Quando a maioria das crianças faz uma tarefa, são ativadas várias conexões cerebrais, e exames de imagem mostraram que essa ativação neuronal é menor nas crianças com autismo.
Essa menor flexibilidade geralmente provoca dificuldades quando as crianças com autismo enfrentam situações novas. Saber como o cérebro responde de forma diferente nesses casos poderia fazer com que as transições fossem mais fáceis para essas crianças. Em um novo estudo, os investigadores realizaram ressonâncias magnéticas em 34 crianças com autismo e em 34 crianças com desenvolvimento normal enquanto descansavam e enquanto realizavam uma tarefa: resolver problemas de matemática ou distinguir umas faces de outras. A ideia era incluir tarefas que resultariam difíceis de forma significativa para as crianças autistas junto com outras que não. As crianças com autismo se desenvolveram igual às demais crianças nas tarefas. Não obstante, em uma série de conexões cerebrais que se sabe serem importantes para a mudança de uma tarefa para outra, as crianças com autismo mostraram uma 'flexibilidade' cerebral menor que a das crianças que se desenvolviam com normalidade. Os investigadores também encontraram uma conexão entre a gravidade das condutas restritivas ou repetitivas e o grau de inflexibilidade. Para os autores, esses achados poderiam ajudar a elaborar novas terapias dirigidas a favorecer a flexibilidade cerebral mediante estratégias, ferramentas e jogos que melhorem a mudança de uma tarefa para outra. | |
[ Cereb Cortex 2014] Uddin LQ, Supekar K, Lynch CJ, Cheng KM, Odriozola P, Barth ME, et al. |
Blog destinado à divulgação dos diversos aspectos do TDAH e do que mais eu quiser. As opiniões são de responsabilidade dos autores e podem não ser compartilhadas por mim (Dr. Menegucci).. Todo mundo é gênio. Mas, se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir numa árvore, ele vai passar a vida toda pensando que é burro..
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
365 - As interconexões cerebrais das crianças com autismo apresentam menos flexibilidade
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
364- O TDAH não é uma Dificuldade de Aprendizagem?
Uma nova maneira de avaliar o
processamento neural de crianças com TDAH revela que, ao contrario do
convencional, o transtorno não representa necessariamente um prejuízo do
aprendizado, tanto quanto um prejuízo da tomada de decisões.
"Indivíduos com TDAH não devem ser
caracterizados por um prejuízo do aprendizado per se, em contraste do que foi
sugerido por modelos teóricos", escreveram os autores, liderados por
Tobias U, Hauser, PhD., da University College London´s Wellcome Trust Centre
for Neuroimaging.
"Na verdade, eles têm um processo de
decisão menos preciso e avaliam mais vezes".
O estudo foi publicado online no dia 20 de
agosto no JAMA Psychiatry.
Nova
abordagem por imagem
O TDAH, afirmam os autores, tem sido ligado
a fraca tomada de decisões e dificuldade de aprendizado. Modelos de TDAH sugerem
que esses déficits "podem ser causados por deficiência no reconhecimento
de 'erros na previsão de recompensa' (RPEs), que são sinais que indicam
violação de expectativas, e sabidamente codificados pelo sistema
dopaminérgico".
Entretanto, os investigadores afirmam que
"o déficit preciso de aprendizado e de tomada de decisões, e seu
correspondente neurobiológico no TDAH, não é bem conhecido".
Para o estudo, 20 adolescentes, com idade
de 12 a 16 anos, com TDAH, e 20 indivíduos sadios, de controle, foram
submetidos a testes psiquiátricos durante a realização simultânea de
ressonância magnética funcional (fRMI) e eletroencefalograma (EEG).
A combinação das duas modalidades permite
uma avaliação que supera as fraquezas de cada método, segundo Dr. Hauser.
A ressonância magnética funcional (fRMI),
por exemplo, tem uma resolução temporal muito fraca, enquanto o EEG tem uma
falta de resolução espacial. A combinação dos dois permite não somente
localizar as deficiências mas, também, nos mostra em que instante a deficiência
acontece. Isso nos informa se ela ocorre no início ou no final do
"processo de pensamento".
Nos testes, os investigadores usaram uma
nova comparação de dois modelos de computação psiquiátrica - um modelo
Rescorla-Wagner avançado, que se mostra bem sucedido em demonstrar o
aprendizado de um participante em tarefas de aprendizado com reversão
probabilística, e um modelo de aprendizado Bayesiano mais flexível, que comanda
um processo de aprendizado mais refinado.
