domingo, 8 de maio de 2011

87- TDAH e Dificuldades com a Matemática - A melhor prática em sala de aula

Trabalhar com crianças com estilos de aprendizagem excepcionais é um desafio para os professores. As crianças com TDAH e dificuldades com a matemática necessitam de instrução especial para obterem sucesso. A pesquisa tem examinado uma variedade de intervenções como tentativa de encontrar um modo de melhor instruir as crianças com TDAH e dificuldades de matemática. No que concerne aos estudantes com TDAH, a intervenção na instrução seguiu três vias: modificação comportamental, ensino de estratégias cognitivas e medicação (DuPaul & Weyandt, 2005). As intervenções dirigidas às dificuldades de matemática examinaram os efeitos do reforço, da utilização de apoio tecnológico e da instrução focalizada. Há pesquisa que sugere o papel positivo que a medicação estimulante pode ter na melhora do desempenho em matemática dos alunos com TDAH.
A instrução planejada para alunos com dificuldades com a matemática também pode se demonstrar útil para os alunos com TDAH. Como a fraqueza da memória de trabalho e da atenção são os fatores cognitivos que mais se correlacionam às dificuldades com a matemática, muitas intervenções foram planejadas para lidar com essas limitações. Em 2005, um estudo de Fuchs et al. documentou os efeitos do reforço em matemática para alunos do primeiro grau. Eles verificaram que uma intervenção, combinando 48 sessões escritas de reforço para grupo pequeno e dez minutos de um programa de computador ao final de cada sessão, levou a melhora na fluência dos fatos da matemática entre os alunos com risco de dificuldades com a matemática. Entretanto, mesmo essa instrução altamente focalizada com estudantes sob risco, não atingiu o nível dos seus colegas sem risco (Fuchs et al., 2005). Isso sugere que, embora o reforço seja eficaz, ele necessita ser continuado e mantido além do primeiro grau (Fuchs et al., 2005). Entretanto, a pesquisa não foi capaz de separar a contribuição da instrução de reforço daquela baseada no programa de computador. Este estudo fornece evidência do sucesso de duas possíveis intervenções, instrução de pequenos grupos seguida de um currículo escrito e a inclusão de programas computadorizados para melhorar a fluência nos fatos da matemática.

A instrução focalizada em matemática é importante para todos os estudantes (Gersten, Jordan & Flojo, 2005). As metas da instrução de estudantes com dificuldades com a matemática precisam ser estabelecidas claramente nos primeiros anos da instrução. No jardim de infância e no primeiro ano é importante que as instruções de matemática focalizem estratégias mais maduras de contagem, de senso de número e da fluência dos fatos matemáticos básicos. Sem essas habilidades fundamentais, outras habilidades matemáticas serão difíceis de desenvolver. Para os estudantes usarem as habilidades que aprendem nos primeiros anos, as instruções devem focalizar nas estratégias matemáticas em vez da lembrança dos fatos. Se os estudantes tiverem dificuldade com a memória de trabalho, a capacidade de lembrar de algoritmos e de utilizá-los mentalmente será prejudicada. Entretanto, se aos estudantes forem ensinadas estratégias maduras de contagem e de aritmética, essas técnicas podem ser usadas com material concreto, para avançar nas habilidades matemáticas (Gersten, Jordan & Flojo, 2005). A ideia de ensinar estratégias matemáticas é uma ferramenta útil para os professores. Entretanto, se manter a atenção for difícil para um estudante, ensinar contagem e estratégias matemáticas também poderá ser difícil. Nessa situação a melhor prática na instrução de matemática e a melhor prática na instrução de estudantes com TDAH podem caminhar juntas. Ensinar estratégias matemáticas pelo uso de técnicas comportamentais pode ser bom para ajudar a remediar o estudante que tenha tanto dificuldade de atenção quanto dificuldades com a matemática.

Uma última possibilidade na lida com TDAH e dificuldades de matemática em sala de aula é o uso de medicação estimulante. A medicação estimulante, como o metilfenidato, tem sido eficaz na melhora do comportamento e do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH (Martinussen & Tannock, 2006). Benedetto-Nash e Tannock (1999) mostraram que o metilfenidato diminuiu o uso da contagem nos dedos e melhorou o desempenho acadêmico no trabalho escolar pelo aumento da produtividade e da eficiência nas crianças com TDAH. Além disso, a pesquisa sugere que quando o metilfenidato é usado, as crianças com TDAH são mais capazes de lembrar-se e de usar as estratégias mais maduras de contagem e de aritmética. Isso permite que elas tenham acesso aos pequenos fatos básicos para ajudá-las com os algoritmos mais complicados (Benedetto-Nash e Tannock, 1999).

Uma combinação de estratégias pode ser útil para as crianças que têm TDAH e dificuldades de matemática. Reforço, incentivo ao uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante podem funcionar para ajudar as crianças a aumentar seu desempenha acadêmico. Talvez quando usadas juntas, o total pode ser maior do que a soma das partes. Acima de um quarto das crianças com TDAH têm dificuldade com a matemática como comorbidade (Mayes & Calhoun, 2006). É importante que os pais e educadores entendam os desafios ímpares que essas crianças enfrentam, as bases cognitivas dos seus desafios e as várias intervenções que estão disponíveis para ajudar a remediar as dificuldades e aumentar o desempenho. Quando se trabalha com crianças que tenham TDAH e dificuldades com a matemática, é importante ser criativo com as instruções e tentar formas diferentes de intervenção e tratamento, para assegurar o melhor resultado para cada criança.

Por Amy Platt

86- Tudo é memória de trabalho?

A memória de trabalho é uma função executiva. Isso significa que ela é usada para ajudar a tomar decisões momentâneas assim como para fazer planos de mais longo prazo. A memória de trabalho é a área na qual a informação fonológica ou visual é temporariamente armazenada, com o propósito de processamento e manipulação da informação (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004, Martinussen & Tannock, 2006). Crianças com TDAH têm fraqueza de memória de trabalho. Isso leva a dificuldade com problemas que envolvam a manipulação de informação verbal e não verbal (Martinussen & Tannock, 2006). Pesquisa recente examinou a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com a matemática, especificamente, com a aritmética, conhecimento de algoritmo e solução de problemas. Swanson e Beebe-Fraser (2004) verificaram que a fraqueza da memória de trabalho contribuía para a dificuldade com a solução de problemas verbais mais do que o processamento fonológico isoladamente. Isso deu apoio à teoria de que a função executiva contribui significativamente para a solução de problemas matemáticos verbais. Mesmo quando se retira da equação estatística o processamento fonológico, a inibição e as habilidades de matemática e de leitura, uma relação significativa ainda existe entre a solução de problemas matemáticos e a memória de trabalho (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004). Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado às dificuldades com matemática e TDAH. A dificuldade de atenção é altamente correlacionada ao TDAH e contribui significativamente para as dificuldades com a matemática (Martinussen & Tannock, 2006, Fuchs et al., 2006).

Em outro estudo, Fuchs (2006) examinou as correlações cognitivas de estudantes do terceiro grau em várias áreas matemáticas. Diversamente de Swanson e Beebe-Fraser (2004) eles verificaram que a memória de trabalho não era um fator cognitivo correlato da aritmética, algoritmos de computação e solução de problemas. A atenção, em vez da memória de trabalho, era um fator significativo de previsão para aritmética, algoritmos e solução de problemas matemáticos. Em particular, a incapacidade de afastar os estímulos externos da memória de trabalho parecia ser significativa. Fuchs et al. (2006) sugeriram que a memória de trabalho parecia ser um fator crítico nas dificuldades com a matemática em estudos anteriores porque os outros estudos não tinham examinado o papel das múltiplas habilidades no funcionamento matemático. Eles reconheceram o trabalho de Swanson e Beebe-Fraser (2004), mas sugeriram que eles poderiam ter encontrado diferenças com respeito à memória de trabalho por causa das diferentes maneiras como ela é definida e medida.

Apesar da corrente discrepância na pesquisa, há forte evidência para sugerir que a memória de trabalho e a desatenção, ambas, têm um papel nas dificuldades com a matemática das crianças. Estes dois fatores cognitivos também são correlatos cognitivos do TDAH. Talvez a fraqueza cognitiva comum nas crianças com TDAH e dificuldades com a matemática seja a responsável pelo elevado número de crianças com TDAH que também sofrem de dificuldades com a matemática. Se o TDAH e o desempenho em matemática requerem as mesmas estruturas cognitivas para atuar eficientemente, não será então nenhuma surpresa o aparecimento dos dois problemas quando uma fraqueza for vista nessa estrutura cognitiva.

Por Amy Platt

sábado, 7 de maio de 2011

85- Dificuldades com a Matemática e TDAH

Por Amy Platt

Crianças com TDAH geralmente apresentam dificuldades acadêmicas. Um estudo indica que 71% das crianças com TDAH também apresentam uma dificuldade de aprendizagem (Mayes & Calhoun, 2006). O mesmo estudo divide as dificuldades de aprendizagem em subtipos e indica que 26% das crianças com TDAH têm uma dificuldade específica com a matemática. Esses achados sugerem que precisa ser estabelecido um entendimento mais profundo das relações entre TDAH e dificuldades com a matemática.

Há diferentes modos de ver o relacionamento que existe entre o TDAH e as dificuldades com a matemática. Uma delas, é examinar as implicações comportamentais que o TDAH tem no aprendizado em classe. Talvez, as crianças com TDAH não sejam capazes de processar a linguagem das instruções em classe e, assim, ficam atrasadas em matemática. Esta explicação tem algum mérito; entretanto não parece explicar a totalidade do problema. Outra explicação, que tem sido discutida recentemente em pesquisa, é o papel que desempenham a memória de trabalho, a função executiva e a desatenção. Diversos estudos e pesquisas estão tentando separar estes diferentes componentes cognitivos para desenvolver uma teoria sobre o porquê do TDAH e as dificuldades com a matemática serem tão intimamente relacionados (Swanson & Beeb-Frankenberger, 2004. Fuchs et al., 2005, Fuchs et al., 2006).

84- O que é a Dificuldade com a Matemática?

Por Amy Platt
Os números estão em toda parte. Habilidades com a matemática são necessárias para o funcionamento diário na sociedade atual. Saúde, transporte, dinheiro e preparação do alimento são exemplos de habilidades com a matemática intrínsecas às nossas rotinas diárias. Entretanto, o desenvolvimento das habilidades matemáticas não é fácil para todas as crianças. Algumas têm dificuldade para desenvolver o senso de número logo no início do seu desenvolvimento cognitivo. Nesse caso, elas parecem demorar mais para diferenciar entre os valores de dois números e continuam a usar habilidades imaturas de contar, tal como contar nos dedos, por vários anos escolares (Gersen, Jordan & Flojo, 2005).

Além da dificuldade com o senso dos números, algumas crianças têm dificuldade para dominar os fatos básicos da adição, subtração, multiplicação e divisão. Sua lembrança desses fatos matemáticos para outros usos é mais lenta do que a dos seus colegas com desenvolvimento normal (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004). Ainda não há uma definição padrão de “dificuldades com a matemática”; entretanto, o senso de número e a fluência nos fatos são medidas geralmente usadas para ajudar a avaliar o grau de dificuldade matemática que uma criança esteja apresentando. Estudos indicam que de 4 a 7% da população em idade escolar apresentam alguma forma de dificuldade com a matemática (Fuchs et al., 2005)

83- TDAH e Dificuldades com a Matemática: Semelhanças Cognitivas e Intervenções no Ensino

Por Amy Platt

Resumo: Estudos indicam que de 4 a 7% da população em idade escolar sofrem de alguma forma de dificuldade com a matemática (Fuchs & Compton, 2005). Das crianças com TDAH, 26% têm uma dificuldade específica com a matemática (Mayes & Calhoun, 2006). Descobriu-se que crianças com TDAH têm fraquezas da memória de trabalho, que levam a dificuldade com problemas que envolvam a manipulação de informação verbal e não verbal (Martinussen & Tannock, 2006). Pesquisa recente abordou a conexão entre as fraquezas da memória de trabalho e as dificuldades com a matemática, especificamente com a aritmética, o conhecimento de algoritmos e a resolução de problemas. Swanson e Beebe-Fraser (2004) descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribuía para a dificuldade na solução de problemas matemáticos verbais, mais que somente o processamento fonológico. Entretanto, a memória de trabalho não foi o único fator correlacionado às dificuldades com a matemática e ao TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades em aritmética, algoritmos e para solução de problemas matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade afastar os estímulos externos da memória de trabalho. A pesquisa concentrou-se em várias intervenções na tentativa de descobrir um modo de ensinar melhor as crianças com TDAH e dificuldades com a matemática. Reforço, incentivo ao uso de computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são os quatro métodos que podem funcionar para auxiliar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.

