quarta-feira, 5 de outubro de 2011

143- A melhora do comportamento em classe: auxilie as crianças com TDAH a parar de se mexer

Como os professores e os pais de crianças com TDAH podem ajudá-las a combater a inquietação e a se concentrar melhor na escola e em casa.

O problema: Crianças com TDAH estão em movimentação constante. Para elas é difícil ficar sentadas quietas por longos períodos de tempo, então elas se remexem em seus assentos, chutam os pés das mesas, ou se levantam ou caminham enquanto estão fazendo as tarefas. Geralmente, elas falam muito ou fazem barulho enquanto tentam ficar sentadas paradas.
A razão: O corpo e a mente das crianças com TDAH são como motores em alta rotação. Um estudo de meninos com TDAH mostrou que eles andam pela sala oito vezes mais do que os outros meninos, e fazem duas vezes mais movimentos com os braços. Eles também eram quatro vezes mais inquietos e incomodados enquanto sentados para fazer os testes psicológicos.
Os obstáculos: Centros de controle motor defeituosos no cérebro são tidos como a causa da inquietação, do comportamento hiperativo.
Os problemas de controle de impulso também entram em jogo; crianças hiperativas são incapazes de inibir o impulso para andar pela sala. Você pode falar para elas que fiquem sentadas e que parem de falar, mas os comportamentos podem reaparecer em minutos.
Soluções em classe
A primeira coisa que os professores podem fazer para ajudar os estudantes com TDAH a se remexer e a se inquietar menos é propiciar saídas físicas que lhes permita liberar regularmente a energia que está sobrando e a melhorar a atenção.
Mande os alunos com TDAH sair e andar um pouco. Peça aos seus alunos com TDAH para que entreguem uma mensagem para o professor de outra sala ou que pegue um bilhete na diretoria. Essas tarefas ajudam as crianças a construir um senso de autoestima enquanto propiciam uma oportunidade para esticar suas pernas e andar um pouco lá fora.
Deixe que os alunos com TDAH fiquem de pé e andem um pouco entre as lições. Um professor, por exemplo, colocou um trampolim em sua sala para as crianças que fiquem inquietas. No início do ano escolar, todos a usavam frequentemente; mas depois que a novidade se apagou, somente os alunos com TDAH que tinham necessidade de usá-la continuavam a fazê-lo. Outro professor deixava os alunos fazer exercícios com bolas em vez de cadeiras, para que os alunos com TDAH pudessem se mexer um pouco pela sala, mas que ainda continuassem sentados.
Forneça objetos para mexer com as mãos. Esses objetos podem incluir bolinhas para remexer com as mãos, bolas de gel, e bolas de apertar – qualquer coisa que possam apertar ou manusear silenciosamente. Não ter de ficar preocupado em permanecer absolutamente quieto conserva a energia do aluno para que preste atenção nas aulas.
(Dica: amarre bolas de apertar na carteira, para que eles não fiquem jogando-as pela sala!)
Dê lições curtas e faça pausas frequentes. Você pode até fazer isso durante as provas se perceber que o aluno precisa se mexer.
Soluções em casa
Dê apoio às necessidades que seu filho tem de gastar energia, encorajando-o a se juntar a um time ou a praticar exercícios físicos regularmente.
Escolha o esporte cuidadosamente. Crianças com TDAH são feitas para todos os esportes coletivos. Futebol, por exemplo, é uma escolha melhor do que baseball porque há menos períodos parados. Asa crianças também podem fazer exercícios sozinhas – um estudante praticava skate a cada manhã ou corria em volta o quarteirão, para que pudesse ficar sentado quieto por mais tempo em classe. Muitas crianças com TDAH se dão bem em caratê ou em outras artes marciais que ensinam disciplina e concentração, enquanto permitem também a movimentação.
• Supervisione conforme necessário. Muitas crianças com TDAH precisam de constante supervisão dos adultos para que se mantenham na tarefa, mas conforme a situação melhore, e a criança cresce, os pais podem checar frequentemente, em vez de ficarem sentados ao lado da criança o tempo todo.
Não force seu filho a ficar sentado quieto. Quando seu filho ultrapassa o ponto de controlar sua necessidade de se movimentar, deixe que ele tenha uma pausa. Diga-lhe para correr e pular lá fora e, então, convide-o para se juntar novamente à família, quando ele for capaz. Você pode usar esta mesma estratégia na igreja, nos estádios esportivos, e em outros locais que requeiram que as crianças fiquem sentadas por longos períodos.
Algumas crianças com TDAH são mais capazes de completar as tarefas de casa quando têm a oportunidade de se mexer enquanto trabalham, ou quando fazem pausas frequentes. Não espere que uma criança com TDAH fique quieta por muito tempo. Algumas crianças leem melhor enquanto dão passos paradas, ou podem precisar fazer seus exercícios de matemática de pé.
ADDitude

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

142- Sete modos rápidos para resolver ataques de fúria no TDAH.

Nada pode fazer um pai sentir-se mais impotente do que uma criança com TDAH em uma crise de fúria. As lágrimas, a irracionalidade, os membros agitados? Não, não estou falando sobre o pai, mas sobre a criança.

Quando uma criança tem uma crise de fúria em público, os pais se sentem como fracassos – deveríamos ser capazes de controlar nosso filho, certo? Vemos a crítica nos olhos dos outros pais, e nos ofendemos com as sugestões bondosas dos passantes que são bem intencionados, mas que não sabem nada sobre o TDAH.
Mantenha a calma e a compostura. Geralmente as crianças com TDAH são impulsivas e não conseguem controlar seu comportamento. Crises de fúria não dizem nada sobre a sua capacidade de ser pai, porém o que elas refletem é a natureza do TDAH.
Então, o que fazer quando seu filho tiver uma crise de birra numa loja de departamentos ou à mesa da cozinha? Previna-se com alguns modos rápidos de solução. Eu ofereço meus sete favoritos.
Solução 1: Combine um plano
Antes de ir ao setor de doces ou ao de videogame, pergunte ao seu filho o que o acalmaria se ele ficasse irritado. Se ele tiver de fato uma crise, você terá um plano, porque ele já lhe disse o que fazer. Saber do plano deve garantir muito bem que seu filho irá cooperar para que você o utilize.
Solução 2: Entenda a angústia dele
Deixe que ele saiba que você entende o que ele está passando. Com voz calma, fale a seu filho, “Eu sei que você está desapontado porque não achou o brinquedo que queria” ou “Sei que você está bravo porque seus amigos não o convidaram para brincar”. Então, peça a seu filho que dê uma nota para seu desapontamento em uma escala de 1 a 10. Isto lhe dará uma ideia da gravidade do problema, sem ter que reclamar ou repetir o que você diz.
Solução 3: Abra o jogo
Explique a ele que o relógio está andando. Você pode dizer, “Vejamos quanto você demora em se acalmar, então poderemos continuar a aproveitar o resto do nosso dia” ou “Mesmo estando bravo, você precisa se controlar, então poderemos continuar a fazer as compras”.
Solução 4: Afaste a emoção
Peça a seu filho que imagine que há uma lamparina pintada na palma da sua mão. Então, faça com que ele segure a mão com a palma para cima, na frente do rosto, e peça a ele que apague com um sopro a chama imaginária. Uma respiração profunda controla uma criança fora de controle. Uma alternativa: Mantenha uma bexiga ou duas em sua bolsa e peça a ele que as encha, soprando.
Solução 5:
Se você estiver em casa durante uma crise de fúria, peça a seu filho que bata num travesseiro, numa almofada, ou em outro objeto macio e seguro. Brigas de travesseiros, rasgar jornal velho ou apertar uma bola podem acabar com uma crise de fúria.
Solução 6: Aperte o botão certo
Peça a seu filho que finja estar segurando um controle remoto em suas mãos. Peça a ele que aperte o botão que desliga suas emoções.
Solução 7: Peça ajuda
Se o seu filho tem frequentes crises de fúria que não respondem às intervenções, não espere até que sua paciência termine. Trabalhe com um profissional em TDAH para melhorar as chances de evitar essas crises.
Dica de leitores:
“Deixe que seu filho saiba que você o ama, não o comportamento dele. É importante fazer esta distinção. Eu abraço minha filha e a seguro no colo durante uma crise de fúria, garantindo a ela que ela está em segurança. Sua raiva geralmente diminui e se reduz a soluços toleráveis enquanto ela está abraçada a mim.”
Por Michele Novotni, Ph.D.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

141- TDAH – A Procrastinação nos estudantes

Ajude os estudantes e as crianças que deixam para depois o estudo para as provas, o término dos trabalhos escolares, as tarefas de casa e as demais obrigações. ADDitude.

