domingo, 1 de setembro de 2013

294- Uma Abordagem Mais Receptiva, Mais Gentil e Mais Suave Para o Início do Ano Escolar


Por Pernille Ripp

Nenhum professor começa a carreira com más intenções. Mesmo assim, alguns de nós fazemos nosso maior erro justamente no primeiro dia da escola. Comigo não foi diferente, nove anos atrás. Escolhi fazer tudo do jeito como me foi ensinado na faculdade - o jeito que o famoso livro de conselhos para os novos professores dizia que deveria ser.

Claro, eu ri com os alunos e falei bastante sobre nossa "comunidade em classe". Porém, conforme transcorria a importante primeira semana de escola, eu fui ditar regras, estabelecendo quem estava no controle, e estabelecendo os limites para o ano.

Como resultado, perdi a oportunidade de criar o tipo de relacionamento com meus alunos que leva não somente à motivação e engajamento, mas à verdadeira apropriação do aprendizado e, por consequência, ao maior sucesso. Nessa época eu não percebi a perda - demorou vários anos, de fato. Se você é um professor novato, prestes a começar sua carreira, talvez as lições que eu aprendi possam ajudá-lo a evitar as armadilhas de uma falsa relação com seus alunos.

O Fazedor de Regras a Postos

No meu primeiro dia de trabalho como professor (logo em seguida às instruções no dia anterior), fiquei sorrindo na porta da minha sala, apertando a mão de cada um dos alunos do quarto grau que entravam em minha classe. Estava ansiosa para começar nossa primeira conversa: "Como Entramos na Sala de Aula". Conforme os alunos tomavam seus lugares, pedi sua atenção e comecei a explicar a eles exatamente como eu queria que eles entrassem na sala. Disse a eles o que precisavam trazer e quais as consequências por virem despreparados.

Então, passei para a segunda conversa mais importante: Minhas regras e as consequências por quebrá-las. Aqui eu me baseei em um auxiliar para o professor novato, "The First Six Weeks of School" (Os primeiros seis dias de escola), de Paula Denton e Roxann Kriete. Os autores propunham a atraente ideia de fazer parecer que seus alunos  estivessem vindo com suas próprias regras e procedimentos em classe, facilitando assim a aceitação conforme você os levasse à inevitável conclusão. De fato, eu já tinha as regras em um cartaz: "Respeitem um ao outro, cuide de si mesmo, e tome conta de suas coisas".

Minha intenção era nobre. Queria que meus alunos sentissem que fossem parte do manejamento da classe. Mas eu estava criando uma falsa noção. Eu não tinha nenhuma intenção de deixar que eles estabelecessem as regras. Eu sabia, por todo o meu treinamento e leitura, que meu trabalho número um era ser o líder desse espaço de aprendizagem. E os líderes fazem as regras.

Oportunidades Perdidas

O resto daquela primeira semana de escola foi um verdadeiro caos. A maioria dos professores (veteranos e novatos) estava confusa pelo final da primeira semana, abatidos pela ansiedade de iniciar o curriculum, mas também ocupados em descobrir  quem eram seus alunos e como guiá-los ao longo do ano.

Eu estava maravilhada pela gentileza que meus alunos demonstraram para mim, mas também muito agarrada aos comandos de direção de todo o nosso aprendizado. Não era a hora de parecer muito fraco ou muito amigável. Estabeleci numerosas atividades para quebrar o gelo, e pensei que tínhamos nos conhecido bem uns aos outros. De fato, eu sabia muito pouco a respeito de cada aluno, definitivamente nada que pudesse me guiar em meu ensino. Achava que aquelas coisas viriam mais tarde (e algumas vieram), mas em realidade eu tinha perdido completamente a maior oportunidade que teria para verdadeiramente conhecer meus alunos.

Em essência, eu tinha medo de que se não tivesse firmado minha autoridade desde o primeiro dia de aula, o resto do ano ficaria fora de controle. Fui durona - naquele ano e nos vários anos em seguida. Fomos bem. Eu achava. Meus alunos aprendiam. Mas eu não podia perceber o quanto de potencial foi desperdiçado sob a minha mão de ferro.

