Muitas
crianças com TDAH e Dificuldades de Aprendizagem também lutam com a baixa
autoestima. Eis aqui como os pais podem ajuda-las. Por Larry Silver, M.D.
Quando as crianças
se sentem bem a respeito de si mesmas, tudo acontece mais facilmente para elas
e seus pais. Mas a baixa autoestima é um grande problema para as crianças com
TDAH – e um problema maior ainda para os quase 50% de crianças com TDAH que
também têm dificuldades de aprendizagem.
Para se
sentirem bem sobre si mesmas, elas precisam de duas coisas: a sensação de que
são realmente bem sucedidas, tanto social quanto academicamente, e o amor
incondicional de seus pais. Se faltar um ou outro ingrediente, uma criança terá
muitas dificuldades para desenvolver um senso de autoestima.Uma criança pode revelar sua infelicidade dizendo, “Odeio minha vida” ou “Ninguém gosta de mim” ou “Eu sou burra”.
Seu filho
diz ou faz coisas que sugerem que ele sinta que não é “bastante bom” ou que não
é merecedor de amor? Suas palavras ou
seu comportamento sugerem que ele se sente um fracasso na escola? Que seus
colegas não o apreciam muito, ou que ele é de alguma outra maneira malsucedido
socialmente?
Reações
negativas?
Pense sobre
as últimas semanas. Houve dias em que você ou seu cônjuge se sentiram tão
frustrados com o comportamento do seu filho a ponto de gritar com ele ou dizer
coisas das quais se arrependeu mais tarde? Houve dias em que você ou seu
cônjuge tentaram evitar seu filho?
Se for
assim, sente-se com seu cônjuge e discuta por que os dois estão tendo
dificuldade de se manterem calmos e afetuosos. Se for por causa da
hiperatividade, da desatenção ou dos comportamentos impulsivos do seu filho,
seu TDAH está sendo tratado corretamente?
Se for o
baixo desempenho dele na escola ou as brigas por causa das tarefas de casa, ele
não teria sido diagnosticado como portador de dificuldades de aprendizagem? Se
os comportamentos típicos do TDAH do seu filho estão desencadeando reações
negativas de sua parte, de outros membros da família ou de outras crianças, é
essencial que você avalie o impacto que isso tem na autoestima dele.
A história
de Billy
Há não muito
tempo, lidei com um menino de oito anos chamado Billy. Era evidente que ele precisava dos
medicamentos para o TDAH, mas seus pais tinham medo de dar os remédios para ele
durante o dia todo. Por insistência deles, eu dei ao Billy um esquema que
cobria somente o período escolar.
Quando nos
encontramos novamente, duas semanas mais tarde, os pais do Billy me contaram
que ele estava indo muito melhor na escola. Mas eu descobri que havia grandes
problemas em casa. Os pais do Billy gritavam com ele de maneira sistemática –
para que ele não se intrometesse, para não subir nos móveis, para sentar-se
quieto nas refeições e assim por diante. Quando pedi aos pais do Billy que
avaliassem o efeito que os seus gritos poderia ter na autoestima do menino,
eles rapidamente concordaram em estender a cobertura medicamentosa para as
tardes e os finais de semana.
O sucesso na
escola
Pense no que
está acontecendo na escola. Se o seu filho não estiver acompanhando a classe ou
se sentir como um fracasso em sua classe, descubra a causa. Fale com o
professor dele. Ele não fica sentado quieto, não presta atenção e não participa
das atividades em sala? Se for assim, ele pode estar tomando a medicação errada
para o TDAH – ou pode estar tomando a medicação correta com a dosagem errada,
ou nos horários errados. Se os professores descrevem seu filho como hiperativo,
distraído ou impulsivo, provavelmente seu TDAH não está sendo tratado
corretamente.
Cuide de
falar com o professor dele sobre o TDAH. Faça perguntas sobre os efeitos
colaterais que ele pode estar sofrendo em classe e explique como simples
acomodações podem ajudar. Talvez seu filho precise de melhor supervisão durante
os períodos desestruturados (caminhar nos corredores, durante o intervalo
etc.). Pode ser que ele só precise de um pouco de ajuda para prestar mais
atenção quando se distrai durante as aulas.
Ele tem
dificuldade de leitura, de escrita, ou com matemática, embora seja capaz de se
sentar quieto e prestando atenção durante as aulas? Considere a possibilidade
de ele ter uma dificuldade de aprendizagem.
A
importância dos amigos
Enquanto
ajuda seu filho a ter o sucesso acadêmico, veja o que pode fazer para melhorar
a aceitação dele por parte dos colegas. Observe se ele interage com os colegas
durante os intervalos e as brincadeiras, durante as atividades estruturadas e
nas atividades esportivas organizadas. Pergunte ao professor como ele se
comporta na classe e no pátio.
Observe seu
filho quando ele brincar fora de casa ou quando ele convida algum amigo (tente
não se aparecer). Ele é muito tímido e medroso para se enturmar com um colega?
Ele é muito grosseiro, ou muito
desligado? Ele tem dificuldade de interpretar a linguagem corporal da
outra criança? Ele é muito distraído, impulsivo ou hiperativo para brincar? Ele
evita os esportes porque tem habilidades motoras deficientes e pouca
coordenação entre as mãos e a visão? E nos jogos de tabuleiro ou na lousa?
Após ter uma
noção de quais são os problemas sociais específicos do seu filho, procure a
solução. Pode ser que ele precise de um esquema diferente de medicação ou de
uma terapia de grupo para as habilidades sociais. Pode ser que ele possa tentar
um esporte em que não seja necessário o mesmo nível de habilidades motoras
finas ou de coordenação mão-visão.
Ou pode ser
que você encontre uma atividade não atlética de que ele goste. Não é fácil
aumentar a autoestima de uma criança. Mas você pode amar seu filho
incondicionalmente, e se estiver querendo fazer um pequeno trabalho de detetive
em relação aos problemas com os colegas e com a escola, seu filho deverá
começar a se sentir melhor sobre si mesmo. Boa sorte! Eu garanto que seu filho
gostará muito dos seus esforços.
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