O assunto será desenvolvido nas postagens 84, 85, 86 e 87, acima.

terça-feira, 3 de maio de 2011

82- Autismo ou TDAH?

Suspeita que seu filho com TDAH também seja autista? Aqui está o que você precisa saber sobre o diagnóstico e o tratamento do autismo em crianças com TDAH.    Por Eileen Costello

O que é Autismo?

Autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que atinge quatro vezes mais meninos do que meninas. Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são geralmente denominados pelos médicos como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) . TGD é um grupo de três condições – Transtorno Autista, Síndrome de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento Não Especificado. As condições são caracterizadas por problemas de comunicação e de relacionamento com os outros, e uma necessidade de seguir rígidas rotinas e de se engajar em comportamentos repetitivos, além de problemas de linguagem.

Alguns pediatras são competentes para diagnosticar os TGDs, mas a maioria necessita do apoio de um especialista, principalmente se a criança já tenha recebido um diagnóstico de TDAH.

As semelhanças entre TDAH e Autismo

A sobreposição de sintomas de TDAH e de Autismo tem confundido muitas famílias. Quando uma criança não consegue ficar sentada quieta para uma tarefa escolar ou para uma refeição, ou ficar atenta na sala de aula, quando ela mexe muito com as mãos ou quando fala de modo exagerado e muito insistente, muitos pais, educadores, tutores e treinadores pensam “Esta criança deve ter TDAH!”

A primeira explicação que muitos médicos têm também é de TDAH. A condição é familiar, tem existido por um longo tempo, e há técnicas eficazes para o seu controle. É importante lembrar, entretanto, que quase todo transtorno psicológico do desenvolvimento da infância pode se parecer com o TDAH, com ou sem hiperatividade. Crianças sob estresse, causado por dificuldades de aprendizagem, ansiedade, depressão, ou por problemas de integração sensorial podem exibir os mesmos sintomas. É necessária uma avaliação competente para conseguir explicação para os comportamentos.

Diagnóstico do Autismo

O diagnóstico dos TEAs requer a avaliação por um pediatra, psiquiatra da infância ou um neuropediatra. Muitas companhias de seguro de saúde, e virtualmente todas as escolas públicas, requerem uma avaliação por escrito feita por um especialista, antes de fornecer ou pagar pelos serviços de que necessitam as crianças autistas.

Como o autismo não pode ser diagnosticado por testes médicos, a triagem e o diagnóstico envolvem entrevistas, observação e avaliações. Mesmo quando um profissional emite uma opinião, ele geralmente se protege dizendo, “Bem, ele é manhoso e tem alguns comportamentos típicos que são, de algum modo, consistentes com um diagnóstico de Transtorno Global do Desenvolvimento”. Esse tipo de conversa é frustrante para os pais e para a criança, mas, às vezes, é inevitável. Outra avaliação, depois de um ano, geralmente esclarece as coisas e algumas vezes a criança não precisa de um diagnóstico, desde que esteja recebendo a ajuda de que necessita.

Controle dos sintomas do Autismo

Geralmente uma criança que tenha sido diagnosticada com TEA não recebe um diagnóstico adicional de TDAH. Isto não quer dizer, entretanto, que crianças com autismo não se beneficiam das intervenções que ajudam as crianças com TDAH sem autismo.

Muitos pais e pediatras preferem começar com tratamentos não medicamentosos para controlar os sintomas que atrapalham o desempenho acadêmico e social e que levam a uma vida turbulenta no lar. A base do tratamento do autismo é a terapia comportamental, que reforça os comportamentos desejáveis e desencoraja os indesejáveis. Pregar listas, regras, e tabelas para manter as crianças com TEA organizadas pode ser útil. Listas de checagem podem dar às crianças autistas um senso de realização quando elas completam as tarefas.

O exercício físico é uma boa intervenção para o déficit de atenção e para o autismo, já que ambos parecem possuir energia sem limite. Canalizar o excesso de energia para uma atividade física, tal como natação ou caratê, que não requerem muita interação com outras crianças, permite a queima da energia excessiva sem a pressão da sociabilização.

Opções de medicamentos para o autismo

Se as intervenções educativas e comportamentais não forem suficientes, a medicação pode ajudar. Como as crianças com autismo têm reações imprevisíveis aos estimulantes, a classe mais comum de medicamentos utilizados nas crianças com TDAH, eles são menos receitados para as crianças autistas. Muitos pediatras e virtualmente todos os psiquiatras da infância sentem-se competentes para receitar estimulantes para o TDAH. Um pediatra pode indicar uma avaliação psiquiátrica para uma criança com autism, se as doses tiverem de ser aumentadas.

Uma classe de medicamentos chamada de neurolépticos atípicos geralmente é eficaz no tratamento da inquietação motora, dos comportamentos repetitivos e dos distúrbios de sono das crianças com autismo. Entre eles estão o aripiprazol, a quetiapina, e a risperidona (a única dos três que foi aprovada pelo FDA para o tratamento dos comportamentos associados ao autismo). Uma boa resposta a um neuroléptico atípico pode eliminar a necessidade de um estimulante.

Toda criança com autismo se beneficiará do apoio de um pediatra ou psiquiatra especializados em desenvolvimento e em comportamento e com treinamento em espectro autista. Ter um especialista que entende o que é viver com uma criança autista ativa (há alguma de outro tipo?) é também uma benção para os pais.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

81- Alguns dados sobre dislexia . Veja mais em www.dislexia.com.br

1 – A dislexia afeta uma em cada cinco crianças nos Estados Unidos;
2 – A dislexia é a mais comum e dominante dentre todas as dificuldades de aprendizagem conhecidas;
3 – A dislexia é a mais pesquisada de todas as dificuldades de aprendizagem;
4 – A dislexia afeta meninos e meninas em idêntica proporção;
5 – Algumas formas de dislexia são altamente hereditárias;
6 – A dislexia é a principal causa de falência na leitura e de evasão escolar nos Estados Unidos;
7 – O fracasso no aprendizado da leitura é a característica mais compartilhada entre jovens  transgressores da lei, nos Estados Unidos;
8 – Está claramente demonstrado que a dislexia está relacionada a diferenças neurofisiológicas da função cerebral. Crianças disléxicas apresentam dificuldades na correlação som/símbolo, na codificação escrita, por causa de diferenças da função cerebral;
9 – A intervenção precoce é essencial para essa população;
10- Entre 5 ½ e 6 ½ anos de idade, a dislexia é identificável, com a probabilidade de 92% de precisão diagnóstica;
11- A dislexia é causada, primariamente, por déficits lingüísticos. Agora, sabemos que:
A dislexia tem como causa uma dificuldade no processamento da linguagem;
A dislexia não é decorrente de problemas visuais; pessoas disléxicas não vêem palavras ou letras de trás para frente;
12- Falência no aprendizado da leitura, causada por dislexia, pode ser altamente prevenida por meio de instrução direta e explícita para o desenvolvimento de consciência fonológica;
13- Ao crescer, crianças disléxicas não superam, por si mesmas, suas dificuldades no aprendizado da leitura, ou dislexia;
14- Dentre as crianças que apresentem problemas no aprendizado da leitura no 1º. ano, 74% delas serão pobres leitores no 9º.ano escolar, e permanecerão com essa dificuldade em sua idade adulta, se não
receberem instrução adequada e explícita em percepção fonológica. Por si memas, crianças disléxicas não superam suas dificuldades no aprendizado da leitura;
15- Evidências de pesquisas demonstram não ser adequado para crianças disléxicas o uso de qualquer método de ensino da leitura que se baseie em técnica de ensino global, através da palavra inteira;
16- Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção - TDA, são dificuldades distintas, e cada uma delas é identificável;
17- Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção freqüentemente coexistem em uma mesma criança, por isto é conveniente que ela seja testada nessas duas dificuldades;
18- Crianças com Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção, correm um risco dramaticamente maior de envolvimento com drogas e de transgressão à Lei, se não receberem assistência apropriada;
19- Testes correntes, com base no “modelo de discrepância”, atualmente utilizados por escolas públicas americanas, com a finalidade de estabelecer legitimidade para serviços de educação especial, não são
marcadores válidos para o diagnóstico da Dislexia.

O TDAH frequentemente aparece associado a outras comorbidades. A DISLEXIA é uma delas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

80- O TDAH falsificado

Algumas pessoas fingem ter TDAH para obter as medicações e tratamento especial. Estudo revela que elas podem enganar os médicos em alguns testes. Por Amanda Gardner - HealthDay Reporter

Embora o TDAH seja uma condição real e invasiva, estudos recentes sugerem que há um grupo de crianças e de adultos que fingem, com sucesso, ser portadores do transtorno, para obter as medicações ou para ganhar privilégios especiais na escola.

"As pessoas que querem fingir ter TDAH podem ser capazes de fazer uma boa atuação em vários testes clínicos padronizados, que são utilizados para o diagnóstico do TDAH," diz David Berry, autor principal de um artigo publicado no Psychological Assessment. Obviamente, os profissionais de saúde mental precisam estar atentos, ele disse, acrescentando que "nossa evidência indica que os simuladores são muito competentes na farsa, quando querem ser."

"Isso acontece em todo o país (USA)," confirmou a Dra. Ana Campo, professora associada de clínica psiquiátrica na University of Miami Miller School of Medicine. "Há um abuso de estimulantes, em todo o país [entre estudantes], para obter uma vantagem competitiva. Há um abuso deliberado. Precisamos realmente ser cuidadosos na prescrição de medicamentos."

Berry usou a mesma metodologia de testes que tinha elaborado há duas décadas, para determinar se pacientes se queixavam de sequelas de trauma craniano para ganhar dinheiro depois de acidentes.

"Estávamos interessados em saber se pessoas que eram estudantes universitários normais conseguiam fingir ter TDAH," disse Berry, professor de psicologia na University of Kentucky, Lexington, que conduziu a pesquisa com o psicólogo britânico John Ranseen e a estudante graduanda Myriam Sollman.

Setenta e três estudantes da University of Kentucky foram divididos em dois grupos, um dos quais foi instruído a responder honestamente às perguntas do teste padronizado para TDAH. O outro grupo fez um treinamento de 5 minutos revendo as informações sobre o TDAH, facilmente obtidas na internet, e solicitado que fingisse, o melhor que pudesse, ter os sintomas. Seu incentivo foi de 45 dólares, caso fossem bem sucedidos (na verdade, todos os estudantes receberam 45 dólares ao final do estudo).

Um terceiro grupo, de controle, consistiu de estudantes verdadeiramente portadores de TDAH, que fizeram o mesmo teste.

"Quase ninguém do grupo falso falhou no teste," disse Berry.

"As medicações estimulantes são obviamente a principal motivação, mas há outras”, ele prosseguiu. "A maioria das universidades fornece às pessoas com o diagnóstico de TDAH uma série de coisas que varia de instituição para instituição – tempo extra para os exames, cópias das notas dos professores sobre a aula que estão dando. Eles podem conseguir acomodações especiais onde morar na universidade, um quarto simples ou um quarto duplo."