Devolvendo a Classe

Como fui ensinada a pensar em como organizar a primeira semana de escola para firmar minha autoridade e controle, foi difícil deixar aquelas noções de lado. Foi uma jornada que eu descrevi em um livro que foi publicado no ano passado, "The Passionate Learner: Giving Our Classrooms Back to Our Students Starting Today" (O Aprendiz Zeloso: Devolvendo Nossas Classes aos Nossos Alunos Iniciantes).

Deixem-me somente dizer aqui que eu agora sei que o que fazemos na primeira semana de aulas para sermos ouvidos, para nos comunicarmos e para compartilhar o genuíno interesse uns com os outros, estabelece o tom para o resto do ano de modo mais consciente do que qualquer lista de regras ou expectativas conseguirão.

Se você vier em minha sala agora, no primeiro dia de aula, verá uma abordagem muito diferente - mais suave, calma e mais de acordo com o que entendo ser o que meus alunos realmente precisam: respeito e um lugar seu.

Agora, no início de cada ano escolar, eu relembro a mim mesmo para me segurar - para não por muita pressão com as regras de comportamento e de procedimentos dos gurus. Sei, agora, por experiência, que se eu tomar meu tempo com meus alunos, o investimento se pagará pelo ano todo.

No primeiro dia, todos os anos, lembro-me do seguinte:

- Somos todos desconhecidos uns e outros
- Estamos cimentando nossas rotinas
- Estamos descobrindo nossas regras
- O currículo não significará nada se não ficarmos entusiasmados com ele
- Desfrutamos nossa liberdade
- Temos de construir a confiança

Fora Com o Que é Velho

Então, na prática, quando um professor tenta  usar esses princípios intuitivos, o que fica parecendo? Bem, primeiro deixem-me dizer o que não fica parecendo. Vai aqui algumas práticas de início de aulas contra as quais eu previno:

Não escreva suas regras antecipadamente. Nada diz "Esta é minha classe" como uma placa enorme com suas regras, pendurada na parede por anos seguidos.

Não gaste dias escrevendo a constituição da classe.Como lição de estudos sociais, penso que isso pode ser um projeto maravilhoso. Mas não é o modo de formar a comunidade de classe. Pense nisso com os olhos de uma criança - dias sendo gastos na discussão de regras para o resto do ano e, então, tentar segui-las, umas vinte ou mais regras, por esse tempo. Que modo "chato" de começar juntos o ano escolar.

Não "estabeleça fronteiras precisas" e dê nomes a elas. Eu fui um mestre em rótulos, certificando-me de fazer os alunos saberem exatamente quando tinham invadido meu território, quer fosse minha mesa, meus armários ou meus lápis. Com os nomes vêm as restrições, e as salas de aula já têm restrições suficientes; não precisamos acrescentar mais nenhuma.

Não invista muito tempo em quebrar o gelo. Nunca fiz um relacionamento por meio de atividade para quebrar o gelo, lamento. Em vez disso, invista em algo com significado para a comunidade, como um mapa de conexões, ou um passeio da classe planejado pelos estudantes, ou qualquer coisa em que os alunos possam trabalhar como um desafio par a equipe. Se eles puderem prestar atenção em uma tarefa, em vez do ato de conexão, a construção da comunidade se iniciará naturalmente.

Não anuncie que "agora vamos construir uma comunidade. " Gosto de estabelecer metas, e estabelecemos várias durante o ano, mas esta meta é melhor deixar não exposta. É como dizer às pessoas que você está tentando tornar-se seu amigo; o hiperfoco tende a fazer as coisas ficarem esquisitas e desconfortáveis. Em vez disso, diga aos alunos que você está contente em ser sua professora e, então, façam juntos alguma coisa que você sabe que realmente constrói a comunidade.

Não tenha um milhão de coisas planejadas. Algumas vezes, o melhor início de uma comunidade vem justamente do fato de gastar um tempo juntos, com calma. Quando você planeja muita coisa ou tem de fazer muitas coisas, não sobra tempo para simplesmente conhecer um ao outro, assim, seja seletiva com o que você vai usar seu tempo.

Um Novo Começo

Então, se você não está fazendo essas coisas, o que fará no seu primeiro dia de escola? A seguir, alguns conselhos para estimular uma comunidade criativa e engajada:

Seja você mesmo. Os alunos podem perceber qualquer hipocrisia e uma tal atitude é difícil de ser mantida por mais do que alguns dias. Assim, se você acha que tem a personalidade de um comediante, ou de um perfeccionista, ou de um panaca, como eu, deixe sua personalidade brilhar.

