Trabalhar
com médicos em quem você confia pode ajudar sua tarefa com segurança. A seguir,
veja como encontrar a melhor equipe para tratar sua criança com TDAH. Por Perri
Klass e Eileen Costello.
Antigamente, a maioria das crianças diferentes não obtinha
um diagnóstico formal de categorias como transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH). Elas eram chamadas de excêntricas ou estranhas, vistas como frutos do acaso e
mimadas como gênios infantis, ou recusadas como desajustadas.
Todos nos lembramos de tais crianças dos nossos próprios
dias escolares, e, provavelmente, elas não recebiam nenhuma terapia especial,
não tomavam nenhum remédio, não procuravam tratamento para TDAH e não portavam
nenhuma terminologia psicológica em sua jornada através da infância.
Dê uma olhada nas mesmas classes e nos mesmos pátios
escolares atuais e verá uma variedade de diagnósticos: TDA, TDAH, várias
dificuldades de aprendizagem, disfunções da integração sensorial, transtorno de
oposição e desafio.
A infância virou uma sopa de letrinhas. Uma criança que não
se encaixe no modelo provavelmente receberá avaliação intensiva, levando a
diagnósticos e novos diagnósticos e, na volta, um programa de terapias
individualizadas, intervenções com base na família e, possivelmente,
medicamentos. Isso é uma coisa boa. Já não mais tomamos como certo que algumas
crianças que sofrem com problemas sejam deixadas sozinhas em sua luta.
Mas, para os pais dessas crianças, o mundo de hoje apresenta
sua própria espécie de dificuldades. Em um mundo perfeito, você confiaria em
uma equipe de especialistas eruditos e sensíveis, que veria seu filho sem
preconceitos e que levaria o tempo necessário para conhecê-lo. Suas
recomendações seriam realistas e práticas, e as consultas de avaliação e de
acompanhamento seriam integralmente cobertas pelo seu plano de saúde.
Sinto muito, não temos o mapa desse tipo de mundo. Como você
já deve ter percebido, com tantos diagnósticos para escolher, e uma estonteante
lista de especialistas para consultar, os pais de crianças diferentes podem
perder tempo, dinheiro e o sono, e ainda descobrirem que sabem pouco mais do
que sabiam no começo, e, talvez, menos confiantes em seu instinto.
Bem, podemos não ter um mapa, mas nosso objetivo aqui é
ajudar o mais que pudermos para que você obtenha, se não tudo, o que for
necessário para juntar sua equipe de especialistas. Se você ainda estiver
procurando um diagnóstico que faça sentido ou se já estiver em meio a um tratamento,
os conselhos a seguir poderão ajudá-lo a fazer escolhas seguras sobre os
profissionais do seu filho.
O Ponto de Partida
Tipicamente os pais começam pelo profissional de saúde do
seu filho, geralmente um pediatra, o clínico da família ou uma enfermeira
particular. Alguns pediatras têm treinamento adicional em desenvolvimento e em
comportamento, e muitos outros têm um interesse especial na área. Mas todo
pediatra gasta a maior parte do seu tempo examinando bebês e crianças pequenas
e tem alguma ideia da faixa normal, e de suas variações que atingem os limites
da faixa.
Se você falou de alguma preocupação sobre seu filho com o
pediatra, e ele ouviu atentamente, interagiu com seu filho e o examinou, porém
não ficou alarmado, fique tranquilo. Não é uma garantia, é claro, mas pode bem
ser que o que você está vendo seja somente uma fase do desenvolvimento. Pode
ser difícil julgar se uma criança de dois anos está além do normal quanto a
comportamento de oposição e de birras, especialmente se ela for o seu primeiro
filho.
Se você confia e gosta do seu médico, deve deixar como está
por ao menos uns poucos meses. Não há provavelmente nenhum teste vital único
que precise ser feito rapidamente para uma resposta essencial. Obviamente não
estamos falando de uma criança que seja surda ou com o autismo clássico ou com
convulsões. Sempre é importante que a criança com transtornos psiquiátricos ou
clínicos seja diagnosticada e tratada tão rapidamente quanto possível.
Mas se você estiver realmente preocupado sobre o
desenvolvimento do seu filho, fale com seu pediatra. Interrompa-o, olhe nos
olhos dele e fale que você está preocupado, e diga exatamente porquê. Então,
marque uma consulta para falar especificamente sobre sua preocupação. Não tente
discutir isso durante uma consulta por causa de uma infecção de ouvido.
Suas preocupações devem alertar o pediatra para fazer algum
tipo de avaliação sistemática do desenvolvimento, não só "dar uma olhada"
no seu filho. Se você sentir que não está sendo ouvido, procure uma segunda
opinião. Muitos pediatras serão receptivos para encaminhar você e seu filho
para um especialista em comportamento e desenvolvimento, se você estiver
verdadeiramente preocupado.
(a continuar na postagem 289)
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