Como você pode ajudar os alunos que sofrem de procrastinação? Iniciar uma tarefa envolve a habilidade de começar projetos sem a desnecessária procrastinação, de um modo eficiente e tempestivo. Por exemplo, uma criança pequena com função executiva forte pode começar uma tarefa imediatamente após as instruções serem dadas. Estudantes de ensino médio, com iniciativa, não deixarão seu menos preferidos trabalhos até o final da tarde. Começar uma tarefa é difícil para os alunos com TDAH porque seus cérebros geralmente estão presos ao presente, no agora. Eles preferem prestar atenção na coisa mais interessante do seu meio ambiente próximo. E essa coisa geralmente não é a tarefa de classe, a lição de casa ou as demais obrigações.
Previna a procrastinação em classe
Depois que as instruções para um trabalho são dadas, diga à classe, “Vou contar até 60, em silêncio. Quando der 1 minuto, vou escrever um número na lousa – o número de alunos que eu vir fazendo a tarefa que eu mandei.”
Demonstre os passos envolvidos em tarefas com final livre. Algumas crianças odeiam começar tarefas que as obrigue a pensar criativamente. Elas podem ficar sentadas em seu lugar, observando as outras crianças que começam a fazer a tarefa. Acompanhá-las no primeiro ou nos dois primeiros passos do trabalho, geralmente ajudará.
Mande os alunos para os seus lugares com um cartão onde a tarefa está escrita. Uma lista de tarefas (ou lista “de coisas a fazer”) também será útil. Faça os estudantes conferirem as tarefas entre si, quando terminarem.
• Peça às crianças que façam planos de tarefas. Conforme elas escrevem suas tarefas de casa, faça com que elas escrevam perto de cada uma, quando elas pensam em começar a fazê-las (às 5:30, antes de jogar futebol). Ande pela sala, confira o que elas escreveram. No dia seguinte, pergunte aos alunos, ao acaso, se eles começaram sua tarefa de casa no horário que haviam dito.
Forneça exemplos de trabalhos completos e pregue-os com fita colante na carteira de cada criança. Isto dará ponto de referência aos alunos para fazerem seus próprios trabalhos.
Faça as crianças darem suas próprias dicas. Mantenha um grupo de discussão sobre por que é difícil começar a fazer certas tarefas de classe. Então, peça à classe para compartilhar suas melhores estratégias para evitar a procrastinação. Escreva as melhores sugestões na lousa.
Divida projetos de longo prazo. Alunos com problemas para iniciar as tarefas deixam os projetos longos para o último minuto. Conforme o ano avance, ensine a classe como estabelecer limites de tempo e a estabelecer prazos para si mesmos, antes de esperar que eles o façam por si mesmos. Faça isto como parte de uma discussão em classe, para que todos aprendam como um grupo.
Previna a procrastinação em casa
Estabeleça um horário para fazer as tarefas que seu filho abandona. Se ele sabe que o trabalho de casa começa depois de uma hora de brincadeiras, há menos necessidade de praguejar, conforme o esquema se torne um hábito.
Tenha todo o material e os suprimentos prontamente disponíveis e acessíveis. Seu filho deve ser capaz de começar seu trabalho sem ter de sair procurando por alguma coisa.
Peça ao seu filho para se comprometer com um horário de início. Quando chegar a hora, ele pode não se lembrar de começar a tarefa por si próprio, mas quando você lembra-lo que ele escolheu a hora, ele provavelmente começará, sem brigas.
Utilize dicas visuais. Deixe uma nota na mesa da cozinha ou grudada na geladeira ou no armário, de modo que ele a veja quando chegar da escola.
Deixe que ele escolha como gostaria de ser avisado. Diga, “OK, você disse que começaria a fazer a tarefa às 4 horas – como você quer ser lembrado? Devemos arrumar um despertador, você quer que eu o lembre, ou você saberá que deverá começar a tarefa assim que seu programa de TV terminar às 4?”
Recompense seu filho por começar na hora: cinco pontos por começar imediatamente, três pontos por começar em três minutos. Crie um menu de recompensas ou de privilégios que ele poderá negociar de acordo com seus pontos.
Crie estrutura durante as férias. Faça com que seu filho comece cada dia fazendo um plano. Ele deve listar o que tem de fazer e quando vai fazê-lo. Pergunte a ele como ele pode se recompensar a si mesmo por começar cada tarefa na hora certa.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

140- Estudo revela a biologia cerebral por trás do autocontrole

Uma nova reviravolta da neurociência sobre um estudo clássico oferece algumas pistas sobre o que faz um estudante ser capaz de permanecer por horas a fio fazendo a tarefa de casa antes de uma prova, enquanto seus colegas estão numa festa.

O estudo, publicado neste mês na edição do Proceedings of the National Academy of Science, sugere que dicas do meio ambiente podem “raptar” os mecanismos cerebrais do autocontrole em algumas pessoas e em algumas circunstâncias.
As descobertas somam-se a um corpo de pesquisa que sugere que a habilidade de um estudante em postergar a gratificação pode ser tão importante para o sucesso acadêmico como a sua inteligência – e que os educadores podem aprender logo a ensinar isso.

Mais de 40 anos atrás, pesquisadores da Stanford University liderados por Walter Mischel conduziram um agora famoso estudo sobre autocontrole. Eles pediram a crianças de 4 anos de idade, na Stanford´s Bing Nursery School, que não comessem um doce, em troca da promessa de dois doces 15 minutos mais tarde. Pouco menos de uma em três crianças passaram no assim chamado “marsmallow test”.
Nos anos seguintes, numerosos estudos de seguimento e de validação verificaram que pré-escolares que manejavam a postergação da gratificação também tinham maior probabilidade de, mais tarde, sair-se bem na escola, evitar abuso de substâncias, manter um peso saudável, e mesmo sair-se melhor em classe do que os colegas que não podiam resistir à tentação.

Os estudos de Mr. Mischel, que agora é um professor de psicologia na Columbia University, e de um corpo de outros pesquisadores ajudaram a mudar a maneira com que os acadêmicos e educadores pensam sobre o sucesso acadêmico. Em estudo separado de autocontrole, Angela L Duckworth, professora assistente de psicologia na University of Pennsylvania, descobriu que o autocontrole era um melhor previsor do desempenho acadêmico de um estudante do que o teste de QI.
Ainda assim, o cérebro tem permanecido uma peça que falta no quebra-cabeça, de acordo com B.J. Casey, diretora do Sackler Institute for Developmental Psychobiology, na Weill Cornell Medical College, em Nova Iorque. O novo estudo é o primeiro a comparar as diferenças cerebrais entre aqueles pré-escolares originais de Stanford.

