domingo, 10 de setembro de 2017

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um diagnóstico válido para adultos? - 441

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um diagnóstico válido para adultos?

Dr. Sivan Mauer - 29 de agosto de 2017
Nos últimos anos observa-se um aumento significativo no número de pacientes diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e consequentemente um aumento de prescrições e do uso de anfetaminas, drogas que são consideradas de primeira linha para o tratamento do transtorno. Um estudo mostra que de 2002 a 2007 a incidência do diagnóstico triplicou, principalmente entre indivíduos com idades entre 18 e 24 anos. O maior aumento de prescrição deste tipo de droga foi no grupo de adultos jovens (de 2,3% para 4%), sendo que 65% das prescrições são de metilfenidato.
Existe, porém, uma grande controvérsia sobre a validade desse diagnóstico em adultos. Para entender o porquê do aumento na incidência deste diagnóstico e do questionamento da validade dele, é preciso relembrar ao menos dois conceitos: os validadores diagnósticos de Robins e Guze, e o conceito de temperamento.
Os validadores do diagnóstico de Robins e Guze foram descritos nos anos 1970 em relação à esquizofrenia e são: sintomas, curso da doença, resposta ao tratamento e genética/história familiar. Infelizmente estes conceitos se perderam com o lançamento do DSM-III, em 1980.
Os sintomas centrais do TDAH em adulto são hiperatividade ou agitação psicomotora, falta de atenção e impulsividade, como no TDAH na criança. Algumas mudanças foram feitas no DSM-V, além de oficialmente aceitar o diagnóstico de TDAH em adultos, o que não ocorria até o DSM-IV. Anteriormente eram necessários seis dos nove sintomas de falta de atenção e/ou hiperatividade/impulsividade. Hoje são necessários apenas cinco para adultos e adolescentes acima dos 17 anos. Alguns críticos sugerem que o diagnóstico de TDAH em adultos seria um conceito equivocado por vários motivos, entre eles a presença de temperamentos afetivos.
Frequentemente pessoas com temperamentos hipertímicos e ciclotímicos irão ter dificuldades atencionais, devido a constantes ou frequentes estados maníacos e depressivos. TDAH pode refletir o subdiagnóstico destas condições. A distração, por exemplo, é um dos sete critérios para mania do DSM. Um estudo com 1380 sujeitos identificou que distração é o sintoma mais associado a mania ou mania subsindrômica.
Agitação psicomotora ou hiperatividade, que é central para os transtornos afetivos desde Kraepelin, é também outro sintoma que se sobrepõe ao diagnóstico de TDAH. A inabilidade de adiar gratificação, ou impulsividade, é também um dos critérios para o diagnóstico do TDAH, mas impulsividade é muito comum no curso dos transtornos afetivos em episódios maníacos e depressivos. Em suma, todos os sintomas do TDAH no adulto se sobrepõem com sintomas de transtornos afetivos.
Previamente no DSM-IV, para o diagnóstico de TDAH era necessário que alguns sintomas se manifestassem até os sete anos de idade. Hoje, no DSM-5, essa idade passou para 12 anos, o que significa que o TDAH pode iniciar na adolescência. Existem alguns estudos sobre a persistência do diagnóstico até a idade adulta, mas a maioria deles não corrige para "comorbidades", isto é, outros diagnósticos poderiam causar os mesmos sintomas do TDAH.
Citar este artigo: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um diagnóstico válido para adultos?

Medscape - 29 de agosto de 2017. 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Emoções exageradas: Como e por que o TDAH desencadeia sentimentos intensos - 440

Emoções exageradas: Como e por que o TDAH desencadeia sentimentos intensos

“Os desafios com o processamento das emoções começa no cérebro. Algumas vezes, a dificuldade de memória de trabalho do TDAH permite que uma emoção momentânea se torne muito forte, inundando o cérebro com uma intensa emoção.” Thomas Brown, Ph.D., explica por que e como o TDAH desencadeia raiva, frustração e sofrimento tão intensos.

Por Thomas E. Brown, PH.D.

1- As Emoções Comandam
Poucos médicos levam em conta os desafios emocionais, quando fazem o diagnóstico de TDAH. De fato, os critérios de diagnóstico atuais para o TDAH não incluem nenhuma menção a “problemas com as emoções”. Entretanto, pesquisas recentes revelam que os que têm TDAH apresentam significativamente muito maior dificuldade que o grupo controle, para lidar com a tolerância às frustrações (muito baixa no TDAH), maior impaciência, temperamento “esquentado” e maior excitabilidade.

2- Processamento de Emoções: Uma coisa do cérebro
Os desafios com as emoções começam dentro do cérebro. Às vezes a dificuldade com a memória de trabalho do TDAH permite que emoções momentâneas se tornem muito fortes, inundando o cérebro com uma intensa emoção. Outras vezes, a pessoa com TDAH parece insensível ou não cientes das emoções dos outros. As redes de conexões cerebrais que carregam as informações ligadas às emoções parecem, de algum modo, mais limitadas nos indivíduos com TDAH.

3- Fixação Em Um Sentimento
Quando um adolescente com TDAH fica enraivecido quando o pai se recusa a lhe dar a chave do carro, por exemplo, sua resposta extrema pode ser causada pela inundação, uma emoção momentânea que pode tomar todo o espaço do seu cérebro, do mesmo modo que um vírus de computador pode tomar todo o espaço do disco rígido. Esse foco em uma emoção emperra outras informações importantes que poderiam ajudá-lo a controlar sua raiva e a regular seu comportamento.

