segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

253- Algumas Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH - (ABDA)


Algumas Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH:
Atenção, memória sustentada:
Algumas técnicas para melhorar a atenção e memória sustentadas

1 – Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas.
2 – Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão... Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.
3 – NÃO criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado.
4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um.
4 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada.
5 – Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a escola.
6 – Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor para que os elementos distratores do ambiente não prejudiquem a atenção sustentada.
7 – Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades.
8 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo.
9 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova.

Tempo e processamento das informações

1 – Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa. Clique aqui para ver um exemplo.
2 – Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno.
3 – Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e motivação.
4 – Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno.
5 – Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira.
6 – Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever.
7 – Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo.

Organização e técnicas de estudo

1 – Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas, calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequado para a sua organização.
2 – Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes.
3 – Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática – vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e memorização dos materiais.
4 – Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual perda do material.
5 – Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às questões relacionadas à escola.
6 – Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo.
7 – Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas.

Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas

1 – Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, notícias de jornal, trechos de livro, etc.
2 – Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender.
3 – Usar organizador gráfico (clique aqui para ver) para ajudar no planejamento, organização e compreensão da leitura ou escrita.

Inibição e autocontrole

1 – Buscar sempre ter uma postura pró-ativa. Antecipar as possíveis dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula.
2 – Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do término da mesma.
3 – Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria superação.
4 – Permitir que o aluno se levante em alguns momentos, previamente combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material, etc., ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas.

Escrito por  ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) Qui, 20 de Dezembro de 2012 16:18

sábado, 29 de dezembro de 2012

252- “Ele não admite que tenha TDAH”


 
Meu marido não quer procurar aconselhamento ou tomar remédios para seu déficit de atenção, mesmo tendo dois de nossos filhos diagnosticados com o transtorno. Seus esquecimentos, sua procrastinação e a incapacidade de cumprir as promessas para nossas crianças irritam a todos nós. Socorro! – Por Melissa Orlov.

Muitos adultos que vivem com TDAH não diagnosticado não entendem o impacto que seus sintomas causam em quem está à sua volta. O melhor jeito de lidar com isso é iniciar uma campanha gentil e paciente, mas firme, para ajudá-lo a entender como suas ações – ou falta de ação, em alguns casos – afetam você e sua família. É importante que você aborde o assunto de um jeito sem críticas e sem julgamentos. Se não for assim, você o tornará defensivo e não disposto a levar a sério sua preocupação.
Fale cuidadosamente com seu marido. Aborde o assunto dizendo: “Fiquei triste por nos atrasarmos para a festa de aniversário da minha irmã”, em vez de “Fiquei com raiva porque você nos fez chegar atrasados na festa de aniversário da minha irmã”. Diga, “Eu te amo, mas sinto que não estou tendo a atenção que preciso de você para me sentir feliz”, em vez de “Você nunca presta atenção em mim!”.

Como seus filhos foram diagnosticados com TDAH, pode ser mais fácil o seu marido pensar no assunto, já que isso está ligado a ele. Muitos adultos, depois de ler livros para aprender como ajudar seus filhos, veem seus sintomas com mais clareza e pensam a respeito dos seus problemas com uma nova perspectiva. Não cometa o erro de assumir sozinha a responsabilidade de cuidar dos desafios do TDAH dos seus filhos. Você perderá uma oportunidade de discutir as coisas com ele.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

251- Como é ter TDAH?



Uma conversa honesta dos leitores de ADDitude sobre o lado ruim de ter déficit de atenção. Pelos editores de ADDitude.

Perguntamos aos nossos leitores, “Ter TDAH se parece com o que?”

É como se eu precisasse de um botão de desligar no meu cérebro. Quando tento explicar para os outros que alguns dos meus comportamentos são por causa do TDAH, eles dizem que estou inventando uma desculpa. – Bee, Flórida.

Todo mundo pensa que faço besteiras de propósito. Meus amigos me dizem que todo mundo tem déficit de atenção. Às vezes me sinto burra. – Angie, México.

Imagine que você rasteje de joelhos a vida toda, mas todos ao seu redor andam com as duas pernas. Você percebe que você é diferente, e sabe que deveria caminhar como todos os outros, mas simplesmente não consegue se equilibrar nas duas pernas do jeito que consegue quando rasteja. – Ashley, Ohio.

Loucura, frustração e algumas vezes a coisa mais engraçada – depois que você aprende a rir de si mesmo. E todos precisamos disso. – Amy, Ohio.

É como assistir a uma apresentação de Power Point que nunca acaba. Digo algo a alguém e, no meio da frase, dá um branco. É embaraçoso ter de perguntar para a outra pessoa o que você estava falando mesmo. As pessoas me olham e geralmente pensam, “As luzes estão acesas, mas não tem ninguém em casa”. – Angela, Indiana.

Ter TDAH não se parece com nada. Diferente de um problema físico, um osso quebrado, por exemplo, o TDAH é invisível. As pessoas são simpáticas quando você está sofrendo dores. Tentar explicar o TDAH sem parecer estar inventando desculpas é difícil. Talvez se alguém criasse uma tipoia ou tala para o TDAH, as pessoas poderiam ser mais amigáveis com quem tem o transtorno. – Ann, Tennessee.

Todo dia é uma luta, mas você faz o melhor dele. Medicamentos ajudam, mas não são uma cura milagrosa. Você entende literalmente o que os outros dizem. – Argélia, Geórgia.

É como se você estivesse dirigindo em meio a um intenso nevoeiro, em uma estrada escura, tentando chegar aonde você sabe que deveria estar. O problema é que você perde a localização e não tem nenhum GPS para orientá-lo, e, no fundo, o rádio está tocando alto músicas que ficam mudando. – April, Texas.

Parece que tem sempre um barulho na minha cabeça – um zumbido constante que eu não sei o que é. Também é paralisante e frustrante. - Um leitor de ADDitude.

É como estar se afogando num redemoinho de coisas que precisam ser feitas, mas que nunca terminam. É um sentimento sem-fim de futilidade. – Linda, Flórida.

Ter TDAH é como ter uma conversa sem-fim com você mesmo. Christina, Texas.

