou persistentemente desafiadoras. Nas primeiras quatro semanas, os pais aprendem a dar aprovação, elogios e reconhecimento e a estabelecer incentivos e brindes para encorajar o bom comportamento. Nas outras quatro semanas os pais aprendem como corrigir o comportamento desafiador, usando estratégias focalizadas em um problema de cada vez e agindo em 10 segundos após a ocorrência do problema. Outro elemento é chamado “Ajude o professor a ajudar seu filho”, no qual os pais usam um cartão diário de notas para se comunicar com o professor. Os pais também aprendem como ajustar o sistema de recompensas de acordo com a idade da criança.

Uma mesada semanal funciona para Christopher Covello, um menino de 13 anos, de Norwalk, Connecticut, que foi diagnosticado como TDAH aos 5 anos de idade e tem episódios ocasionais de birras e de desafios. Sua mãe, Jennifer, pregou uma lista de tarefas na geladeira. Se Christopher as faz sem queixas, ele tem a mesada ao final da semana. Se ele não as faz, ou reclama, sua mesada é diminuída em parte. “Ele mesmo organizou a lista, de modo que ele tem propriedade sobre seu arranjo”, diz Jennifer. “Fizemos um acordo e ambos o assinamos”.

4- Programas em grupo

Os programas em grupo ensinam os princípios da PCIT para grupos de 25 pais e têm o benefício adicional de dar apoio aos pais e custar menos do que a terapia privada. Existem três programas: COPE (Community Parent Education), difícil, de estilo conservador, ministrado à noite por paraprofissionais aos pais de crianças e adolescentes; Incredible Years, para os pais de pré-escolares, focalizando na intervenção precoce para prevenir a piora do comportamento desafiador; e Positivfe Parenting Program, dirigido aos adolescentes e também fornecendo estratégias para controlar os problemas conjugais causados pelo comportamento desafiador.

Auxílio para adolescentes violentos e desafiadores

Se o comportamento desafiador não tiver sido solucionado quando a criança atinge sua adolescência, o treinamento dos pais não funcionará. Você não consegue colocar de castigo um adolescente que é maior e mais forte que você. Entre no Collaborative Problem Solving (CPS), um programa criado por Ross W. Greene, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School, e descrito em seu livro “The Explosive Child” (Harper Collins).

A premissa: Crianças desafiadoras, com TDAH não são obstinadas ou manipuladoras. Seu comportamento desafiador resulta de uma falta de controle emocional e de habilidades comportamentais. Os proponentes do CPS veem o comportamento desafiador como uma dificuldade de aprendizagem. “Em vez de ter dificuldade com matemática ou com a leitura, essas crianças têm dificuldade com a solução de problemas, em flexibilizar o pensamento e a frustração,” diz J. Estuart Ablon, Ph.D., diretor do Think:Kids, no Massachusetts General Hospital.

Como funciona: O programa dá às crianças as habilidades que elas não têm – desde habilidades sociais até habilidades de função executiva – em vez de usar um sistema de premiação e punição. O primeiro passo é identificar e entender a preocupação da criança em relação a um problema (terminar o trabalho de casa ou uma tarefa), e assegurar a ela que o problema será resolvido pela criança e por um adulto, juntos. O segundo passo é identificar a preocupação do adulto a respeito do mesmo problema. O terceiro passo convida a criança para as soluções pensadas com o adulto, para encontrar um plano que seja mutuamente satisfatório.

O que você aprende: Como fazer perguntas ao seu filho, de um modo que o ajude a explicar o que desencadeia o comportamento desafiador; como compartilhar as suas preocupações com ele e ajudá-lo a compartilhar as dele.

O CPS controlou os problemas de comportamento que Armen Afarian, de 12 anos, tinha na escola. Quando estava no ensino médio, Armen foi suspenso porque os professores notaram seu comportamento desafiador no intervalo. A regra era de que quando o sino tocasse, os estudantes tinham de parar de jogar basquete e correr para a sala de aula. Em alguns dias, Armen jogou ainda depois do toque do sino, o que o levou a ser suspenso.

