sexta-feira, 17 de julho de 2015

A Lacuna de gênero: Meninas e Mulheres com TDAH (411)


As meninas são diagnosticadas com TDAH muito mais tarde do que os meninos, se é que são diagnosticadas. Aqui está tudo que você precisa saber sobre o TDAH nas mulheres, de modo que você - ou sua filha - não se percam no cipoal. Pelos Editores de ADDitude.

TDAH também é para as mulheres

Meninas e meninos atualmente são diagnosticados com TDAH na taxa de 1 para 3. Isso não significa que a doença seja menos frequente nas meninas. significa que as meninas estão sendo menos diagnosticadas. Quando deixado sem diagnóstico, o TDAH pode gerar um prejuízo na saúde mental feminina e em seu bem estar geral, promovendo baixa autoestima e trauma psicológico.

Diferenças nos sintomas do TDAH

As meninas com TDAH são geralmente despercebidas porque manifestam a hiperatividade de modo diferente. Por exemplo, em sala de aula, um menino pode falar as respostas sem pensar, ficar tamborilando seu dedos ou balançando os pés, enquanto uma menina demonstra a hiperatividade falando sem parar. Uma menina que fala o tempo todo  geralmente é vista pela professora como tagarela, não como hiperativa ou problemática  - e por isso é menos provável que seja encaminhada para uma avaliação para TDAH.

TDAH desatento

Outra razão pela qual o TDAH nas meninas voa abaixo do radar é que nelas é mais provável que apareça a forma desatenta. Os sintomas desse subtipo (que incluem pouca atenção a detalhes, limitado tempo de atenção, esquecimentos e distração) tendem a provocar menos problemas e são menos perceptíveis que os sintomas do TDAH hiperativo. De modo mais simples, um menino hiperativo, que repetidamente faz barulho em sua carteira, é mais notado e recebe mais ajuda do que uma menina desatenta, que fica mexendo em seu cabelo enquanto fica com o olhar perdido na janela.

Mecanismos de compensação

Algumas meninas compensam o seu TDAH desenvolvendo estratégias que mascaram os sintomas. Para garantir que ela obtenha boas notas, uma menina pode tornar-se perfeccionista e gastar horas anotando meticulosamente cada capítulo do assunto sobre o qual vai ser examinada, ou tornar-se obsessivo-compulsiva e checar repetidamente sua mochila para ter certeza de que ela tem tudo.

Dificuldades sociais

As diferenças de gênero no TDAH também podem afetar a vida social de uma menina. As pesquisas mostram que as meninas com TDAH podem ser rejeitadas mais frequentemente do que seus colegas meninos. comparadas aos meninos, as amizades das meninas precisam de maior sofisticação e de mais manutenção. Por exemplo, dois meninos podem se encontrar no playground e começar a cavar um buraco com suas pás, e ficam amigos instantaneamente. A amizade entre as meninas requer a atenção a dicas sociais e a vínculos, algo com que as meninas com TDAH têm problemas.

O preço do TDAH nas meninas

A autoestima das meninas com TDAH também parece ser mais prejudicada do que a dos meninos com TDAH. Não é surpresa, então, que a condição possa exigir um preço da saúde emocional e do bem estar geral das meninas. Meninas com TDAH tendem a ter mais transtornos de humor, depressão, ansiedade e problemas de autoestima que as meninas sem TDAH. Meninas com TDAH correm maior risco de problemas desde baixo desempenho acadêmico até abuso de álcool e de drogas, e até mesmo de tentativas de suicídio.

A percepção pública das meninas

Meninas com o subtipo hiperativo do TDAH podem ser diagnosticadas mais precocemente, mas geralmente são mais estigmatizadas do que os meninos com o mesmo diagnóstico. Crianças no playground vêem a impulsividade e a distração como coisa de menino. Meninos são mais propensos a ganhar um salvo-conduto das outras crianças e dos professores, especialmente se os sintomas não forem muito severos. Meninos hiperativos estão somente "sendo meninos", enquanto meninas hiperativas ganham o ostracismo.