É como estar fora do equilíbrio, fora do prumo, semelhante ao que acontece quando o computador faz o “buffer” de um vídeo, e demora uma eternidade para terminar e começar a exibir sem todos aqueles “começa” e “para”. – Debbie, Arizona.

Não é fácil ter um cérebro de 18 anos e um corpo de 61 anos! – Diane, Flórida.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

250- Conforto Pessoal: Como os animais de estimação podem ajudá-lo a se sentir melhor. TDAH - ADHD


 
O amor incondicionado de um amiguinho peludo pode fazer maravilhas para a autoestima e a paz de espírito de um portador de TDAH. Pelos Editores de ADDitude.

Minha filha recebe tanto de nossos bichos de estimação. Ela lhes dá amor e eles o retornam, sem julgamentos! Nossos bichinhos sempre estão a favor dela, o que não é o caso com irmãos e amigos. Sheilah Washington.
A gata da minha filha é a sua melhor amiga e confidente. A gata a escuta sobre os maus dias, o bullying e as coisas más que outras crianças dizem a ela. A gata escuta calmamente. Ela dá apoio caloroso e indistinto, com amor incondicional – Uma leitora de ADDitude.

Nossa família apoia nosso filho, mas nem sempre respondemos perfeitamente aos seus comportamentos. A coisa boa sobre cães é que eles o amam, não importa o que! - Um leitor de ADDitude.

Houve momentos em que meu filho se sentia tão abatido por ser um excluído na escola, que ter nossa cachorra Rosie esperando por ele quando chegava em casa era a hora feliz do seu dia. - Shari, Louisiana.
Meus meninos amam nosso cão, e eles sabem que toda a nossa família precisa cuidar dele. Nosso cão tem ensinado meus meninos sobre o amor incondicional. – Shae, California

Ter um animal de estimação faz com que meu filho se sinta bem, mas fazer com que ele assuma a responsabilidade pelo animal ainda não deu certo. Paciência! Estamos trabalhando isso. – Polly, Virginia.
Meus bichinhos me mostraram que eu posso ser uma pessoa amável e responsável. – Michelle, Washington, D.C.

Oh, sim! Temos um cão e dois gatos, e minha filha adora o dia de alimentá-los. Ela também gosta de sair com eles para caminhar. – Eugena, Oklahoma.
Temos cavalos, cães e gatos, e cães adotados. Meu filho os leva para a escola de cães, lê para o seu gato, e fala para todos aos animais como se sente feliz de estar com eles. Os animais não o julgam, são muito tolerantes e lhe dão montes de beijos. – Melissa, New York.

Nossa pastora alemã ajuda nosso filho por aceitá-lo e amá-lo incondicionalmente. De fato, ela parece amá-lo mais ainda por causa de sua hiperatividade! Ele sempre tem um amigo para fazer um mau dia virar um dia feliz. Como ele às vezes tem dificuldades sociais, é importante que tenha um amigo que esteja sempre ao seu lado, não importa o que aconteça. – Annie, Illinois.
Temos duas tartarugas, e a primeira coisa que meu filho me fala pela manhã é “Tenho de dar comida para minhas tartarugas”. – Jessica, California.

Há uma ligação muito especial entre nossa fábrica de chocolate e nosso filho. Nosso cão dá ao meu filho um senso de responsabilidade e também amor incondicional. – Caren, Maryland.
A melhor maneiro de fazer os meninos se levantarem de manhã sem atitudes inconvenientes é deixar que os cães os acordem. Os beijos dos cães os fazem sorrir. – Cristy, Kansas.

Nosso cão foi de uma importância enorme para ajudar nosso filho a se acalmar à noite. O cachorro dormiu em sua cama por vários anos. – Helene, California.
Meu cão é como um cão de terapia. Ele sabe quando evitar minha filha e quando se aproximar dela para acalmá-la. – Danielle, California.

Animais de estimação são ótimos para crianças com TDAH. Cuidar deles é uma atividade estruturada de cada dia, e as recompensas e a afeição que as crianças recebem são de valor incalculável. – Heidi, Minnesota.
Nosso filho usa remédios para ajudá-lo na escola, mas nosso cão faz a maior ajuda, por ficar na cama com ele! – Kathy, Minnesota.

Sempre vivi rodeada de animais em toda minha vida. Eles me suportam, não me criticam, só me amam. – Kathy, Minnesota.
Nosso cão sido uma grande ajuda e agrada a qualquer pessoa. Tocar nele e brincar com ele é um alívio tátil. Quando meu filho tinha dificuldade de aprender a ler, ele lia para o cão, que nunca o interrompeu para corrigi-lo. – Lisa, New York.

Nossa filha de dez anos nos contou que nossos animais de estimação a ajudam a se sentir amada e protegida. Ela pode falar com eles e fazer coisas fora de casa com os cães. Ela é responsável por sua lagartixa, Azure, que comprou depois de fazer economia durante meses. Fiquei impressionada com as habilidades que ela desenvolveu depois de adotar sua lagartixa. - Marian, Utah.
Como um admirador de cães, digo: certamente. Quando sentia que ninguém me entendia ou cuidava de mim quando era criança, sabia que minha cachorra o fazia. Ela me ouvia resmungar por horas e me amava mais que a própria vida. Todos nós precisamos focalizar em outro que não nós mesmos. Isso afasta nossa mente do nosso TDAH. – Jonathon, Ohio.

Meu filho tem vários peixinhos, e ele pula da cama toda manhã para dar comida para eles. Eles são uma grande motivação para meu filho ser responsável e amoroso. – Mindy, Iowa.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

249- TDAH - O Cavalo Que Lê Minha Mente


 
A terapia equino-assistida para o TDAH forçou-me a alinhar minhas ações com minhas intenções e a demonstrar a calma confiança que eu pedia em retorno. Os cavalos, como aprendi, refletem o que veem em nossos corações e penetram em nossas mentes. Por Zoë Kessler

“Queria que você pudesse se ouvir”. Quando criança, eu escutava isso frequentemente da minha mãe não-TDAH. Eu achava que ela era maluca; minha audição era perfeita.
Depois do diagnóstico do meu TDAH, aos 47 anos de idade, descobri que as pessoas com o transtorno de déficit de atenção são observadores fracos. Demorou 40 anos, mas, finalmente, fiquei sabendo o que minha mãe queria dizer com aquilo.