A mãe de Armen, Debra Ann, que tinha feito a terapia do CPS com seu filho, pediu uma reunião com os professores dele para discutir soluções para o problema. Armen disse, “Eu paro às vezes, porque estou em um número par de jogadas”. “Se não paro quando o sino toca é porque estou em um número ímpar, e eu não posso parar nada em um número ímpar.”

“Não vamos puni-lo, porque nada vai mudar isso,” disse um professor. “Como você acha que poderemos resolver este problema?” Armen respondeu, “O intervalo é de 15 minutos; eu poderia parar em um número par se eu soubesse que estivesse chegando o fim do intervalo.”

Não importa a abordagem que você adotar para controlar o comportamento desafiador do seu filho, a recompensa vai além de evitar brigas. Melhorando a maneira que você interage com seu filho, você melhorará seu relacionamento e aumentará sua autoestima e autoconfiança. Estes benefícios duram a vida toda.

Esta parte é continuação da postagem 64 (continua)

sábado, 2 de abril de 2011

65- Bullying: colégio terá que indenizar família de aluna

Pais de aluna, que haviam alertado colégio sobre humilhações, obtêm indenização na Justiça do Rio - Clarissa Thomé, O Estado de S.Paulo.

O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.

Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.

A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastada, causando arranhões.

Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.

Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.

Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."

J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.

"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam."

Publicado no Blog do Noblat em 02-04-2011  
(Vejam a postagem no. 20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

64- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos: programas de treinamento de pais que auxiliam a mudar o comportamento

Tentando lidar com TOD, TDAH e/ou comportamento desafiador? Estes programas de treinamento podem ajudar a mudar e controlar as explosões de raiva e o comportamento obstinado. Por Laura Flynn McCarthy

Chame-o de voluntarioso ou corajoso. De qualquer modo, o comportamento briguento e explosivo é comum nas crianças com TDAH, e pode tornar exaustos os pais mais pacientes e carinhosos. Se o comportamento desafiador do seu filho está limitado a um punhado de itens – fazer a tarefa de casa ou arrumar o quarto – ou se ele preenche os critérios do transtorno de oposição e desafio (TOD), há estratégias que podem contornar o comportamento difícil.

“Quase 65% das crianças desenvolverão o TOD até dois anos após o diagnóstico de TDAH”, diz Russell Barkley, Ph. D., professor de clínica psiquiátrica na Medical University of South Carolina, e autor de Your Defiant Child (Guilford Press). “As crianças com TDAH têm 11 vezes mais chances de ter TOD do que quaisquer outras na população. As duas condições caminham juntas.”

Crianças com TDAH têm dificuldade de controlar sua emoção. “Crianças desafiadoras estão reagindo por causa dos centros emocionais dos seus cérebros, e não estão pensando ´Se eu fizer isso, vou me meter em apuros´”, diz a psicoterapeuta Joyce Divinyi, autora de Discipline That Works: 5 Simple Steps (Wellness Connection). “O comportamento desafiador é um impulso emocional, não uma ação pensada.”

Quanto mais graves forem os sintomas do TDAH de uma criança, maior é a chance de que ela se comporte de maneira desafiadora. Manter os sintomas sob controle com medicação, terapia cognitivo-comportamental, ou ambos, pode diminuir o comportamento desafiador. O estilo dos pais também tem grande importância na gravidade do desafio de uma criança.

“Os pais deveriam entender que este é um comportamento difícil de resolver”, diz Barkley. “Seu filho está gritando, berrando, empurrando e batendo, e pode chegar ao comportamento destrutivo e, às vezes, à violência. Você pode estar cansado. Pode ter tido um dia difícil no trabalho. Pode ter outro filho que esteja exigindo a sua atenção. Pode ser que você esteja deprimido. Ou também pode ser que você tenha TDAH, e tenha dificuldade de controlar suas próprias emoções.”

Os pais de crianças com TDAH enfrentam essas situações muitas vezes mais do que outros pais, ele acrescenta, e têm mais chance de ceder em algum tempo. É por isso que o treinamento dos pais é tão importante. Ele lhe dá as habilidades, o suporte e a ajuda que você necessita para ser consistente.