4- Extrema Sensibilidade à Desaprovação
Pessoas com TDAH geralmente se tronam rapidamente imersas em uma emoção saliente e têm dificuldade para mudar a sua atenção para outros aspectos da situação. Ouvir uma pequena incerteza na reação de um colega de trabalho a uma sugestão, pode levar à interpretação de que isso é uma crítica e causar um surto de autodefesa imprópria, sem ter ouvido cuidadosamente a resposta do colega de trabalho.

5- Dominados Pelo Medo
Ansiedade social significativa é uma dificuldade crônica sentida por mais de um terço dos adolescentes e adultos com TDAH. Eles vivem em quase constante medo exagerado de estarem sendo vistos pelos outros como incompetentes, não atraentes ou “caretas”.

6- Dominados Pela Evasão e Negação
Algumas pessoas com TDAH não sofrem de falta de consciência de emoções importantes, mas de uma falta de habilidade em tolerar essas emoções o suficiente para lidar eficientemente com elas. Elas se tornam presas em padrões de comportamento para evitar as emoções dolorosas, que parecem devastadoras, por exemplo: véspera de prazos de entrega de trabalhos; encontrar-se com um grupo de pessoas estranhas.

7- Levados Pela Emoção
Para muitas pessoas com TDAH, o mecanismo de comporta do cérebro para controlar as emoções não distingue entre ameaças perigosas e problemas menores. Essas pessoas são frequentemente levadas ao pânico por pensamentos e percepções que não merecem tal reação. Como resultado disso, o cérebro TDAH não pode lidar mais racionalmente e realisticamente com eventos que sejam estressantes.

8- Tristeza e Baixa Autoestima
Pessoas com o TDAH não tratadas podem sofrer de distimia – um transtorno leve porém prolongado do humor – ou de tristeza. Geralmente são desencadeados por conviver com frustrações, fracassos, opiniões negativas e estresses da vida devido ao não tratamento, ou tratamento inadequado do TDAH. As pessoas distímicas sofrem quase todos os dias de falta de energia e de autoestima.

9- Emoções e Entrar em Ação
As emoções motivam a ação – ação para se engajar ou ação para evitar. Muitas pessoas com TDAH não tratado podem rapidamente mobilizar o interesse somente para atividades que oferecem gratificação imediatas. Elas tendem a ter severa dificuldade em ativar e sustentar o esforço para tarefas que oferecem recompensas a longo prazo.

10- Emoções e Entrar em Ação 2
As pesquisas de imagem cerebral demonstram que substâncias químicas que ativam circuitos que reconhecem a recompensa tendem a se ligar a menos locais receptores, nas pessoas com TDAH, comparadas às pessoas do grupo controle. Pessoas com TDAH são menos capazes de antecipar o prazer ou de registrar satisfação com tarefas cuja recompensa seja distante.

11- Emoções e Memória de Trabalho
A memória de trabalho faz entrar em jogo, consciente ou inconscientemente, a energia emocional necessária para nos ajudar na organização, manutenção do foco, para monitorar e se controlar. Muitas pessoas com TDAH, entretanto, têm memória de trabalho inadequada, o que pode explicar por que são geralmente desorganizadas, perdem o controle ou procrastinam.

12- Emoções e Memória de Trabalho 2
Algumas vezes, as deficiências de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte. Outras vezes, as deficiências de memória de trabalho deixam a pessoa com sensibilidade insuficiente para reconhecer a importância de uma emoção em particular, porque ela, pessoa, não manteve informação relevante na mente.

13- Tratamento dos Desafios Emocionais

Tratar os desafios emocionais do TDAH requer uma abordagem multimodal. Começa com uma avaliação cuidadosa e precisa do TDAH, que explique o TDAH e seus efeitos nas emoções. As medicações para o TDAH podem melhorar as redes emocionais do cérebro. A terapia pode ajudar a pessoa a controlar o medo e a baixa autoestima. Um treinador (coach) pode ajudar uma pessoa com TDAH a superar os problemas de completar tarefas aborrecidas.

ADDitude

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Maior estudo já realizado no mundo revela novas alterações cerebrais no Transtorno do Déficit de Atenção - 439

Maior estudo já realizado no mundo revela novas alterações cerebrais no Transtorno do Déficit de Atenção

ESCRITO POR  ABDA - Associação Brasileira de Deficit de Atenção

JAMA PSYCHIATRY, fevereiro de 2017

Os resultados revelam que a doença compromete o desenvolvimento de regiões cerebrais importantes, como aquelas responsáveis por emoções, motivação e sistema de recompensa.

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição muito comum que afeta cerca de 5% das crianças, e na maioria dos casos, os sintomas persistem na vida adulta. Ainda muito estigmatizado, o transtorno se manifesta como desatenção, agitação e impulsividade. No maior estudo já conduzido, médicos e cientistas de 23 centros de pesquisaao redor do mundo observaram atraso no desenvolvimento do cérebro dos pacientes com TDAH. 

Para o Dr. Paulo Mattos, representante brasileiro do único centro de pesquisa da América Latina do estudo, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino no Rio de Janeiro,“esses achados são importantes para médicos e pais, pois demonstram claramente que o TDAH não é “uma doença inventada”, não é meramente um “rótulo” para crianças difíceis e não se deve a falhas na educação pelos pais".