Eles também podem conseguir as receitas dos estimulantes que podem ajudá-los a prestar mais atenção, disse o pesquisador.

Não está claro quão disseminada está essa prática, embora Campo tenha dito que sua revisão da literatura verificou aumento da prevalência de 8 para 35 por cento.

O problema, disse ela, "é que sempre há o risco de efeitos colaterais quando se toma essas medicações: aumento da pressão arterial, taquicardia, arritmias, sintomas de ansiedade. Se você as usa ilegalmente e é susceptível, poderá tornar-se dependente."

Berry advoga o uso de triagem adicional antifraude - também chamada teste de simulação – para separar os TDAH fraudados dos casos legítimos. (Em termos médicos, simulação ("malingering") significa fingir ou exagerar os sintomas de transtornos físicos ou mentais por causa de algumas “vantagens secundárias”, tais como drogas, dinheiro ou somente simpatia e atenção).

"Essa triagem deve acompanhar o teste padrão para o TDAH”, ela diz. "Penso que você não pode usar um sem o outro. Você não pode diagnosticar o TDAH com os testes de simulação assim como você não pode diagnosticar a simulação com os testes de TDAH."

Mais informação: The U.S. National Institute of Mental Health.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

79- Ansiedade? Depressão? Algumas mudanças simples de estilo de vida podem melhorar a saúde mental dos adultos com TDAH.

Por Kathleen Nadeau, Ph.D.

Muitos adultos que têm TDAH também sofrem de ansiedade ou depressão.

Ás vezes essas comorbidades aparecem independentemente do TDAH. Mas elas podem ser o resultado do estresse crônico e do desencorajamento que se desenvolvem por viver com o TDAH. Nas mulheres com TDAH, sentimentos de tristeza e de ansiedade, assim como os sintomas de TDAH, tendem a aumentar durante a fase pré-menstrual. Os sintomas também tendem a aumentar nos anos que precedem e que se seguem à menopausa.

Qual a melhor maneira dos adultos com TDAH superarem a ansiedade e a depressão?

O primeiro passo é ter certeza de que está fazendo o tratamento correto para o seu TDAH. Se não há nenhuma complicação, a primeira prescrição de medicação estimulante feita pelo seu clínico pode funcionar muito bem. Mas tenha cuidado: o TDAH tem nuances, especialmente em adultos, e muitos médicos, de modo geral competentes, não são muito bons em determinar a dosagem correta da medicação para o TDAH.

Se o clinico geral receitou medicação para o seu TDAH mas você percebe que ela não está funcionando bem, consulte um psiquiatra ou neurologista que tenham experiência no tratamento de adultos com TDAH. Além de fazer boas escolhas em relação à medicação, eles podem ser mais capazes de ajudá-lo a controlar os efeitos colaterais e a determinar se você sofre de alguma outra comorbidade.

Além de medicação, algumas mudanças no seu estilo de vida podem levá-lo a um longo caminho em direção ao alívio da ansiedade e da depressão.

1. Durma mais

Muitos adultos com TDAH têm dificuldade de iniciar o sono e a privação de sono pode piorar os sintomas do transtorno. A falta de dormir reduz sua capacidade de reagir e o deixa sentindo-se desmoralizado.

Para melhorar seu padrão de sono, vá para a cama todas as noite no mesmo horário, e evite exercícios e outras atividades estimulantes ao menos uma hora antes de se deitar. Uma ducha ou banho quente logo antes da hora de dormir também pode ajudar. Se o problema de sono persistir, consulte um médico.

2. Fique mais tempo fora de casa

Estudos recentes mostraram que quando as crianças com TDAH gastam mais tempo for a de casa, em contato com a natureza, os seus sintomas são menos graves. Acho que o mesmo é válido para os adultos, embora não fique claro por que razão os adultos com TDAH se beneficiem desse “tempo verde”.

Por milênios, os humanos viveram junto à natureza. Agora, abandonamos a natureza e ficamos a maior parte dos nossos dias em ambientes sintéticos, controlados climaticamente. Estamos começando a entender que viver dessa maneira pode ter efeitos negativos em como sentimos e funcionamos.

Recomendo ao menos 30 minutos por dia de um “tempo verde”. Isso é fácil de fazer nos finais de semana. Durante a semana você pode caminhar ou andar de bicicleta na ida e na vinda do trabalho. Se isso não for prático, escolha uma Estrada com bom cenário para sua viagem. Almoce num parque. Após o trabalho, faça uma caminhada.

Mais “tempo verde” aumenta sua exposição à luz solar – um ótimo modulador do humor. Sim, todos sabem que a superexposição pode causar câncer de pele e envelhecimento prematuro da pele. Mas estudos recentes mostraram que certa quantidade de luz do sol pode ajudar as pessoas a se sentirem mais felizes e menos ansiosas.

Nos últimos anos, tem havido uma atenção para os transtornos afetivos sazonais, uma forma de depressão associada aos dias mais curtos do inverno. Na realidade, todos nós sentimos algum grau de tristeza sazonal. Nossos cérebros parecem programados para a luz solar. Isso afeta não somente nosso humor, mas também os padrões de sono e de vigília.

Se você acha que a falta de luz solar está afetando o seu humor, pergunte ao seu médico se você pode se beneficiar com o uso de uma iluminação de alta intensidade com o espectro da luz solar. Vinte minutos de exposição por dia geralmente são suficientes. Mas não confunda a terapia da luz com banho de sol. O importante é expor seus olhos à luz.

3. Faça exercícios todos os dias

O exercício diário faz mais do que produzir os compostos naturais reguladores do humos, as endorfinas. Ele torna mais fácil pegar no sono à noite, e mais sono significa melhor humor. E se você faz exercícios for a de casa, estará obtendo maior exposição à luz solar. Para benefício triplo, tente caminhar diariamente por 30 minutos em meio a uma paisagem natural.

4. Reduza a ingestão de carboidratos

Adultos geralmente exageram nos carboidratos quando estão tristes – uma barra doce à tarde, chips ou crackers durante o dia, sorvete após o jantar. Esses alimentos podem fazê-lo sentir-se um pouco melhor por curto prazo. Mas, eventualmente, levarão ao ganho de peso e ao cansaço. È melhor permanecer com um desjejum de poucos carboidratos, rico em proteínas e a lambiscar com frutas e nozes em vez de açúcar e amido.

Consuma proteínas em cada refeição do dia. Isto não significa necessariamente comer carne – ovos, manteiga de amendoim (argh!), queijo todos são boas fontes de proteína.

5. Não aceite o estresse facilmente

Algumas vezes ficamos tão absorvidos em nossas rotinas diárias que não paramos para analisar as fontes de estresse. Quando ele começa a afetar seu humor, peque papel e caneta e faça uma lista das maiores fontes de estresse no seu dia. Depois, procure meios de reduzir ou eliminá-las.

6. Tabele seu progresso

Mesmo que você acredite que as estratégias apresentadas acima o ajudarão a se sentir melhor, você poderá ter dificuldade de mudar do “saber” para o “fazer”. Fazer uma tabela do seu progresso poderá ajudar. Crie uma tabela mensal, de 31 dias, desde o topo, com categorias para sono, exercício, luz do sol, tempo verde, nutrição e estresse, na margem esquerda. A cada dia, dê nota para a sua depressão e ansiedade em escala de 1 a 10, e faça uma avaliação de si mesmo em cada categoria em que você se saiu bem.

• Ao menos sete horas de sono

• Caminhada diária ou outro exercício

• 30 minutos de luz do sol

• 30 minutos de tempo verde

• Dieta de poucos carboidratos

• Diminuição do estresse diário

No primeiro mês em que você tentar isso, estabeleça uma meta de conquistar ao menos três itens a cada dia. No segundo mês, tente quatro itens diariamente. Seu objetivo final, naturalmente, é fazer de todos estes hábitos que melhoram o humor uma parte regular da sua rotina diária.

This article comes from the December 2005 / January 2006 issue of ADDitude.

terça-feira, 26 de abril de 2011

78- Soluções para o sono das crianças com TDAH: Dicas experimentadas pelos pais.

Uma boa noite de sono leva a um melhor controle dos sintomas do TDAH nas crianças. Por Jeanne Gehret
Você sussurra, “Durma bem, querido,” e apaga as luzes. Fecha a porta do quarto e vai direto para a sua poltrona. E o seu filho dorme tranquilo a noite toda, acordando restaurado na manhã seguinte. Para muitos de nós, com crianças que têm TDAH, este cenário é um sonho que não se tornou real, ainda.

Uma boa noite de sono é vital para o humor e o funcionamento cerebral do seu filho. Os estudos mostram que não ter o descanso suficiente pode piorar os sintomas do TDAH, levando a perda do controle emocional. Isso também pode afetar negativamente a memória de trabalho, um problema que muitas de nossas crianças apresentam.

Que fazer? Tente algumas dessas dicas que funcionaram com sucesso nos meus próprios filhos, um dos quais tem TDAH. Essas estratégias fizeram com que eu e eles tivéssemos boas noites de sono.

Coma, beba e exercite-se corretamente para uma boa noite de sono.

Evite comer ou fazer um lanche duas a três horas antes de se deitar. A digestão, especialmente de alimentos que contêm cafeína ou açúcar, pode manter seu filho desperto. Se ele insistir em fazer um lanche, dê a ele leite quente, salgadinhos ou peito de peru, que contêm triptofano, um aminoácido que induz o sono de modo natural.

Seu filho deve beber a quantidade suficiente de água durante o dia para que ele não peça água na hora de dormir, com a consequente ida ao banheiro de madrugada.

Seu filho deve fazer exercícios – correr, pular corda, andar de bicicleta, caminhar – pela manhã ou durante o dia. A atividade física ajuda nosso corpo a fazer a transição entre as fases do sono. Além disso, como os exercícios criam algum estresse para o corpo, o cérebro aumenta o tempo em que a criança dorme a fase de sono profundo.

Diminua as distrações na hora de dormir

Para uma criança que seja sensível à luz, mesmo a fraca luz de um rádio relógio pode promover a insônia. Tente o seguinte:

Escolha um relógio que se ilumine somente quando se aperte um botão – até mesmo as pequenas luzes podem ser incomodativas.

Tire a cama de perto da porta do quarto, para que seu filho não seja perturbado pela luz que entra pela porta.

Reduza a luz que entra pelas janelas com cortinas opacas.

Se essas providências não funcionarem, tente o uso de uma máscara de dormir.

Use tampões de ouvido ou uma música relaxante para encobrir os ruídos irritantes, seja de uma TV, de um telefone ou de um cão latindo.

Crie e mantenha rituais saudáveis para a hora de dormir.

Rituais noturnos avisam o cérebro e o corpo para se acalmarem. Também propiciam uma proximidade confortável com os cuidadores, o que permite a crianças medrosas mergulhar nos braços do sono. Avise que seu filho terá de terminar a tarefa de casa uma hora ou mais antes da hora de se deitar, para ter o tempo de relaxamento junto a você.

Conte ou leia uma história de dormir para uma criança menor. Deixe os filhos mais velhos praticarem a leitura na cama.

Certifique-se de que seu filho esteja com seu cobertor favorito ou o seu animalzinho de pelúcia. Crianças maiores preferem abraçar um travesseiro macio.

Vista roupas de dormir confortáveis.

Vista meias no frio. Evite os pés gelados. Frialdade nos pés acorda algumas crianças. O uso de meias pode levá-las à terra dos sonhos.

Remova as etiquetas ásperas dos pijamas.

Não combine pijamas de flanela com roupa de cama de flanela. Os tecidos podem grudar um no outro e dificultar os movimentos de virar-se na cama.