Como funcionam os programas de treinamento dos pais

A American Academy of Child and Adolescent Psychiatry reconhece dois tratamentos para o comportamento desafiador – treinamento dos pais e Collaborative Problem Solving (CPS). Como as crianças não desenvolvem as habilidades necessárias para o CPS até os 10 anos ou mais, o treinamento dos pais é provavelmente a melhor opção para crianças mais novas.

A premissa: O comportamento desafiador aparece quando a criança descobre que pode obter o que quiser por meio do mau comportamento. Você diz ao seu filho, “Desligue o vídeo game e vá fazer sua lição de casa,” e ele se recusa a obedecer e discute com você. Se você não mantiver sua postura, você criará a condição para o comportamento desafiador. “Você não precisa punir todas as vezes para fazer valer a pena para ele lutar; só tem de punir algumas vezes,” diz Barkley. Os especialistas chamam este padrão de interação de “o circulo coercitivo”.

Como funciona: A meta do treinamento de pais é quebrar o circulo e ajudar os pais a disciplinar os seus filhos de modo mais eficaz. “Crianças desafiadoras causam estresse na família,” diz Rex Forehand, Ph. D., professor de psicologia na University of Vermont, e coautor de Parenting the Strong-Willed Child (McGraw-Hill). “ Para contornar o comportamento – e eu sei que todo mundo já ouviu isto antes – os pais precisam ser consistentes, estabelecer limites, criar estrutura e ser positivos.

O treinamento de pais ensina a você essas habilidades em duas partes:

1- Você mostra ao seu filho o que você quer dele, dá a ele os incentivos para que se comporte de acordo e reforça o comportamento positivo dando aprovação, elogios, reconhecimento, pontos, presentes e ou recompensas.

2- Você aprende estratégias para corrigir os comportamentos negativos e desafiadores – ignorando os pequenos comportamentos maus e estabelecendo consequências consistentes, como castigos.

O que você aprende: Como dar ordens com autoridade, a usar o castigo eficazmente, a ensinar seu filho a pensar sobre as consequências de suas ações, a elogiar e a criar e usar sistema de recompensas.

(continua)

quinta-feira, 31 de março de 2011

63- Lista dos artigos já publicados no blog

1- Saudações
2- O TDAH e os professores
3- Dicas para a sala de aula
4- Listas de checagem do TDAH – Sandra Rief
5- Cartilha do Educador
6- Preocupado? Leia isto:
7- Novas Diretrizes para o Tratamento do Déficit de Atenção/Hiperatividade
8- Quais são as características ideais de um professor para crianças e adolescentes com TDAH
9- O que os professores devem esperar do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH?
10- Acomodações em classe e auxílios para os alunos com TDAH
11- O que acontece com quem herda a predisposição para o TDAH?
12- O comportamento dos pais em relação aos filhos pode agravar o TDAH?
13- O TDAH não pode pura e simplesmente ser secundário ao modo como as crianças são educadas pelos pais?
14- Focalizando a atenção das crianças desatentas com TDAH
15- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio
16- Crianças com Transtorno de Oposição e Desafio – Dados para as famílias
17- Os sintomas do TDAH
18- TDAH – Sintomas em adultos
19- Dicas para ajudar os pais com TDAH a se manterem organizados
20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying
21- O que os pais podem fazer para ajudar no tratamento?
22- Dicas para os pais
23- Vinte e cinco (25) coisas boas do TDAH
24- Doze dicas para ajudar crianças com TDAH a ler, escrever e em matemática.
25- Pai de criança com TDAH? Cinco segredos para uma disciplina melhor
26- Minimize as brigas sobre trabalhos de casa e estudo criando rotinas para seu filho com TDAH
27- Estratégias amigáveis, aprovadas pelos pais, para ajudar crianças com TDAH a fazerem seu trabalho de casa.
28- Acabe com a distração: Melhorando o foco do TDAH em casa e na escola
29- Vinte e sete (27) acomodações que funcionam para o TDAH
30- Risco de depressão e suicídio no TDAH adolescente
31- Dicas de comportamento escolar: Controle do impulso para crianças com TDAH
32- Para os pais de crianças com TDAH
33- TDAH – Sugestões para intervenções do professor
34- Como falar com uma criança ou adolescente sobre o TDAH?
35- Falta conhecimento sobre o TDAH. Isso é grave!
36- Quando mudar de médico
37- Álcool e medicamentos para o TDAH: O que é seguro?
38- Evite a destruição das festas de Natal: Auxílio para crianças com TDAH
39- Medicamentos ou tratamento alternativo para o TDAH?
40- TDAH é uma doença inventada?
41- Melhorando o comportamento em classe: Ajude as crianças com TDAH a parar a inquietação
42- Dez ou mais ferramentas de relacionamento do TDAH para o amor duradouro
43- Sete soluções para problemas de sono
44- Reduza a ansiedade naturalmente
45- Memória de trabalho e memória de curto prazo
46- Estatísticas relacionadas ao TDAH em crianças e adolescentes sem tratamento
47- Simplifique sua vida com o TDAH aprendendo a dizer “não”
48- Seis maneiras para o adulto com TDAH interromper a procrastinação
49- A instabilidade na carreira mostra o pior do meu TDAH
50- Cecília Meireles – Motivo
51- Modificação das tarefas acadêmicas no TDAH
52- Você ouve os outros? Como brilhar em situações sociais com o TDAH
53- 10 maneiras de arruinar um bom relacionamento
54- Como ajudar estudantes com TDAH no ensino médio a se preparar para a faculdade
55- Seis truques para a memória de estudantes com TDAH
56- Lição de casa
57- A perspectiva das crianças que vivem com TDAH
58- TDAH em adultos
59- Disciplina (Prof. João Marcello Almeida)
60- Repensar o TDAH a partir de uma perspectiva cognitiva
61- TDAH e dificuldades com matemática: semelhanças cognitivas e intervenções
62- Quando os professores culpam os pais pelo TDAH e pelas dificuldades de aprendizagem do aluno