Minhas palavras e ações estavam contra minhas intenções. Até o meu tratamento, essa confusão estragava meus relacionamentos, deixando-me perplexa e ferida. Desde então, descobri a Psicoterapia com Assistência Equina – que usa a estranha habilidade dos cavalos para espelhar as emoções e atitudes dos seus condutores. Conforme você interage com um cavalo, você aprende a observar e a responder aos comportamentos dele, em vez de ficar amarrado aos seus padrões de comportamento. Depois de uma sessão, conselheiros falam com seus clientes sobre o que aprenderam. Essa terapia tem me ajudado a me tornar atenta ao modo como os outros me veem e a ter certeza de que minhas palavras e ações refletem minhas intenções.
Muitas crianças e adultos com TDAH se apaixonam pela terapia equino-assistida porque ela é estimulante e divertida. Embora as crianças e os adultos amem trabalhar com cavalos, o foco da terapia equino-assistida não está em cavalgar ou tornar-se um cavaleiro - os participantes permanecem no chão - mas em seguir as instruções da equipe de terapia: um especialista com certificado em terapia equino-assistida, um profissional de saúde mental e um cavalo.

Sue Bass, especialista em terapia equino-assistida no Hope Ranch, em Rochester, Minnesota, e sua equipe, atendem três jovens irmãs de uma família mista. As duas mais velhas ficavam frustradas pela irmã mais nova que, segundo Bass, “não tinha nenhum limite, invadia o quarto delas e geralmente as provocava”. Bass notou que quando a irmã mais nova entrou na arena, um cavalinho começou a perturbar os cavalos grandes. “Ele ia para cima deles e mordia”, diz Bass. “Então ele começou a mordiscar os sapatos da menina. Ele não a machucou; mas foi uma peste total”. Isso incomodou a menina, que tentou fugir dele.
“As irmãs mais velhas olharam uma para a outra e perguntaram para a menor quem o cavalo lhe lembrava”. “O foco da sessão mudou, num relâmpago, para o comportamento da irmã mais nova”. A irmã mais nova teve uma imediata noção do que suas irmãs tinham de aturar o dia todo. “Não poderíamos ter planejado algo melhor!” acrescenta Bass.
Como Funciona a Terapia Equino-Assistida
Cavalos são grandes, poderosos e, às vezes, amedrontadores. Eles chamam a nossa atenção, mas não nos julgam quando refletem nosso comportamento. Isso permite que os clientes aprendam sobre seus comportamentos sem se tornarem defensivos. Por meio de questões dirigidas, o terapeuta ajuda os participantes a analisar suas interações com o cavalo e com os outros participantes.
Com base nas necessidades do cliente, a equipe terapêutica dá ao cliente um conjunto de instruções, tais como: “Observe os cavalos para ver qual seja adequado para você” ou “Construa um caminho de obstáculos escolhendo itens que representem coisa que o distraiam no decorrer do dia; então, puxe o cavalo pelas rédeas e o leve através do caminho de obstáculos”. Não são dadas outras instruções, e o cliente completa o processo (ou não) como achar apropriado. “Não é a tarefa que é importante”, diz Bass, “mas o que o cliente descobre sobre seus pensamentos e emoções, conforme lide com o cavalo”. Não há muita pesquisa que confirme a eficácia desse tipo de equoterapia. Um estudo, conduzido pela pesquisadora Kay Trotter, mostrou que a terapia com o cavalo melhorou a hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes com o problema.

Conselheiro com certificado nacional, Trotter seguiu dois grupos. Um grupo participou do tratamento de aconselhamento em grupo com terapia equino-assistida, enquanto o outro grupo recebeu uma intervenção “prêmio ao vencedor” de aconselhamento baseado no currículo escolar.
Os resultados do estudo de Trotter sugerem que o tratamento equino-assistido foi estatisticamente mais eficaz na melhora da habilidade das crianças em focalizar e de permanecer na tarefa. A terapia também melhorou significativamente os sintomas de agressão, depressão e ansiedade do grupo. Os participantes do tratamento equino-assistido se ajustaram melhor às novas rotinas e professores, e facilmente mudaram de uma tarefa para outra. A autoestima e o autorrespeito aumentaram, e as amizades foram menos estressantes.

Feedback instantâneo é parte do porque essa terapia com “seres poderosos e interessantes” é tão eficaz, diz Kit Muellner, fundadora do Hope Ranch e trabalhadora clínica e social independente, licenciada. “Além de tudo, os clientes sentem que alcançaram algo por sua própria conta, em vez de fazer alguma coisa ordenada pelos pais ou por um professor. Um animal de mais de 500 quilos responde do modo que você quer que ele faça porque você foi capaz de prestar atenção. Então, você conquistou algo que queria fazer, contra o fazer algo que alguém queria que você fizesse”.
Como a terapia equino-assistida me ajudou
Tive uma lição num workshop de terapia equino-assistida para mulheres. Fomos reunidas aos pares para segurar um cavalo e leva-lo a certa área. Sem problemas, eu pensei, já tendo lidado com cavalos anteriormente. Então, o conselheiro disse, “Não é permitido falar”. Entrei em pânico.
Primeiro, estava em um lugar estranho. Segundo, estava trabalhando com alguém que não conhecia. Terceiro, não podia falar. De repente, descobri o quanto dependo das palavras, e como estava perdida sem minha voz. Por outro lado, desde a infância, minhas palavras me colocam em situações complicadas porque eu as digo sem pensar.
Para realizar essa tarefa, tive de usar a comunicação não verbal. Tive de acreditar em alguém que assumiu o papel de líder. Meu estômago retorceu, e comecei a suar. Nunca me esqueci daquela lição, e a visão que ela me deu de minha vida com TDAH. Suzi Landolphi, terapeuta com certificado, em Big Heart Ranch, em Malibu, California, mestre em psicologia, diz que, para trabalhar eficazmente com cavalos, “seu pensamento, emoções e a linguagem corporal têm de concordar. E não é justamente isso que o TDA impede que aconteça?”
Muellner me contou como a terapia equino-assistida ajudou um adulto jovem com grave TDAH. No Hope Ranch, os cavalos eram livres para ir e vir. Enquanto trabalhava um-a-um com um cliente, Muellner notou que “em alguns dias entrávamos no celeiro e os cavalos estavam por lá. Em outros dias, eles tinham saído”. Muellner diz que os cavalos ficavam no celeiro porque se sentiam ansiosos ao lado do seu tenso cliente, e que ele aprendeu a acalmar sua mente antes de entrar no celeiro.
Katherine, cuja filha Sarah foi diagnosticada com TDAH na idade de 12 anos, descobriu que a terapia equino-assistida ajudou a trazer muitas mudanças positivas para sua filha. Sarah estava no segundo grau quando foi encaminhada para a terapia. “Sarah teve um monte de mudanças”, diz Katherine. “Ela era rebelde, suas notas estavam caindo e tinha problemas sociais”.
Sarah foi encaminhada para um grupo de sete meninas que tinham sessões o dia todo por toda uma semana. Cada menina tinha um cavalo e um conselheiro. Como muitos participantes, Sarah nunca tinha ficado perto de um cavalo. Antes da terapia, diz Katherine, “A timidez de Sarah e seu comportamento reservado afastaram as outras meninas, e ela não conseguia fazer amigas”. Katherine observou sua filha durante uma sessão, e ficou impressionada com a bondade e compaixão de Sarah para outra menina que estava tendo muita dificuldade com o grupo.
“Ela também mostrava respeito em relação aos terapeutas e aos outros conselheiros em épocas em que não respeitava muito os adultos”, diz Katherine. “Eu vi uma criança diferente, assim como os professores de Sarah”. O melhor de tudo, é que muitas dessas mudanças permaneceram com ela muito depois de ter parado de fazer a terapia equino-assistida.
Nota do tradutor: Isso não é “Legal”? “Bacana”? “Massa”? “Jóia”?
E no Brasil? Qual é a experiência dos que lidam com equoterapia? Aguardo respostas. Dr Menegucci.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