É o primeiro estudo que utiliza esses
modelos computacionais para entender as deficiências de tomada de decisão em
combinação com imagem multimodal, segundo Dr. Hauser.
Por meio dessa abordagem, é possível
entender os mecanismos por trás das dificuldades na tomada de decisões e seus
correlatos neurais, no TDAH.
Os desafios enfrentados pelos
participantes, enquanto eram submetidos às técnicas simultâneas de
neuro-imagem, geralmente envolviam o aprendizado, por tentativa e erro, de qual
de duas imagens resultava em melhor recompensa de dinheiro, com o objetivo de
ganhar a maior quantidade de dinheiro possível. As probabilidades de recompensa
eram mudadas ocasionalmente, requerendo que os participantes a elas se
adaptassem.
Implicações
clínicas ?
Os resultados não mostraram nenhuma
diferença significativa entre os grupos quanto aos tempo médios de reação, à
variabilidade do tempo de reação e ao número de erros. Entretanto, os
participantes com TDAH ganharam menos dinheiro (P = 0,08).
Adolescentes com TDAH mostraram
aprendizado mais simplista e também tiveram aumento do comportamento
exploratório, quando comparados aos participantes sadios (P = 0,02).
Por sua vez, a ressonância magnética
funcional mostrou deficiência no processamento dos RPEs, ou sinais que sugerem
violações das expectativas, que foram ligadas ao TDAH em modelos prévios da
condição. Deficiências de RPEs foram observadas no córtex pré-frontal medial -
uma área largamente associada com a tomada de decisões - durante o estímulo
assim como na apresentação do resultado.
Embora pesquisa anterior também tenha
implicado o córtex pré-frontal no TDAH, a imagem mostrou o momento preciso do
impacto, que ocorreu em um estágio inicial, aproximadamente meio segundo depois
do feedback.
Não é somente a deficiência dos RPEs do
córtex pré-frontal medial uma causa possível da seleção de escolhas sub-ótimas,
refletidas no comportamento mais exploratório, mas a imagem também ajudou a
apontar quais áreas do córtex pré-frontal medial são afetadas.
"As regiões do córtex pré-frontal
medial que foram descobertas como deficientes são adjacentes às regiões
principais sabidamente responsáveis pelo processamento dos RPEs",
escreveram os autores.
"Isso sugere que indivíduos com TDAH
podem não processar os RPEs de modo diferente nas regiões principais. Em vez
disso, parece que os RPEs são processados em áreas menos extensas".
Considerando o comportamento, os achados
oferecem uma possível explicação para os desafios de tomada de decisões e as
potenciais estratégias para superá-los, disse o Dr. Hauser.
"Adolescentes com TDAH possivelmente
tomam decisões mais fracas e mais impulsivas quando têm um tempo limitado para
decidir, ou se estão sob a pressão de outros adolescentes", ele explicou.
"Essa fraqueza poderia ser superada
se as pessoas com TDAH pudessem aprender a refletir profundamente sobre os
ganhos potenciais e os custos de suas decisões".
Achados
intrigantes
O estudo é importante ao somar para o
entendimento dos mecanismos subjacentes ao TDAH, o que é importante para o
desenvolvimento de intervenções para ajudar a combater e compensar os déficits,
disse Cathryn A. Galanter. MD., diretora do programa psiquiátrico de
treinamento de adolescentes no SUNY Downstate/Kings County Hospital Center, no
Brooklyn, em Nova Iorque.
"Esses achados são intrigantes e
precisam de replicação", ela disse ao Medscape Medical News.
"Embora seja muito cedo para tirar
implicações clínicas desses resultados, eles contribuem muito para a evidência
neurocientífica do que vemos clinicamente: que crianças com TDAH podem ter estilos
diferentes de aprendizagem e, assim, podem se beneficiar de diferentes
abordagens para ajudá-las a aprender".
"São necessários mais estudos para
nos ajudar a entender os processo subjacentes do aprendizado e da tomada de
decisões das crianças com TDAH, disse Dra. Galanter.
JAMA Psychiatry. Published online August
20, 2014.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
363- Exercícios diários antes da escola diminuem os sintomas do TDAH
Crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade)
podem se beneficiar da prática diária de exercícios antes da escola.
Isto foi
mostrado por um estudo conduzido por pesquisadores americanos, publicado no
"Journal of Abnormal Child Psychology". Os exercícios ajudaram a
diminuir os sintomas do TDAH na sala de aula e em casa.