Compartilhe sua vida. Geralmente começo meu ano com um vídeo ou dois dos meus filhos ou com uma história divertida sobre um deles. Nada planejado ou longo, somente uma rápida história. Os alunos ficam sabendo de mim e de minha família, e contam suas histórias, também.

Ria bastante. Adoro sorrir, e acho que as crianças são muito engraçadas. Dê-lhes uma chance de falar de modo divertido.

Comece por decorar a sala de aula. Digo sempre que "esta é NOSSA sala de aula", de modo que os alunos podem fazer suas escolhas para a decoração, assim como o arranjo do mobiliário.

Comece educando. Sei que disse que é para "pegar leve" com o currículo na primeira semana, mas comece alguma coisa desde o início. Os alunos estão prontos para aprender porque não podem esperar para ver como serão as coisas nesse novo grau.

Decidam juntos sobre as expectativas. Gaste algum tempo fazendo os alunos discutirem o que esperam desse novo ano e, então, faça com que eles discutam o que isso significa para o seu ambiente de aprendizagem.

Dê um tempo. Uma grande comunidade não surge logo no primeiro dia de aula, mas você precisa planejar quais serão as primeiras sementes nesse dia. Assim, faça isso e cultive isso, e dê um tempo, necessário para que as sementes cresçam altas e fortes.

Ao final, a primeira semana, o primeiro dia, o primeiro momento de escola, carrega um peso maior do que pensamos. Sabemos que a primeira impressão tende a ser permanente. Não é impossível mudá-la mas, por que não começar direito? Informe os alunos de que essa é sala deles, de que esse é o ano deles, e aponte o caminho de aprendizagem que eles querem trilhar. Faça com que saibam que eles são importantes, que a palavra deles vale, e que esse ano é importante.

Eles descobrirão que esse ano, em sua classe, as coisas poderão ser um pouco diferentes do que estão acostumados que sejam. E serão muito melhores.


Pernille Ripp é uma professora do quinto grau em Middleton, Wisconsin, cofundadora de EdCampMadWI, e criadora de Global Read Aloud Project.  Siga-a em Blogging Through the Fourth Dimension e no Twitter @pernillerip. Seu primeiro livro, Passionate Learners: Giving Our Classrooms Back to Our Students Starting Today, será publicado neste outono por Powerful Learning Press.

Publicado em edweek.org

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

293- TDAH - O Poder da Paciência


Déficit de atenção e impaciência andam de mãos dadas. Mantenha sua calma - e diminua seus arrependimentos - com essas dicas para ficar mais paciente. Por Sandy Maynard

A paciência é uma virtude, correto? Para os TDAHs, pode ser mais que isso. Para mim, parar, acalmar-me e ter paciência faz com que me torne mais tolerante, composto, bem humorado e que aceite as circunstâncias que estão fora do meu controle. Chamam a isso de serenidade, e algumas vezes é algo que quero em maior dose. Sei que durmo melhor à noite quando não faço por impulso escolhas que não posso mudar.

Por outro lado, a impaciência pode ser o adubo para o comportamento impulsivo - comentários rudes que não podem ser consertados ou conduta constrangedora da qual nos envergonhamos por meses. Para muitos de nós com TDAH, ter paciência parece ser inatingível.
Mas não precisa ser. Podemos fazer exercícios que fortalecem nossos "músculos da paciência". Ter paciência é desconfortável para muitas pessoas com TDAH, porque não sabemos o que fazer para ter paciência ou não exercitamos essa habilidade com frequência suficiente para que se torne um hábito. 
Acalmar-se, respirar fundo e deixar o tempo passar não é fácil e faz sentir-se desconfortável de início, mas o desconforto de fazer algo diferente desaparece à medida que o fazemos mais vezes. Muitas vezes não nos comportamos de maneira relaxada porque não nos sentimos muito relaxados. Temos de fingir para conseguir isso.