248- O Tratamento Medicamentoso do TDAH Pode Reduzir o Comportamento Criminoso


 
Na infância, o TDAH frequentemente é associado a significativo comportamento de oposição. Esses problemas de comportamento frequentemente se intensificam até distúrbios mais graves de conduta e comportamento criminoso durante a adolescência e idade adulta. Embora o tratamento medicamentoso para o TDAH tenha mostrado trazer benefícios em muitas áreas do funcionamento individual, o impacto do tratamento no comportamento criminoso do adulto não foi cuidadosamente investigado. Essa é uma omissão importante na literatura sobre tratamento.

O “The New England Journal of Medicine” publicou recentemente um estudo excelente sobre essa questão. Como será discutido a seguir, os resultados desse estudo sugerem fortemente que o tratamento medicamentoso reduz a criminalidade em adultos com TDAH [Lichtenstein et al., (2012) Medication for Attention Deficit-Hyperactivity Disorder and Criminality, New England Journal of Medicine, 367,2006-2014]
O estudo foi feito na Suécia, onde os “data bases” que relacionam os diagnósticos psiquiátricos, as receitas para TDAH, e as sentenças criminais são a condição ideal para conduzir uma grande investigação dessa questão baseada na população.
Os autores começaram pela identificação de 25.500 indivíduos nascidos antes de 1990, que tinham um diagnóstico documentado de TDAH no “National Patient Register”; cerca de 9.000 eram do sexo feminino. Indivíduos para comparação com cada um dos participantes foram identificados na população por meio de um arquivo de dados que permitia aos pesquisadores pareá-los por idade, sexo e localização geográfica.
Para todos os participantes, condenações por atos criminosos entre 2006 e 2009 foram identificadas usando uma base de dados relativos à criminalidade nacional. Durante o período, os membros da amostra estavam na faixa de 15 a mais de 40 anos de idade.
Informações sobre o tratamento medicamentoso dos indivíduos durante esse período de três anos foi obtido usando o Registro de Medicamentos Receitados, um banco de dados nacional que inclui todas as receitas de medicamentos feitas na Suécia. Os indivíduos eram considerados como recebendo tratamento medicamentoso durante o intervalo de tempo entre duas receitas de medicamento pata o TDAH, desde que essas receitas tivessem menos de 6 meses de separação.

Por exemplo, se um indivíduo recebeu uma receita no Tempo 1 e uma segunda receita 3 meses mais tarde, no Tempo 2, o intervalo entre o Tempo 1 e o Tempo 2 era considerado um período de tratamento. Se o mesmo indivíduo não recebesse uma terceira receita até 7 meses mais tarde, o intervalo entre Tempo 2 e Tempo 3 seria considerado um período sem tratamento.
Aproximadamente 40% das mulheres e 50% dos homens com TDAH nunca receberam medicação para o TDAH entre 2006 e 2009; menos do que 5% de cada sexo foram tratados continuadamente. Os participantes restantes tiveram períodos de tratamento e sem tratamento usando a definição explicada acima.

Resultados
Questão 1 – As taxas de condenação por crime são mais altas entre adultos com TDAH comparados com os outros adultos?

A resposta a essa questão foi diretamente clara. Entre homens, 36,6% foram condenados por ao menos um crime entre 2006 e 2009, comparado com menos de 9% entre os homens sem TDAH. Entre as mulheres, as taxas correspondentes foram de 15,4% e 2,2%.
Questão 2- O tratamento medicamentoso do TDAH reduz o comportamento criminoso entre os indivíduos com TDAH?

Os pesquisadores examinaram essa questão de duas maneiras. A primeira, pela comparação das taxas de comportamento criminoso que ocorreu durante todos os períodos de tratamento e sem tratamento, para todos os participantes com TDAH. Para os homens, a análise foi baseada em cerca de 56.000 períodos. Para as mulheres, foi baseada em cerca de 23.500 períodos. Pela comparação das datas das receitas para cada indivíduo com dados de que se envolveram em comportamento criminoso, os pesquisadores determinaram se os crimes aconteceram durante os períodos com tratamento e sem tratamento. (Nota: O número de períodos de tratamento e sem tratamento é maior do que o número de participantes porque cada participante pode ter tido múltiplos períodos com e sem tratamento, dependendo da frequência com que iniciaram e interromperam a medicação).