No seu estudo, cientistas da Universidade Estadual de Michigan (East
Landing) e da Universidade de Vermont (Burlington) incluíram 200 crianças do
ensino fundamental entre o jardim de infância e a segunda série. Uma parte
apresentava sintomas de TDAH e a outra não. Os sujeitos do estudo foram
randomizados para dois grupos que participavam diariamente de exercícios
físicos moderados a vigorosos antes da escola ou de atividades de sala
totalmente sedentárias.
Após doze semanas, todos os participantes do estudo demonstraram melhora
na atenção, menos variações de humor e melhor comportamento social. Contudo, as
crianças com sintomas de TDAH se beneficiaram mais dos exercícios físicos do
que das atividades sedentárias, disse o autor do estudo Alan Smith, da
Universidade Estadual de Michigan.
"Apesar do número de perguntas ainda sem resposta, a atividade
física parece ser um método promissor de intervenção para TDAH com benefícios
bem conhecidos para a saúde geral", disse Smith. Este é outro motivo para
as escolas incorporarem atividades físicas diárias no dia escolar.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
362- O Mito da Aprendizagem: Por que eu nunca digo ao meu filho que ele é esperto
O Mito da Aprendizagem: Por que eu nunca digo ao meu filho
que ele é esperto. Por Salman Khan
Meu filho de cinco anos começou a aprender a ler. Toda
noite, nos sentamos em sua cama e ele lê para mim um pequeno livro.
Inevitavelmente, ele topa com uma palavra difícil: na noite passada a palavra
foi "gratefully" [reconhecidamente]. Ele acabou por conseguir
pronunciá-la depois de um sofrido minuto. Então ele disse, "Pai, você não
fica contente com o esforço que eu fiz com essa palavra? Acho que eu podia sentir
o meu cérebro crescendo". Eu sorri. Meu filho agora está verbalizando os
assim chamados sinais de uma "mentalidade do crescimento". Mas isso
não foi por acidente. Recentemente, pus em prática pesquisa que andei
analisando nos últimos anos: decidi elogiar meu filho não quando ele se saía
bem em coisas nas quais ele já era bom, mas quando ele insistia na coisas em
que tinha dificuldades. Reforcei para ele a ideia de que por meio do esforço
seu cérebro cresce. Em meio à grande quantidade de pesquisas sobre o assunto
"mentalidade de aprendizagem" e essa experiência pessoal com meu
filho, estou mais convencido do que nunca que a mentalidade dirigida ao
aprendizado pode ser mais importante do que qualquer coisa que nós ensinamos.
Os pesquisadores sabem há algum tempo que o cérebro é como um
músculo, que quanto mais você usa, mais ele cresce. Eles descobriram que as
conexões neurais se formam e se aprofundam mais quando cometemos erros fazendo
coisas difíceis do que quando temos sucesso fazendo coisas fáceis.
O que isso significa é que nossa inteligência não é fixa, e
que a melhor maneira pela qual podemos aumentar nossa inteligência é assumir
tarefas nas quais podemos encontrar dificuldades e falhar.
Entretanto, nem todo mundo tem consciência disso. Dr. Carol
Dweck, da Stanford University, estuda há décadas o pensamento ligado ao
aprendizado das pessoas. Ela descobriu que muitas pessoas aderem a um de dois
pensamentos: fixado ou crescimento. O pensamento fixado acredita erroneamente
que as pessoas ou são espertas ou não são, que a inteligência está determinada,
fixada pelos genes. Pessoas com o pensamento do crescimento acreditam
corretamente que a capacidade e a inteligência podem ser aumentadas pelo
esforço, pela luta e pelo fracasso. Dweck descobriu que os que têm o pensamento
fixado tendem a focalizar seu esforço em tarefas nas quais eles têm uma grande
chance de sucesso e evitam tarefas nas quais eles têm de lutar, o que limita
seu aprendizado. Pessoas com o pensamento do crescimento, entretanto, aceitam
os desafios, e entendem que a tenacidade e o esforço podem mudar o resultado do
seu aprendizado. Como você pode imaginar, isso está correlacionado com o último
grupo estar mais ativamente se exigindo e crescendo intelectualmente.