“O que queríamos fazer era tentar entender como o cérebro está relacionado a este comportamento”, diz Ms. Casey, que liderou o novo estudo. A imagem cerebral, ela disse “está nos ajudando a separar o controle do impulso da sensibilidade a recompensas e a dicas sociais”.
Limitação do Marshmallow

Em um experimento clássico de ciência social, os pesquisadores testaram o autocontrole de crianças pequenas deixando-as sozinhas com um marshmallow e uma escolha: Elas podiam comer o marshmallow logo ou esperar e ganhar mais doces. Um professor de Nova Iorque explica como ele planejou o experimento para seus alunos do nível médio exercitar um pouco do autocontrole.
Controle no Cérebro

Dos 562 alunos da Bing Nurswery School que fizeram parte do estudo original de Stanford nos idos de 1960 e no início de 1970, 155 participaram de um seguimento em 1993, e 135 em outro seguimento em 2003. A equipe de Ms. Casey focalizou em 60 que consistentemente mostraram uma alta capacidade de postergar a gratificação e em outros 57 que consistentemente mostraram baixa capacidade de esperar.
Marshmallows e pretzels podem não ter o mesmo interesse para os que estão agora nos seus 40 anos, em relação ao que tinham para os pré-escolares, mas o desfrute de uma dica social positiva, tal como uma face sorridente, provou ser muito poderoso emocionalmente para os participantes adultos do estudo.

Ms. Casey e sua equipe testaram a capacidade dos participantes de apertar um botão – ou evitar apertá-lo – em resposta a imagens apresentadas de rostos felizes, com medo ou neutros. Depois de conduzir a primeira sessão de testes, a equipe solicitou a 27 dos participantes que refizessem os testes enquanto estivessem num aparelho de ressonância magnética funcional, que usa o fluxo sanguíneo para medir a atividade do cérebro.
Os pesquisadores descobriram que o cérebro parece utilizar duas áreas diferentes quando é tomada uma decisão.

Com uma questão objetiva, não emocional – é melhor ter uma coisa agora ou duas coisas em 15 minutos? – o cérebro ativa o córtex pré-frontal, que nos ajuda a tomar decisões racionais. Outras decisões são mais urgentes e mais dependentes do contexto – Devo fugir do lobo? Devo comer esta comida? – e aqui, as dicas ambientais e sociais podem ativar uma parte mais primitiva e mais profunda do cérebro, o núcleo estriado ventral, que está associado ao processamento dos desejos e das recompensas.
Por causa disso, diz Ms. Casey, as pessoas que têm dificuldade de postergar a gratificação também tendem a ser “muito, muito sensíveis às dicas ambientais”. Todos os adultos no estudo eram capazes de responder corretamente em situações neutras. As diferenças apareciam entre os adultos que podiam postergar gratificações como crianças e aqueles que não podiam durante os testes em que foram solicitados a resistir a uma forte pressão ambiental.

A maior diferença entre os dois grupos ocorreu quando os participantes foram solicitados várias vezes a apertar um botão numa apresentação de faces, quando  vissem uma face feliz, o que os pesquisadores avaliaram como uma forte dica social, e então repentinamente eram solicitados a não responder a faces felizes, numa sequência de faces. Os que demonstraram fraca postergação de gratificação quando crianças tinham muito mais probabilidade de apertar o botão em resposta a uma face feliz, mesmo quando eram orientados a não fazê-lo.
Dicas do Ambiente

“A sensibilidade a dicas do ambiente influencia a capacidade do indivíduo de suprimir pensamentos e ações, de modo que os sistemas de controle podem ser sequestrados por um sistema límbico primitivo, tornando os sistemas de controle incapazes de modular apropriadamente o comportamento”, descobriram os pesquisadores.
Os especialistas dizem que este fato pode explicar a falha no autocontrole que os pais e os professores geralmente observam nos adolescentes.

“Demonstramos pelo desenvolvimento que o controle do impulso e a sensibilidade ao ambiente são separados, o controle do impulso melhora cada vez mais à medida que você se torna mais velho”, disse Ms. Casey. “As crianças são mais impulsivas que os adolescentes, mas logo por perto da puberdade há uma sensibilidade muito maior às dicas sociais e ao ambiente, e os adolescentes são mais sensíveis às dicas sociais do que crianças ou adultos”.
Esclarecer como o controle do impulso e a sensibilidade ao ambiente trabalham juntos tem “fortes implicações” nas maneiras de intervenções com crianças e adultos que têm dificuldade com o autocontrole, ela disse.

Por exemplo, estudos iniciais descobriram que crianças pequenas podiam evitar comer um marshmallow se lhes fosse dito para focalizar em dicas “frias” como a forma e a cor, em vez de dicas “quentes”, como o sabor.
Adele Diamond, uma professora de neurociências do desenvolvimento cognitivo na University of British Columbia, em Vancouver, descobriu que pré-escolares podem aprender a esperar a vez mais eficazmente quando lhes são dadas dicas sociais concretas, tais como segurar uma figura de uma boca quando estiverem falando e uma figura de uma orelha quando estiverem ouvindo.

Mr. Mischel e Ms. Duckworth estudaram se é possível ensinar estudantes como esperar pela gratificação e melhorar o autocontrole por meio de intervenções com base na escola.
Em estudo de 2010, Ms Duckworth descobriu que estudantes do colegial que visualizavam tanto suas metas acadêmicas para um próximo exame de promoção e as armadilhas potenciais para atingir aquelas metas responderam 60% mais questões num exame prático do que colegas que não tinham feito  o exercício.

Ms. Duckworth está atualmente trabalhando em duas avaliações distintas das instruções para o autocontrole em Nova Iorque e em Philadelphia.
Em Nova Iorque, quatro escolas contratadas de nível médio dirigidas pelo Programa Knowledge Is Power, ou KIPP, uma organização de gerenciamento da educação baseada em São Francisco, começaram seu estudo piloto neste anos, incluindo notas de caráter nos boletins acadêmicos dos alunos, duas vezes no ano. Os boletins têm sete indicadores – humor, coragem, autocontrole, esperança/otimismo, curiosidade, gratidão e inteligência social – e incluem uma medida em duas partes do autocontrole do estudante levando em conta tanto o comportamento acadêmico quanto o social. Neste ano, as escolas estão testando as lições de classe sobre estratégias para melhorar o autocontrole.

Na arena
Na última semana, Mitch Brenner, o diretor assistente da KIPP Academy Middle School em Nova Iorque, usou uma dessas lições pata explicar o experimento original do Marshmallow para uma classe do 6º. Ano. Ele pediu que eles falassem sobre como teriam decidido comer ou não o doce, e como o autocontrole se relaciona com os requerimentos acadêmicos da escola.

“Estamos pedindo aos garotos que façam sacrifícios no curso de suas carreiras aqui”, disse Mr. Brenner, que está desenvolvendo aulas como parte de um estudo piloto. “Você está ocupado por longas horas, você está fazendo a tarefa de casa enquanto poderia estar jogando videogame ou assistindo TV, e isso pode ter benefícios ao longo da vida, mas pode ser difícil, particularmente para uma criança. Queremos dar a eles a exposição àquela ideia, motivá-los e ajudá-los a pensar”.
A escola KIPP também criou uma tabela de honra sobre o caráter para melhorar a sensibilidade social dos adolescentes, para melhorar em vez de impedir seu autocontrole. Os estudantes nomeiam os colegas de classe ou professores como tendo bom caráter baseados no autocontrole e em outras qualidades.