Mantenha as crianças refrescadas. Se o quarto estiver quente, roupas de esporte que evaporem o suor ou roupas de algodão podem prevenir o suor excessivo e a inquietação. Ar condicionado ou um ventilador pequeno podem resfriar o quarto, e o som das hélices ou ventoinhas acalmará a mente das crianças.

Rotinas de relaxamento antes de se deitar.

Massagem nos pés relaxa uma criança inquieta. Deite seu filho de costas. Se estiver frio, cubra-o. Delicadamente segure seu pé com uma das mãos. Feche a outra mão e mova-a suavemente para cima e para baixo na sola do pé.

Faça seu filho prestar atenção à sua respiração enquanto imagina um elevador subindo e descendo vagarosamente a cada inalação e exalação.

Crie frases afirmativas para que ele repita para si mesmo enquanto espera pelo sono, tal como “sou amável e competente”.

Leve em conta a oração. Encoraje-o a confiar seus entes queridos e suas preocupações a Deus para acalmar sua mente inquieta.

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domingo, 24 de abril de 2011

77- Conduta Autolesiva (Skin Picking): Qual é a causa, como podemos preveni-la?

Minha filha, Natalie, cutuca sua pele até sangrar e infeccionar. Ansiedade, dificuldades de processamento sensorial e outras comorbidades do TDAH poderiam ser a causa desse comportamento compulsivo? Por Kay Marner

Natalie, minha filha que tem TDAH, ansiedade e dificuldades de processamento sensorial desenvolveu um hábito que me parece algo terrível: cutucar as unhas dos dedos dos pés. Sim, você leu direito. Ela não só cutuca a pele em torno delas como também arranca pedacinhos até ficarem muito curtas. Ela já arrancou duas unhas.

Natalie sempre foi uma cutucadora e espremedora. Ela espreme espinhas e picadas de insetos. Ela esfrega os lábios a ponto deles sangrarem. Ela espreme todos esses caroços até sair sangue. Não sou especialista, mas o meu instinto de mãe me diz que a propensão de Natalie para se cutucar pode se originar de qualquer um dos seus três diagnósticos.

Conduta autolesiva e TDAH

Eu culpo o seu TDAH porque vejo seu problema de cutucar como uma forma de “fidgeting” (mexer com as mãos), que se origina da necessidade de estimulação do cérebro TDAH. Também culpo o TDAH por dar a Nat a falta de controle do impulso, tornando mais difícil para ela resistir à urgência de se cutucar.

Conduta autolesiva e ansiedade

Um pouco da sua ansiedade também pode estar agindo. O nível de ansiedade dela aumenta e ela tem comportamentos obsessivo-compulsivos para aliviar a pressão. A primeira vez que o comportamento de cutucar da Nat foi de um mau hábito a infligir autolesão aconteceu quando ela passou por uma situação social particularmente provocadora de ansiedade. O alívio que esse comportamento mal adaptado propiciou levou-a a repeti-lo em ocasiões de estresse aumentado, até que se tornou um hábito arraigado.

Conduta autolesiva e transtorno de processamento sensorial

Penso que as dificuldades de processamento sensorial também têm um papel. Quando estávamos tentando resolver os problemas de autolesão de Natalie, nosso psicólogo nos orientou a trocar a cutucação por outro comportamento que fornecesse um grande aporte sensorial – ele recomendou que ela segurasse gelo em suas mãos. Quando de um incidente agudo, estando Natalie muito transtornada e querendo autolesionar-se, meu marido, Don, tentou ajudá-la a acalmar-se e a ficar bem por mais de uma tarde, fazendo-a prestar atenção em como a sensação do gelo era muito conveniente. Também ajuda muito manter as lesões existentes cobertas com Band-Aids.

Como prevenir a autolesão?

Sabe, há poucos meses eu realmente pensei que tínhamos controlado esse comportamento. Fizemos um sistema de recompensas no qual Natalie podia ganhar um dólar a cada dia que ela não provocasse nenhuma autolesão e sangramento. Nós a encorajamos a lidar com um objeto para o fidgeting quando ela sentisse vontade de se cutucar. Esse incentivo foi suficiente para fazê-la esquecer do hábito por longo, longo tempo. Eu estava tão contente e impressionada com a sua capacidade de fazer uma mudança positiva.

Então, há poucas semanas, um dos locais preferidos para Nat cutucar, seu dedinho do pé, ficou infeccionado. Estava inchado, vermelho e quente ao toque. Mesmo assim, ela continuou a mexer nele e, eventualmente, a fazê-lo sangrar. Doeu tanto que ela ficou acordada a noite inteira. Teve de tomar antibióticos por 10 dias e foi durante a fase de cura que ela arrancou completamente o que tinha restado da unha. Isso me deixou louca. Tive muita dificuldade de conseguir colocar uma bandagem nela.

Além de contar esses problemas para o psicólogo e para o psiquiatra de Natalie, parecia que precisávamos reiniciar o programa de incentivos (mas, dessa vez, estávamos trabalhando com higiene!) e encontrar mais alternativas para ensinar a ela. Nesse meio tempo, fiz um estoque de bandagens, creme antibiótico e água oxigenada para lavar o sangue de suas roupas, e ainda escutar os conselhos que outros pais de portadores de TDAH tivessem para mim.

Mais sobre autolesão

De acordo com a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet", o transtorno de autolesão envolve repetidas lesões, lesões de pele que interferem com as atividades diárias, e lesões de pele que possam causar danos aos tecidos. "As pessoas podem autolesionar-se por hábito ou por tédio, e, às vezes, podem nem perceber que estão se machucando," explica a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet." "As pessoas também podem autolesionar-se na tentativa de controlar as emoções negativas (por exemplo, ansiedade, tristeza, raiva) e/ou em resposta a sentimentos de estresse e tensão crescentes" O transtorno de autolesão pode atingir uma em vinte pessoas. O transtorno de autolesão é classificado como um transtorno do controle do impulso, mas pode também ser referido como um “comportamento repetitivo focalizado no corpo" ou um "transtorno do espectro obsessivo-compulsivo," diz a lista de fatos.
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76- Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica

O Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica é caracterizado por uma repetição crônica de: Tocar, Coçar, Cutucar, Arranhar, Furar, Escoriar determinadas regiões da pele, de modo tão intensivo ou repetitivo que acaba provocando o aparecimento de feridas cicatrizes, descolorações na pele.


O paciente pode passar horas no banheiro, por exemplo, examinando a pele, procurando pequenas imperfeições, bolinhas, pedacinhos de pele, pelos e arrancando, coçando, cutucando, furando.

A maioria dos casos de Picking é um transtorno isolado sem outros problemas psiquiátricos, mas ele pode ser um sintoma de outras doenças, como por exemplo: Doenças de pele, Doenças autoimunes, Transtorno Dismórfico Corporal ou Dismorfia Corporal ou Transtorno Somatoforme Corporal, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC ou DOC), Sintomas de abstinência de drogas opióides, Autismo, Psicose (por exemplo, Esquizofrenia), Comportamentos automutilantes ou auto-agressivos que existem, por exemplo, no Transtorno de Personalidade Borderline, Tricotilomania (mania de arrancar cabelos)

Quando o Picking faz parte de uma dessas doenças, o tratamento delas está em primeiro plano.

Desenvolvimento do Picking:

Geralmente começa com uma ferida na pele, que a pessoa coça, aí coça de novo, acaba não deixando cicatrizar.
Com o tempo começa a ter uma sensação localizada de coceira ou de necessidade de se cutucar. Aos poucos começa a sentir que em determinadas situações mais ansiosas ou estressadas da vida essas coceiras ou escoriações passam a ser uma válvula de escape para as tensões. O Picking costuma se manifestar quando a pessoa está ansiosa, quando está se sentindo com monotonia e para muitas pessoas traz uma sensação de prazer. Justamente isso faz com que ele nunca passe e acabe produzindo lesões visíveis de pele.

É comum pessoas portadoras de Picking ou Conduta Auto-Lesiva ou Escoriação Neurótica usarem roupas fechadas e mangas compridas mesmo no calor.

Tratamento

Quando o Picking é um sintoma de outra doença, esta doença deve ser tratada de modo apropriado e ele deve passar.

Quando o Picking é a doença em si, um conjunto de tratamentos pode ajudar:

• Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), que é uma forma de psicoterapia bem diferente da psicanálise.

• Medicação: não se sabe muito bem como ela ajuda, mas o fato é que ajuda. Em geral se usa neurolépticos e/ou antidepressivos.

• O uso de luvas finas (tipo luvas de golfe) ou de esparadrapo (Micropor) nas pontas dos dedos também pode ajudar. Quando a pessoa consegue se cutucar, ela está perpetuando o Picking, quando ela não consegue (porque as pontas dos dedos estão cobertas), ela começa a se descondicionar desse comportamento. É o mesmo que ocorre no tratamento do Distúrbio Obsessivo Compulsivo.

• O paciente precisa estar muito motivado para se tratar. As outras pessoas não entendem, mas quem sofre de Picking sente um grande prazer em se cutucar, arranhar, arrancar casquinhas, etc., assim como na Tricotilomania e nas Compras Compulsivas.
http://www.mentalhelp.com/ 

sábado, 23 de abril de 2011

75- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos: Um treinamento de disciplina para refrear comportamento violento e desafiador.

ANTES: Você pega seu filho na casa de um amigo e diz “Está na hora de irmos. Por favor, você pode pôr o brinquedo de volta na caixa?” Seu filho continua a brincar. Você fala de novo, um pouco mais alto. Ele continua a brincar. Você diz “Vou contar até três, e, se este brinquedo não estiver na caixa, você não poderá brincar com o Joãozinho novamente.”. Seu filho agarra o brinquedo com mais força. Você toma o brinquedo e o coloca na caixa, e o seu filho começa a chorar, gritar e espernear.
Você fica embaraçado, e, para acalmá-lo, diz: “Ok, você pode brincar por mais dois minutos, depois temos de ir”. Você se vira para a mãe do Joãozinho e combina o encontro dele com seu filho da próxima semana. Em menos de um minuto você ensinou a seu filho que se ele fizer um escândalo, ele obtém o que quiser. Por não estabelecer uma consequência, você perdeu sua autoridade.

DEPOIS: Você diz: “Está na hora de irmos. Por favor, ponha o brinquedo de volta na caixa”. Você espera cinco segundos para ele obedecer, mas ele não se mexe. Você diz: “Se você não puser o brinquedo de volta na caixa, terá de ficar sentado de castigo”. Espera mais cinco segundos. Nada. Você diz: “Porque você não fez o que eu mandei, vai ter de ficar de castigo”. Seu filho corre para pôr o brinquedo na caixa. Você toma o brinquedo das mãos dele, põe de volta no chão e repete o que disse: “Porque você não fez o que eu mandei, vai ter de ficar sentado de castigo”. Então você leva seu filho a um lugar conveniente para o castigo e diz: “Fique aqui até que eu lhe diga para se levantar”.

Três minutos mais tarde, você pergunta ao seu filho: “Você está pronto para pôr o brinquedo de volta na caixa?”. Se ele disser que sim e o fizer, o castigo termina. Se não, o castigo continua até que ele esteja disposto a obedecer. Quando, finalmente, ele fizer isso, você diz: “Ótimo”, ou “OK”, mas não o elogie por isso. Imediatamente após isso, dê uma ordem que seja fácil de cumprir, tal como: “OK, agora peque o seu casaco”. Se ele fizer isso sem ter de ser mandado novamente – como a maioria das crianças fará nessa situação – diga: “Obrigado por obedecer de primeira. Estou muito orgulhoso de você”. Então, dê-lhe uma atenção positiva, para que ele perceba que o relacionamento de vocês não foi prejudicado.

O castigo deve terminar com a mesma ordem pela qual começou, para que seu filho saiba que ele tem de fazer o que você eventualmente mandar.