A boa notícia é que mentalidades podem ser ensinadas; elas
são maleáveis. O que realmente é fascinante é que Dweck e outros desenvolveram
técnicas a que eles denominam "intervenções com mentalidade de
crescimento", que mostraram que mesmo pequenas mudanças na comunicação ou
comentários aparentemente inócuos podem ter muitas implicações de longa duração
para a mentalidade de uma pessoa. Por exemplo, elogiar o método de alguém ("Eu
gosto realmente do modo com que você enfrenta esse problema") em vez de
elogiar um talento ou habilidade inata ("Você é tão esperto!") é uma
maneira de reforçar a mentalidade do crescimento com alguém. O elogio do método
reconhece o esforço; o elogio do talento reforça a noção de que alguém só é bem
sucedido (ou não) com base em um traço fixo. E nós temos visto isso também na
Khan Academy: estudantes estão gastando mais tempo aprendendo na Khan Academy
depois de expostos a mensagens que elogiam sua tenacidade e determinação, e que
enfatizam que o cérebro é como um músculo.
A Internet é um sonho para os que têm a mentalidade do
crescimento. Entre Khan Academy, MOOCs, e outros, há um acesso sem precedentes
a um conteúdo sem fim para ajudar você a aumentar sua mente. Entretanto, a
sociedade não estará levando vantagem disso sem que a mentalidade do
crescimento seja mais prevalente. E se nós ativamente tentarmos mudar isso? E
se começarmos a usar seja qual for o meio à nossa disposição para começar a
usar intervenções com mentalidade do crescimento com todos de quem cuidamos?
Isso é muito maior do que a Khan Academy ou a álgebra - isso se aplica a como
você se comunica com suas crianças, como você dirige sua equipe no trabalho,
como você aprende uma nova língua ou instrumento. Se a sociedade como um todo
começar a aceitar a luta pelo aprendizado, não haverá um fim para o que pode
ser o potencial humano global.
E agora uma surpresa para você. Lendo esse artigo, você já
completou a primeira metade de uma intervenção com a mentalidade do
crescimento. A pesquisa mostra que já ao ser exposto à pesquisa em si mesma
(por exemplo, saber que o cérebro cresce principalmente por errar as questões,
não acertar) pode começar a mudança na mentalidade de uma pessoa. A segunda
metade da intervenção é para você mostrar a pesquisa para outras pessoas.
Fizemos um vídeo que comemora a luta do aprendizado, que o ajudará a fazer
isso. Finalmente, quando meu filho, ou por causa disso, mais alguém me
perguntar sobre aprendizagem, eu somente quero que eles saibam uma coisa.
Conforme eles aceitem a luta e os erros, eles podem aprender tudo.
361- TDAH e abuso de drogas
Segundo uma recente pesquisa nos Estados Unidos, os
jovens com TDAH têm mais do que o dobro de probabilidades de experimentar e
abusar de drogas.
Ainda que os estimulantes (anfetaminas, metilfenidato) usados
para o tratamento do TDAH possam ser viciantes, não há evidências de que
tomá-los aumente o risco de abuso de substâncias.
Os autores advertem que esses
estimulantes podem ser usados de forma indevida, e que 23% dos jovens
americanos em idade escolar tentam vender, comprar ou trocar medicamentos para
o TDAH.
Os medicamentos que se usam para tratar o TDAH apresentam um potencial
de abuso, ainda que a grande maioria dos jovens com TDAH não chegam a ter
problema de abuso de substâncias.
O estudo conclui que são necessárias mais investigações
para averiguar por que alguns jovens são mais susceptíveis que outros. É
possível que a mesma biologia que provoca o TDAH também ponha alguns dos jovens
em risco mais alto de abusar de substâncias.
Outros fatores sociais poderiam
contribuir também para o aumento do risco; por exemplo, alguns desses jovens
costumam ter maiores dificuldades na escola e sentem mais ansiedade por esse
motivo.
Pediatrics, 2014 -
Harstad E., Levy S. - Committee on Substance Abuse
360- Excesso de TV ou de computador pode causar TDAH?
Pergunta
feita por stef241116 a Parents of ADHD
Children (ADDitude)
[Estou lendo
um livro sobre TDAH, escrito por um psiquiatra, e, embora concorde com a
maioria da informação contida nesse livro, discordo fortemente de uma
declaração dele, que diz "novos estudos têm revelado que a excessiva
exposição à TV ou ao computador pode predispor uma criança ao TDAH". O excesso de TV ou de computador pode causar o TDAH?]
Resposta:
Eis aqui o porquê.
Sabemos qual é a explicação médica para o TDAH: uma falta de dopamina no cérebro, assim
como outras falhas na função cerebral.
Também sabemos que ele é MUITO genético.
São fatos médicos, não "novas teorias".