Os resultados foram claros – durante os períodos de tratamento, a probabilidade de ser condenado por crime foi de aproximadamente 30% mais baixa para os homens e de 22% para as mulheres.
Análise intrapessoal
Uma das limitações da análise acima é que as comparações de tratamento e não tratamento foram feitas entre indivíduos diferentes. Indivíduos que consistentemente usam a medicação podem diferir em modos importantes dos que não o fazem, e essas diferenças podem explicar melhor as diferentes taxas de comportamento criminoso do que o tratamento medicamentoso.

Para corrigir essa potencial confusão, os pesquisadores adotaram uma solução inteligente de comparação de taxas de comportamento criminoso nos mesmos indivíduos durante os períodos com tratamento e sem tratamento. Assim, nessa análise, cada pessoa essencialmente servia como seu próprio controle. Com essa abordagem, se as taxas de comportamento criminoso diferem dependendo de estar ou não ocorrendo o tratamento, será mais provável que reflitam o efeito atual da medicação em vez de outras diferenças entre indivíduos que são mais ou menos disciplinados no uso da medicação.
Por esse método, as taxas de comportamento criminoso foram 32% mais baixas nos homens durante os períodos de tratamento, comparadas aos períodos sem tratamento; nas mulheres, a redução foi de 41%. Análises de acompanhamento indicaram que essas reduções se mantinham não importando se vistas de um período de tratamento para um período sem tratamento ou de modo inverso. Reduções semelhantes foram encontradas não importando o período de tratamento considerado ser o inicial ou os subsequentes.

Finalmente, os autores testaram se os achados eram específicos para a medicação para o TDAH, ou se também ocorriam para outros medicamentos psiquiátricos que os indivíduos com TDAH receberam; essa análise centrou-se no uso de inibidores seletivos da captação da serotonina (SSRIs), uma classe de medicamentos usada comumente para tratar depressão e ansiedade. Em contraste com os resultados encontrados para os medicamentos para TDAH, não havia nenhuma evidência de qualquer associação entre o tratamento com SSRIs e o comportamento criminoso em adultos com TDAH.
Questão 3 – Há um efeito de longo prazo do tratamento com medicação para o TDAH no comportamento criminoso?

As análises apresentadas acima sugerem que o comportamento criminoso é menos provável de ocorrer durante os períodos em que o tratamento medicamentoso está sendo feito. Outra questão importante é se o tratamento medicamentoso fornece algum efeito protetor de longo prazo contra o comportamento criminoso.
Para examinar essa questão, os autores testaram se o status do tratamento medicamentoso em primeiro de janeiro de 2006 – o início da janela de três anos – previa as taxas de comportamento criminoso durante 2009. Se o tratamento medicamentoso produzia efeitos protetores de longo prazo, aqueles sob tratamento nessa data de início deveriam ter taxas mais baixas  de comportamento criminoso em 2009 do que os que não estavam sob tratamento. Não houve nenhuma evidência de que fosse o caso.

Resumo e Implicações
Os resultados desse estudo fornecem forte evidência de que o tratamento medicamentoso para o TDAH reduz o risco de comportamento criminoso em adultos durante os períodos em que o tratamento está sendo feito. Entretanto, não há nenhuma evidência de que o tratamento forneça um efeito protetor de longo prazo. Isso é consistente com muitos dados da literatura sobre tratamento medicamentoso para o TDAH, isto é, qualquer benefício que apareça tipicamente não persiste significativamente além do período de tratamento.

A força desse estudo é que ele inclui uma grande e nacionalmente representativa amostra; isso fornece grande confiabilidade aos resultados que foram encontrados. Os autores também tiveram o cuidado de afastar os fatores além do tratamento medicamentoso do TDAH que pudessem explicar a redução do comportamento criminoso que era evidente durante os períodos de tratamento. Isso incluiu o uso de análise intrapessoal, testando se o grau de mudança do estado de medicação importava (ou não), e se efeitos semelhantes foram encontrados para uma classe diferente de medicação psiquiátrica (não foram).
Embora esses sejam aspectos importantes, os autores reconhecem que por não ser um estudo controlado e randomizado, todos os fatores que poderiam causar confusão não puderam ser efetivamente eliminados. Entretanto, um estudo controlado e randomizado não poderia ser conduzido porque não seria ético e seria impossível organizar grupos de adultos com TDAH para tomar ou não a medicação por um período tão extenso.

Assim, um estudo como o aqui relatado representa o melhor que alguém pode fazer.
Não foi fornecida nenhuma informação sobre o porque da redução do comportamento criminoso pela medicação. Uma explicação é que o funcionamento geral dos adultos era melhor quando tamando medicamento, e isso reduzia seu engajamento em atos criminosos. Como muitos atos criminosos resultam do comportamento impulsivo, a redução da impulsividade que a medicação provavelmente produzia também poderia ser um fator de contribuição.

Os autores notam que como seu estudo foi feito na Suécia, é necessário cuidado para assumir que achados semelhantes poderiam acontecer nos Estados Unidos ou em outro lugar. Entretanto, não há nenhuma razão particular para assumir que os resultados sejam únicos para a Suécia, pois a Suécia não parece ser diferente em taxas de TDAH ou de tratamento do TDAH.
Finalmente, deve ser notado que os autores não levam em conta se os tratamentos não medicamentosos para o TDAH poderiam ter um impacto semelhante no comportamento criminoso. Por exemplo, o tratamento com terapia cognitiva comportamental foi comprovado ser de valia para adultos com TDAH e pode trazer reduções semelhantes, ou mesmo maiores, no comportamento criminoso. E, é possível que esse tratamento poderia ter efeitos mais duradouros, pois novas habilidades são aprendidas. Essa seria uma questão importante para se examinar em pesquisa subsequente; por ora, deve-se não assumir que a medicação seja o único meio de se obter os benefícios aqui relatados.
Em resumo, os resultados sugerem que o tratamento medicamentoso para o TDAH abaixa significativamente a taxa de comportamento criminoso em adultos com o transtorno. Entretanto, não há nenhuma evidência de que o tratamento medicamentoso traga benefícios que durem além do tempo em que ele esteja sendo feito. Esses fatores são importantes para se considerar no planejamento do tratamento para adultos com TDAH, particularmente aqueles com história de comportamento antissocial. Em pesquisa futura, seria benéfico investigar se os tratamentos psicossociais podem produzir benefícios semelhantes.

