segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

178- TDAH - Soluções para o esquecimento


Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore

"Onde deixei minhas chaves?"
Esquecimento

Quando perdemos nossa atenção plena - significando nosso atendimento e atenção à tarefa em curso – parece que estamos perdendo a nossa mente. Quando estamos no chuveiro, estamos pensando em um desentendimento com um colega de trabalho. Quando guardamos as chaves, ou estacionamos nosso carro no estacionamento, já estamos pensando na próxima tarefa e não nos lembramos de onde os deixamos.

Há muitos modos de recuperar a atenção plena que todos nós tivemos na infância. Aqui está um modo a ser utilizado para nos levar de volta às nossas chaves perdidas:

Cultive a atenção. Comece por notar quando você está atento e quando você perdeu sua atenção plena – anote num notebook ou crie uma página de avisos no seu telefone celular.

Estabeleça uma meta. Pense sobre o percentual de tempo em que você está alerta, ou vigilante ou completamente consciente e presente no momento. Talvez você esteja em 50 por cento. Aonde você quer chegar e em quanto tempo?

Veja o momento presente como uma dádiva. Aprecie-o. Ou pare para respirar fundo e prestar atenção à sua respiração para acalmar sua mente.

Pratique o tornar-se consciente. Por exemplo, "Esta semana eu estarei consciente sobre onde pus meu celular. Vou reservar alguns segundos para pensar onde guardá-lo, em minha pasta ou bolso, e para lembrar quando o estiver guardando. Na próxima semana, vou cuidar das minhas chaves. Na outra semana, dos meus óculos. Então vou poder saborear minha primeira  xícara de café de manhã ou um pequeno pedaço de chocolate escuro no final da tarde."

domingo, 5 de fevereiro de 2012

177- TDAH - Organize sua mente e o descanso virá

O TDAH tem deixado você sobrecarregado pela distração e pelo caos? Cultivar estes hábitos metódicos de pensamento pode ajudá-lo a recuperar o controle de sua vida.
Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore
A porta se abriu de repente e Jill entrou, sem fôlego, depois de subir dois lances de escada até o meu consultório no segundo andar. Ela estava nervosa e contrariada,
“Me desculpe, estou atrasada”! Disse Jill, ao se jogar na cadeira em frente à minha mesa. “Você não vai acreditar no dia que eu tive”.
Jill foi diagnosticada com TDAH e é uma das minhas pacientes. Ela tem mais de 30 anos e é uma pesquisadora de ponta em Boston. Está vivendo temporariamente com sua amiga, enquanto sua casa própria está sendo reformada.
“Na última noite, quando cheguei”, ela diz, “botei minha chaves em algum lugar, e, hoje cedo, não tinha a menor ideia de onde elas podiam estar. Procurei por todo canto – os lugares usuais, que, naturalmente, para mim, não são os lugares usuais, porque este não é o meu apartamento. Se você acha que eu sou desorganizada, você devia ver a casa dela”.
“Então, você as encontrou?” Perguntei.
Ela fez que sim, encabulada. “Por acaso”.
“Onde estavam?”
“Bem em cima da mesa da cozinha da minha amiga”! “Elas estavam lá o tempo todo”... “Bem na minha frente. Inacreditável!” “Parece frustrante, mas muito verdadeiro, porque estas chaves já sumiram antes.”
“Meu dia foi um desastre depois disso”.

Jill chegou atrasada para uma reunião no trabalho  e voltou à sua mesa e deu de cara com uma pilha de e-mails de recados, que a incomodaram mais e a deixaram oprimida. Ela mandou uma resposta ríspida para a pessoa errada. Esta gafe do e-mail fez com que perdesse um projeto que se realizaria ao meio-dia. Ela perdeu a hora, voltou duas horas mais tarde, e recebeu uma recepção fria do seu supervisor.
“Isto acontece o tempo todo”, diz Jill, com os olhos marejados, brava e envergonhada do seu fraco desempenho no trabalho. “Desse jeito, vou perder meu emprego... só porque não consigo encontrar coisas bobas como as chaves”.
Iniciando uma nova estratégia
Depois de um tempo, propus uma solução para Jill. “Pensei num jeito de você iniciar o seu dia, amanhã. Você precisa de uma base para as suas chaves. Um lugar onde você sempre as colocará, e pode ser também sua identidade e os seus óculos. Desse jeito, você saberá que esse é o lugar em que eles sempre estarão... e a cada manhã, será o lugar onde você começará o seu dia, pronta para levantar voo”.
Isto combinou com Jill. Foi uma solução orientada pela ação, algo que ela podia fazer direito e sem grande dificuldade. Mas mais importante, a base servia como uma imagem, um lembrete de como um dia pode começar, não em confusão e distração, mas com precisão e previsibilidade.
Com Jill adotou duas bases – uma em casa e uma no trabalho, para o material de projetos e lembretes – ela não tem mais se atrasado para os encontros comigo ou deixou de cumprir alguma tarefa crítica no trabalho. Este pequeno sucesso ajudou Jill a se tornar mais confiante. Ela começa sua manhã de um modo mais positivo, saindo de casa no horário e pronta para um dia de trabalho bem sucedido, em vez de ficar desmoralizada, frustrada e abatida por causa de um momento de desatenção.
Minha experiência com Jill ilustra alguns pontos importantes sobre organização. Para começo de conversa, como muitos adultos com TDAH já aprenderam, momentos de esquecimento e de desorganização podem ter graves consequências. (segue)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

176- A leitura de livros na rede pública do Rio de Janeiro


RJ: 14% dos alunos da rede pública não leram nenhum livro em 5 anos. Estudo foi feito com 4 mil estudantes do ensino médio
Dados divulgados pela Secretaria estadual de Educação do Rio mostram que os estudantes do ensino médio da rede pública não leem muito. A pesquisa feita com 4 mil alunos mostra que 14% não leram nenhum livro nos últimos cinco anos. Outros 11% leram apenas um, e 26% somente dois ou três, ou seja, 51% dos alunos leram de 0 até 3 livros nos últimos 5 anos. Já 49% leram de 4 a mais de 20 livros.
A diretora executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, considera o resultado alarmante. Para ela, a leitura do texto literário no ensino médio é, sem dúvida, muito importante para o aluno nesta fase de formação.
- Isso é sofrível. Como esses estudantes cumpriram essa etapa da vida acadêmica sem ler um livro sequer? A literatura faz parte do ensino médio. Esse tipo de aluno nunca vai conseguir passar no Enem, por exemplo. É somente por meio da leitura que descobrimos as múltiplas faces da linguagem - diz.
Para Priscila, a qualidade do ensino nessas escolas tem que ser mais bem avaliada e mais bem monitorada.
- É preciso saber como o professor atua. Faz parte do trabalho dele incentivar a leitura. O custo dos livros não pode ser desculpa para isso. Hoje temos bibliotecas públicas e na web também é possível fazer download de várias obras. O hábito da leitura deve fazer parte da rotina dos estudantes - conta
A pesquisa também revelou que 78% dos estudantes têm computador com acesso a internet.
- Era muito melhor dar livros para esses jovens do que um computador. A internet deve ser usada como uma ferramenta de acesso para a leitura - explica.
De acordo com a pesquisa, a qualidade do ensino nas escolas estaduais foi bem avaliada por 67% dos alunos. Para 13% é excelente, enquanto que para 54% é bom. Apenas 4% o avaliam negativamente.

Meu comentário: O estudo não considerou a prevalência de 4 a 9% do TDAH nessa população de estudantes. Entretanto, isto não invalida as considerações feitas por Priscila.

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...