Se uma
criança SEM TDAH assiste muito à TV, posso entender por que sua capacidade de
prestar atenção pode diminuir e por que ele quer estimulação/satisfação
imediata, resultando em perda do foco para as coisas mundanas.
Entretanto, se
você tirar a TV da vida dessa criança, como se você estivesse tirando o açúcar
de alguém viciado nele, a criança voltará ao normal depois de algum tempo,
porque o vício foi resolvido.
Faça isso a
uma criança com TDAH e adivinhe o que acontecerá?
O cérebro dela ainda é TDAH.
Por quê? Porque é uma condição médica congênita.
Os efeitos da exposição
excessiva à TV, ou ao computador, são hábitos e comportamentos aprendidos.
Grande diferença.
Concorda ou discorda?
ADDitude
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
359- Gestação, Antidepressivos, Autismo e TDAH
Estudo coloca em dúvida a afirmação de que o risco de autismo esteja
ligado a antidepressivos tomados durante a gestação
Um estudo dos EUA questiona análises anteriores que associam um risco
aumentado de autismo ao uso de antidepressivos durante a gestação. Segundo os
resultados publicados no “Molecular Psychiatry”, estes estudos foram meramente
capazes de refletir o risco aumentado de autismo relacionado somente à
depressão materna. Contudo, a maior probabilidade de transtorno do déficit de
atenção com hiperatividade (TDAH) foi confirmada.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (Boston) compararam
dados coletados entre 1997 e 2010, de 1.400 crianças com transtornos globais do
desenvolvimento, incluindo autismo, com 4.000 crianças saudáveis e fizeram
uma correlação com informações sobre suas mães. O mesmo foi feito para 2.250
crianças com TDAH e 5.600 controles pareados.
À primeira vista, a associação entre a exposição pré-natal a
antidepressivos e autismo foi confirmada. Contudo, após ajustar para fatores
direcionados para depressão grave, a associação deixou de ser significativa. Medicamentos
direcionados para a via da serotonina (tanto antidepressivos quanto outros
medicamentos) não estavam ligados a um risco aumentado de autismo; enquanto,
aparentemente, medicamentos antipsicóticos pareceram aumentar o risco. A
probabilidade de TDAH foi reduzida quando o foco foi direcionado para a
gravidade da depressão materna, mas permaneceu significativa.
Existem numerosas opções para tratar a depressão e ansiedade durante a
gravidez, diz o autor sênior Roy Perlis. “Mas se for preciso usar antidepressivos,
espero que as mães possam se sentir confiantes quanto à sua segurança.”
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
358- Os jovens com TDAH têm conexões cerebrais interrompidas
Notícia Publicada na Revista
de Neurologia, de Barcelona, Espanha,
em 27/08/2014, revela que um novo estudo [Li F., He N., Li Y., Chen L., Huang
X., Lui S., et al - Radiology, 2014] mostrou, por meio de imagens de
ressonância magnética funcional (RMf), em estado de repouso, que crianças e
adolescentes com TDAH têm conexões interrompidas entre diferentes áreas do
cérebro.
Para o novo estudo, os investigadores utilizaram a RMf para
avaliar a função das vias nervosas quando o cérebro se concentra em uma tarefa
específica. Compararam os resultados de uma amostra de 33 crianças , de 6 a 16
anos, com TDAH, com 32 controles sadios, de 8 a 16 anos, e correlacionaram os
achados com os obtidos nas provas de funções executivas (Wisconsin Card Sorting
Test y Stroop Color-Word Test).
Os resultados mostraram que os pacientes com TDAH tinham
alteradas a estrutura e a função localizadas em áreas do cérebro como o córtex
órbito-frontal, que participa principalmente do processamento cognitivo e do
planejamento estratégico, e no globo pálido, que está implicado no controle
inibitório.
O estudo sugere que as anormalidades estruturais e
funcionais nestas regiões cerebrais podem causar a falta de atenção e a
hiperatividade dos pacientes com TDAH, e que os resultados preliminares mostram
a associação entre os achados de imagem e os sintomas.
Os investigadores também encontraram anormalidades nas conexões entre as redes do cérebro associadas com a disfunção executiva em estado de repouso. Essas anomalias indicam alterações cerebrais mais extensas no TDAH do que já se havia demonstrado.
Os investigadores também encontraram anormalidades nas conexões entre as redes do cérebro associadas com a disfunção executiva em estado de repouso. Essas anomalias indicam alterações cerebrais mais extensas no TDAH do que já se havia demonstrado.
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