Obrigado novamente por seu permanente interesse em nosso boletim. Espero que tenha gostado do artigo acima e que lhe tenha sido útil.
Sinceramente,

Dr David Rabiner, Ph.D., Research Professor, Dept. of Psychology & Neuroscience, Duke University, Durham, NC 27708

sábado, 15 de dezembro de 2012

247- TDAH e Dinheiro: Quatro Modos Inteligentes de Economizar


Os editores de ADDitude escolheram suas fontes preferidas e confiáveis da internet para ajudar adultos com TDAH a controlar as dificuldades do dia-a-dia. Pelos editores de ADDitude.

1. Pague as Contas Em Dia
É bom pagar suas contas online no site do seu banco, mas sempre há a chance de você se esquecer de assinar e pagar suas contas em tempo.

O site Paytrust.com não deixa você se esquecer: ele lhe envia um e-mail quando chega uma conta em seu site, e você pode se ligar e pagá-la. Se você se esquecer, ele lhe envia outro e-mail na véspera do último dia do pagamento.
Assim como nos bancos, você pode programar pagamentos parcelados, mas o Paytrust também permite que você pague por coisas que não têm um dia certo de vencimento, como a babá e o serviço de limpeza.

2. Mantenha-se no Orçamento
Softwares de orçamento podem mantê-lo longe do desastre financeiro.

Diferentemente dos softwares de gerenciamento do dinheiro – que listam seus gastos e o saldo de suas contas depois que você gastou seu salário em, digamos, um smartfone – os softwares de orçamento distribuem seu dinheiro em envelopes virtuais para que você possa ver imediatamente quanto pode gastar em cada categoria.
Quando você paga uma conta ou compra alguma coisa, a quantia é subtraída de um dos seus envelopes (transações parceladas são possíveis), e tudo é atualizado para mostrar o seu saldo em cada categoria. Muito melhor do que ficar abrindo envelopes reais e torcendo para que haja ainda algum dinheiro dentro, certo?

3. Economize Com os Descontos
Se lembrar-se de comprar cada item da sua lista de compras é um desafio, achar os itens que também estão em promoção pode ser impossível. Thegrocerygame.com lhe ajudará.

No The Grocery  Game, você terá listas semanais dos itens com os menores preços no seu supermercado, assim como os cupons dos fabricantes e as ofertas semanais que podem não ter sido anunciadas.
4. Compre de Inteligentemente

Trabalho de casa, consultas médicas, aulas de artes marciais – criar um filho com TDAH é trabalho de 24 horas, sete dias por semana. Quem tem tempo – ou energia – para fazer compras? Você, se ligar-se em pricegrabber.com
Escreva o item que você está procurando – tênis de corrida ou uma câmera digital – e o site encontrará o menor preço online. Você economizará dinheiro e evitará taxas de venda, além de ter mais tempo para dedicar-se ao seu filho.

Nota do Tradutor: No Brasil, você poderá encontrar alguns sites equivalentes aos citados na revista americana.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

246- Nove Maneiras Pelas Quais o TDA/TDAH Afeta os Relacionamentos


Muitos relacionamentos TDA/TDAH são afetados por padrões semelhantes, especialmente quando o transtorno não está sendo bem conduzido. Quando você reconhecer esses padrões, você poderá mudá-los.
Áreas para o parceiro TDA/TDAH trabalhar
1- Namoro Hiperfoco.
O maior choque nos relacionamentos TDA/TDAH acontece com a transição da fase de namoro para o casamento. Tipicamente, uma pessoa com TDA/TDAH hiperfocaliza em seu parceiro nos primeiros estágios do relacionamento. Ele a faz sentir-se o centro do universo. Quando o hiperfoco acaba, o relacionamento muda dramaticamente. O parceiro não TDA/TDAH toma isso como sua culpa. Meu marido parou de hiperfocalizar em mim no dia em que chegamos em casa vindos da lua de mel. De repente, ele tinha sumido – de volta para o trabalho, de volta para sua vida normal. Eu fui deixada para trás. Depois de seis meses de casamento, eu me perguntava se tinha me casado com o homem certo. O parceiro não TDA/TDAH precisa lembrar-se de que a desatenção não é intencional, e encontrar um jeito de perdoar seu companheiro, Sentir-se ignorada é doloroso. Corrija o problema de cara, estabelecendo maneiras de melhorar sua conexão e intimidade, e permitindo-se lamentar a dor que o choque do hiperfoco causou em vocês dois.

2- Andando Em Cima De Ovos.
Brigas, raiva e comportamento rude geralmente acompanham os sintomas do TDA/TDAH não tratado. Um homem com TDA/TDAH não tratado descreveu-o para mim como “ter de adivinhar a resposta de minha parceira a cada coisa que eu faça. Vivo minha vida tentando acolhe-la, porque quero agradá-la, mas na maior parte do tempo ela está simplesmente furiosa”. Mudança de comportamento em ambos os parceiros é crucial para melhorar um relacionamento. Não assuma que a raiva ou a frustração em cada parceiro seja parte do TDA/TDAH. Há boas chances de que vocês possam manter essas coisas sob controle.

3- Acreditar Que o TDA/TDAH Não Tenha Importância.
Alguns casais não acreditam que o TDA/TDAH seja um fator em seu relacionamento. Eles dizem, “Não preciso de tratamento! Gosto de mim do jeito que sou. Você é que não gosta de mim, e tem problemas com seus relacionamentos”. Meu marido negava tudo. A boa notícia para nós foi que, um mês e pouco depois do diagnóstico, ele decidiu que não tinha muito a perder se fizesse um tratamento. Ele descobriu que o tratamento fez uma enorme diferença.