“Posso dizer aos estudantes, todos os dias, o que é coragem, o que seja o autocontrole, mas quando as crianças dão os exemplos, é de onde o poder real vem”, disse Mr. Brenner. “Algumas crianças podem ter mais dificuldade acadêmica, mas quando são aclamadas como sendo boas pessoas, isto as faz se sentirem ótimas.”
De volta á aula de autocontrole de Mr. Brenner, os estudantes tiveram seu próprios marshmallows e debateram os prós e os contras da gratificação imediata versus a gratificação postergada. Ao final da aula, Mr. Brenner deixou os estudantes comer seus marshmallows – entretanto, um deles optou por guardar os seus para mais tarde.

Por Sarah D. Sparks

139- TDAH (ADHD) - Preocupado? Leia isto.

O TDAH e a ansiedade geralmente andam de mãos dadas. Dez maneiras de ajudá-lo a se controlar. Por Sandy Maynard.

Muitos clientes que me procuram estão em transição ou em um processo de fazer algo novo, e trazem consigo suas várias preocupações. O velho chavão “Não se preocupe... as coisas vão dar certo”, não basta para aliviar a preocupação. Eles precisam de mais coisas além da minha garantia de que o trabalho denodado e a paciência farão o efeito, e que seus pensamentos negativos não são necessários.
Para eles, é reconfortante ouvir que 95% de suas preocupações nunca vão acontecer, mas isso não é o suficiente. Alguns ainda vão embora com pensamentos irritantes que promovem desconcentração, assim como limitam seus esforços para seguir em frente.
Como coach (treinador) em TDAH, eu quero sugestões proativas e positivas para dar aos meus clientes, e eu as encontrei no livro do Dr Edward Hallowell, “Worry” (Preocupação). Em “Worry”, o Dr. Hallowell dá 50 dicas para controlar a preocupação, e fornece inestimável visão sobre a “preocupação tóxica”. Seu livro ajuda os coaches a determinar se a quantidade de preocupação é excessiva ou o tipo de preocupação que é patológica, e se o encaminhamento para terapia é necessário. Ele explica como a preocupação se relaciona com a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno do pânico, a fobia social, a paranoia e o transtorno de ansiedade generalizada, todas essas, condições que excedem os objetivos do coaching (treinamento) e requerem tratamento por um profissional de saúde mental.
Surpreendentemente, o livro também descreve como a preocupação é benéfica. Quando nos preocupamos, isso nos alerta do perigo, assim, podemos tomar as medidas corretivas antes que seja muito tarde. Pelo pensamento em todas as coisas que podem dar errado, podemos tomar medidas que previnam a ocorrência de um desastre e que nos dê uma chance de sucesso. Em 1908, Yerkes e Dodson estudaram a ansiedade e o desempenho, e determinaram que o desempenho melhorava conforme aumentava o nível de ansiedade, mas somente até certo ponto. Neste ponto, o aumento da ansiedade começava a ter um efeito deletério, e o desempenho despencava montanha abaixo.
Agora, eu tenho 50 sugestões em um livro para dar como referência aos meus pacientes quando eu estiver sem outras opções. Muitas das dicas usam técnicas básicas de manejo do estresse que eu rotineiramente encorajo meus clientes a usar, mas é bom ter alternativas à mão para aqueles dias quando eu não estou tão concentrado como deveria estar! Abaixo, há as 10 dicas mais importantes da coach Sandy, do livro do Dr Hallowell. Algumas são velhas favoritas minhas, que eu tenho usado com grande sucesso, e outras são algumas que eu comecei a sugerir aos meus clientes, assim como eu mesmo as uso, mais e mais. São elas:
1.    Obtenha os fatos

Não assuma ou faça leitura da mente. A imaginação pode causar desastre com a espiral de preocupação.

2.    Reze ou medite

Se você já faz isso, você sabe quão eficaz a meditação pode ser para combater a preocupação, e se você ainda não faz isso, é tempo de começar a descobrir.

3.    Não veja muito TV nem leia muitos jornais e revistas

Esta é também uma das recomendações do Dr. Andrew Weil, então deve ser uma vencedora.

4.    Use o humor

Se eu mesmo não usasse o humor, ficaria com grandes problemas em alguns dias.

5.    Toque e se deixe tocar

Não há nada como um abraço para fazer suas preocupações desaparecerem.

6.    Tenha fé

Há um velho ditado que diz que, quando o medo bate à porta e a fé a abre... não há ninguém lá.

7.    Não ligue para as coisas pequenas

Esta esteve na minha lista de eliminadores de estresse por um longo tempo. Se você vai se preocupar, e nada pode detê-lo, ao menos se preocupe com algo realmente grande.

8.    Contrate especialistas para guiá-lo

Como coach em TDAH, eu sou contratado para ajudar, mas meus clientes geralmente precisam de recursos adicionais para diminuir sua preocupação, tal como um contador, ou consultor financeiro.

9.    Não beba demais nem use outras drogas como meio de fazer suas preocupações sumirem

As preocupações pioram quando você altera sua mente com álcool ou drogas.

10.  Nunca se preocupe sozinho

Bons amigos são de importância capital. Quando você divide suas mágoas com um amigo, você as corta pela metade, e quando você divide sua alegria, você a dobra. Quando você divide suas preocupações, elas quase desaparecem!

Há somente uma dica que eu acrescentaria à lista do Dr Hallowell, e é esta: Liste três coisas que você agradece neste momento. É difícil preocupar-se quando você tem uma “atitude de gratidão”, mas mesmo a gratidão precisa de degraus para ser alcançada. Pare agora e liste três coisas que você agradece hoje, e verifique como isso o faz sentir-se bem!

(Dr. Menegucci diz: "Se non è vero, è ben trovato.")

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

138- Como parar de se preocupar

Se a sua preocupação é o resultado de transtorno de ansiedade, TDAH, fobia, síndrome do estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, ou paranoia, siga as estratégias de convivência do Dr Ned Hallowell para a preocupação excessiva, obsessiva ou constante. Por Edward Hallowell, M.D.