Por Laura Flynn McCarthy – ADDitude – spring 2011

74- Levando a sério o controle dos sintomas do TDAH

A terapia cognitiva comportamental (TCC) pode melhorar significativamente o controle dos sintomas do TDAH. Você já pensou em acrescentar a TCC ao seu plano de tratamento? Por Wayne Kalyn

Uma leitora recentemente nos enviou um e-mail e suas palavras desenhavam um quadro rabiscado, mas correto, um Rauschenberg se você preferir, da hiperatividade e da insegurança:

“Eu me sinto um fracasso. Por que não consigo fazer meu trabalho? E por que eu sempre me meto em apuros por perguntar. Por quê?”. “Tinha ficado entusiasmada com o emprego no início. Agora, parece que não consigo me focar nele por mais de um segundo. Estou tendo muita dificuldade para permanecer ativa. Quero chorar, quero correr. Não consigo ficar sentada aqui no meu canto. Quero apertar botões, girar em minha cadeira, arrumar minha roupa, e correr, mas não tenho tempo porque estou atrasada novamente, muito atrasada. Quero me esconder debaixo da minha mesa de todos os que me veem como tal fracasso. Preciso trabalhar, droga!”

Tenho perguntas. Ela está tomando remédio? Ela está sendo orientada por um coach? Ela está falando de suas dificuldades para um conselheiro? Ela está meditando sobre sua ansiedade antes do trabalho? Ela está se exercitando depois do trabalho? Ela está experimentando neurofeedback ou fazendo treinamento de memória de trabalho? Ela está fazendo terapia cognitiva comportamental (TCC)? E, se ela não está fazendo alguma – ou nenhuma dessas coisas – por que não?

Pergunte a um especialista sobre o tratamento do TDAH e suas primeiras palavras serão previsíveis e também muito verdadeiras: Certifique-se de tratar bem todos os seus sintomas. Você consegue levar a vida com o TDAH, mas somente quando leva a sério o compromisso de controlar seus sintomas.

O que me traz de volta à terapia cognitiva comportamental, que não é mencionada suficientemente nos círculos do TDAH. Um estudo importante publicado por Steve Safren, Ph. D., e pelo Massachusetts General Hospital durante o verão, mostrou que participantes portadores de TDAH que usaram essa técnica - adquirindo habilidades para lidar com os desafios da vida e/ou desafiar e vencer os pensamentos positivos – viram uma melhora de 30% no controle dos sintomas do TDAH. Isto é significante

A TCC poderia ensinar aos nossos amigos derrotados e inseguros mais do que a usar eficientemente calendários e listas, a resolver problemas e a lidar preventivamente com as distrações antes que eles fiquem girando em suas cadeiras.

Se você ainda não pensou em acrescentar a TCC ao seu tratamento, leia na ADDitude a história sobre a técnica. Pode mudar sua mente.

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

73- Desafios podem tornar prazeroso para a criança o dever de casa.

Muitas vezes é complicado afastar a criança das brincadeiras e das horas passadas na frente da televisão para que ela faça o dever de casa. Manhas e expressões emburradas podem ser comuns nos pequenos que não gostam do compromisso diário. Segundo especialistas, diminuir a cara feia é dever dos pais e professores, que devem tornar a lição sinônimo de criatividade e diversão para as crianças.
Para a psicóloga e mestre em psicologia escolar Luiza Elena Valle, o dever de casa não é somente importante para a criança, é uma oportunidade para a escola e a família trabalharem juntas. "Percebo a lição de casa como uma chance para os pais acompanharem o que acontece na escola. E também é essencial para os professores reforçarem o aprendizado dos pequenos e tirarem as dúvidas que possam surgir", diz.

A especialista defende, porém, que o trabalho só será produtivo se representar algo prazeroso para a criança. Para isso, ela defende que é preciso atiçar a curiosidade dos pequenos. "As crianças gostam de desafios e não é produtivo aquele tipo de lição de casa, repetitivo, desinteressante. Espera-se que a lição de casa permita um espaço criativo, de descoberta, de gostar de aprender. Se não for assim, perde a razão de ser", afirma.

Além disso, o interesse dos responsáveis nos exercícios escolares também serve para que a própria criança valorize as tarefas. "O empenho dos pais é importante, não apenas para desenvolver responsabilidades em relação às obrigações da criança, mas também para incentivar mais conhecimentos e valorizar a tarefa", afirma.

Luiza diz que o acompanhamento dos pais não significa fazer o dever pelo filho, e muito menos aproveitar para testar o conhecimento da criança e a repreender por errar. "Os pais devem ser o apoio da criança quando ela tem dúvidas, quando se sente insegura ou quando tem interesse em ir além daquilo que está no dever. Deixa de ser uma 'ajuda' quando se torna um momento de críticas ou ameaças. É sempre bom lembrar que a criança forma sua autoestima a partir das mensagens que recebe do ambiente".

A secretária gaúcha C. P., 28 anos, conseguiu encontrar o equilíbrio ideal na hora de ajudar a filha B. P. C., 6 anos. Ela conta que sempre fica por perto quando a filha começa a fazer as lições. "Eu não fico 'em cima', quero que ela esteja à vontade, mas sempre estou por perto para estimular e deixando claro que qualquer dúvida eu vou estar ali para tentar ajudar", conta.

Segundo a mãe, B. gosta de fazer lições mais dinâmicas e que atiçam sua criatividade. Deveres repetitivos costumam chatear a menina. "Ela não gosta de lições paradas, como de caligrafia, por exemplo. Nesses casos ela passa a tentar adiar o momento do dever".

A psicóloga explica que o horário da lição é outro fator determinante no despenho infantil. "O ideal é que a criança esteja descansada, porque o bom desempenho depende de um esforço cognitivo, quer dizer, de um processo neurológico em que as mensagens são levadas ao cérebro, onde se conectam com as experiências e conhecimentos existentes e formam-se novas conexões neurológicas. Não existe uma fórmula certa, o melhor horário vai depender dos hábitos da casa, porque não deve concorrer com outras atividades mais atrativas, nem deve ser a última opção, quando a criança já está com sono", diz.

C. conta que para a filha o melhor horário é de manhã, logo depois do café. "Ela estuda de tarde e chega em casa no final do dia. O melhor horário para ela é no dia seguinte de manhã, porque está bem descansada e já na expectativa pelo dia que vai ter no colégio", afirma.

Porém, se mesmo depois de se preocupar com todos estes fatores a criança ainda mostrar desinteressante e irritação, é sinal de que algo está errado. "É fácil saber se está tudo bem, basta observar os resultados. Se a criança gosta de aprender e de fazer suas atividades, é porque tudo está ocorrendo como esperado. Se as coisas não estiverem assim, é preciso buscar onde estão as falhas", afirma Luiza, ressaltando que a melhor forma de detectar o problema é conversando com a escola, ou ainda buscando um terapeuta.

"Vale a pena descobrir o que pode ser feito. É mais fácil atender às dificuldades do jovem estudante do que 'empurrar' o filho pelo resto de sua vida escolar", alerta

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

72- Técnicas de Gerenciamento do tempo: 9 dicas Dr.Hallowell para poupar o seu tempo

Nove maneiras de adultos com TDAH se acalmar, fazer uma respiração profunda e reduzir o estresse em suas vidas atarefadas. Por Edward Hallowell, M.D.

Lembra-se do telefone com disco de discagem? Tive de usar um deles na cabana que a minha família alugou ao lado de um lago no último verão, e, menino, foi irritante. Aquele velho monstro demorava um tempão para discar. Okay, demorava somente 11 segundos (eu contei), mas parecia uma eternidade neste mundo agitado de hoje. Isto me fez pensar sobre o porquê de eu achar tão irritante gastar 11 segundos para discar um número de telefone!

E então?

Sem ter a intenção, muitas pessoas descobrem que vivem numa correria que elas não criaram. Às vezes a correria é benéfica. Mas não se a correria o impedir de fazer o que é mais importante para você. Veja aqui como superar esta doença comum:

1- Focalize-se no que realmente é importante.

Não se disperse muito, e não pegue atalhos. Lembre-se, telefones celulares, computadores pessoais, e outras ferramentas de alta tecnologia, permitem que façamos mais, porém mais não é necessariamente melhor.

2- Crie um ambiente emocional positivo onde você for.

Emoção positiva não é um enfeite. É o botão de liga-desliga para o funcionamento mental eficiente. Quando você se sente seguro em seu meio, você pensa melhor, comporta-se melhor, trabalha melhor e fica mais capaz de auxiliar os outros. Assim, faça o melhor para construir relacionamentos positivos. Procure ser sempre amigável e otimista.

3- Não perca tempo ficando grudado na telinha.

O que é isso? É ficar grudado na TV ou no computador. Isso interfere com sua habilidade cerebral de focalizar. Sempre que for possível, limite esta hipnose eletrônica a uma hora por dia.

4- Minimize as distrações.

Coisas que sempre o distraem devem ser evitadas. Perde sempre os óculos? Procure coloca-los num lugar especial. Se você fica distraída com as revistas espalhadas em sua cozinha, arrume uma estante em outro cômodo, e trate de guardar as revistas nela.

5- Delegue tudo em que você não for bom

Pagar as contas mensalmente é irritante porque você nunca consegue fazer isso a tempo? Delegue o trabalho ao seu companheiro. Se você não for casado (ou se o seu parceiro também não for bom nisso), entregue todas as contas que puder para pagamento automático no banco.
Seu objetivo não é ser independente, mas ser efetivamente interdependente. Isto é, compartilhar responsabilidades em várias atividades e projetos com outras pessoas.

6- Vá devagar

Periodicamente pergunte-se por que está correndo, e leve isso a sério. Se a resposta for "porque estou atrasado," reveja suas prioridades e elimine as obrigações desnecessárias. O tempo que você poupar deve ser dedicado somente a você ou à sua família.

7- Pense duas vezes sobre multitarefas

As pessoas geralmente tentam fazer duas ou mais coisas simultaneamente, achando que ganham tempo. Mas as pesquisas mostram que fazer duas coisas de uma vez leva 50% mais de tempo do que fazer uma depois da outra. Uma exceção a esta regra: Algumas pessoas com TDAH focalizam melhor se fizerem algo essencialmente inconsciente enquanto realizam uma tarefa importante – por exemplo, ouvir música ou se equilibrar numa bola enquanto faz a tarefa escolar.

8- Invista seu tempo para o máximo retorno.

Não tem controle do tempo? Crie uma tabela e anote tudo que você faz. Pode ser que a tabela mostre que você está gastando muito tempo procurando por chaves perdidas, ou irritando sua filha adolescente por causa da limpeza do quarto dela. Pense em alguma maneira criativa de eliminar essas coisas (pendurando um gancho para chaves perto da porta da frente ou verificando que o quarto dela realmente não está precisando de uma limpeza, afinal).

9- Brinque

Envolva-se com imaginação no que você está fazendo. Isso usará as melhores partes da sua maravilhosa mente criativa. Brincar não é perda de tempo. Isso o tornará mais eficiente no que estiver fazendo, seja mantendo uma conversa ou assando uma torta de maçã.

Este artigo saiu no número de June-July 2006 de ADDitude
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segunda-feira, 18 de abril de 2011

71- Dicas para as mães sobre o tratamento do TDAH

ADDitude perguntou aos seus leitores: O que você diria aos seus amigos, pais de crianças que tomam medicação para o TDAH?
Você sofre para começar o tratamento medicamentoso do seu filho — e você se preocupa quando ele está se tratando. Mas os pais decididos, como você, podem mudar tudo isso. Eis aqui o que os leitores têm a dizer...