Então, eis aqui o meu conselho para todos os casais que são céticos: Se você não acredita que o transtorno prejudica seu relacionamento, admita que ele prejudique e faça uma avaliação e um tratamento correto. Isso poderá salvar seu relacionamento.
Áreas para o parceiro não TDA/TDAH trabalhar
4- Confundindo os Sintomas.
Você e seu par provavelmente confundem os motivos um do outro e as ações porque vocês pensam que entendem um ao outro. Por exemplo, um parceiro com TDA/TDAH não diagnosticado pode ser distraído, prestando pouca atenção naqueles a quem ama. Isso pode ser interpretado como “ele não se importa” em vez de “ele é distraído”. A resposta á primeira interpretação é sentir-se magoada. A resposta à segunda interpretação é “dar um tempo para cada um”. Tentar saber as suas  diferenças, no contexto do TDA/TDAH, pode esclarecer os mal-entendidos.
5- Guerra Das Tarefas.
Ter um parceiro com TDA/TDAH geralmente resulta em que o parceiro não TDAH assuma quase todo o trabalho de casa. Se a desigual carga de trabalho não for corrigida, o parceiro não TDAH vai ficar ressentido. Trabalhar mais não é a resposta. Os parceiros TDA/TDAH precisam tentar de outro jeito, se estiverem querendo ter sucesso – e os parceiros não TDAH precisam aceitar as maneiras não ortodoxas dos seus companheiros. Deixar roupas limpas na secadora, para que possam ser facilmente achadas na manhã seguinte, pode parecer estranho, mas pode funcionar para o parceiro TDA/TDAH. Ambos os parceiros se beneficiam quando o parceiro não TDA/TDAH admite que sua maneira de fazer as coisas não funciona para o outro.
6- Respostas Impulsivas.

Os sintomas do TDA/TDAH sozinhos não são destruidores de um relacionamento; a resposta de um parceiro aos sintomas, e a reação que ela evoca, sim. Você pode responder ao hábito impulsivo de um parceiro falando coisas por se sentir desrespeitado e revidar. Ou você pode responder mudando seu padrão de diálogo para tornar mais fácil a participação do parceiro TDA/TDAH. Algumas das maneiras de fazer isso incluem falar sentenças curtas e fazer seu parceiro tomar notas para retomar uma ideia mais tarde. Casais que são conscientes desse padrão podem escolher respostas produtivas.
7- Pragueje Agora, Pague Depois.
Se você tem um parceiro TDA/TDAH, provavelmente você falará mal dele. A melhor razão para não fazer isso é que não funciona. Como os problemas do parceiro TDA/TDAH são a distração e os sintomas não tratados, não a sua motivação, praguejar não o ajudará a fazer as coisas. Fará com que o parceiro TDA/TDAH se retraia, aumentando os sentimentos de solidão e de separação, e reforçará a vergonha que ele sente depois de anos de não preencher as expectativas das pessoas. Fazer um parceiro tratar os sintomas do TDA/TDAH, e parar quando perceber que você está praguejando, quebrará esse padrão.

Depende de Vocês Dois
8- O Jogo de Culpar.
Parece o nome de um show de TV. “Por 40 pontos: Quem não retirou o lixo nesta semana?” Não é nenhum jogo. O Jogo de Culpar é corrosivo para o relacionamento. Acontece quando o parceiro não TDAH culpa a falta de confiabilidade do parceiro TDA/TDAH pelos problemas do relacionamento, e o parceiro TDA/TDAH culpa o não TDAH pela raiva – “Se ela se acalmasse tudo ficaria bem!”
Aceitar a validade das queixas do outro parceiro rapidamente alivia um pouco da pressão. Separar sua parceira do comportamento dela permite que o casal ataque o problema, não o indivíduo, pela frente.
9- A Dinâmica Pai-Filho.
O padrão mais destrutivo em um relacionamento TDA/TDAH é quando um parceiro se torna a figura do “pai” responsável e o outro da “criança” irresponsável. Isso é causado pela inconsistência inerente ao TDA/TDAH não tratado. Como o parceiro TDA/TDAH não pode ser confiável, o parceiro não TDAH assume o controle, resultando em raiva e frustração em ambos os parceiros. Fazer o papel de pai de um parceiro nunca é bom. Você pode mudar esse padrão usando estratégias de apoio para o TDA/TDAH, tais como sistemas de lembretes e tratamento medicamentoso. Isso ajuda o parceiro TDA/TDAH a se tornar mais confiável e a ter de volta seu status de “parceiro”.

Extraído de The ADHD Effect on Marriage, por Melissa Orlov

245- Quando os Sintomas do TDAH Adulto Atravessam o Caminho: Problemas de Relacionamento e Soluções.


Quando os Sintomas do TDAH Adulto Atravessam o Caminho: Problemas de Relacionamento e Soluções. Por Melissa Orlov.
A especialista em casamento TDAH explica as 9 maneiras pelas quais os sintomas podem causar problemas no namoro e no casamento – e oferece conselhos sobre como os casais podem lidar com os sintomas e os tratamentos do TDAH adulto.

Relacionamentos nos quais um ou ambos os parceiros tenham TDA/TDAH variam de grande sucesso a estrondoso fracasso. Os sintomas do prejuízo na amizade ou companheirismo causados pelo TDA/TDAH podem trazer “o pior dos tempos”. Dor e raiva abundam. O casal mal pode falar um com o outro sobre os problemas que atingem o relacionamento. Quando conseguem falar, raramente concordam. Ficam frustrados por ter chegado e esse ponto, e desapontados por não terem feito as coisas de um jeito melhor.
Se o seu companheiro tem TDA/TDAH, você pode se sentir ignorada e solitária. Seu parceiro pode prestar atenção nas coisas de interesse dele, mas não em você. Ele parece nunca fazer o que foi combinado. Ele pode parecer agir como uma criança em vez de um adulto. Você o culpa e começa a não gostar de si mesma. Vocês dois ou brigam ou discutem. Pior de tudo, você fica estressada por ter de assumir todas as responsabilidades da casa, enquanto seu parceiro tem toda a diversão.

Se você tem TDA/TDAH, você pode sentir que seu parceiro se transformou num monstro irritante. A pessoa que você ama se tornou um maluco controlador, tentando cuidar dos detalhes de sua vida. Não importa o quanto você se esforce, você não consegue preencher as expectativas do seu parceiro. A maneira mais fácil de lidar com ele é deixá-lo só.
Se essa descrição lhe parece familiar, seu relacionamento sofre do que eu chamo de efeito do TDA/TDAH. Os sintomas do TDA/TDAH – e as respostas que vocês ambos têm a ele – destruíram seu companheirismo. A boa notícia é que o entendimento do papel que o TDA/TDAH tem no seu relacionamento pode mudar tudo. Quando você aprende a identificar as mudanças que o TDA/TDAH traz aos relacionamentos, e os passos que você pode dar para corrigi-las, você pode reconstruir sua vida. Foi exatamente isso que eu e o meu parceiro fizemos.