A preocupação pode ser uma coisa boa. Ela pode motivá-lo a fazer mudanças ou a realizar uma tarefa importante. Mas se você se sente preso a uma rede de “e se...” cheio de dúvidas, ansiedade e de pensamentos negativos, você poderia se beneficiar de algum conselho sobre como parar de se preocupar.
Eis aqui um plano de oito passos que ajudará qualquer um que se preocupe muito. Você pode não usar todos os passos, mas cada passo deveria ao menos ser considerado a fim de ajudar a reduzir suas ansiedades.
Identifique um padrão ou diagnóstico. Olhe para a floresta em vez de olhar para as árvores. Há um padrão em sua preocupação? Por exemplo, você se preocupa o tempo todo, mesmo quando os outros tendem a não fazê-lo? Você frequentemente explode para cima dos outros quando está preocupado? Se for assim, sua preocupação pode se encaixar em um diagnóstico específico.
Eduque-se. Se a sua preocupação leva a um diagnóstico específico, tal como transtorno de ansiedade generalizada, aprenda tudo o que puder sobre esse assunto.
Enfrente os negativos com os positivos. Fale para si mesmo de um modo positivo. Muitos dos preocupados falam para si mesmos em frases quebradas sobre um desastre imaginário. Falando a si mesmo “Eu sei que posso fazer este projeto assim que eu me sentar” é mais eficaz do que dizer, “Parece que eu nunca sou capaz de terminar nada!” Se você começar a pensar negativamente, faça algo para se distrair, tal como assobiar ou cantar.
Espante a sua preocupação. Conforme a preocupação cai sobre você, entre em ação em vez de sentar-se sobre as mãos.
Crie um plano para enfrentar sua preocupação por meio de avaliação da situação e da formulação de uma resposta. Como a preocupação vem do sentimento de ser vulnerável e impotente, pergunte a si mesmo como poderá reverter a situação. Por exemplo, se você se preocupa em não ser capaz de encontrar um emprego, sente-se e escreva um plano específico para achar um emprego.
Ligue-se às pessoas e à Mãe Natureza. As pessoas com TDAH geralmente se sentem isoladas, e isso pode piorar as preocupações. Falar com ou visitar a família e os amigos, ser voluntário em uma organização, entar em contato com a natureza – ligações que o farão sentir-se parte de algo maior do que você mesmo.
Chacoalhe o seu cérebro. Um modo de reduzir a preocupação é mudar a dinâmica física do seu cérebro. Exercite-se, escute música, respire profundamente, reze, durma mais, escreva uma carta, faça uma lista, faça amor, ou medite.
Leve em conta as medicações que podem ajudar na preocupação. Medicamentos para ansiedade e preocupação podem ser eficientes. Eles não são uma cura, mas podem ser ferramentas poderosas num plano de tratamento.
Fale com um conselheiro. A chave para usar a psicoterapia para a preocupação é escolher o tipo certo de tratamento. A terapia cognitivo-comportamental funciona melhor para a ansiedade, enquanto a dessensibilização por movimentação ocular e a terapia de reprocessamento são úteis para preocupação causada por trauma.
Causas da preocupação
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): um padrão de preocupação constante e de ansiedade sobre diversas atividades e eventos.
Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS): Ansiedade excessiva em relação à separação de casa ou de pessoas a quem o indivíduo tem forte ligação emocional.
Fobia Social: Medo irracional de situações que podem envolver a avaliação ou o julgamento pelas outras pessoas, tal como em festas ou outros eventos sociais.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Pensamentos indesejados e repetidos, sentimentos, ideias, sensações ou comportamentos que fazem uma pessoa sentir que tem de fazer alguma coisa.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Ansiedade que ocorre depois de alguém ter visto ou experimentado um evento traumático.
Paranoia: Um estado psicótico no qual um indivíduo não pode distinguir entre o real e o imaginado.
(Extraído de Worry: Hope and Help for a Common Condition – Ballantine Books)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

137- Eficácia dos ácidos ômega 3 no tratamento dos sintomas do TDAH

Os suplementos de ácidos graxos ômega 3 podem diminuir os sintomas do TDAH em crianças, segundo publicado no Journal of the Academy of Child and Adolescent Psychiatry.

Em uma avaliação de 10 estudos, com 699 crianças, todas com TDAH, os investigadores verificaram que os que receberam suplementos de ômega-3 mostravam uma pequena, mas significativa, melhora na gravidade dos sintomas, comparados com os que receberam placebo. Este efeito também era significativo nas crianças que receberam suplementos com altas doses de ácido eicosapentaenóico.
Os autores destacam que a eficiência relativa deste tratamento é modesta em comparação com os tratamentos farmacológicos disponíveis na atualidade para o TDAH, como os psicoestimulantes, atomoxetina ou agonistas alfa-2. Entretanto, devido ao seu baixo nível de efeitos colaterais, os suplementos de ômega-3 poderiam ser utilizados como um complemento às intervenções tradicionais. {J Child Psychol Psychiatry]
Os ácidos graxos ômega 3, como o ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenóico e o ácido docosahexanóico, são ácidos carboxílicos poliinsaturados, em que a dupla ligação está no terceiro carbono a partir da extremidade oposta à carboxila. Muitos deles (e outros ômega 6) são chamados de "essenciais" porque não podem ser sintetizados pelo corpo e devem ser consumidos sob a forma de gorduras.
A ingestão do ômega 3 auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim LDL, enquanto pode favorecer o aumento do colesterol bom HDL. Possui ainda importante papel em alergias e processos inflamatórios, pois são necessários para a formação das prostaglandinas inflamatórias, tromboxanos e leucotrienos.
Podemos encontrá-lo nas nozes, castanhas, peixes especialmente de águas frias, rúcula e nos óleos vegetais, como azeite, canola, soja e milho.
Revista de Neurologia (Madri) e Wikipédia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

136- Medo do estigma prejudica o tratamento do TDAH de adolescentes

Como o TDAH frequentemente persiste na adolescência, e continua a sabotar o desempenho acadêmico e social dos adolescentes, muitos deles continuam a necessitar de tratamento. Entretanto, como os aspectos de autodeterminação e de autonomia tornam-se mais importantes para os adolescentes, a resistência ao tratamento para o TDAH – medicamentos ou outras coisas – frequentemente se intensifica e muitos adolescentes interrompem prematuramente o tratamento. Este é um desafio que muitos pais têm de enfrentar.

Assim, é importante entender os fatores – particularmente  da perspectiva do adolescente sobre o tratamento – que afetam a aceitação do tratamento do TDAH durante este período crítico do desenvolvimento. Examinar este problema foi o foco de um estudo publicado recentemente no Journal of Adolescent Health [Bussing et al (2011). Receber o tratamento para o TDAH: Importam os pontos de vista dos adolescentes?  Journal of Adolescent Health, 49, 7-14.]
Os participantes foram 168 adolescentes – cerca de 50% femininos – e seus pais, recrutados por meio do sistema de escola pública dos Estados Unidos. Esses adolescentes foram diagnosticados como portadores de TDAH na escola elementar e foram contactados 6 anos mais tarde, para uma avaliação de evolução. Na evolução, cerca de 60% continuaram a preencher todos os critérios de diagnóstico para o TDAH e muitos outros ainda tinham níveis elevados de sintomas do TDAH. Os pesquisadores estavam interessados em quantos adolescentes tinham recebido tratamento para o TDAH no ano anterior e em quais características dos pais e das crianças previam a aceitação do tratamento.

Perspectivas dos pais

Necessidade clínica – Os pais avaliavam seus filhos em relação aos sintomas do TDAH, de comportamento desordeiro, sofrimento emocional e prejuízo geral. Altos níveis de sintomas refletiam alta necessidade clínica de tratamento.
Receptividade do tratamento – Os pais avaliavam o quanto eram receptivos em relação a obter o tratamento medicamentoso ou aconselhamento para seus filhos.
A pressão sobre o cuidador – Os pais avaliavam o efeito de cuidar de uma criança com problemas emocionais ou de comportamento, tais como a demandas de tempo, a pressão econômica, a preocupação, a culpa e a vergonha. Altas pontuações refletiam altos níveis de pressão associados com os cuidados para suas crianças.
Perspectivas dos adolescentes

Necessidade clínica – Adolescentes avaliavam seus sintomas de TDAH, comportamento desordeiro, desconforto emocional e prejuízo geral. Altos níveis de sintomas refletiam alta necessidade clínica de tratamento.

Receptividade do tratamento – Os adolescentes avaliavam o quanto eram receptivos em relação a obter tratamento medicamentoso ou aconselhamento.

O estigma do TDAH – Isso media a percepção dos adolescentes de que ser diagnosticado e tratado para o TDAH pode representar um estigma.

Recebimento de serviços de saúde mental

O recebimento de serviços de saúde mental durante a vida e o último ano para cada adolescente foi avaliado por meio de entrevistas detalhadas com os pais. A entrevista perguntava sobre a recepção de serviços em ampla gama de locais e pedia detalhes sobre os serviços de aconselhamento e de tratamento medicamentoso.