O primeiro passo é identificar as situações, atividades ou indivíduos que desafiam nossa paciência. Algumas das minhas são: permanecer na fila do correio, dirigir no tráfego congestionado, ficar sentado em reuniões aborrecidas no trabalho, ficar esperando o micro-ondas estourar toda a pipoca, ler e-mails excessivamente críticos, esperar na fila do caixa do supermercado, e/ou estar envolvido em conversas intermináveis. O segundo passo é trabalhar e desenvolver "os músculos da paciência" com exercícios.
Eis aqui algumas estratégias que funcionaram para os meus clientes:

Acalmar-se quando envolvido pelo turbilhão

Thomas tinha uma história de amassar para-choques, e seus prêmios de seguro refletiam isso. Começamos por construir seus "músculos de paciência" fazendo com que ele dirigisse com menor velocidade. Ele se comprometeu a dirigir até o trabalho nos horários fora do rush, a ficar na faixa à direita (é a mais lenta), a dirigir dentro dos limites de velocidade, e a não acelerar para se antecipar ao sinal vermelho. Foi frustrante para ele fazer tudo isso, mas ele conseguiu com a ajuda de exercícios de respiração profunda quando se sentia tenso. Ele disse que quando finalmente chegava ao trabalho, encontrar um local livre no estacionamento apinhado parecia menos incomodativo do que anteriormente porque ele tinha posto na mente o pensamento "time takes time" (demora para pegar o ritmo). Ele chega no trabalho com bom humor. Ter mais compostura permite que Thomas pense mais claramente sobre o planejamento do seu dia, e ele fica menos propenso a agredir a primeira pessoa que lhe fizer uma cobrança inesperada.

Resistir ao Pequeno Vestido Vermelho

Diane caminha por uma de suas lojas de roupas preferidas a caminho de casa, vindo do trabalho, e frequentemente começa a ver as vitrines, sem a intenção de comprar algo. A impulsividade geralmente vence quando alguma roupa a atrai. Decidimos que ela deveria ir à loja e fazer uma lista de quanto custaria se ela comprasse tudo que tivesse vontade. Nosso plano incluiu me ligar antes de entrar na loja, mandar um torpedo enquanto estivesse na loja e ligar depois de sair da loja.
Recebi um texto, depois da primeira chamada, dizendo que havia um vestido vermelho sem o  qual ela não podia viver. Sugeri que ela saísse da loja, sabendo que o vestido estaria lá no dia seguinte, e provavelmente no outro dia. Se não, o vendedor poderia trazer o vestido de outra loja ou encomendar mais um. Passaram-se dois dias e Diana me mandou um texto, dizendo que a vontade de comprar o vestido tinha passado e que ter resistido economizou seu dinheiro.

Perca o Peso Uma Garfada Por Vez

Um dos objetivos de Jerry era perder peso e, embora tivesse uma dieta saudável, ele comia depressa demais e exagerava nas calorias. Fizemos um exercício de paciência para auxiliar Jerry a comer menos. Após uma garfada, pedi que ele pusesse o garfo de lado, cruzasse as mãos no colo e esperasse poucos segundos depois de engolir antes de segurar o garfo novamente.
Ele disse que foi difícil e esquisito, porque estava acostumado a devorar a comida, mas afirmou que estava se esforçando, exceto quando estava muito faminto e não conseguia comer devagar. Para essa situação, sugeri que usasse "hashi" (pauzinhos). As duas estratégias ajudaram Jerry a degustar mais seu alimento enquanto comia menos.

Pratique a Paciência

No mundo apressado de hoje, os TDAHs têm muitas oportunidades de aumentar os "músculos da paciência". Você liga para o suporte técnico para seu computador e é posto em espera. Não ponha o telefone no viva voz e vá fazer outro trabalho. Apenas espere, prestando atenção em sua respiração e permitindo que seus músculos tensos relaxem.
A maior parte do tempo ficamos impacientes porque nosso TDAH nos faz ficarmos atrasados, e nos tornamos mais impacientes quando nos encontramos presos no tráfego ou esperando um ônibus que está atrasado. Aceite o fato de que não há nada que possa ser feito para chegarmos mais depressa, e aproveite a pressão de estar atrasado para praticar sua calma. Você chegará calmo e atrasado, em vez de estressado, rabugento e atrasado.

Sandy Maynard é uma pioneira em "coaching" para TDAH e trabalha em Washington, D.C. há duas décadas.


ADDitude/2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

292- 40 Acomodações que a escola pode fazer para seu filho com TDAH.