Sinais de Que o TDA/TDAH Não Diagnosticado Está Causando                       Problemas de Relacionamento.
Não sabíamos que meu companheiro tinha TDA/TDAH. Eu me apaixonei por ele por causa do seu brilho, de sua inteligência aguda e da sua disposição para a aventura. Sua atenção intensa em mim foi surpreendente e prazerosa. Ele era caloroso e atencioso. Quando passei mal em nosso primeiro encontro, ele ajeitou um cobertor para mim no sofá e fez um chá quente. Fiquei encantada.

Pouco tempo depois de nos casarmos, nosso relacionamento começou a se arruinar. Eu não podia entender como alguém que tinha sido tão atencioso podia ignorar minhas necessidades, ou ser tão “consistentemente inconsistente” para ajudar em casa. Ele estava igualmente confuso e desconfortável. Como podia uma mulher que ele havia desposado, que parecia tão atraente e otimista, transformar-se em um dragão soltando fogo pelas ventas que não podia dar um folga a ele e não deixá-lo sozinho?
Após dez anos pensamos em nos divorciar. Estávamos com raiva, frustrados, desconectados e infelizes. Eu estava clinicamente deprimida. Ficávamos juntos somente por nossa vontade de criar bem nossos filhos e por um sentimento, lá dentro, de que devíamos ser capazes de fazer o melhor. Nessa época, nossa filha, com 9 anos, foi diagnosticada como portadora de TDA/TDAH e uma dificuldade de aprendizagem. Ao mesmo tempo, meu marido também foi diagnosticado como portador de TDA/TDAH.

Aprendendo a Tratar e Controlar o TDA/TDAH Para Evitar os Problemas de Relacionamento.
Descobrir que um ou ambos os parceiros têm TDA/TDAH é só o começo. A medicação é um modo eficiente de começar o tratamento, mas as mudanças de comportamento precisam ser feitas. O que você faz após começar o tratamento é crucial para seu relacionamento.

Se a incapacidade de dar andamento às tarefas o torna não confiável aos olhos do seu parceiro, use o sistema de lembretes do seu smartfone ou outro plano de organização para ter as tarefas terminadas. Treinamento e terapia cognitiva comportamental também podem ajudar.
Entenda que tais mudanças devem ser voluntárias. Não importa quanto um parceiro não TDAH queira, ele não pode forçar o outro a tornar-se organizado e mais atento. Ambos precisam mudar. Geralmente, um parceiro TDA/TDAH adota um sistema que funciona bem para ele, mas que parece ineficaz ou estranho para seu parceiro não TDAH. Suas críticas e sugestões sobre o modo de fazê-lo acabam por desmoralizá-lo. Eu e meu marido aprendemos isso do modo mais difícil, principalmente à custa dele, porque eu continuei tentando forçá-lo a fazer as coisa de um jeito diferente. Quanto mais eu insistia, mais ele resistia, e o relacionamento se tornava pior. Parece familiar?

Redescobrir o romance e a alegria em seu relacionamento, de novo, após anos de sofrimento é uma jornada. Cada parceiro trabalha para mudar as alterações que o TDA/TDAH introduziu em suas vidas. Eles trabalham em sistemas e tratamentos para gerenciar os sintomas do TDA/TDAH. E, um dia, cada um verá que coisas boas sobre seu parceiro será o que mais aparecerá.
As recompensas valem a pena. Meu marido e eu saímos do descontrole para a felicidade. Prosperamos em nossas carreiras e nosso relacionamento está mais forte agora do que nunca. Os sintomas de TDA/TDAH do meu marido estão sob controle e eu entendo e louvo o esforço que ele faz. Reconhecemos e aceitamos – e damos risadas – as nossas falhas, e nos alegramos com as virtudes de cada um de nós.

Você também pode fazer isso. Você pode deixar para trás a infelicidade e criar algo melhor, se reconhecer como o TDA/TDAH afeta seu relacionamento e se fizer os ajustes em suas atitudes e comportamentos.
ADDitude

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

244- TDAH Adulto - Hiperfoco ao fazer amor?


Como manter a minha mente TDAH envolvida com o romance na cama, quando milhões de pensamentos se entremeiam? Posso aprender a hiperfocalizar no ato de fazer amor para melhorar minha vida sexual? Se for assim, o que você sugere? Por Melissa Orlov

Em primeiro lugar, conte ao seu parceiro que ser desatento é um sintoma do TDAH e não o reflexo do seu desejo sexual. Em segundo lugar, entenda que a maioria das pessoas com TDAH não consegue entrar em hiperfoco de uma hora para outra.
As estratégias seguintes, entretanto, poderão ajudar os adultos com TDAH a melhorar sua vida sexual:

Fale com seu médico sobre as medicações para TDAH que têm efeito curto. Tomar essas medicações meia hora antes de ir fazer sexo poderá “acalmar” seu cérebro por quatro horas.

Comece as carícias preliminares antes de ir para o quarto, enviando a seu parceiro notas românticas e e-mails provocantes, mandando-lhe flores, e tomando um banho de chuveiro juntos. Essas atividades estimulantes poderão focalizar sua mente quando finalmente vocês se unirem.

Ponha música suave para tocar, para relaxar sua mente veloz.

Varie suas formas de fazer sexo, para que isso não se torne uma rotina. Tente novas posições e faça amor em novos ambientes. Utilizar jogos sexuais e apetrechos sexuais também poderá estimular seu interesse no romance.

Se for possível, exercite-se antes. Muitos estudos mostram que a atividade física aeróbica ajuda a focalizar o cérebro. (Lembre-se de tomar um banho e de se refrescar antes de pular na cama!)

Avante!

  TDAH 10 coisas para fazer ANTES do início das aulas Um ano letivo bem-sucedido começa em julho (nos Estados Unidos) . Um malsucedi...