Eu me pergunto se viver com o TDAH me levou à vulnerabilidade
da dependência de drogas ou se foi a dependência de drogas que me levou ao
TDAH. A gente nasce com isso ou é com o tempo que ele aparece? O que acontece
agora? Quais são as alternativas de tratamento do TDAH?
RESPOSTAS:
1
Você nasceu com o TDAH. Se você não o tinha quando nasceu,
não o terá agora e não poderá desenvolvê-lo. [Nota do tradutor: Discordo. Até
20% dos casos de TDAH são provocados por fatores não genéticos]. Por outro
lado, ter TDAH o expõe à vulnerabilidade da dependência de drogas. Somos mais
impulsivos. Estamos sempre procurando mais estimulação. Sofremos mais
frequentemente de dor emocional, e procuramos alívio. Vim a me dar conta que
tinha TDAH, e isso foi oficialmente diagnosticado com a idade de 63 anos. Tenho
uma longa lista de alcoólicos na minha família. De alguma maneira escapei
disso, mas sempre tive meu conjunto de problemas que não conseguia identificar.
Na infância, fui levado a correr e me tornei um “astro da estrada” e corredor
de maratona. Também fui levado à Meditação Transcendental aos 20 anos de idade,
principalmente porque me sentia bem e porque, acho, fazia a dor sumir. Essas
duas coisas atualmente são recomendadas como modalidades de tratamento:
exercício vigoroso e alguma forma de meditação. Elas, sem dúvidas, me salvaram.
Boa sorte. [Postado por Ton K em Feb 07,2013 às 5:10 pm]
2
Falando de modo amplo: O TDAH é algo com que você nasceu.
Geralmente é genético. Viver com o TDAH, assumindo que você nunca foi
diagnosticado ou tratado profissionalmente, realmente o torna mais vulnerável à
dependência de álcool e de drogas.
Danos causados ao Sistema Nervoso Central pela dependência
de substâncias ilegais ou abuso de medicamentos receitados ou que não precisem
de receita o deixarão com sintomas semelhantes. Eu nunca fui dependente de
drogas, mas tive minha cota de bebidas por cinco anos, e parei. A depressão e
os pensamentos de suicídio me levaram a pedir ajuda psicológica. Isso e o que
eu aprendi com muita leitura me ajudaram tremendamente.
Como tratamento alternativo para o TDAH, acho que você quis
dizer tratamento sem medicamentos. Há tratamento alternativo, mas eu lhe sugiro
ajuda profissional.
Não sou médico. Minhas respostas e sugestões são baseadas em
experiência pessoal como pai de uma criança com TDAH tipo desatento, com várias
comorbidades, e eu, pessoalmente, diagnosticado com TDA. Além disso, trabalhei
no campo da justiça criminal por 38 anos. Fiz uma boa quantidade de leituras ao
longo dos anos e fiz muitas perguntas. [Postado por queen4jgro em Feb 07, 2013
às 5:59 pm]
3
A postagem de Tom K é ótima. Eu também sugiro que você leia
sobre Transtornos da Integração Sensorial, porque os sintomas são semelhantes.
[Postado por queen4jgro em Feb 07, 2013 às 6:00 pm]
4
Obrigado. [Postado por mommabear5 em Feb 07, 2013 às 6:11
pm]
5
Dependência também pode se desenvolver por automedicação,
conforme você tenta controlar seu TDAH. [Postado por LCC em Feb 07, 2013 às
6:36 pm]
6
Concordo que essa condição médica é genética.
Estatisticamente eles dizem que é 70%, embora eu ache que seja mais. Os
sintomas do TDAH podem também se desenvolver depois de uma lesão cerebral.
Muitas pessoas, eu acho, concordam que nasceram com ele. No que me diz
respeito, tive uma longa vida de dependência de açúcar refinado, até meu
diagnóstico com a idade de 49 anos. Com o uso de Ritalina, minha dependência do
açúcar diminuiu. Depois de 3 meses de uso de Ritalina, comecei um regime de
alto conteúdo de proteínas, carboidratos complexos, exercício, doses
terapêuticas de vitaminas, minerais, óleo de peixe, aminoácidos, oligominerais
e grandes quantidades de frutas, vegetais e água. Minha dependência do açúcar
cessou. Foi como se o meu paladar mudasse. Eu não queria nada muito doce. Ainda
gosto de alguns pedaços de chocolate escuro de alta qualidade diariamente, mas
exceto isso, praticamente não uso mais açúcar refinado. Não tenho mais vontade.