Até então, estudos anteriores também haviam identificado algumas alterações, mas devido ao pequeno número de pacientes estudados, era difícil generalizar os resultados. Mais ainda, devido a diferentes metodologias, grupos de pesquisa em diferentes países obtinham resultados diferentes.

Neste estudo, mais de 3 mil pessoas (pacientes com TDAH e indivíduos saudáveis) entre 4 e 63 anos, foram submetidos a exames de neuroimagem estrutural por Ressonância Magnética, técnica que permite estudar com precisão a estrutura do cérebro. Em seguida, cada região cerebral foi avaliada através de um mesmo protocolo padronizado de análise em todos os diferentes centros, obtendo-se informações específicas, como o tamanho e volume de cada região. Desse modo, os pesquisadores puderam comparar cada uma das estruturas cerebrais de indivíduos com e sem o transtorno.

Os resultados revelaram que estruturas como a amígdala cerebral, acúmbens e hipocampo, responsáveis pela regulação das emoções, motivação e o chamado sistema de recompensa (que modifica nosso comportamento através de recompensas) são menores nos pacientes com TDAH. Quando se levou em conta a idade dos pacientes, observou-se que estas alterações são mais leves em pacientes adultos, o que sugere que existe uma compensação ao menos parcial com o passar dos anos.

Esses resultados são a sustentação mais sólida até o momento que o TDAH é um transtorno relacionado ao atraso na maturação de regiões cerebrais reguladoras das emoções, pois essas estruturas estão menos desenvolvidas, principalmente nas crianças.

Outro achado muito importante foi destacado no estudo: tais alterações não se devem ao uso de medicamentos para tratamento do TDAH e nem à presença de outros problemas que podem surgir associados ao transtorno, como ansiedade e depressão.

É preciso deixar claro que o TDAH é um transtorno do desenvolvimento associado a alterações no nosso cérebro, e que precisa perder o estigma e ser tratado de modo apropriado”, completa 

Dr. Paulo Mattos, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como orientar seu adolescente sem castigo ou raiva - 438

Como orientar seu adolescente sem castigo ou raiva

Por PEG DAWSON, ED.D.

Adolescentes e gêmeos com deficit de funções executivas precisam de um estímulo extra para continuarem em frente. Aqui estão 8 maneiras de ajudá-los a encontrar e a permanecer no caminho certo, sem se tornar um pai “helicóptero”.

1- O Cérebro Adolescente

Por que todo o drama? Ele vai falar comigo de novo? Por que ele se transforma tão rapidamente num anjo ou num demônio? A química cerebral muda dramaticamente durante a adolescência e a puberdade. Os pais devem se inteirar dos processos neurológicos e emocionais que estão em jogo, antes de tentar melhorar a comunicação com seus gêmeos ou adolescentes com TDAH, e ajudá-los a construir habilidades de funções cognitivas. Suas estratégias devem levar em conta as realidades do desenvolvimento do cérebro do adolescente. Suas mentes estão mudando diariamente, e assim deve ser com suas estratégias de ajuda.

2- Quais São as Habilidades Executivas?

Habilidades executivas são funções cerebrais que ajudam os adolescentes a controlar o comportamento, estabelecer e conquistar metas, equilibrar desejos com responsabilidades, e a aprender a agir de modo independente, embora reconhecendo a necessidade de orientação. Clinicamente, elas compreendem onze habilidades críticas para o sucesso na escola e na vida:

- inibição da resposta

- memória de trabalho

- controle emocional

- flexibilidade

- atenção sustentada (mantida)

- inicio de atividades

- planejamento e estabelecimento de prioridades

- organização

- controle do tempo

- persistência na direção dos objetivos a conquistar

- metacognição

3- Deficit de Função Executiva, Não Defeitos de Personalidade

Em muitos adultos, as funções executivas demoram 25 anos para se desenvolver. Para adolescentes com TDAH, pode ser até a idade de 30 anos. Quando as habilidades de função executiva permanecem atrasadas, nós frequentemente rotulamos os adolescentes como preguiçosos ou oposicionistas, quando, na verdade, os problemas são neurológicos, com o iniciar atividades e atenção mantida. Quando se comunicar com seu adolescente, fale sobre os problemas e frustrações que eles estão encontrando em vez de falar das habilidades ou da falta de habilidades por trás desses problemas.

4- Escolha Suas Batalhas

Você não tem de brigar por tudo. Há ocasiões nas quais você pode, e deve, se afastar. Você pode decidir não transformar algo em uma briga, tentando conhecer seu filho (e a si mesmo) bem o suficiente para descobrir maneiras rápidas de esfriar qualquer situação. Não deixe que seu filho lhe domine, em vez disso, mostre que você está no comando e como você reage, modelando o controle emocional para seu filho. É uma arte, não uma ciência, então não se culpe se perceber que está falhando mais do que queria, ao longo dessa jornada.

5- Use As Consequências Naturais

Em alguns cenários, a punição do adolescente é o suficiente. Por exemplo, uma criança que excede a quantia permitida no telefone. Ela tem de pagar a quantia extra ou perder o privilégio de usar seu telefone quando atingir o limite combinado. São consequências naturais das ações. Deixe seu adolescente passar por isso, para que ele entenda a conexão entre causa e efeito. Ou,você pode lembrá-lo de que o seu comportamento é o gatilho das consequências. Diga, “Quando eu escuto aquele tom, significa que você está de castigo. Quando você se desculpar pela coisas más que falou, você poderá sair”. Isso dará ao seu filho um papel ativo em evitar punições.