Resultados

Uso dos serviços de saúde mental durante a vida e no último ano

Embora a maioria dos adolescentes, isto é, 79%, tenha recebido intervenção de saúde mental em algum ponto de sua vida, somente 42% receberam algum tipo de serviço no último ano. Isto era verdadeiro, embora muitos continuassem a preencher todos os critérios diagnósticos para TDAH, ou continuassem a ter dificuldades com os sintomas.

Concordância entre as perspectivas dos pais e dos adolescentes
Os relatos dos pais e dos adolescentes sobre o desconforto emocional dos adolescentes mostraram concordância moderada. Entretanto, a concordância sobre os sintomas de desatenção, hiperatividade e comportamento desordeiro foi pequena. A concordância sobre a receptividade de tratamento para o TDAH também foi fraca.

Prognósticos do uso anterior dos serviços de saúde mental

Os pesquisadores estavam particularmente interessados no que poderia antever a recepção de serviços de saúde mental pelos adolescentes, no ano anterior.  De modo interessante, nem o estado socioeconômico, nem a cobertura pelo seguro foram fatores prognósticos. Nem as avaliações dos pais sobre o comportamento desordeiro e a hiperatividade dos filhos.

Em vez disso, os adolescentes que receberam serviços foram avaliados pelos pais como mais desatentos, mais deprimidos e mais prejudicados em seu desempenho diário. O tratamento também foi mais usado quando os pais eram mais receptivos ao tratamento medicamentoso.

E sobre as perspectivas dos adolescentes?

Mesmo após levar em conta esses fatores paternos, as perspectivas dos adolescentes emergiam como significativos prognosticadores da recepção do tratamento. Os adolescentes que se avaliavam como mais prejudicados e que tinham atitudes mais positivas em relação à medicação eram os que tinham mais probabilidade de serem tratados. O fator prognosticador mais poderoso, entretanto, foram as preocupações de que o TDAH era estigmatizante. Adolescentes que se preocupavam em serem estigmatizados pelo TDAH tinham muito menos probabilidade de terem recebido tratamento no passado do que os outros adolescentes.

Resumo e implicações
Os resultados deste estudo indicam que muitos adolescentes que sofrem com o TDAH não receberam nenhum serviço de saúde mental no ano anterior. Especialmente notável foi  que, mesmo levando em conta as percepções dos pais sobre o desempenho dos seus filhos, e sua receptividade em relação ao tratamento medicamentoso, as próprias atitudes dos adolescentes eram  fatores prognosticadores importantes para a recepção de tratamento.

Adolescentes que sentiam que não estavam desempenhando bem em suas vidas diárias eram os com maior probabilidade de serem tratados. E, adolescentes com preocupações sobre o estigma do TDAH eram os que tinham menor probabilidade de terem recebido tratamento durante o ano anterior. De fato, este era o mais forte prognosticador de todos.
Estes achados evidenciam a importância de incentivar as percepções dos adolescentes sobre a necessidade de tratamento para o TDAH, e as dúvidas relacionadas ao tratamento, durante a avaliação e o planejamento do tratamento. Em particular, os profissionais de saúde mental deveriam discutir as preocupações que os adolescentes podem ter sobre serem estigmatizados pelo TDAH, e essas dúvidas podem substancialmente prejudicar a vontade do adolescente iniciar ou continuar o tratamento indicado.

Estes resultados também sugerem que quando um adolescente recusa o tratamento, ou não aceita continuar, os pais devem reconhecer que pode haver mais coisa envolvida além do seu filho ser oposicionista, não reconhecendo a realidade do que ele precisa, ou de exercer seu desejo de autonomia e de autodeterminação. Embora esses fatores possam certamente estar envolvidos, as preocupações de um adolescente sobre ser estigmatizado podem especialmente ser importantes e necessitarem de entendimento e de atendimento. Há uma necessidade de desenvolver intervenções efetivas para resolver tais problemas.
 
David Rabiner, Ph.D.


135- Doze maneiras de ajudar os alunos com TDAH a acompanhar as instruções

Crianças com TDAH têm dificuldade de acompanhar instruções porque não conseguem ficar prestando atenção pelo tempo necessário para compreendê-las claramente. Descubra como ajudar crianças com déficit de atenção a ouvir e entender as instruções completamente. Os Editores de ADDitude.

O Problema
A dificuldade de seguir instruções é um sinal importante do TDAH. Crianças com TDAH podem parecer que entendem e até mesmo escrevem as instruções, mas, então, voltam-se para a tarefa errada e a executam incorretamente.
A causa
Alunos com TDAH têm dificuldade de prestar atenção e de mantê-la. Eles também podem não estar “ligados” no momento em que as instruções estão sendo dadas. Geralmente um aluno ouvirá a primeira instrução do professor, então se tornará distraído por outros pensamentos e estímulos. Ele poderá ouvir apenas pedaços ou partes, ou ouvir e fazer apenas uma das quatro tarefas passadas. A dificuldade de processamento da linguagem exacerba este problema.
Os obstáculos

Um aluno com TDAH pode deixar sua classe pensando que ouviu e entendeu tudo certo. Ele pode ter ouvido o melhor que podia, mas ainda perdeu partes específicas ou instruções. Quando ele vai fazer a tarefa, ela será incompleta ou incorreta e será fácil para os professores ficarem bravos e frustrados. Mas dar notas baixas somente fará as coisas ficarem piores, porque pode atingir a autoestima da criança, fazendo-a pensar que é burra ou fracassada.
Soluções para a sala de aula

Conheça seus alunos. Esteja consciente de como a mente dos alunos com TDAH tende a vagar. Saiba também que eles podem facilmente perder o ponto em uma lição por causa de sua lenta capacidade de processamento da linguagem.

Faça contato com o olhar. Quando der instruções específicas para um aluno com TDAH, estabeleça contato com o olhar. Você poderá precisar fazer uma pausa no que está dizendo, até que os olhos do aluno encontrem os seus.

Seja breve. Quando der instruções, seja específico e breve. Se possível, dê instruções personalizadas para a criança, não para a classe toda.

Use a visão. Escreva as instruções e ordens na lousa, com giz colorido ou realce os tópicos importantes ou determinações específicas. Insista que os alunos copiem as instruções palavra por palavra. Então, cheque o que os alunos com TDAH escreveram.

Dê as instruções por escrito. Um aluno com TDAH de uma professora garantiu a ela que tinha escrito as tarefas, mas que não sabia o que fazer quando chegou em casa. A professora descobriu que o aluno havia escrito “Tarefa de Leitura”, mas não havia escrito quais os capítulos a serem lidos e quais as questões a responder. Depois disso, a professora sempre providenciou uma lista impressa das instruções.

Pergunte sobre as tarefas. Quando der instruções verbais, reforce-as. Será útil e alegre fazer perguntas a três alunos, de diferentes locais da sala, para repetir as tarefas indicadas. Este método dá ao aluno com TDAH uma oportunidade de se “ligar” nas instruções.

Use sua voz. Aumente ou abaixe o tom da sua voz de modo dramático para captar a atenção do aluno que pode ter se “desligado” temporariamente.

Experimente a tecnologia. Gravadores digitais de voz podem ajudar as crianças a guardar vários minutos de informação que pode ser revista imediatamente – muito útil para ditar as tarefas de casa e outros lembretes durante todo o dia escolar.