Isso já faz dois meses. Há pouco perdi meu gosto por vinho. Bebi Pinot Grigio
por 14 anos. Absolutamente amava meu vinho, mas agora já faz duas semanas que
não bebo, e não quero mais beber. De verdade, sumiu da minha mente. Nunca
pensei que parasse. Mas descobri agora que meu cérebro e corpo estão
quimicamente equilibrados e não quero acrescentar nada que me derrube. Vivi
desequilibrado por 49 anos e não vou voltar a isso. Viver todos os dias sem
nenhuma dependência é a verdadeira liberdade. Creio que seja por causa da minha
dieta. Outra modalidade a ser considerada, além da medicação, é a neuroterapia.
Tive 7 sessões e fiquei satisfeito com a melhora da minha capacidade de focar e
manter a atenção. Mitzi. [Postado por Mitzi Maine em Feb 07, 2013 às 8:27 pm]
7
Sugiro a leitura desse livro: Scattered Minds, do Dr. Gabor
Mate. (http://drgabormate.com/writings/books/scatered-minds/)
Ele tem uma perspectiva nova do TDAH. Ele próprio tem TDAH e
fez muita pesquisa sobre o assunto. Eu li o livro e ele me deu muito
conhecimento sobre mim mesmo, mas também para o resto de minha família, todos
com TDAH, também. (Você pode imaginar o circo que é nossa casa!). Ele fala
sobre o TDAH ser parcialmente hereditário e parcialmente ambiental. Ele discute
como os estressores da vida e uma família instável podem ativar o TDAH. Fala
sobre como pessoas com TDAH são (e elas definitivamente são) mais propensas a
desenvolver algum tipo de dependência. Seja abuso de substância, compulsão pelo
trabalho (ele é um autoproclamado “workaholic”), ou qualquer outro tipo de
dependência. Fala sobre como nossa sociedade hiperveloz também faz pessoas não
TDAH se comportarem como se tivessem TDAH, o que pode levar a erro de
diagnóstico, mas, também, em minha opinião, a visão de que o TDAH não é tão
grave como de fato é (porque todo mundo é assim, certo?). Também há grandes
secções do livro que discutem como ajudar seus filhos a superar o TDAH e como
os adultos podem se ajudar a si mesmos a superá-lo, também. Ele é muito
inteligente e o livro não é difícil de ler. Não importa quanto você demore, eu
recomendo a todos com TDAH que o incluam na sua pesquisa e no seu tratamento.
Falando de dependência, eu acho que fiquei dependente de
coisas que eu gosto. Como o álcool. Não sou um alcoólico, mas quando bebo,
sinto que não consigo controlar quanto vou beber naquela noite. O que eu quero
dizer e que eu quero o efeito, mas o quero imediatamente. Então, bebo
rapidamente. Isso me faz ficar logo alterado (porque não bebo muito
frequentemente) e acabo ficando bêbado quando o que eu realmente queria era só
ter um sentimento um pouquinho mais elevado (você sabe o quanto, um pouco antes
de “alto”). Também sou assim, algumas vezes, com comida. Se descubro uma nova
comida de que eu gosto, ou se tenho uma compulsão por alguma coisa doce, minha
tendência é de ficar comendo isso por um tempo, e não posso parar. Embora queira.
Depois, fico cansado disso ou tomo a decisão de não comprar mais nada daquilo.