terça-feira, 29 de março de 2011

62- Quando os Professores Culpam os Pais pelo TDAH e pelas Dificuldades de Aprendizagem do Aluno

O TDAH e a disgrafia do meu filho fizeram com que ele ficasse atrasado na classe tradicional e sua professora culpou-me por aceitar sua dificuldade de aprendizagem. Como encontramos uma escola acolhedora que acomodou suas diferenças. Por Deborah Thorpe

Faço parte de um grande grupo de apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem e TDAH, e o mesmo assunto aparece toda semana: “A escola diz que eu estou incentivando meu filho a ser como ele é”, diz uma mãe. “A professora diz que se eu o disciplinasse mais, ele se sairia melhor”, diz outra mãe. Pais de crianças com dificuldades invisíveis são frequentemente culpados pelas dificuldades delas na escola. Somos alvos fáceis.

É devastador ouvir essas acusações. Muitos de nós gastamos horas pesquisando as dificuldades dos nossos filhos e procurando o médico certo para fazer o diagnóstico e o tratamento dos sintomas. Tentamos explicar esses sintomas para a escola, esperando encontrar as acomodações e o apoio que nossos filhos precisam para serem bem sucedidos. Quando surge uma crise na classe, entretanto, os pais geralmente estão na mira dos professores. Recebi recentemente uma carta, escrita em vermelho, com palavras raivosas, da professora do meu filho, que dizia: “Se ele apenas fizesse o trabalho, não haveria nenhum problema”. Ela se referia ao fato de eu estar permitindo que meu filho ditasse as respostas do seu trabalho de casa para mim.

Entendi a frustração dela. Eu também estava frustrada. Meu filho não queria escrever nada – trabalhos de classe ou tarefa de casa. Ele tem disgrafia, a incapacidade de escrever a mão de modo legível. Para ele, a escrita a mão era uma batalha: Ele demorava uma eternidade para escrever uma simples sentença, e o resultado final parecia uma coisa de bebê. Ele sabia que não poderia se equiparar aos seus colegas de classe.

A psicóloga dele disse que seria melhor para ele não escrever nada do que parecer bobo. Eu concordei, mas não consegui fazer com que a professora compreendesse. Não éramos uma equipe. Logo no início do ano, ela havia me chamado para o que disse ser “uma conversa de mulher para mulher”, e me acusou de prejudicar meu filho. Disse que era minha culpa ele ter problemas para escrever.