Soluções para casa

Em casa, assim como na escola, instruções de múltiplos passos são quase impossíveis de serem dominadas pelos portadores de TDAH. Há excesso de informação para ser obtida e guardada. Os pais precisam dividir os trabalhos maiores em tarefas menores, de passos únicos. Dê ao seu filho uma instrução, peça para completa-la, e então apresenta-la para você. Dê o segundo passo somente quando o primeiro estiver completado.

Experimente listas de checagem. Estudantes maiores se dão melhor com uma lista de checagem ou uma rotina diária, permitindo que eles assumam mais responsabilidade ao se reportar a uma lista de coisas a fazer. Eles podem checar as tarefas completadas conforme sigam em frente,

Faça um roteiro de fotos. Para alunos menores, alguns pais e professores tiram fotografias de cada passo de uma rotina. Por exemplo, aprontar-se para a escola pela manhã envolve múltiplos passos e instruções. Faça uma foto do seu filho em cada uma das atividades – vestir-se, tomar o desjejum, escovar os dentes, preparar a mochila – e então ponha estas fotos em ordem de modo que seu filho tenha um lembrete visual da rotina diária matinal.

Use recompensas. Se o seu filho precisa de mais reforço, adote um sistema de recompensas ou de presentes para criar motivação externa. De todo modo, tornar as instruções mais claras e mais simples ajudará muito as crianças com TDAH a se sentirem mais responsáveis e serem mais bem sucedidas em casa e na escola.

Redirecione o mau comportamento. Se uma criança concorda a fazer algo, mas se desvia por outro motivo, tente redirecionar em vez de punir. Se você pediu a ela que alimentasse o cachorro, mas a encontrou lá fora, jogando basquete, redirecione-a dizendo: “Lembre-se, você deveria estar dando comida para o cachorro. Vou ficar com a bola, de modo que você saiba onde achá-la quando terminar de fazer o combinado”.

sábado, 3 de setembro de 2011

134- Minha luta com a disgrafia

Postado por Rancher John para Dificuldades de Aprendizagem e TDAH, em julho 22, 2011.

Estava em um chat e falei que tinha disgrafia. Uma pessoa pediu que eu explicasse melhor o que eu tinha sofrido, porque ela tinha uma criança com isso e queria saber o que poderia ter de enfrentar.
Vou contar minha história, mas penso que ela estaria interessada em ouvir o que vocês também estão passando. Gostaria de saber se sou uma aberração ou se a coisa é assim mesmo.
Lutei com o TDAH e a disgrafia em toda minha vida. Não fui diagnosticado até a idade de 42 anos, agora estou com 51. Depois do meu diagnóstico as peças finalmente começaram a se encaixar. Cresci em um tempo em que esses tipos de coisas eram tidos como problemas de comportamento. Eu não tive nenhuma ajuda especial dos meus professores. Também não tive nenhuma ajuda dos meus pais, para as minhas tarefas de casa. Eu me sentia como se fosse visto como defeituoso.
Agora as coisas são diferentes e as crianças não precisam sofrer como eu sofri.
Desde o início, minha escrita a mão era horrivelmente caótica, e ainda é. Atualmente eu só digito, e a escrita ainda é caótica. Não consegui melhorá-la, mesmo tentando com afinco. Para tornar as coisas piores, meu pai tinha uma escrita a mão impecável, e também era uma imaculada raridade. Desistiram de mim. Se você está aqui provavelmente é porque não está desistindo do seu filho ou de você mesmo.
Mesmo sabendo, agora, com o que estou lutando, isso ainda incomoda muito. Às vezes, isso pode ser divertido. Minha disgrafia afeta tanto minha escrita quanto minha fala. Sempre que tenho de escrever um d ou um b, tenho de parar e pensar de que lado fica a barriguinha. Geralmente acabo ficando com algo que lembra um pirulito de cabeça para baixo. Também tenho o mesmo problema com o 7 e o 9, com o p, o q e o g. E há outras coisas. Geralmente soletro palavras de modo errado. Algumas vezes coloco uma palavra fora de lugar numa frase. Tomar notas numa aula é quase impossível.
Com minha fala, para mim não é incomum cumprimentar minha mulher dizendo “hello beer” (Olá cerveja) em vez de “hello dear” (Olá querida). Frequentemente falo o contrário do que estou pensando, como, por exemplo, “casamento” quando quero dizer “funeral”. Também faço isso com feriados, dias da semana e direções, como norte e sul. Algumas vezes eu percebo, outras não. Tenho um monte de outras coisas em que me atrapalho. Mas, já falei bastante. Gostaria de saber o que você enfrenta e como lida com isso. Realmente, gostaria muito.  
Respostas
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dislexia, disgrafia e apraxia. Ele foi lento para desenvolver-se em todas as áreas. Sua caligrafia é horrível, copiar da lousa ou de um livro demora tanto tempo e os resultados geralmente são tão errados que não vale a pena o esforço.
Geralmente eu transcrevo para ele. Ele ainda está em terapia da fala, é desajeitado fisicamente, mas felizmente resiste e pratica vários esportes. O estresse de tudo isso lhe causou problemas de esôfago e de intestinos. Cada dia é uma luta. Felizmente, sei que sua inteligência é acima da média e continuo tentando lembrá-lo de quão esperto ele é e que seu cérebro funciona de modo diferente do daqueles outros meninos da escola.
Infelizmente, não podemos pagar uma escola particular que ensinasse as suas potencialidades e não as suas fraquezas. Ele é bom, sensível, afeiçoado e divertido. Sei que ele tem muito potencial e só espero que a escola não o derrote a ponto de fazê-lo desistir do seu futuro.
Postado por PinkGirl  Jul 24, 2011 às 12:34am
Meu filho de 12 anos tem TDAH, dispraxia e disgrafia. Já sabia da disgrafia antes da descoberta do TDAH porque eu e ele fizemos o Programa Escrita Sem Lágrimas por dois anos. Descobri que o problema dele era neurológico, não somente de escrita desalinhada. A disgrafia verdadeira não é simplesmente escrita desordenada como muitos professores acreditam e como alguns sítios da internet a definem.
É um problema de processamento mental tal como a dislexia e o TDAH. Por isso é que tantos têm essas comorbidades. Meu filho também tem cegueira para cores. Levei-o para uma avaliação com um psicólogo com especialização em transtornos neurológicos, mas alguns pediatras do desenvolvimento também podem fazer esta avaliação.
Nosso filho tem as vantagens da lei 504 e teve permissão para usar computador para os trabalhos escritos. Algumas crianças usam escaneadores. Nós ainda não.
Às vezes, eu escrevo para ele em casa, porque é difícil para ele organizar os pensamentos e digitar um monte de matéria. Para o estudo, faço revisões verbais e uso uma lousa branca.
A disgrafia, definitivamente, requer acomodações escolares. Há um grupo no Yahoo que é só para disgrafia e um grande grupo do qual me beneficio já há 4 anos. Espero que isso ajude,
Postado por E's Mom em Jul 26, 2011 à 1:02am
Se você suspeita que a disgrafia esteja presente, faça uma avaliação com o oftalmologista. Transtornos do processamento visual geralmente são mal diagnosticados como TDA, disgrafia, dislexia etc. Creia-me, nossa filha brigou com a matemática, leitura, escrita, soletração... TUDO que não fosse de resposta oral, até que ela foi diagnosticada corretamente e tratada para insuficiência de convergência. Há pesquisa disponível para validar esses transtornos, e para a nossa filha, uma combinação de terapia e lentes bifocais fez toda a diferença do mundo.
Sabemos que o TDA contribuiu em alguma deficiência de função executiva na sua educação inicial (gramática, regras etc.), mas a maioria das dificuldades acadêmicas com leitura e escrita desapareceu.
Ela aprendeu a digitar no quarto grau e usa de modo bem consistente as acomodações e outras medidas de seu plano 504... mas sua escrita é legível e atualmente ela lê como o diabo! Veja em http : // covd. org  para mais informação e códigos postais de optometristas... valeu a pena a viagem de mais de meia hora de nossa casa!
Postado por  VPMom em Jul 26, 2011 às 11:13am
Nosso filho teve de usar óculos ao 4 anos e tinha avaliações anuais. Há testes específicos para disgrafia que um neuropsicólogo pode fazer. Permitiram que eu me sentasse atrás de um espelho de duas vias e observasse o teste, e foi chocante. Nosso filho claramente era disgráfico. Concordo que todas as coisas devem ser afastadas porque há muitas dificuldades de aprendizagem. Quando levei meu filho para a avaliação eles olharam para ele e disseram que terminariam em duas horas. Depois da primeira avaliação eles voltaram e disseram que demorariam o dia todo... o que aconteceu. Eu não estava esperando o diagnóstico de TDAH, mas ele tem isso também. Agora, 4 anos mais tarde, o quebra-cabeças do TDAH faz sentido, assim como a disgrafia e a dispraxia (que menino de 12 anos não anda de bicicleta? – o meu! Embora este ano ele já consiga amarrara os cordões dos sapatos). Uma avaliação neurológica completa é de importância crítica para descobrir o que está acontecendo e para receber as recomendações.
Postado por E's Mom em Jul 27, 2011 às 2:15am
Há um novo vídeo que ajuda as pessoas com dificuldade de escrita a mão – “Anyone Can Improve Their Own Handwriting”, (Qualquer Um Pode Melhorar Sua Escrita A Mão), de Jason Alster e um livro de artes que ajuda os disgráficos a aprender a pintar, “Creative Painting For The Young Artist”, (Pintura Criativa  Para o Artista Jovem). Ambos estão na Amazon.com.
Um artigo sobre como esses recursos foram desenvolvidos está em https://sites.google.com/site/improvemessyhandwriting
Postado por jasonalster em Jul 29, 2011 às 5:19am