Eis aqui acomodações a serem solicitadas à escola, para garantir o sucesso acadêmico do seu filho

Controle da impulsividade em classe

Para uma criança que fala demais:
- Ela deve ficar sentada na frente e no centro, próxima ao professor  e longe   das distrações.
- Discuta o comportamento dela de modo privado, em vez de chamar sua atenção na frente de toda a classe.
- Sente-a junto a um colega bem comportado que sirva de modelo.
- Aumente a distância entre as carteiras, se for possível.
- Para alunos pequenos, marque uma área ao redor de sua carteira na qual ele possa se mover livremente.

Ajuda para trabalhos pela metade ou incompletos

- Permita um tempo maior para o término do trabalho.
- Divida longos trabalhos em segmentos menores, cada um com um prazo certo.
- Encurte os trabalhos ou os períodos de trabalhos. Combine instruções escritas com instruções orais.
-  Ajuste um timer para intervalos de dez minutos e faça o aluno levantar-se e mostrar ao professor seu trabalho.

Melhore a atenção da classe

Se o seu filho não participa, distrai-se enquanto faz anotações, ou entrega trabalhos com erros:
-  Tenha um colega que o auxilie ao fazer anotações.
- Peça ao professor para fazer perguntas para encorajar a participação.
- Inscreva-o a ajudar a apresentar a lição.
- Estimule-o a prestar atenção com um sinal privado - um leve toque no ombro.
- Estabeleça um período de cinco minutos para que ele confira o trabalho antes de entregá-lo.

Para acabar com o comportamento perturbador em classe

- Peça ao professor para ignorar comportamento impróprio leve.
- Permita que o aluno brinque com clipes ou que faça rabiscos.
- Determine previamente um lugar onde ele possa "soltar o vapor".
-  Ajuste as tarefas para que não sejam muito longas ou muito difíceis.
- Estabeleça um contrato de comportamento com o aluno e seus pais (compartilhe informação sobre o que funciona em casa ou vice-versa).

Para o sonhador em classe

- Faça o professor usar sinais verbais claros, tais como "Quietos", "Isto é importante", ou "Um, dois, três... olhem para mim".
- Permita que o aluno ganhe o direito de "sonhar acordado" por 5 a 10 minutos após terminar seu trabalho.
- Use uma lanterna ou um apontador a laser para iluminar objetos ou palavras em que devem prestar atenção.
-  Apresente vocabulário de palavras e conceitos de ciência com pequenos desenhos ou figuras coladas.

Controle a "mexeção" de mãos e o comportamento inquieto

Se o seu filho fica mexendo ou batendo os pés ou o lápis nervosamente em classe ou se levanta muito de sua carteira:
- Permita que ele ande um pouco, que distribua papéis para os colegas, que limpe as estantes de livros, ou que se levante algumas vezes durante um trabalho.
- Dê a ele um objeto para manipular em classe, para aumentar a concentração.
- Encaixe pausas curtas para exercício físico entre os trabalhos.
- Dê a ele uma mesa alta, para que fique de pé, ou um disco inflável de borracha para se sentar em poder balançar o corpo.

Vigie o trabalho de casa e os livros

Se o seu filho se esquece de trazer para casa as tarefas e os livros, ou não devolve à escola os trabalhos feitos, ou se esquece de por o nome no trabalho:
- Use um caderno de planejamento de estudantes.
- Permita que os alunos ditem os trabalhos em um Memo Minder, um pequeno gravador de três minutos.
- Grampeie o plano semanal de lições fornecido pelo professor no caderno de planejamento do aluno.
- Reduza o número de papéis que são enviados para casa para serem assinados pelos pais.
- Escolha monitores para ter certeza de que o aluno anote corretamente os trabalhos de casa.
- Permita que o aluno tenha em casa um segundo exemplar dos livros utilizados na escola.

Fique em dia com os prazos

Se o seu filho tem dificuldade com prazos e vencimentos:
- Avise com antecedência sobre projetos e trabalhos escritos.
- Fique perto do aluno para ter certeza de que ele inicie logo o trabalho que foi passado.
- Apresente visual e verbalmente todos os trabalhos e datas de entrega.
- Use campainhas para assinalar as transições - colocar de lado o material em uso, antes de começar um novo projeto ou atividade.

