segunda-feira, 12 de maio de 2014

336- Esperto mas enrolado: As emoções do TDAH


Raiva, explosões, ansiedade, irritabilidade, impaciência: mais do que a maioria das pessoas, os TDAHs podem ser dirigidos pelas emoções. Por Thomas E. Brown, Ph.D., autor de "Smart but Stuck: Emotions in Teens and Adults with ADHD" (Esperto mas enrolado: Emoções em adolescentes e adultos com TDAH".

A emoção comanda

Poucos médicos levam em conta as alterações emocionais quando fazem o diagnóstico do TDAH. De fato, os critérios de diagnóstico atuais para o TDAH não incluem nenhuma menção a "problemas com as emoções", embora as pesquisas recentes revelem que os portadores de TDAH têm significativamente mais dificuldade com baixa tolerância à frustração, impaciência, temperamento "esquentado" e excitabilidade, comparados ao grupo controle.

O Processamento da emoção: uma coisa do cérebro

Os desafios com as emoções começam no cérebro mesmo. Às vezes as dificuldades de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne tão forte a ponto de invadir todo o cérebro como uma avalanche. Outras vezes, a pessoa com TDAH parece insensível ou desatenta às emoções dos outros. As redes de conexão cerebrais que transportam informações relacionadas às emoções parecem de algum modo mais limitadas nos indivíduos com TDAH.

Ligado a um sentimento

Quando um adolescente com TDAH se torna enraivecido quando um pai se recusa a deixá-lo usar o carro, por exemplo, sua resposta extrema pode ser por "inundação" - uma emoção momentânea pode tomar todo o espaço na cabeça do TDAH justamente como um vírus de computador pode tomar todo o espaço do disco rígido. Esse foco em uma emoção afasta informação importante que poderia ajudá-lo a modular sua raiva e a controlar seu comportamento.

Extrema sensibilidade à desaprovação

Os TDAHs geralmente se tornam rapidamente imersos em uma emoção saliente e têm dificuldade de mudar seu foco para outros aspectos da situação. Escutar uma pequena dúvida na reação de um colaborador a uma sugestão pode levar à interpretação disso como uma crítica e a uma explosão de autodefesa imprópria sem ter ouvido cuidadosamente a resposta do colaborador.

Presos pelo medo

Ansiedade social significante é uma dificuldade crônica sentida por mais de um terço dos adolescentes e adultos com TDAH. Eles vivem quase constantemente com medos exagerados de estar sendo vistos pelos outros como incompetentes, pouco atraentes ou antipáticos.

Cedendo à fuga e negação

Algumas pessoas com TDAH não sofrem de falta de consciência das emoções importantes, mas de uma incapacidade de tolerar essas emoções o suficiente para lidar eficientemente com elas. Essas pessoas se tornam presas em padrões de comportamento para fugir de emoções dolorosas que parecem ser muito opressivas - prazos finais ou encontros com grupo de pessoas não familiares.

Levadas pela emoção

Para muitos TDAHs, o mecanismo de comporta do cérebro que regula as emoções não distingue ente ameaças perigosas e problemas menores. Esses indivíduos são frequentemente levados ao pânico por pensamentos ou percepções que não merecem tal reação. Como resultado, o cérebro TDAH não consegue lidar de modo mais racional e realista com eventos que sejam estressantes.

Tristeza e baixa autoestima

Pessoas com TDAH não tratado podem sofrer de distimia - uma forma leve mas duradoura de depressão ou de tristeza. Geralmente ela é desencadeada por viver com frustrações, fracassos, feedback negativo e os estresses da vida causados por TDAH não tratado ou maltratado. As pessoas distímicas sofrem quase todos os dias de baixa energia e autoestima.

Emoções e o deslanchar

As emoções motivam a ação - ação para se engajar ou para fugir. Muitas pessoas com TDAH não tratado podem mobilizar prontamente o interesse somente para atividades que ofereçam gratificação imediata. Elas tendem a ter grave dificuldade em ativar e manter o esforço para tarefas que ofereçam recompensas a longo prazo.

Emoções e o deslanchar 2

Os estudos de imagens cerebrais demonstram que as substâncias químicas que ativam os circuitos de reconhecimento de recompensa do cérebro tendem a se ligar a significativamente menos sítios receptores nas pessoas com TDAH do que nas do grupo de comparação. Pessoas com TDAH são menos capazes de antecipar o prazer ou a registrar a satisfação com tarefas para as quais o pagamento é postergado.

Emoções e memória de trabalho

A memória de trabalho traz para o jogo, consciente e/ou inconscientemente,a energia emocional necessária para nos ajudar a organizar, manter o foco, monitorar e auto-regular. Muitos TDAHs, entretanto, têm memória de trabalho inadequada, o que explica por que eles são geralmente desorganizados, perdem a calma ou deixam tudo para depois.

Emoções e memória de trabalho 2

Algumas vezes as dificuldades de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte. Outras vezes, as dificuldades de memória de trabalho deixam a pessoa com sensibilidade insuficiente para a importância de uma emoção particular porque essa pessoa não tem a informação relevante guardada na mente.

Tratando os desafios emocionais

Tratar os desafios emocionais do TDAH requer uma abordagem multimodal: Começa com uma cuidadosa e minuciosa avaliação para o TDAH, que explique o TDAH e seu efeito nas emoções. A medicação para o TDAH pode melhorar as redes emocionais do cérebro. A psicoterapia pode ajudar uma pessoa a controlar o medo ou a baixa autoestima. O treinamento pode ajudar uma pessoa a superar os problemas para terminar as tarefas aborrecidas.


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