Mas sempre fica um sentimento de ainda querer aquela coisa por um tempo depois
que decidi parar de tê-la. Parece uma série de compulsões de curta duração... seria
isso uma farra duradoura? Não sei, mas definitivamente me sinto indefeso
enquanto estou assim. [Postado por m ah lee em Feb 08, 2013 às 6:10 pm]
8
O Dr. Mate superou seu TDAH? O que ele recomendou? Estou
curiosa. Obrigado! [Postado por Mitzi Maine em Feb 08, 2013 ás 6:10 pm]
9
Eu sugeriria a leitura de algum trabalho do Dr. Daniel Amen
sobre TDAH/TDA e dependência. Ele fez SPEC scans de cérebros de pacientes que
foram inicialmente encaminhados a ele por dependência a vários estimulantes e
descobriu que eles estavam se automedicando para TDA/TDAH. Quando foram postos
sob estimulantes terapêuticos (como Concerta ou Ritalina) e fazendo trabalho de
recuperação, os dois problemas de saúde foram resolvidos. É importante lembrar
que muitas vezes há um problema de saúde mental subjacente que resulta no
comportamento compulsivo. Quando o problema mental é resolvido a dependência
também é resolvida. [Postado por TM em Feb 09, 2013 às 5:41 pm]
10
Da observação pessoal, notei que as pessoas com TDA e TDAH tendem a ser especialmente dirigidas para
as anfetaminas, porque elas podem (temporariamente e com alto custo) propiciar
um nível de foco geralmente inatingível por nós. Isso também explica porque
tantos com TDA tendem a ser fumantes, grandes bebedores de café e a ter
compulsão por açúcar. Isso não necessariamente significa que você será incapaz
de se safar sem a reabilitação, mas significa que os que têm TDA devem ser
especialmente cuidadosos sobre o uso dessas substâncias em primeiro lugar.
[Postado por statichaos em Feb 09, 2013 às 8:29 pm]
11
O TDA é uma condição comórbida, significando que normalmente
tem um ou mais componentes. Um componente comum é o abuso de substâncias. Temos
a tendência da automedicação para ajudar-nos com os sintomas, mesmo que
conscientemente não saibamos o que estamos fazendo. Das dezenas de amigos que
tive com TDA, a maioria de adultos que descobriram mais tarde na vida que
tinham TDA, tinha sofrido com abuso de álcool ou drogas. É como atividades de
alto risco, não temos consciência de que estamos a procura do estado alterado,
não necessariamente da atividade.
Somente após ter começado a ler estudos comecei a ver o
padrão destrutivo. Somente então senti que a informação de que eu precisava
para fazer as mudanças na minha vida que poderiam me trazer até onde estou
hoje. Embora eu seja ainda um grande bebedor de café, sei por que e como parar
pelo tempo que preciso. Para mim, não é a cafeína, mas uma muleta mental.
Cada um de nós tem nossos demônios. Embora eu tenha bebido
muito por 15 anos, não foi difícil parar de beber. Fumar? Isso é outra
história, também. Demorei 5 anos para me livrar dos cigarros, e precisou de um
choque médico para conseguir o feito.
O segredo de parar qualquer coisa para as pessoas com TDA é
fazer pior voltar atrás do que seguir em frente. Tive de contar a todo mundo
que conhecia que eu estava parando de fumar e que se alguém me visse fumando,
ganharia 100 dólares por me avisar. Paguei uma vez, para um antigo rival, e nunca
mais, depois dessa. A dor do triunfo desse sujeito foi simplesmente muito
grande para que eu continuasse com os cigarros.
Este é um bom lugar para obter conselhos em assuntos como
tal. Você provavelmente está protegido de ser levado ao limite, como muitos de
nós já fomos antes. Cada um de nós é único em nossa jornada e o que funciona
para um de nós provavelmente não funcionará para outros, mas já será um começo.
Aprenda isso: as coisas importantes em sua vida que o fazem
sentir a vida miserável são as mesmas coisas que, usadas corretamente, o farão
invejado por seus amigos e familiares. Você encontrará seu lugar, e quando o
fizer, será invencível. Como diz minha mulher, “quando ele põe na cabeça que
vai fazer alguma coisa que você acha ser impossível, saia da frente ou será
atropelado”. Nosso otimismo é infeccioso e pode fazer o impossível uma
realidade quando todos do seu time acreditam de verdade. [Postado por Wingkeel
em Feb 12, 2013 às 6:05 pm]