Adultos com TDAH às vezes precisam de um pouco de ajuda para fazer e manter amigos.
Cuidar do estresse da vida com o TDAH – ajudar uma criança a estudar para uma prova, organizar o cardápio da semana, certificar-se da tomada dos medicamentos – geralmente ganham prioridade em relação a uma vida social. Além disso, há muito trabalho para certificar-se de que não vai, acidentalmente, dizer ou fazer algo ofensivo, esquecer de agradecer por um cartão, ou perder a concentração durante uma conversa.
Mas, amigos são importantes. E cada adulto com TDAH poderia usar um ouvinte simpático ou um sorriso reconfortante, de tempos em tempos.
Então, não atire a toalha! Socializar pode nunca ser a sua segunda preferência, mas você pode aprender maneiras de mais facilmente manter e reconquistar amizades perdidas:
Dê prioridade a manter o contato
Mergulhe nos registros de sua rede social, livro de endereços, contatos telefônicos e na caixa de e-mails para fazer uma lista de amigos e contatos. Reveja a lista uma vez por semana ou mais, para ver se há alguém com quem você queira falar ou almoçar.
Alguns portadores de TDAH usam essa lista como um “diário de amigos”, anotando cada vez que vêem ou falam com uma determinada pessoa. Sabendo quando foi a última vez que mantiveram contato ajuda a evitar um longo tempo até o próximo contato. Se quiser, você poderá montar uma agenda estruturada, usando calendários de alerta de e-mails, ou outros aplicativos de planejamento, que poderão ser usados para avisá-lo quando for a hora de manter contato com as pessoas em intervalos determinados.
Programe as tentativas para contato
Alguns adultos com TDAH gastam uma hora a cada noite de sexta-feira ou de sábado para telefonar ou passar e-mails para os amigos; outros reservam 10 minutos por dia para escrever, conversar ou mandar mensagem. De qualquer modo, ajuda reservar um tempo específico em sua agenda. Se você teme perder a noção de tempo, use um timer, como o do celular, ou de um relógio.
Tente reservar um tempo para os amigos mais chegados, ao menos uma vez por semana, mesmo que seja por meio de um rápido telefonema, e-mail, ou algumas mensagens de texto. Se eles moram perto, visite-os ao menos uma vez por mês, ou uma vez ao ano, se eles moram longe. Para contatos e outros que não sejam tão chegados (pais dos colegas dos seus filhos, por exemplo), um contato mensal seria correto, com uma visita a cada três meses.
Nem todo contato tem de levar a um encontro ou a uma relação mais íntima em sua vida. Você pode estabelecer uma pequena conversa ou somente fazer saber que pensa neles.
Atividades simples, livres de estresse
Eventos sociais não têm de ser coisas complicadas. Que tal oferecer um jantar para por o papo em dia? Ou encontrar amigos numa cafeteria, caminhar pela vizinhança juntos, ou simplesmente convidá-los para assistir TV com você?
Passear com um amigo. Não há também nada de errado em pedir a um amigo que venha junto quando tiver de ir a um supermercado ou a uma oficina mecânica. Fazer duas coisas ao mesmo tempo é uma das vantagens do TDAH – se você tiver pouco tempo, chame um amigo enquanto faz alguma outra coisa de sua lista, como lavar a louça, caminhar passeando, ou até mesmo pegando um ônibus ou o trem para o trabalho.
Arrume um café da manhã ou um almoço com os amigos. Você precisa comer, então, por que não convidar um velho amigo para ir junto a um restaurante?
Envolva-se nas atividades sociais que você mais gosta (ou que menos detesta). Cinema, concertos e outras saídas requerem pouca conversa e são menos cansativas que festas, jantares e outras atividades com muita conversação. Esportes vigorosos, incluindo tênis, pingue-pongue, basquetebol e aulas de aeróbica permitem ao menos pouca conversa, e também lhe dão oportunidade de fazer algum exercício. Da próxima vez que você for para uma aula de aeróbica, convide um amigo!
Quando você sair para jantar, um buffet informal pode ser uma escolha melhor do que uma refeição sentado, onde se espera uma conversação sustentada. Um arranjo tipo buffet dá aos hiperativos a chance de levantar-se frequentemente e deixa os desatentos pausas para se reorganizarem, antes de retomar uma conversa.
Obrigações da amizade: Avaliar o que deu errado
Primeiro, pense sobre alguma de suas amizades passadas, e nomeie três pessoas com que você gostava de ficar, mas que já não vê.
Pergunte a si mesmo:
- O que causou a separação?
- Vocês brigaram?
- Vocês se separaram?
- A outra pessoa parou de responder às suas chamadas ou e-mails?
- A outra pessoa estava sempre “muito ocupada” para ficarem juntos?
Você pode nunca ficar sabendo o que aconteceu – isso acontece.
Pergunte a si mesmo como se sente a respeito do fim de cada amizade. Você ainda sente falta de gastar um tempo com a outra pessoa? Você está com raiva? Magoado? Confuso?
Depois de avaliar a amizade, você pode decidir que não vale a pena o investimento de tempo e energia para reatá-la. Mas, mesmo que este seja o caso, faça o melhor para se livrar de qualquer emoção negativa que você sinta em relação à pessoa ou ao relacionamento – seja raiva, tristeza ou simples arrependimento. Registrar seus pensamentos num diário é um bom modo de deixar a negatividade de lado. Assim também é com a imaginação visual. Por exemplo, imagine prender seus sentimentos a balões e vê-los flutuar para bem longe no céu. Ou imagine quebrar alguns pratos.
Se você quiser reatar, pense em fazer uma chamada por telefone, enviar uma mensagem no Facebook, ou escrever um e-mail dizendo à pessoa que você está com saudades dela. Pergunte se seria possível se encontrarem e conversar sobre o relacionamento. Se for possível que você tenha feito algo que magoou a outra pessoa, peça desculpas. Pode ser que você seja rejeitado – ou pode ser que você descubra que seu velho amigo esteja tão ansioso quanto você para reatarem. Você nunca saberá, se não tentar.