Fui tomada pela surpresa e chorei. Comecei a repensar minhas ações. Na semana seguinte, não conseguia pensar em outra coisa. Teria eu realmente causado os problemas do meu filho?

Eu estaria prejudicando e não ajudando?

Foi um alívio falar com a psicóloga do meu filho. Seria eu uma má influência? Perguntei. “Não”, ela disse. Eu não tinha impedido que meu filho superasse as dificuldades que ele enfrenta. Um pai se torna desesperado e amedrontado quando sua criança não vai bem nos estudos, ela explicou, mas a ajuda que eu dei a ele foi uma acomodação legítima para uma criança com disgrafia. A escola insistiu, entretanto, que ele fizesse tudo por si mesmo, não importando o tempo que levasse. Eles forçariam uma criança em cadeira de rodas a participar de uma aula de ginástica normal?

Um amigo, que recentemente conquistou seu PhD, estudou crianças com artrite reumatoide juvenil e descobriu que as que tinham a doença crônica precisavam de um “facilitador” – alguém que garantisse que a criança tivesse o que fosse necessário e que a protegesse quando fosse o caso. Sem essa pessoa vital, sua doença – e sua qualidade de vida – piorava.

Eu sou essa pessoa para o meu filho. Eu torno o seu campo de batalha justo para ele, de modo que ele queira lutar e não fique acovardado.

Mudando a vida dele

Aquele dia está chegando. Nos últimos dois anos ele frequentou uma escola privada que permitiu que ele não escrevesse no primeiro ano e que focalizasse em suas potencialidades. Ele atingiu as metas em escrita por meio de desenhos de histórias em quadrinhos, algo em que ele é bom e que gosta de fazer. Participou de uma competição de Lego, e seus trabalhos artísticos foram expostos num show de arte local. Ele interessou-se por fotografia. Também ensinamos a ele como escrever num teclado, algo que sua escola antiga deveria ter insistido que ele aprendesse.

Neste ano ele está fazendo mais trabalhos escritos, incluindo um sobre ciências. Ele já não se opõe mais a fazer seus trabalhos. De fato, recentemente ele até recusou um convite para ir até a casa de um amigo, porque tinha um trabalho escolar a ser feito.

Entendo por que as escolas querem que nossas crianças sejam pessoas responsáveis e produtivas, mas quando uma criança não acompanha, a “solução” é às vezes a repetição ou o fracasso escolar. Essa abordagem de “um tamanho serve para todos” é danosa para nossas crianças com dificuldades. No início, eu pensava ser a única vítima dessa culpa mal posta. Não era. Agora eu me importo por todos os outros pais que trabalham tão duro quanto eu para garantir a independência e o sucesso acadêmico de nossos filhos. Facilitar, no melhor sentido, pode ser uma coisa boa para nossas crianças.

Extraído de hoagiesgifted.com, por Deborah Thorpe
ADDitude, Spring 2011 issue.

terça-feira, 15 de março de 2011

61- TDAH e Dificuldades com Matemática: Semelhanças Cognitivas e Intervenções

Os estudos indicam que entre 4 e 7% da população em idade escolar apresentam algum tipo de dificuldade com matemática, e que 26% das crianças com TDAH têm uma dificuldade específica com matemática.
Em crianças com TDAH foram descobertas fraquezas da memória de trabalho que promovem as dificuldades com os problemas que envolvem a manipulação da informação verbal e não verbal..
Pesquisas recentes focalizaram a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com matemática, especificamente aritmética, algoritmos do conhecimento e resolução de problemas.
Swanson e Beebe-Fraser descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribui para a dificuldade de solucionar problemas matemáticos de palavras mais do que o processamento fonológico isolado. Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado com as dificuldades em matemática e o TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades de resolver problemas aritméticos, algorítmicos e matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade de bloquear os estímulos estranhos para a memória de trabalho.
A pesquisa focalizou uma variedade de intervenções na tentativa de encontrar um modo de instruir melhor as crianças com TDAH e dificuldades de matemática.
Acompanhamento, reforço no uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são quatro métodos que podem ajudar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.
Amy Platt.

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...