6- Dê Privilégios De Acordo Com O Desempenho

Em termos leigos, isso significa: Se você fizer isso, ganhará aquilo. Pode ser algo muito simples, como: se você terminar sua lição de casa, você poderá gastar maia hora se divertindo com o que quiser, antes de ir dormir. Ou, se você terminar seu trabalho de casa, terá seu celular de volta. Determine os privilégios de presentes para que os adolescentes tenham um incentivo real para terminar o trabalho que se relaciona com as coisas que eles querem, como tempo para videogames. Adicionalmente, mantenha o compromisso de premiar as crianças pelo bom comportamento. Se você notar que seu filho está sendo amável co o irmão, coloque uma bola de gude em um jarro. Quando o jarro estiver cheio, ele ganhará uma guloseima especial.

7- Esteja Aberto À Negociação E A Fazer Acordos

Na adolescência, os meninos devem ter mais responsabilidades e os pais devem relaxar um pouco a autoridade (não toda). Para que isso funcione, os pais devem tentar entender respeitosamente de onde os filhos estão vindo, o que eles querem que os filhos queiram e estar dispostos a negociar uma solução que deixe a todos contentes. Pergunte a seu filho como ele resolveria o problema. Adolescentes estão mais dispostos a participar de um plano se eles se sentirem um parceiro igual, contribuindo para a elaboração das regras.

8- Mantenha-se Vigilante

Quando você ajusta um contrato de comportamento, ou um acordo, você não pode achar que a palavra do seu filho seja o bastante para garantir que ele esteja seguindo as regras. Você precisa criar um modo confiável para verificar isso. Por exemplo, se você criar um plano de controle de entrega de trabalho de casa, passe e-mail aos professores toda quinta-feira à noite para perguntar: “Você pode me dizer se meu filho fez seu trabalho de casa essa semana?”. Esse relatório semanal pode ser escrito no plano escolar IEP ou 504 [nos Estados Unidos há leis para o controle escolar de TDAH], e isso pode determinar se seu filho está fazendo a parte dele no acordo.

9- Envolva Os outros

Você não precisa fazer tudo sozinho. Às vezes, faz mais sentido encaminhar o adolescente para mais alguém. Por exemplo, se o seu filho tem TDAH, deixe que ele fique mais um tempo com seu tio, um adulto bem sucedido, com TDAH, ou um amigo de escola para ver um modelo diferente de atitude. Algumas vezes, adolescentes responder melhor às perspectivas que não são as dos seus pais.

10- Faça Perguntas

Em vez de fazer sugestões ou de dar ordens, tente fazer perguntas para obter informação. “Então, o que você tem de trabalho de casa para esta noite?” Quando você está pensando em começar aquele trabalho de ciências?” “Você acha que vai ter o tempo suficiente para terminá-lo?” Isso ajuda os garotos a percorrer o processo de um modo em que eles não haviam pensado. Então, use uma linguagem que dê apoio ao desenvolvimento de funções executivas, tal como “Qual é o seu plano? O que você tem de fazer primeiro? Quanto tempo isso vai demorar?”

11- Use Dicas Positivas De Comunicação

Essas ideias estão em um livro de Arthur Robin, e sugerem maneiras de trocar maus padrões quando os membros das famílias não estão se comunicando bem entre si. Se isso estiver acontecendo com sua família, tente essas estratégias.

- Xingar um ao outro . > Expresse sua raiva sem machucar.

- Ofender uma ao outro. > Diga, “Estou bravo porque você fez isso.

- Interromper uma ao outro. > Cada um fala por vez, sendo breve.

- Criticar muito. > Aponte o que é bom e o que é ruim.

- Ficar na defensiva. > Escute, então, calmamente discorde.

- Dar lição. > Fale direto e pouco.

- Falar em tom sarcástico. > Fale em tom normal.

- Revolver o passado. > Atenha-se ao fato presente.

- Ler a mente dos outros. > Peça outras opiniões.

- Comandar, dar ordens. > Peça gentilmente.

- Atitude de ficar em silêncio. > Diga o que o está incomodando.

- Dar pouca importância a algo. > Leve tudo a sério.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH - 437

Dentro da mente do seu adolescente com TDAH

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos porque eles se recusam a pedir ajuda” Como ajudar seu filho a reconhecer suas habilidades, ter responsabilidade e ter sucesso no ensino médio.

Por Blythe Grossberg, PSY.D.

Meninos adolescentes enfrentam sua carga de obstáculos na escola: Geralmente eles estão inquietos na sala de aula, e suas habilidades verbais estão atrasadas em relação às das meninas. Como resultado, eles ficam atrasados em relação às meninas com TDAH (e em relação às meninas sem o transtorno) nas notas dos testes padronizados e taxas de admissão à universidade. Isso é especialmente verdadeiro para os adolescentes meninos com TDAH.

Enquanto os meninos com TDAH tipicamente têm maior necessidade do que as meninas de ajuda acadêmica de seus pais e professores, eles são menos dispostos a aceitar isso por causa de seu ímpeto independente.

Meninos adolescentes com TDAH são seus próprios piores inimigos,” diz Judith Levy Cohen, M.Ed., uma especialista certificada, com prática privada em Nova Iorque.