As expectativas das esposas e mães

As mulheres são ensinadas a ser "agradáveis", e geralmente são cobradas por expectativas não realistas, enquanto tentam se equilibrar entre a família e a carreira. Quando mulheres com TDAH se casam e têm filhos, muitas sentem vergonha. A sociedade espera tremendas proezas de memória e de organização das mães, desde a observação de fatos críticos em relação aos professores até a organização das refeições e programações. Sem tratamento ou ajuda, muitas mulheres se sentem ineptas.

Obtendo ajuda

Se você acredita que sua filha pode ter TDAH, não espere até que o professor reclame, antes de ir procurar a avaliação médica. Os professores geralmente procuram por hiperatividade, desorganização ou esquecimentos como sinais de TDAH antes de recomendar uma avaliação aos pais, mas o modo como o TDAH se manifesta nas meninas - falar excessivamente, baixa autoestima, preocupação, perfeccionismo, assumir riscos e curiosidade - raramente é tido como tal.

Diagnóstico no adulto: Alívio

Qualquer mulher que suspeite de ter TDAH deve se instruir sobre o transtorno e consultar um profissional de saúde mental que seja especializado no assunto. O TDAH é fortemente hereditário e muitas mulheres procuram ajuda como adultas porque uma luz se apaga quando elas têm um filho diagnosticado com TDAH. Para muitas mulheres diagnosticadas tardiamente é um alívio finalmente ter uma explicação do porquê elas são como são.

Tratamentos diferentes

O TDAH não somente se apresenta com diferentes sintomas em meninos e meninas, mas também, geralmente, requer estratégias de tratamento diferentes. Ambos os gêneros se beneficiam das medicações estimulantes, mas as meninas podem também precisar de tratamento para a ansiedade. Algumas meninas não toleram a medicação estimulante sem apoio farmacológico extra.

Espalhe a notícia

A comunidade médica está começando a despertar para o fato de que o TDAH é um grande problema para meninas e que a condição geralmente persiste até a idade adulta, porém precisamos espalhar a notícia.

ADDitude

domingo, 12 de julho de 2015

Não comer tarde da noite é bom para o cérebro - Atenção - Desatenção (410)


Por Megan Brooks

Seatle, USA - Para os "corujas" com privação de sono à noite, comer menos durante as horas mais tarde da noite pode ajudar a diminuir os déficits de concentração e de alerta que acompanham a privação de sono, segundo apontam novas pesquisas.

"Adultos consomem aproximadamente 500 calorias a mais durante as horas mais avançadas da noite, quando estão privados de sono", disse em uma declaração o investigador sênior David F. Dinges, PhD., chefe da Divisão de Sono e Cronobiologia, da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pennsylvania (UPenn), na Philadelphia, USA.

"Nossa pesquisa mostrou que restringir as calorias tarde da noite ajuda a prevenir um pouco a queda no desempenho neurocomportamental que os indivíduos podem sofrer durante a privação de sono", disse o Dr. Dinges.

Andrea Spaeth, PhD, do Centro de Sono e Neurobiologia Circadiana, da UPenn, que trabalhou na pesquisa com Namni Goel, PhD, da Unidade de Psiquiatria Experimental da UPenn, apresentou os resultados aqui em SLEEP 2015: Encontro Anual da Sociedades dos Profissionais Associados do Sono.

Os pesquisadores recrutaram 44 adultos sadios, com idade de 21 a 50 anos, para participarem do seu estudo, conduzido no Laboratório de Sono e Cronobiologia da UPenn. Os pesquisadores permitiram acesso ilimitado  a comida e bebida aos participantes, durante o dia, seguido por somente 4 horas de sono por noite, por 3 noites.

Na quarta noite, 20 participantes receberam acesso contínuo a comida e bebidas, e 24 participantes tiveram permissão a beber água das 22 horas até as 4 horas da madrugada, quando foram dormir. Em cada noite, às 2 horas, todos os participantes completaram uma variedade de testes para medir sua memória de trabalho, habilidades cognitivas, sonolência, nível de estresse e humor.