"Faça um monte de perguntas ao seu filho sobre como ele está se sentindo com a medicação. Uma conversa informal geralmente funciona: 'Como você se sentiu hoje? Você se sentiu diferente? Melhor? Pior?' A observação de um pai é crucial. Posso dizer em três dias se a medicação do meu filho está funcionando."
– Mary, Texas

"Pergunte na sua farmácia se você pode comprar somente um pouco dos comprimidos em vez de toda a receita. O tratamento do TDAH geralmente é de tentativa e erro, então porque pagar caro por algo que pode não funcionar?" (Isso é um exemplo do pensamento prático americano. No Brasil, isso não é possível – Nota do tradutor)
– DeMarious T. Shaw, Stoneville, North Carolina

"Faça anotações. É difícil lembrar-se de todas as mudanças de comportamento, padrões de sono ou de efeitos colaterais que seu filho esteja apresentando enquanto toma a medicação. Mas, escrevendo tudo, pode ajudar a verificar a eficácia de um medicamento.”
– Julie, Vermont

"Avise o médico sobre os maus efeitos colaterais. Eu tive uma intensa azia quando tomei Strattera. Meu médico me deu uma receita de Zantac para combatê-la e, agora, o Strattera funciona muito bem."
– Dawn Saunders, Columbus, Ohio

"Conforme seu filho cresce, sua medicação precisa ser alterada. Se você vê uma mudança de comportamento em casa ou se o desempenho escolar se modifica, pode bem ser a hora de reavaliar o plano de tratamento com o seu médico."
– Sheri Watson, Dublin, Ohio

"Não se conforme com uma qualidade de vida diminuída. As pessoas com TDAH merecem estar no seu melhor. O trabalho de casa da minha filha melhorou com Metadate, mas ela parecia muito emotiva e não se alimentava bem. Mudamos para o Concerta, e ela está mais feliz do que antes."
– Sharon Watts, Buda, Texas

"Começar o tratamento medicamentoso do meu filho foi uma decisão difícil – e encontrar um remédio que funcionasse suficientemente bem, com consistência, demorou mais de dois anos! Os pais precisam ser pacientes. A medicação não é a escolha favorita de ninguém, nem é a resposta perfeita, mas eu decidi, afinal, que os medicamentos eram melhor para o meu filho do que vê-lo sentir-se mal a respeito de si mesmo o tempo todo."
– Janet Wallenfang, Illinois

"Mantenho contato com os professores do meu filho. Uso uma lista semanal de monitoramento que os professores comuns e os de recursos preenchem. Transmito ao médico os comentários que eles fazem."
– Diane Spriggs, Ashburn, Virginia

"Seja persistente com o seu médico sobre a mudança de medicação quando você notar mudanças para pior. Embora eu entenda a relutância de um medico em mudar a medicação muito rapidamente, os pais conhecem melhor o seu filho."
– Jana and Kent Chapline, Everglade Mansfield, Texas

"Se você acha que um novo esquema de medicação não está funcionando tão bem como o anterior, fale imediatamente com o seu médico. Não espere pela próxima consulta."
– Lynn Sorrel, Covington, Tennessee

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domingo, 17 de abril de 2011

70- Os 10 piores terapeutas para adultos com TDAH

Encontrar um psiquiatra ou psicólogo confiável e competente pode ajudar os que vivem com déficit de atenção a readquirir o controle de suas vidas e a lidar com seus sintomas. Mas, tenham cuidado portadores de TDAH. Alguns terapeutas os deixarão mais confusos e frustrados do que antes. Por Frank South
Esta lista, inteiramente subjetiva, saiu dos meus quarenta anos de idas e vindas com psiquiatras e psicólogos de centenas de correntes diferentes. Inclui também alguns exemplos de ideias dos meus amigos, assim como de leitores de ADDitude que, depois de verem a postagem sobre esse assunto em meu blog, postaram respostas ou me enviaram e-mails com sugestões.

1- O Disciplinador

Em algum ponto de sua vida, este terapeuta teve a ideia de que os adultos com TDAH precisam é de um bom par de algemas e um severo castigo. Você saberá que está em uma sessão com um disciplinador quando lhe forem determinadas tarefas como trabalho de casa entre as sessões. Então, há as recompensas, geralmente na forma de sinais de aprovação e de palavras de incentivo, mas já ouvi falar de chocolates sendo dados a adultos no contexto deste tipo de terapia. O que este tipo de terapeuta pensa da gente?

A autoestima já é muito difícil de ser conquistada em nosso mundo, sem ter de pagar a algum bobalhão para afastá-la de você. A vergonha é uma péssima arma para ser usada no tratamento do TDAH. No que me diz respeito, a última coisa que um portador de TDAH precisa é de mais uma pessoa para fazê-lo sentir-se menor.

2- O receitador de remédios

Este psiquiatra pensa que os remédios resolverão todos os seus problemas, e não vai ouvi-lo se você disser que não pensa assim. Quando eu tinha vinte anos, depois de ter sofrido uma leve depressão, procurei um deste tipo, cuja solução para o meu caso foi prescrever altas doses de um antipsicótico. Semana após semana, eu reclamei que o medicamento não estava ajudando, e, pior, que ele fazia todo o mundo parecer virar um pudim incompreensível. Ele simplesmente fez que sim, murmurou algo e tomou notas no seu estúpido pequeno bloco.

Quando eu finalmente percebi que ele não ligava para o que eu estava achando – ele só queria me ver sedado – tratei de me livrar dele e dos antipsicótico, e fique por minha conta por um tempo. Provavelmente você vai dizer que eu ainda guardo certo rancor. Mas não me entenda a mal, com a ajuda de um bom psiquiatra, que me ouvia, descobri que respondia bem ao Adderal, e isso ajudou a mudar a minha vida. Mas a chave de todo o processo é a parte do ouvir.

3- A doutora nervosa

Esta terapeuta geralmente é novata na profissão, ou tem uma clínica dedicada a pacientes mais calmos e focados que você. Ela parece achar que o que você diz é confuso e enervante e gasta a maior parte do seu tempo de sessão pedindo para você esclarecer o que você acabou de dizer repetidas vezes. Eu estava sabendo a pouco do meu TDAH, tentando descobrir o que tudo isso significava, quando tive uma curta temporada com uma doutora como essa. Seu consultório era perto de onde eu trabalhava e, embora ela não fosse uma especialista em TDAH, não pensei que isso tivesse importância.

Nossas sessões consistiam nela dizendo “Não tenho certeza do que você está querendo me dizer” ou, “Vamos tentar ficar num só assunto de cada vez” e, “Não posso ajuda-lo quando você fica assim tão agitado,” enquanto tentava não hiperventilar, conforme olhava para seu relógio e empurrava sua cadeira cada vez para mais perto da porta. Depois de um tempo, percebi que estava aterrorizando a pobre mulher. Então, deixei-a em paz, e fui procurar alguém que não ficasse tão amedrontada por um sujeito de meia idade tão agitado quanto eu. Também descobri que quando você procura por um terapeuta, se ele tem experiência com o TDAH e se não fica assustado com os sintomas é mais importante do que se o seu consultório fica perto de você.

4- O pesquisador

Se no meio de uma sessão de terapia você tiver a impressão de que é um rato de laboratório sendo testado no meio de um labirinto de perguntas complicadas que parecem ter respostas certas e erradas, seu médico pode ser um pesquisador. Esses terapeutas são um problema.

Primeiro, eles desumanizam, reduzindo-o à soma dos seus sintomas (esta é uma armadilha comum que os médicos e pacientes têm de evitar cuidadosamente). E pior, os pesquisadores estão somente interessados em você como um caso a ser testado com suas teorias para animais. No total, eles têm muito pouco interesse real pelo seu bem estar – especialmente se o que você diz e ou faz não acaba por apoiar a teoria dele. Quando você se sente preso em um canto que não conhece e rotulado com marcas com que não concorda, pule fora do labirinto, corra para a saída, e encontre um médico que não gaste o seu tempo tentando enfiá-lo numa caixa.

5- O comediante

Eu gosto de piadas tanto quanto os outros, mas não quando elas são sobre mim. Como você se sentiria se levasse seu carro para uma revisão preventiva e o seu mecânico ficasse dando risada e balançando a cabeça pacientemente por causa dos problemas - oh, tão interessantes - com os freios e a caixa de direção?

Os mecânicos de cérebros também não devem achar nenhuma graça nas dificuldades do TDAH. Tive um terapeuta que me deu aquele olhar de curiosidade depois que eu lhe disse que tinha tido três ataques de pânico, em algumas semanas, durante almoços de negócios num restaurante italiano. Se você começa a suspeitar que o seu psiquiatra esteja usando a sua dor para nova piada (“Tive alguns pacientes malucos, mas o que está acontecendo com esse sujeito e o almoço? Será um pití?”), caia fora logo.

6- O jogador de culpas

Nos meus trinta anos, fui a um psicólogo que me disse que eu não tinha um problema com bebida – tudo era culpa da minha mulher. Ele me disse para imaginar que uma almofada de sofá era a cara do meu pai e a praticar lutas com ela. “Vá em frente,” ele disse, “Deixe sua raiva sair – bata na almofada – bata com força”.

Este cara foi o meu favorito por um tempo – alguém tinha de ser culpado pelas coisas ruins da minha vida e eu tinha de sair de cada sessão de terapia como a vítima correta. Não era para amar isso?

Mas lá no fundo da minha mente eu sabia que eu era realmente um alcoólico, não importasse o que o cara dissesse, e que minha mulher só queria uma vida um pouco mais pacífica. Quanto aos problemas forçados em relação ao meu pai, ele sempre foi amável e gentil comigo. Entretanto, não tenho certeza de que esse era o caso do terapeuta.

Cuidado com este tipo: Eles são sedutores. Lembre-se, terapeutas que ouvem são bons, mas eles também devem ter um cérebro se estiverem a fim de lhe dar alguma ajuda verdadeira. Você não encontrará seu potencial interior para descobrir as maneiras de entender e lidar com o que vai em sua cabeça, se sempre for culpa dos outros.

7- O curador rápido

Este profissional de saúde mental está constantemente dizendo “Ham ham” e balançando afirmativamente a cabeça enquanto você está falando. Seu bloco de notas está de lado quando você entra. Ele tem um pacote esquematizado, e fica mais confortável com entrevistas de 15 minutos. E se você tiver bastante sorte de conseguir uma sessão completa, ela ficará parecendo três sessões de 15 minutos amontoadas.

Os ham ham parecem chuva. Então vem um relâmpago. Não, é somente outro “isto parece bom,” para seguir qualquer comentário incompleto que está saindo da sua boca. Então você é incentivado com um rápido sorriso e uma tapinha no ombro. Seu medico não ouviu nenhuma palavra do que você ou ele disse em todo o tempo em que estiveram conversando. Se este é o caso do "cego guiando o cego," ou somente a velha pressa, você não terá nenhuma ajuda real com o seu TDAH aqui. Receba a última tapinha e vá embora. Provavelmente sua ausência não será sentida.

8- O juiz distante

Uma vez, tive uma experiência com este tipo de terapeuta. Deveria ter sabido que era uma má escolha tão logo entrei no seu enorme consultório. Pinturas americanas antigas e originais e objetos de arte enfeitavam cada pedaço de suas paredes, exceto o espaço atrás de sua mesa, o qual era cheio de diplomas emoldurados e algumas fotos do doutor conversando com pessoas importantes, sem dúvida. As cadeiras, otomanas, e os sofás eram feitos de couro escuro estofado, com enfeites de latão. Pesadas cortinas enquadravam uma vista do jardim. Espero nunca entrar novamente numa sala tão intimidante assim.

Quando o doutor entrou, ele sentou-se atrás da mesa, olhou para mim e disse, “Fale-me sobre você.” Não me lembro do que eu falei. Mas ele reclinou-se em sua cadeira, enquanto eu falava, e tomou notas. Então ele checou algumas coisas em um formulário, e me deu minha primeira receita de TDAH. Enquanto voltava para o meu carro, percebi que o homem mal me olhou durante todo o tempo em que fiquei lá. Agora, pode parecer óbvio a vocês que este tipo de gente não deve ser procurado para tratamento. Mas eu demorei duas sessões para descobrir que ficar junto com esse pedante não era o jeito de obter ajuda para lidar com meus problemas. Então, mais uma vez, saí à procura daquele tipo humano e inteligente de terapeuta que escuta, que todos nós com TDAH do adulto realmente necessitamos.