Eles se recusam a pedir ajuda quando precisam; em vez disso, seu mantra é ´Quero fazer tudo por mim mesmo!´ [ I want to do it all MY BYSELF!} Isso não é um erro de impressão [O correto seria dizer ALL BY MYSELF = Tudo por mim mesmo]. Dois meninos em minha classe, ambos com TDAH, são tão distraídos que eles invertem as palavras e nunca percebem!”

Aqui estão algumas estratégias que lhe permitirão ajudar seu filho, sem pisar nos pés dele.

1- Reforce suas habilidades

Procure atividades em que um menino seja bom e que ame”, sugere Fiona St. Clair, uma especialista em aprendizagem de Manhattan, que trabalha com crianças com TDAH. “É impressionante como os esportes, a música, ou outras artes podem melhorar os problemas de atenção.”

Encontrar uma atividade favorita do menino e elogiá-lo por suas conquistas, pode remover os obstáculos para ele pedir ajuda.

Se o seu filho estiver praticando guitarra, você pode dizer. `Você está fazendo um bom trabalho, aplicando-se nele. Como nós poderíamos utilizar essa capacidade sua em outras áreas, como, digamos, matemática ou ciências?” [Prepare-se para a cara feia].

2- Conecte-o a bons modelos

Eles podem não dizer, mas muitos meninos com TDAH têm a crença de que eles nunca terão sucesso neste mundo”, diz Michael Riera, Ph.D., chefe da Redwood Day School, em Oakland, Califórnia, e autor do livro Staying Connected To Your Teenager: How To Keep Them Talking To You And How To Hear What They´re Really Saying.[Fique ligado ao seu adolescente. Como mantê-lo conversando com você e como ouvir o que ele realmente está dizendo].

Saber sobre pessoas bem sucedidas com TDAH e encontrar-se com elas, pode mudar aquele medo na cabeça dele. Riera aconselha meninos com TDAH a seguir um adulto com TDAH em seu local de trabalho, por um dia, para ver se alguns trabalhos são amigáveis para quem tem TDAH. (Os pais podem procurar alguma organização local para encontrar esses mentores [Nos Estados Unidos é fácil. Aqui, duvido que achem]. “Adultos podem contar o que o TDAH fez com eles e como eles lutaram para serem bem sucedidos”, diz Riera.

3- Seja paciente em relação ao progresso

Nos primeiros anos da adolescência, os estudantes recebem uma grande carga de trabalho, mas alguns deles não têm as habilidades necessárias para lidar com isso. Meninos com TDAH tendem a ficar para trás de colegas nas habilidades de funções executivas – a habilidade de planejar, priorizar e organizar seu trabalho.

A cultura exige que os meninos sejam mais independentes que as meninas, mas se eles têm problemas com as funções executivas, eles não estão prontos para serem mais independentes”, diz St. Clair. “Então eles se tornam difíceis de se alcançar”

Os especialistas recomendam que os pais sejam pacienciosos.”Os meninos geralmente fazem grande progresso aos 15 ou 16 anos” diz St. Clair. “Nessa época, eles estão se acostumando a trabalhar de maneira independente.”

Na adolescência, muitos meninos com TDAH começam a dominar técnicas que ajudam os estudantes de ensino médio a terminar os trabalhos, tais como partir sua tarefa em partes menores, mais fáceis de realizar.

Os pais devem se lembrar que um menino não precisa dominar tudo ao final do ensino médio”, diz Riera.

4- Deixe que ele tome as próprias decisões

Riera aconselha os pais a deixarem que seus filhos adolescentes tomem suas próprias decisões, dentro e fora da escola.

Da escola elementar em diante, as atividades acadêmicas são selecionadas e reunidas para crianças, e as escolas exigem dos estudantes, em detrimento de sua vida social”, ele diz. “Quando os filhos vão para a faculdade, eles devem estar academicamente à frente, mas provavelmente não têm se desenvolvido social e moralmente.”

Riera sugere que “os pais deem aos filhos a oportunidade de testar sua capacidade de tomar decisões, permitindo que eles tomem decisões erradas.” Ele acredita que cometer erros dá aos meninos com TDAH algumas vantagens sobre seus colegas não TDAH quando entram na faculdade.

Riera conta às crianças com diferenças de aprendizagem e TDAH, “que a boa notícia é que, quando você se graduar do ensino médio, você estara sabendo como trabalhar sob pressão. Para mim, isso é a chave do sucesso.”



Quer o segredo para motivar adolescentes? Comece com essas três questões – 436


Tirar um adolescente com TDAH da cama é muito difícil. Fazer com que ele planeje o futuro? Quase impossível. Ponha seu adolescente nos trilhos encorajando-o a fazer a si mesmo essas perguntas, quo o tornarão mais produtivo – e motivado – em somente cinco minutos. Por Wes Crenshaw, PH.D.

Para quem tem TDAH, lidar com cada objeto, ideias, obrigações, acontecimentos, relacionamentos, prazos, o fazer, e expectativas é devastador. Mesmo que você utilize listas e apps (aplicativos) para mantê-lo em dia com suas atividades, ter as coisas feitas acaba sendo o resultado de como você faz seu cérebro se debruçar sobre o problema que você precisa resolver, quando você precisar resolvê-lo.

Seja o caso de terminar uma obrigação diária, ou tomar uma decisão importante em sua vida, ou apenas levantar-se pela manhã, a resolução de problemas requer atenção plena – estar ciente de si mesmo, de seus pensamentos e de suas intenções. Isso é onde muitas pessoas com TDAH falham. Estar completamente atento traz imagens de olhar para um abismo imaginário, de meditação ou de seguir os conselhos de um guru. Não é disso que estou falando agora.