Na quarta noite, os indivíduos que ficaram sem comer, tiveram melhor desempenho nos testes de tempo de reação e menos erros por falta de atenção que os seus colegas que tinham comido até tarde da noite.

Além disso, os que comeram até tarde, mostraram tempos de reação mais lentos e mais erros por falta de atenção, na quarta noite de privação de sono, quando comparados com as suas 3 primeiras noites, enquanto os que ficaram sem comer não mostraram essa queda de desempenho.

Possíveis Medidas de Compensação

Essa pesquisa sugere que o jejum tarde da noite, por curto prazo, "atenua a queda de desempenho na atenção vigilante causada pela privação do sono", segundo Dra. Spaeth.

Embora esse seja um pequeno estudo inicial, os dados sugerem a possibilidade de usar a ingestão de alimentos (ou a sua proibição)  como "possível defesa" em certas situações.

Por exemplo, "para pessoas em situações que requeiram atenção vigilante até tarde da noite, como os motoristas de caminhão, uma estratégia possível pode ser programar quando e quanto eles poderão comer. Precisamos de mais pesquisas, mas é uma possibilidade interessante."

Ela acrescentou, "Essa pesquisa também confirma que o sistema de sono-vigília e o sistema de equilíbrio de energia interagem, de modo que há troca de informações entre os dois".

Comentando sobre a pesquisa para o Medscape Medical News, Saul Rothenberg, PhD, psicólogo especialista em sono e comportamento, do North Shore-LIJ Centro de Doenças do Sono, em Great Neck, Nova Iorque, disse "uma estória tem se desenvolvido há alguns anos sobre a conexão entre os intestinos e o cérebro, e parece que um estado de necessidade metabólica aumentada está associado ao alerta, e uma necessidade metabólica diminuída, a um estado de sonolência".
"Esses achados estão na direção geral que seria esperada: comer pouco leva ao aumento do estado de alerta e pode compensar alguns dos efeitos da perda de sono", disse o Dr. Rothenberg.

The study was supported by the National Institutes of Health, the Penn Clinical and Translational Research Center, and the Department of the Navy, Office of Naval Research. The authors and Dr Rothenberg have disclosed no relevant financial relationships.
SLEEP 2015: Annual Meeting of the Associated Professional Sleep Societies: Abstract 0317. Presented June 7, 2015.

Julho/2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Maior exposição a um inseticida se relaciona a mais sintomas de TDAH em crianças e adolescentes (409)

Maior exposição a um inseticida se relaciona a mais sintomas de TDAH em crianças e adolescentes

Há evidências de uma ligação entre um inseticida de uso comum em casa e o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adolescentes, de acordo com uma recente pesquisa.

Os pesquisadores analisaram dados de 687 crianças de 8 a 15 anos que haviam participado de uma enquete nacional de exame de saúde e nutrição de 2000-2001. Os investigadores observaram três níveis de 3-PBA (ácido 3-fenoxibenzoico), indicador químico de exposição aos piretroides, na urina das crianças.

Os meninos com níveis detectáveis de 3-PBA na urina tinham 3 vezes mais probabilidade de sofrer de TDAH do que os que não tinham 3-PBA detectável (desvio padrão ajustado: 2,42; IC 95%: 1,06-5,57). A cada aumento de 10 vezes nos níveis de 3-PBA, nos meninos, houve um aumento de 50% do risco de hiperatividade e impulsividade, ambos sintomas do TDAH. Os efeitos sobre a desatenção não foram significativos. 

Nas meninas, os níveis de 3-PBA não se associaram a maior risco de TDAH, nem de sintomas do transtorno.

Pesquisas anteriores haviam achado que a exposição aos piretroides aumenta a hiperatividade, a impulsividade e as anomalias do sistema dopaminérgico de ratos machos.

[Environ Health 2015]
Wagner-Schuman M, Richardson JR, Auinger P, Braun JM, Lanphear BP, Epstein JN, et al.

Copiado de neurologia.com - Revista de Neurologia - Barcelona -Espanha

01/07/2015

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...