9- O confortador confuso

Este terapeuta costuma ser um psicólogo, e frequentemente tem um apelido que combina o título de doutor com o seu primeiro nome. (O Dr. Phil da TV é uma rara exceção – veja “O disciplinador.").

Em contraste com a doutora nervosa, o confortador confuso tem somente uma cordial compaixão por você – não importa a causa. Você poderia ir à sua sessão arrancando a cabeça de um esquilo com seus dentes e gritando como um pirata bêbado, e a única reação que teria seriam acenos simpáticos e gentis encorajamentos. (Não que eu tenha agredido um esquilo, a não ser que ele começasse.) Eu tive um terapeuta como esse, uma vez, com grandes olhos compreensivos, que ficava com uma touca afegã no colo. Ele se erguia ao final de cada sessão e me dava um abraço. Um abraço? Ele não percebia que os portadores de TDAH não querem simpatia, o que queremos é alguma ajuda para encontrar as soluções e as maneiras práticas de melhorar.

10- O analisador de sonhos

O TDAH é confuso – se você sabe ou não que tem ele. Ele pode coexistir com a ansiedade ou levar a ela. Pode causar ataques de pânico e insomnia, entre outras comorbidades comuns. Você pode começar a questionar as coisas básicas que você sabe sobre si mesmo. Sou uma boa pessoa? Minha vida bagunçada tem algum sentido afinal? Se tratamentos anteriores para o TDAH não forneceram respostas satisfatórias, então, como eu fiz, você pode decidir tentar uma psicoterapia subconsciente, um mergulho profundo, com um analisador de sonhos.

Para alguns, isto pode ser útil – para mim, não foi muito. Quando comecei essas sessões, esperava que encontrássemos a fonte do meu pânico, auto aversão e incapacidade de focar, vasculhando as cavernas da minha vida de sonhos subconscientes e erradicá-los com a luz brilhante do entendimento. Eu lia em voz alta as anotações do meu diário de sonhos e o psiquiatra ouvia e tomava notas, então tentava encontrar uma linha consistente que levasse à minha infância, mas como meus sonhos, eu ficava mudando de assunto. Então eu me esquecia de escrever o meu diário e me esquecia dos meus sonhos. Quando comecei a me esquecer das minhas anotações, o médico e eu decidimos parar.

Agora, eu creio que quando você luta com transtornos mentais – problemas com as ligações cerebrais como o TDAH, hipomania, ou transtorno bipolar –você não terá muita ajuda tentando tirar algum sentido dos seus sonhos. Tentei a velha solução da faculdade (embora nunca tenha tido paciência para terminar a faculdade), mas o que consegui foi dobrar a minha ansiedade porque nem o analisador de sonhos nem eu fomos capazes de encontrar algum sentido no meu subconsciente. Mesmo quando eu conseguia me lembrar deles, sendo os sonhos partidos de um TDAH-hipomaníaco-neurótico-insone, eles não tinham foco suficiente para serem analisados.

Os bons e os maus sinais

Sinais de aviso de que um terapeuta pode não ser bom para você


• Parece impaciente e/ou distante

• Escuta apenas superficialmente

• Oferece soluções rápidas

• Fala de sua situação/transtorno em generalidades

• Tem noção pré-concebida do tratamento

• Certifica-se de que você sabe da importância dele e de sua experiência no assunto

• Arruína sua autoconfiança

Sinais de que um terapeuta pode ser perfeito para você

• Não tem pressa

• Deixa você confortável

• Ouve você – ouve realmente, e faz bom contato com o olhar

• Dá valor às suas dúvidas

• Interage com você como um ser humano

• Tem ideias às quais você responde

• Dá a você autoconfiança e confiança em suas habilidades

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

69- Déficits das Funções Executivas em Crianças

Melhorar as habilidades das funções executivas pode ajudar seu filho com TDAH a superar os frustrantes obstáculos acadêmicos e a ser bem sucedido na escola. by Marcia Eckerd , Stephen Rudin

"Está chovendo crianças no meu consultório,” diz Roy Boorady, Ph.D., professor assistente de psiquiatria infantil e adulta na New York University’s School of Medicine and Child Study Center. Toda primavera, os psicólogos que fazem testes neuropsicológicos são procurados por muitos estudantes do ensino médio e da faculdade que estão tropeçando nos estudos. A razão de suas visitas é sempre a mesma. Eles têm dificuldade de acompanhar as mudanças de rumo do seu meio ambiente educacional.

Tais alunos são geralmente diagnosticados como tendo dificuldades de aprendizagem ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e são feitas as intervenções. Muitos melhoram, alguns até dramaticamente. Mas outros, apesar dos serviços educacionais e da ajuda médica, continuam a ter problemas. Alguns ficam para trás, outros sofrem burnout e desistem de continuar tentando. A questão irritante é “Por quê?”.

Sinais de Déficit das Funções Executivas

Além dos problemas de dificuldade de aprendizagem ou de déficit de atenção, que tais crianças exibem, muitas também revelam déficits das funções executivas. Elas não têm a capacidade de controlar a frustração, de iniciar e terminar as tarefas, de lembrar e seguir os vários passos das instruções, de permanecer no assunto, de planejar, organizar e se auto monitorizar. Os terapeutas de TDAH e outros profissionais que podem avaliar e diagnosticar o TDAH tipicamente apontam para os problemas de função executiva, mas muitas famílias não ligam para eles, por acharem que são menos importantes do que os outros desafios de aprendizagem. Entretanto, está bem claro que o bom funcionamento das funções executivas é um fator chave para o tratamento das dificuldades acadêmicas.

As funções executivas são as habilidades que um indivíduo de qualquer idade precisa dominar para lidar com os problemas diários. A automonitorização é particularmente importante para os estudantes porque ela governa sua habilidade de avaliar seu trabalho e comportamento em tempo real. Ela separa os estudantes bem sucedidos dos fracassados.

“As funções executivas incluem aprender a equilibrar os esportes, música e outras atividades sociais com as necessidades acadêmicas,” diz Susan Micari, M.S. Ed., ex-presidente da ”the New York Chapter of the Association of Educational Therapists. “Geralmente é necessário que o estudante reconheça que necessita de apoio extra dos professores, para ser capaz de o solicitar.” Micari afirma que os déficits das funções executivas desempenham um papel significativo na gravidade do TDAH e da dislexia.

Quando começam os problemas com as funções executivas

As transições do sexto para o nono ano são críticas para os alunos. No intervalo de um curto verão, acontecem duas coisas. Para os do sexto ano, a estrutura da escolar elementar desaparece. Para os do nono ano, o nível das expectativas acadêmicas aumenta dramaticamente. Estudantes com fortes habilidades verbais, dos quais se espera um desempenho excelente, tropeçam se tiverem problemas com as funções executivas.

É crucial para os pais, educadores e terapeutas resolver os problemas de funções executivas, assim como os de aprendizagem, para ajudar os estudantes em dificuldade. Geralmente, no entanto, as dificuldades de aprendizagem são ignoradas. Esta abordagem é semelhante a consertar a transmissão de um automóvel e ignorar a direção defeituosa.

Os pais geralmente entendem o diagnóstico de TDAH ou de dificuldade de aprendizagem. Eles já ouviram falar desses transtornos e sobre o leque de tratamentos que existe, começando pelas medicações. Infelizmente, a informação sobre as funções executivas geralmente some.

“Os pais não entendem por que seus filhos não são capazes de trabalhar de modo independente nas tarefas de casa ou em sala de aula, ou por que não são mais bem organizados,” diz Marianne Findler, Ph.D., professora assistente de psicologia em psiquiatria no Weill Cornell Medical Center. “Eles acham que suas crianças pegam as habilidades de funções executivas quando mostram a elas o que deve ser feito. Sua tentativa de resolver o problema é comprar uma nova pasta organizadora ou um organizador eletrônico.”

Onde obter ajuda para lidar com as funções executivas e o TDAH

Quem pode ajudar com as funções executivas? Muitos pais não têm o conhecimento ou as habilidades para corrigir os déficits de funções executivas. Além disso, os pré-adolescentes e os adolescentes não gostam de ser importunados por seus pais, os quais, por sua vez, não querem fazer o trabalho de “fiscal do trabalho de casa.” As escolas geralmente não têm professores especializados ou preparados para lidar com os desafios das funções executivas. Os estudantes precisam de treinamento fornecido por profissionais especializados nos problemas das funções executivas e em como ensinar as habilidades para melhorá-las. Conversar com seu médico, psicólogo ou psiquiatra é geralmente a melhor maneira de começar.

Boas habilidades de função executiva não são a garantia do sucesso acadêmico, mas a sua ausência é um sinal da dificuldade em algum ponto, e da perda da autoestima que segue. Precisamos ajudar precocemente as nossas crianças, de modo que elas possar ser bem sucedidas na escolar e na vida.
This article appeared in the Spring 2011 issue of ADDitude.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

68- Ajude seu filho a controlar o humor

As crianças são beneficiadas por aprender a esperar pelos prêmios e por abandonar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por Carol Brady, Ph.D.

Todos nós já enfrentamos esses horríveis displays de doces, tão convenientemente colocados nos caixas das mercearias. Quantos pais exercem o controle e dizem “NÃO” quando “Ah, por que não?” é tão mais fácil do que enfrentar a provável crise de birra, na frente de todo mundo que está na fila? Qualquer revista de aconselhamento de pais no mesmo mostruário ao lado do caixa, nos escarnecerá com “10 maneiras fáceis de estabelecer limites para as crianças”. Não é tão FÁCIL para mim.

Você pode estar se perguntando: “Por que não ser flexível? Por que não ceder?” Embora a flexibilidade ocasional seja legal, o bem que todos podemos dar às nossas crianças é ensinar que a vida tem seus limites. Estabelecer limites claros é confortável para a longa jornada, especialmente para crianças que não têm nenhuma perspectiva sobre como as decisões impulsivas as afete.

Não é justa!

Como adultos, temos a responsabilidade de ensinar às crianças (como sua mãe e a minha geralmente diziam) que a vida “não é justa”. As crianças se beneficiam por aprender a esperar pelas recompensas e por superar os desejos que não são razoáveis ou saudáveis. Por meio da frustração ocasional, elas desenvolvem a habilidade de tolerar situações que não são como elas querem. Se nós relevamos cada capricho, elas não poderão aprender a lidar com a frustração de um modo saudável e maduro. A vida torna-se mais exigente conforme elas crescem. Ajudá-las a vencer ameaças especiais e a esperar pelas recompensas é o início para ajudá-las a lidar com o seu próprio senso de competência.

Entretanto, uma criança com TDAH é um caso especial no qual uma vontade atual é intensamente perturbadora. Embora cada criança seja única em sua capacidade, esperar por qualquer coisa é mais difícil para essas crianças (e adultos) que precisam exercer maior esforço para controlar sentimentos de todos os tipos. Quando as coisas não seguem seu caminho, a criança com TDAH pode ir da calma à fúria num piscar de olhos.

Muitas crianças com TDAH são obsessivas e incapazes de se livrar de um determinado pensamento. Se elas têm em mente ir nadar, por exemplo, mas não podem ir por causa de uma tempestade inesperada, prepare-se para uma crise de furor. Elas não se esquecerão de nenhuma promessa feita, ou até mesmo de qualquer expectativa que exista somente em sua imaginação. A memória pode aplicar peças em nós se o desejo de um resultado for muito, muito forte.

O que um pai pode fazer?