domingo, 28 de agosto de 2011

133- Adultos TDAH: Sentindo-se antissocial?

Três estratégias para superar os problemas de amizade no TDAH – incluindo encontrar amigos, arrumar tempo para os amigos, e sentir-se antissocial – e assim poder socializar-se em seus termos!

Manter amizades é um trabalho difícil para muitos adultos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH/TDA). Isso significa fazer compromissos e cumpri-los, o que não exige muito esforço nosso. Se começamos a cancelar ou, pior, nos esquecer de um encontro para um café da manhã ou um cinema à noite, nos sentiremos culpados, frustrados e pior do que se não tivéssemos aceitado o encontro.
Então, há o fato de que os portadores de TDAH precisam de mais tempo sozinhos do que as outras pessoas, para dar aos seus cérebros acelerados um descanso, o que acaba parecendo ser antissocial. Às vezes, penso que o TDAH deveria ser chamado de Transtorno de Sobrecarga de Atenção. Depois de um dia estimulante no trabalho, atolado em listas de coisas a fazer e a lembretes para permanecer na tarefa, decidir se vamos ver um amigo ou nos dar um tempo fica difícil. Alguns clientes me dizem que eles frequentemente se esforçam para sair com amigos, mas a um custo: Eles acabam se sentindo ressentidos e exaustos, porque sacrificaram o tempo de descanso que precisavam.
Um modo de tornar a socialização mais agradável é fazer amizade com aqueles que têm interesses em comum e que aceitem fazer planos para tentativas ou fazer algo de acordo com o momento. Ter amigos é a chave para ter uma vida feliz, mas o que funciona para muitas pessoas pode não funcionar bem para alguém com TDAH/TODA. Três leitores de ADDitude nos falaram sobre os seus desafios com amizade, e eu desenvolvi estratégias para enfrentar esses desafios:
Problema de Amizade: “Acho que não tenho muitos amigos”
Parei de fazer planos com amigos, porque odeio faltar a encontros. Sair para jantar parece bom quando estou combinando isso, mais já não me sinto igual depois de cinco minutos, sem falar em cinco dias. Além disso, meus melhores amigos são meu marido e meu vizinho, com quem eu falo por cima da cerca. Não preciso fazer planos para vê-los. O mesmo vale para os meus colegas de trabalho. Nós nos damos muito bem no trabalho. De quantos amigos eu preciso?
A qualidade de nossa amizade é mais importante do que a quantidade. Aceitação e entendimento são o que fazem as amizades fortes e valiosas.
Nem todo mundo é suficientemente espontâneo para sair de acordo com o momento ou entende nossa hesitação para aceitar compromissos sociais. Um amigo que nos aceite sem ressentimentos, porque não gostamos de planejar as coisas com antecedência, vale mais que uma dúzia que não.
Problema de Amizade: “Não tenho tempo para entrar em contato”
Recebo voice-mails raivosos de minha família e de amigos porque não consigo responder no meu telefone celular. Prefiro falar cara a cara ou por texto. Geralmente desligo o telefone da minha casa quando estou ocupado, porque detesto ser incomodado quando estou organizando minhas coisas ou fazendo a lista de coisas a fazer.  Quero sair mais, mas não tenho o tempo e a energia para isso. Tenho dois melhores amigos, que conheci no terceiro e quarto grau, e que me aceitaram como sou.
Fale aos amigos e familiares sobre suas preferências para se comunicar, e explicar as razões para elas. Eles podem ser capazes de fazer uma rápida chamada e voltar logo ao trabalho, mas você não. As interrupções tiram você da tarefa. Quando você está trabalhando, é bom desligar o telefone. Faça os amigos saberem que você o desliga quando está ocupado, e que você escreverá um e-mail para eles quando fizer um intervalo ou for almoçar. Em sua mensagem de saída, peça que eles lhe escrevam.
Se você gostaria de sair mais, mas não tem tempo para isso, tente amizade com alguém para algo que você já está planejando fazer, como ir à academia. Se você planeja levar seus filhos ao zoológico, convide outra mãe e o filho dela para ir junto.
Problema de Amizade: “Eu me sinto antissocial”
Eu me sinto antissocial. Um grupo de mulheres no meu serviço se junta para uma noite chique uma vez ao mês. Eu prefiro ficar em casa. Gosto delas, e elas gostam de mim, mas eu prefiro ficar perdida em meus próprios pensamentos. Sou feliz gastando o tempo com meu marido e filha em casa. Uma camiseta que comprei diz tudo: “Estou no meu pequeno mundo, mas está tudo bem. Eles me conhecem aqui”.
Ficar perdido em seus próprios pensamentos tem seus benefícios. Permite que você explore seu lado criativo e processe as emoções que de outro modo não teria tempo para sentir. Entretanto, há um lado ruim em ter muito tempo sozinho: Você pode pensar demais nas coisas e começar a se preocupar quando não tiver o apoio dos amigos. Ver amigos nos tira de nossos problemas.
Como alguns dos nossos desafios são relacionados à família, é bom ter um ou dois amigos íntimos fora da família, para socializar com eles. Lembre-se de que dividir seus problemas pode cortá-los pela metade, e dividir nossa alegria pode duplicá-la.
Amizades não requerem gastar muito tempo juntos. Confiança, respeito e amor podem fazer uma amizade crescer e durar. Há algo que todos temos para dar, mesmo se nossas habilidades de socialização não forem tão boas como queríamos que fossem.
Sandy Maynard

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