A meditação é benéfica, e atingir a atenção completa é mais da prática e menos complicado do que você pode pensar. Você pode viver uma existência mais consciente se fizer três perguntas:

1 – O que eu estou fazendo? Você precisa fazer essa pergunta umas 20 vezes ao dia. Muitas vezes nós tropeçamos vida afora sem nos perguntarmos com o que estamos envolvidos e para onde estamos indo com isso. Sim, algumas pessoas seguem somente sua intuição, sentindo sua trajetória de uma situação a outra. Mas para o pessoal com TDAH, isso é um arranjo para um mau dia. Melhor voltar atrás e avaliar o que está acontecendo nesse momento com você, com seu ambiente e com os que estão à sua volta.

Sente-se em seu carro pela manhã, ou antes de deixar sua casa para pegar o ônibus, e pergunte-se se você tem tudo o que precisa para fazer suas obrigações do dia. Veja o que há em sua agenda e verifique sua mochila ou maleta. Eu toco em meu telefone, na minha carteira, nos meus óculos de leitura, e na caixinha de remédios para me assegurar que tudo está bem. Quando você sabe o que está fazendo, você pode fazer a próxima pergunta.

2- O que eu penso que estou fazendo? Essa questão é a raiz do que chamamos intenção, que é necessária para a tomada de decisões, planejamento, estabelecimento de metas e realizações, grandes ou pequenas. Para fazer com que as coisas boas aconteçam em sua vida (levantar-se, ir à faculdade, encontrar-se com a namorada, manter um emprego, decidir se vai ter sexo), você tem de saber o que você quer e ir em frente. Isso parece correto, mas os humanos não são animais que agem somente por instinto. Temos pensamentos conflitantes e emoções que influenciam nosso comportamento. Separar essas coisas é um pesadelo de organização para os que foram diagnosticados com TDAH. Um bom começo para fazer algum progresso é responder à terceira questão.

3- Por que isso é importante? Fazer o que você deseja fazer somente dá certo se você somar alguma coisa à sua vida. Você sabe o que os pais sempre dizem, “Nós só queremos que você seja feliz!” Isso parece doce, mas, creia-me, eles não querem isso. O que eles realmente querem de você é uma vida que tenha significado – para você e para os que estão à sua volta. Para ter uma vida com significado, pergunte a si mesmo por que é importante que você acorde cedo, que estude biologia, que vá trabalhar, ou comprar alguma coisa. Muitas coisas são importantes em sua vida, e você precisa descobri-las.

Para quem tem TDAH, pode ser difícil conseguir um significado. Para alguns, muitas coisas são importantes, e é difícil escolher entre elas qual é prioritária. Para outros, nada importa o suficiente para fazer uma diferença. Em cada caso, a resposta é perguntar a si mesmo se o que você está fazendo importará em uma grande diferença hoje, e realizar essa diferença.

Outro truque para construir uma prática de meditação diária é limitar o tempo que você gasta nisso. Se você tirar, digamos, uma hora para pensar nas três questões, você desistirá, porque essa não é uma maneira eficiente de gastar o tempo. Em vez disso, tire entre um e cinco minutos várias vezes ao dia. Eu não envio um e-mail importante sem fazer as três questões.

Todos têm problemas com a intensidade da vida. Por ser a organização difícil para algumas pessoas com TDAH, esse esforço pode ser insuperável. Não é. Faça a si mesmo as três perguntas e tome alguns minutos para escutar suas próprias respostas.




sexta-feira, 16 de junho de 2017

TDAH - ADHD - Você esqueceria sua cabeça se ela não estivesse grudada no seu pescoço” - 435

Você esqueceria sua cabeça se ela não estivesse grudada no seu pescoço”

Se o seu filho se esquece de entregar o trabalho de casa já feito à professora, se ele se esquece das tarefas a serem feitas, ou de trazer para casa os boletins, tente essas estratégias testadas pelas mães para melhorar a memória de trabalho das crianças com TDAH.

Por Melinda Boring

Você sempre ajudou seu filho com as tarefas de casa apenas para ele esquecer de entregá-las à professora? Você fica desconcertada quando seu filho consegue soletrar as palavras corretamente em casa, mas, na escola ele erra as mesmas palavras no teste de soletração?
Essas experiências são comuns nas crianças com TDAH. Ter uma memória de trabalho fraca, além de ser facilmente distraído, leva muitas dificuldades para reter a informação. Aqui estão várias estratégias de lembrar-se, que funcionaram para melhorar a memória dos meus filhos.

1- Seja emocional. Emoções positivas estabelecem um novo palco para novos aprendizados. Quando você se envolve nas emoções do seu filho, ele estará mais apto a se lembrar da informação. Tente introduzir um tópico contando uma história com um personagem ou circunstância com que seu estudante possa se identificar. Quando seu filho estiver se esforçando para memorizar os fatos da matemática, lembre a ele de uma história ou de um filme ou vídeo que ele leu, ou assistiu, no qual um cachorro ou um menino descobre o caminho de volta para casa em mio a vários desafios. Se você não consegue pensar em uma história pertinente, ajude o estudante a se lembrar de uma ocasião em que ele enfrentou uma tarefa muito difícil e conseguiu completá-la. Esses sentimentos agradáveis podem motivar e envolver o estudante conforme ele aprende novas matérias.