Não há resposta mágica. É uma habilidade a ser desenvolvida ao longo do tempo por meio de tentativa e erro, e pela leitura de livros, pela procura de auxílio profissional e por perguntar aos outros pais e parentes. Armado com informação você pode então experimentar abordagens diferentes para descobrir quais métodos funcionam melhor para você e para sua família.

Como estabelecer limites que funcionem.

Enquanto crescem, as crianças com TDAH geralmente enfrentarão desapontamentos de todos os tipos – não somente a recusa de alguma brincadeira. Elas também têm de enfrentar o fato de não serem bem tratadas pelos amigos, de não ganharem um papel em peça de teatro escolar, de descobrir que seu irmão comeu o ultimo pedaço de torta de cereja, ou que seu melhor amigo está se mudando para longe – ou que o trabalho para o qual ela se inscreveu não deu certo – qualquer realidade que as confronte de modo diário e que as faça se sentirem... mal.

Como ajudar seu filho a dar conta

Controle o ambiente. Não programe situações que tenham chance de serem muito estimulantes ou cheias de estresse para seu filho com TDAH, tais como levá-lo ao shopping às cinco e meia da tarde, após um longo dia, ou ficar em uma festa de família até altas horas da noite. Entretanto, isso é dependente da idade e pode ser ajustado com o tempo.

Controle o resultado. Não tenha medo de abandonar uma situação que você vê que está se tornando um conflito para a criança. Aprenda a ler os sinais de ameaça de desapontamento. Por exemplo, um primo adolescente provavelmente não vai convidar o quintanista para se juntar aos seus amigos quando eles sairem da festa do vovô e da vovó. Então, procure sair antes de surgir a sensação de que está sobrando.

Estabeleça limites, e mantenha o seu ponto. Não discuta sobre situações que você sabe que seu filho já entende, mas que continua a perguntar – “Mas por que eu não posso (ter isso, fazer aquilo, ir lá, etc.)?” Estabeleça seu limite, fique calmo e entenda os sentimentos dele: “Sei que você está desapontado, mas sua tática não funciona comigo”.

Ensine paciência. Antes que uma crise de raiva ou uma discussão tenham se iniciado, fale com a criança sobre como esperar pelo que ela quer, ou como planejar para o que ela sente que precisa, ou como ter alternativas que sejam quase como o que ela imaginou.

Minimize a frustração. Ofereça estratégias para lidar com “grandes” sentimentos depois de desapontamentos, tais como falar com um adulto, jogar algo divertido, técnicas de relaxamento ou brincar com animais. Linguagem interna positiva ("Talvez da próxima vez eu ganhe o jogo"), tempo e apaziguamento podem ajudar as crianças a desenvolver uma nova tática ou apenas deixar que elas façam algo que queriam.

Reconheça seus esforços. Observe e comente nas ocasiões em que seu filho esteja propenso a deixar a coisa correr. A aprendizagem da capacidade de lidar com a deslealdade e os desapontamentos demora uma longa jornada de reforço de bons padrões.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

67- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (terceira parte)

Cinco guias para os pais de crianças e adolescentes violentos e desafiadores
Guia 1 – Terapia combinada - é um programa de disciplina mais medicação – é melhor para o comportamento desafiador. A medicação para o TDAH pode ajudar a criança a controlar melhor suas emoções, então ela terá menos probabilidade de reagir explosivamente, mas não mudará seu comportamento desafiador.

Guia 2 – Lembre que o comportamento desafiador de uma criança geralmente piora após participar de um programa de desafio, diz Tim Verduin, da New York University. Como ela não está tendo a resposta que ela quer que você tenha, e a que ela estava acostumada, ela aumenta o comportamento negativo para tentar obtê-la.

Guia 3 – Se as crises de furor do seu filho parecem mais explosivas e frequentes do que as dos seus colegas, ele pode ter TOD. Cerca de 5% das crianças têm TOD, mas 65% das crianças com TDAH também têm TOD, de acordo com algumas estimativas.

Guia 4 – “Nunca é boa ideia estabelecer uma regra que você não consiga manter o tempo todo,” diz Joyce Divinyi, autora de Discipline that Works: 5 Simple Steps. “ Crianças desafiadoras arriscam a sorte. Se elas podem continuar com o comportamento desafiador uma vez – pode ser somente uma vez em seis – elas lutarão por aquela vez”.

Guia 5 – Demora seis meses para mudar o comportamento desafiador, diz a psicóloga Joyce Divinyi. “Eu encorajo os pais a procurar treinamento e apoio durante as fases de desafio. Diga a um terapeuta, ´Li este livro, ou estou fazendo aquele programa. Faz muito sentido para mim, mas preciso de apoio enquanto estiver lidando com isso. O que você sugere? ´”.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

66- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos (segunda parte)

Cursos de Treinamento para os pais: como escolher

Nos Estados Unidos há muitos cursos de treinamento de pais. Cada um deles oferece algo único.

1- Terapia de Interação pais-criança (Parent-Child Interaction Therapy – PCIT)

A PCIT geralmente é oferecida em centros ligados a universidades e por terapeutas individualizados.

É melhor para os pais de crianças dos dois aos sete anos de idade. A PCIT envolve a terapia um-a-um com os pais, e possivelmente outros membros da família, assim como com a criança desafiadora. Você interage com seu filho em sala com falso espelho. O terapeuta fica sentado do outro lado do espelho, falando com você por um ponto eletrônico. “A vantagem de se comunicar com o pai é que a criança associa essas habilidades ao pai, não ao terapeuta,” diz Timoty Verduin, Ph. D., diretor clínico do Institute for Attention Deficit Hyperactivity and Behavior Disorders no New York University Study Center.

Para encontrar um terapeuta: PCIT International

2- Ajudando uma criança não complacente (Helping a Noncompliant Child)

É um programa usado com a criança e os seus pais, descrito no livro de Rex Forehand “Parenting the Strong-Willed Child”.

É melhor para crianças de três a oito anos de idade. Você lê e segue as intruções do livro, participa de programas de grupo, ou trabalha em base um-a-um com um terapeuta. “A criança deve estar num sala com um pai, para que o terapeuta possa demonstrar a melhor resposta e encorajar o pai,” diz Forehand.

Para encontrar um terapeuta: Association for Behavioral and cognitive Therapies (ABCT)

3- Seu filho desafiador (Your Defiant Child)

É um programa descrito por Russell Barkley em seu livro de mesmo nome.

É melhor para crianças de quatro a doze anos de idade, especialmente aquelas grave ou persistentemente desafiadoras. Nas primeiras quatro semanas, os pais aprendem a dar aprovação, elogios e reconhecimento e a estabelecer incentivos e brindes para encorajar o bom comportamento. Nas outras quatro semanas os pais aprendem como corrigir o comportamento desafiador, usando estratégias focalizadas em um problema de cada vez e agindo em 10 segundos após a ocorrência do problema. Outro elemento é chamado “Ajude o professor a ajudar seu filho”, no qual os pais usam um cartão diário de notas para se comunicar com o professor. Os pais também aprendem como ajustar o sistema de recompensas de acordo com a idade da criança.

Uma mesada semanal funciona para Christopher Covello, um menino de 13 anos, de Norwalk, Connecticut, que foi diagnosticado como TDAH aos 5 anos de idade e tem episódios ocasionais de birras e de desafios. Sua mãe, Jennifer, pregou uma lista de tarefas na geladeira. Se Christopher as faz sem queixas, ele tem a mesada ao final da semana. Se ele não as faz, ou reclama, sua mesada é diminuída em parte. “Ele mesmo organizou a lista, de modo que ele tem propriedade sobre seu arranjo”, diz Jennifer. “Fizemos um acordo e ambos o assinamos”.

4- Programas em grupo

Os programas em grupo ensinam os princípios da PCIT para grupos de 25 pais e têm o benefício adicional de dar apoio aos pais e custar menos do que a terapia privada. Existem três programas: COPE (Community Parent Education), difícil, de estilo conservador, ministrado à noite por paraprofissionais aos pais de crianças e adolescentes; Incredible Years, para os pais de pré-escolares, focalizando na intervenção precoce para prevenir a piora do comportamento desafiador; e Positivfe Parenting Program, dirigido aos adolescentes e também fornecendo estratégias para controlar os problemas conjugais causados pelo comportamento desafiador.

Auxílio para adolescentes violentos e desafiadores

Se o comportamento desafiador não tiver sido solucionado quando a criança atinge sua adolescência, o treinamento dos pais não funcionará. Você não consegue colocar de castigo um adolescente que é maior e mais forte que você. Entre no Collaborative Problem Solving (CPS), um programa criado por Ross W. Greene, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School, e descrito em seu livro “The Explosive Child” (Harper Collins).

A premissa: Crianças desafiadoras, com TDAH não são obstinadas ou manipuladoras. Seu comportamento desafiador resulta de uma falta de controle emocional e de habilidades comportamentais. Os proponentes do CPS veem o comportamento desafiador como uma dificuldade de aprendizagem. “Em vez de ter dificuldade com matemática ou com a leitura, essas crianças têm dificuldade com a solução de problemas, em flexibilizar o pensamento e a frustração,” diz J. Estuart Ablon, Ph.D., diretor do Think:Kids, no Massachusetts General Hospital.

Como funciona: O programa dá às crianças as habilidades que elas não têm – desde habilidades sociais até habilidades de função executiva – em vez de usar um sistema de premiação e punição. O primeiro passo é identificar e entender a preocupação da criança em relação a um problema (terminar o trabalho de casa ou uma tarefa), e assegurar a ela que o problema será resolvido pela criança e por um adulto, juntos. O segundo passo é identificar a preocupação do adulto a respeito do mesmo problema. O terceiro passo convida a criança para as soluções pensadas com o adulto, para encontrar um plano que seja mutuamente satisfatório.

O que você aprende: Como fazer perguntas ao seu filho, de um modo que o ajude a explicar o que desencadeia o comportamento desafiador; como compartilhar as suas preocupações com ele e ajudá-lo a compartilhar as dele.

O CPS controlou os problemas de comportamento que Armen Afarian, de 12 anos, tinha na escola. Quando estava no ensino médio, Armen foi suspenso porque os professores notaram seu comportamento desafiador no intervalo. A regra era de que quando o sino tocasse, os estudantes tinham de parar de jogar basquete e correr para a sala de aula. Em alguns dias, Armen jogou ainda depois do toque do sino, o que o levou a ser suspenso.

A mãe de Armen, Debra Ann, que tinha feito a terapia do CPS com seu filho, pediu uma reunião com os professores dele para discutir soluções para o problema. Armen disse, “Eu paro às vezes, porque estou em um número par de jogadas”. “Se não paro quando o sino toca é porque estou em um número ímpar, e eu não posso parar nada em um número ímpar.”

“Não vamos puni-lo, porque nada vai mudar isso,” disse um professor. “Como você acha que poderemos resolver este problema?” Armen respondeu, “O intervalo é de 15 minutos; eu poderia parar em um número par se eu soubesse que estivesse chegando o fim do intervalo.”

Não importa a abordagem que você adotar para controlar o comportamento desafiador do seu filho, a recompensa vai além de evitar brigas. Melhorando a maneira que você interage com seu filho, você melhorará seu relacionamento e aumentará sua autoestima e autoconfiança. Estes benefícios duram a vida toda.

Esta parte é continuação da postagem 64 (continua)

sábado, 2 de abril de 2011

65- Bullying: colégio terá que indenizar família de aluna

Pais de aluna, que haviam alertado colégio sobre humilhações, obtêm indenização na Justiça do Rio - Clarissa Thomé, O Estado de S.Paulo.

O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.

Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.

A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastada, causando arranhões.

Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.

Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.

Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."

J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.

"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam."

Publicado no Blog do Noblat em 02-04-2011  
(Vejam a postagem no. 20- Quando o seu filho é o culpado pelo bullying)

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