Expanda sua rede social

Se o seu filho não tem noção das dicas sociais, se não trabalha bem junto com os outros ou se não é respeitado pelos colegas:
- Estabeleça metas de comportamento social com ele e implemente programas de recompensas.
- Solicite que a escola estabeleça grupos de habilidades sociais.
- Encoraje tarefas de aprendizagem em cooperação.
- Determine a ele responsabilidades especiais ou um papel de liderança.
- Elogie o comportamento e o trabalho positivos.
- Reconheça frequentemente o comportamento apropriado e o trabalho bem feito.

Tire o medo de escrever

Se o seu filho sofre com os trabalhos escritos:
- Dê mais tempo para os trabalhos escritos e respostas de questionários.
- Encurte os relatórios e trabalhos.
- Permita que os alunos imprimam; não imponha a escrita cursiva.
- Permita a opção de um trabalho gravado ou oral em vez de escrito.
- Encoraje o uso do computador pelos estudantes, para trabalhos escritos.
- Permita o uso de software de correção de ortografia e de gramática.

Reduza a ansiedade com a matemática.

Se o seu filho não termina as tarefas de matemática, ou se tem dificuldade com problemas de múltiplos passos:
- Fotocopie as páginas para os alunos, para que eles não tenham de reescrever os problemas de matemática.
- Mantenha sempre amostra de problemas no quadro negro.
- Permita o uso de calculadora para os trabalhos em classe e em casa.
- Faça revisões resumidas dos problemas de matemática.
- Dê um tempo longo para as provas de matemática.


ADDitude - 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

291- TDAH: 6 Itens Essenciais no Diagnóstico do Seu Filho


Para garantir o diagnóstico correto para seu filho, primeiro preste atenção no trabalho do médico. Aprenda a distinguir a qualidade em uma avaliação para o TDAH. Por Laura Flynn McCarthy.

Se você acha que seu filho tem TDAH, chegar ao diagnóstico correto exige persistência. "A pesquisa mostra que as famílias fazem a consulta, em média, com 11 médicos antes de encontrar o profissional certo", diz  o psiquiatra William Dodson. "Não desista".

Eis aqui o que uma avaliação correta deveria incluir:

1- TEMPO - A primeira consulta deve levar de 45 minutos a 2 horas ou mais. Esse tempo deve ser gasto tanto com a criança quanto com os pais, procurando sinais de TDAH e outras possíveis explicações para os sintomas. O médico do seu filho poderá fazer, também, varias consultas mais curtas, até conseguir todas as informações. Ele poderá solicitar testes de inteligência, de atenção e de memória.

2- FORMULÁRIOS - Espere ter de preencher listas de perguntas e escalas de TDAH, e ter de pedir que os cuidadores do seu filho, a professora do pré-escolar  e outros adultos na vida do seu filho, também preencham esses papéis. Quanto mais informação, mais provável que se chegue a um diagnóstico correto.

3- EXAME FÍSICO - Deve incluir pesquisa para problemas de audição e visão, para afastar causas físicas para os sintomas.

4- HISTÓRIA SOCIAL - Você fez cinco mudanças de cidade durante os cinco anos de vida do seu filho? Você está com problemas financeiros? Tem algum membro da família muito doente? 
Esses e outros fatores podem tornar uma criança, especialmente um pré-escolar, ansiosa, e causar comportamentos que imitem o TDAH.

5- HISTÓRIA FAMILIAR - O TDAH ocorre em famílias, portanto, espere que seu médico faça perguntas sobre sua saúde mental. "Se nenhum dos pais tem TDAH, então o TDAH vai para o final da lista do que a criança possa ter", diz o DR. Dodson. "Se um pai tem TDAH, há 50% de chances de que a criança também tenha. Se ambos os pais têm TDAH, isso será o maior responsável pelo comportamento da criança".

6- HISTÓRIA DOS SINTOMAS - Uma criança precisa ter ao menos seis sintomas em nove de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade antes da idade de sete anos para ser diagnosticada como portadora de TDAH. Além disso,os sintomas devem ser aparentes em mais de uma situação (na escola, em casa), e em intensidade que afete o funcionamento normal da criança.


Laura Flynn McCarthy é uma escritora freelance, que reside em Bow, New Hampshire, USA.

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