2- Seja criativo. A novidade ajuda as crianças com TDAH a se lembrarem da informação. Introduza um assunto com uma breve demonstração, usando objetos reais ou atividades com as mãos, para atrair a atenção dos estudantes.. Escreva palavras num papel em branco, de modo a que eles consigam enxergar através de uma folha de plástico com bolhas. Dê 30 segundos para o estudante ler tantas palavras quanto ele conseguir, estourando cada bolha à medida que ele prossegue. Outras estratégias criativas incluem inserir um lápis em uma laranja para mostrar como a terra gira e orbita ao mesmo tempo, ou deixe as crianças assistirem a um vídeo no YouTube sobre um acidente de skate, antes de ensinar sobre anatomia ou primeiros socorros.

3- Utilise dicas sensoriais. As pesquisas mostram que o cheiro do hortelã-pimenta aumenta a atenção e facilita a aprendizagem. Deixe seu filho chupar pastilhas de hortelão enquanto ele estuda. Se a escola não permite doces em classe, pingue algumas gotas de óleo essencial de hortelã em uma bolinha de algodão. Seu filho pode puxá-la da bolsa e dar uma cheiradinha quando sua concentração precisar de um empurrão.

4- Crie métodos mnemônicos. Esses auxiliares e estratégias da memória melhoram a memorização. Eis aqui os meu favoritos:
- Acrônimos usam a primeira letra de cada palavra em uma sequência para melhorar a evocação do seu filho. Por exemplo, use COW (vaca) para que ele se lembre dos estados da costa oeste dos Estados Unidos (Califórnia, Oregon e Washington)
- Acrôsticos ajuda a criança a se lembrar pelo uso de frases que começam com a primeira letra de cada item a ser lembrado. Em ciências, você pode usar a frase Kings Play Chess On Finely Ground Sand para que ele se lembre de Kindon (Reino), Phylum (Filo), Class (Classe), Order (Ordem), Family (Família), Genus (Gênero), Species (Espécie).
Para a ordem algébrica das operações use Please Excuse My Dear Aunt Sally (Parênteses, Expoentes, Multiplicação, Divisão, Adição, Subtração). Em música, para lembrar-se das notas das linhas de baixo até em cima, use Every Good Boy Does Fine
(EGBDF). Para geografia, Never Eat Sggy Waffles (Norte, Este, Sul, Oeste), aguçarão as habilidades da criança com os mapas. Acrósticos farão com que você saiba que se lembrou de todos os itens de uma lista.
- Mnemônica de rima de números. Selecione objetos que rimam com os números de 1 a 10. Exemplo: 1 = sun (one = sun)(uã = sã)(um = sol); 2 = shoe, 3 = tree etc. Para aprender a informação nova, o estudante visualiza a rima dos números interagindo com os itens a memorizar. Exemplo: A criança precisa precisa ir ao quarto de dormir e trazer de volta três coisas: um lápis, um moleton e um livro. Um estudante pode imaginar um lápis pegando fogo no sol, tirando o moleton de um sapato e subir numa árvore para pegar o livro. [NT - Sejam criativos professores brasileiros e portugueses, para as adaptações do ingês para o português]

5- Movimente-se. Permitir que o estudante se movimente enquanto aprende é, às vezes, tudo o que é preciso para aumentar a motivação e a retenção da matéria. A atividade física reduz o estresse e aumenta a energia, e pode ajudar a informação cruzar a linha média do cérebro, de modo a que ela seja compartilhada pelos dois hemisférios. Isso aumenta a possibilidade de que a informação mude da memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Uma criança pode permanecer ativa e melhorar a evocação ao brincar com um objeto nas mãos. Manipular objetos com as próprias mão estende a faixa de atenção e o foco.
O cérebro TDAH ama variedade, brevidade e novidade. Depois que você ensinar as estratégias acima ao seu filho, deixe que ele crie as suas próprias. Embora essas dicas e truques de memória suportem a memória de trabalho fraca e melhorem a evocação, sempre haverá alguns novos para experimentar. Trabalhe com seu filho para descobrir novas estratégias.


segunda-feira, 3 de abril de 2017

van Gogh

Um melhor jeito de achar a dose ideal de metilfenidato de liberação controlada (Ritalina LA e Concerta) - 434

Um  melhor jeito de achar a dose ideal de metilfenidato de liberação controlada (Ritalina LA e Concerta) - 434

Acrescentar mais medicação aos poucos por um longo período de tempo pode ajudar adultos com TDAH mais eficientemente a reduzir seus sintomas.

Por Devon Frye - 24/março/2017

Uma nova pesquisa sugere que a remissão dos sintomas do TDAH – assim como melhor tolerância à medicação – é mais provável de acontecer com longos períodos de ajuste crescente da medicação, até encontrar a dose ideal.
A pesquisa, publicada no número de janeiro do Journal of Clinical Psychiatry, examinou 279 pacientes adultos, tratando 141 deles com metilfenidato de longa liberação e os restantes 138 com um placebo. Cada paciente iniciou com dose de 18 mg. Por um período de seis semanas, a dosagem podia ser aumentada pela adição de mais 18 mg por semana – processo conhecido como titulação – até que os sintomas fossem reduzidos abaixo de um nível ou que os efeitos colaterais se tronassem intoleráveis.

Os sintomas foram medidos com o uso de uma escala (AISRS) – Escala de Avaliação por Notas de Sintomas do TDAH.
As notas da AISRS variavam de zero a 54, com 18 sendo geralmente considerado a nota da linha de base de adultos com sintomas não controlados do TDAH.

No grupo que tomou metilfenidato, 13,6% permanecerm na dose inicial de 18 mg até o final da sexta semana, enquanto 23,1% teve de aumentar até 36 mg, 24,3% até 54 mg e 39,1% terminou com 72 mg.
Quase a metade dos do grupo de metilfenidato – 45% - tiveram uma completa remissão dos sintomas (indicados por uma nota da AISRS de 18 ou menos). Os indivíduos que tomaram metilfenidato também relataram melhor qualidade de vida, maior produtividade no trabalho e melhora da função cognitiva quando comparados ao grupo placebo.

A pesquisa difere de outras, segundo os autores, por permitir um maior período para descobrir a dose ideal de medicação de cada indivíduo. Pesquisas anteriores com o metilfenidato “não exploraram a possibilidade de que ao permitir ajustes adicionais do metilfenidato de liberação controlada – sistema OROS - (Ritalina LA e Concerta) poderia ser obtida melhora mais significativa, com remissão dos sintomas ou melhor tolerabilidade”, escreveram os autores.

"Essa melhora ao longo do tempo, assim como as pioras e melhoras dos sintomas e as respostas, sugerem que os clínicos devem pensar em um maior período de tempo, semanas ou até mais, para o ajuste das doses do metilfenidato OROS (Ritalina LA e Concerta), com o contínuo monitoramento, de tal modo que os benefícios de uma dose particular tenham tempo suficiente para aparecer”, concluem.








terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Grande Pesquisa de Imagem Mostra Diferenças Estruturais do Cérebro em Pessoas com TDAH. - 433

Grande Pesquisa de Imagem Mostra Diferenças Estruturais do Cérebro em Pessoas com TDAH.

Áreas críticas do cérebro são menores em pessoas com TDAH, dizem os pesquisadores, provando que a condição, tão frequentemente marginalizada, deveria ser vista como um transtorno originado no cérebro. Por Devon Frye – Fevereiro de 2017


Ressonâncias magnéticas cerebrais de mais de 3 mil pessoas forneceram mais evidências de que as pessoas com TDAH têm cérebros estruturalmente diferentes das pessoas sem o transtorno, de acordo com um novo estudo promovido pelo National Institute of Health. As diferenças – que foram mais pronunciadas nas crianças do que nos adultos – tornam mais claro do que nunca que o TDAH é um transtorno do desenvolvimento cerebral e não simplesmente um rótulo, diz o artigo dos autores.

A pesquisa, publicada dia 15 de fevereiro no The Lancet, foi financiada pelo NIH, mas conduzida pelo ENIGMA Consortium, uma cooperativa internacional que se focaliza nas bases genéticas dos transtornos psiquiátricos. ENIGMA recrutou 3.242 voluntários com idades de 4 a 63 anos, 1.713 com TDAH e 1.529 sem, para fazer as ressonâncias magnéticas.

Os participantes com TDAH mostraram volumes menores em sete regiões-chave do cérebro: núcleo caudado, putamen, núcleo acumbens, pálido, tálamo, amígdala e hipocampo. Dessas regiões, muitas foram associadas ao TDAH no passado, mas a amígdala pode ser particularmente importante, apontaram os pesquisadores, porque ela tem um papel importante na memória, na tomada de decisões e no controle emocional. O hipocampo é igualmente envolvido tanto na memória de curto prazo quanto na memória de longo prazo, áreas que geralmente são deficientes nas pessoas com TDAH. Diferenças similares foram encontradas nos cérebros de pessoas com Transtorno Depressivo Maior, uma condição geralmente comórbida com o TDAH.

As variações foram maiores nas crianças, disseram os pesquisadores, e, embora muitos do grupo TDAH estivessem tomando remédios para tratar seu TDAH, isso pareceu não ter nenhum efeito nos resultados das ressonâncias magnéticas. A disparidade entre as crianças e adultos levaram os pesquisadores a fazer a hipótese de que o TDAH esteja ligado a um atraso na maturação cerebral – embora mais pesquisa longitudinal seja necessária para maior entendimento de como o cérebro muda durante o ciclo da vida.

No conjunto, embora essas diferenças sejam pequenas, disseram os pesquisadores, em alguns casos somente poucos pontos percentuais, o grande tamanho da amostra permitiu-lhes identificar padrões mais claros, confirmando estudos anteriores que chegaram às mesmas conclusões, mas cujos tamanhos pequenos das amostras os tornaram inconclusivos. Com mais de 3 mil participantes, esse foi o maior estudo dessa espécie, mostrando clara evidência de que o TDAH seja um transtorno originado no cérebro e não o resultado de falta de educação dada pelos pais ou falta de força de vontade.

" Os resultados de nossa pesquisa confirmam que as pessoas com TDAH têm diferenças em sua estrutura cerebral e, por isso, sugerem que o TDAH seja um Transtorno do cérebro", disse Martine Hoogman, Ph.D., o principal investigador da pesquisa. " Esperamos que isso ajude a reduzir o estigma de que o TDAH seja somente um rótulo para as crianças difíceis, ou que seja causado por má educação dada pelos pais. Isso, definitivamente, não é o caso, e esperamos que este trabalho contribuirá para um melhor entendimento do transtorno"
ADDitude

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