segunda-feira, 6 de julho de 2015

Estudantes relatam experiências com Ritalina sem receita (407)


Uso indiscriminado do medicamento é comum no vestibular e em faculdades. Marcela Donini

Depois das férias de inverno do cursinho pré- vestibular, um estudante de medicina de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, decidiu tomar Ritalina para melhorar o rendimento nos estudos. Ele conseguiu o medicamento com uma amiga e tomou os comprimidos por 20 dias.
Sem acompanhamento médico, ele conta que não sentiu nenhuma melhora no seu desempenho e lembra que, em dois anos de cursinho específico para medicina, viu muitos colegas usarem o remédio igualmente de forma indiscriminada, normalmente por meio de uma receita conseguida com um conhecido. “Diziam que melhorava na hora de estudar, mas sempre chegava o momento de aumentar a dose. Quando paravam de tomar, o desempenho acabava sendo menor do que antes da medicação."

Depois que passa no vestibular, boa parte dos alunos de medicina, no caso da Universidade de Santa Cruz (Unisc), seguem se automedicando. A coordenadora pedagógica do curso de medicina da instituição, Giana Diesel Sebastiany, conta que, desde quando começou a acompanhar o processo de seleção, em 2006, tem se surpreendido com o uso abusivo de Ritalina entre os estudantes. Tanto que a Comissão de Vestibular, desde 2014, mudou algumas regras no edital. Atualmente, os candidatos somente podem fazer uso de medicações durante a prova, com duração de cinco horas, mediante apresentação de receita médica.

A automedicação com Ritalina também é percebida entre os estudantes que já estão na universidade, especialmente em cursos com alto nível de exigência, como medicina. “Por serem estudantes, inclusive os da área da saúde, já deveriam saber avaliar os prós e contras do uso de medicamentos”, afirma a psicóloga do curso de medicina da Unisc, Carina Kirst.
Para ela, a questão do uso excessivo de medicamentos na busca de uma performance melhor no dia a dia está ligada à "ditadura do bem-estar". “Como se todos precisassem responder da mesma maneira positiva, ao mesmo tempo, a todas às intempéries da vida. Neste ponto, entram as medicações que atuam sobre nosso comportamento”, diz Carina.

Levando em conta esse quadro, a Unisc promove ações de conscientização e reflexão sobre o uso indiscriminado de medicações, com espaços de discussão, rodas de conversa em semanas acadêmicas dos cursos de saúde e também intervenções individuais.

Outros casos      
                                                                                                
O publicitário Guilherme Lemos, 23, usou Ritalina pela primeira vez quando precisava terminar seu trabalho de conclusão de curso da faculdade, em Porto Alegre. “Eu consegui com um amigo que tinha receita. Dava o dinheiro, e ele comprava pra mim. Ele me dava uma cartela que vinham 20 comprimidos e ficava com as outras para consumo próprio”, conta.
A maratona para se manter acordado e terminar seu trabalho levou quatro dias, tomando uma quantidade maior por dia do que se costuma recomendar, junto com café e energético. Sem nenhuma orientação médica, durante o período, ele dormia em torno de quatro horas por dia. Ele afirma que sentiu melhora na sua concentração, mas ao custo de efeitos colaterais. “Eu não conseguia comer praticamente nada, só bebia líquidos e tive taquicardia. Era um mal-estar constante”.
Guilherme voltou a tomar a medicação em outros três momentos, quando precisava terminar trabalhos com pouco prazo. “Funcionou mais nas primeiras vezes do que na última. O ruim é que eu sentia um mal-estar no estômago, algo parecido com uma cólica”, afirma. Ele afirma que amigos seus também utilizam Ritalina sem prescrição médica por curtos períodos, geralmente para estudar.

Diferentemente de Guilherme, Phelipe Nascimento, 22, tomou Ritalina para estudar para o vestibular mas não pretende fazer isso de novo. “Soube do potencial da Ritalina em uma reportagem de uma revista. Na época minha tia possuía a receita. Eu simplesmente pedi alguns e ela me deu”.
Ele usou duas vezes e conta que teve uma "grande concentração" durante cerca de meia hora, mas que depois foi diminuindo. “Não me arrependo, mas não tomaria novamente. O efeito passou muito rápido e tive taquicardia. Na minha opinião, a relação custo x benefício não vale a pena”, afirma Phelipe. O jovem passou no vestibular e hoje é estudante de Engenharia de Gestão, na Universidade Federal do ABC, em São Paulo. Mas ele garante que "não foi pelo uso da medicação".

Sem função em cérebros saudáveis    
                                                          
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, revelou que a Ritalina não produz efeito em pessoas sem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O estudo contou com a participação de 36 voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 30 anos, que ingeriram um comprimido sem saber se era Ritalina ou placebo e realizavam testes de memória e atenção durante duas horas.
O desempenho de ambos foi similar, o que comprova que a Ritalina não aumenta a capacidade cognitiva de pessoas saudáveis. “O que nós observamos foi uma sensação de bem-estar geral em quem tomou uma dosagem alta, de 40mg. Elas não ficaram tão cansadas com o teste”, afirma a coordenadora  do estudo e pesquisadora do departamento de psicobiologia da Unifesp, Silmara Batistela.
Isso porque, segundo ela, a Ritalina é um estimulante cerebral, que pode aumentar o tempo de estudo, mas não a capacidade de concentração. Ela ressalta que o remédio interfere no sistema cardiovascular e, por isso, não deve ser utilizado sem orientação médica. Antes de participar da pesquisa, os voluntários passaram por uma bateria de exames que mostrou se eles poderiam tomar a medicação.
Além disso, Silmara explica que o uso da Ritalina com o objetivo de passar mais tempo estudando é um grande equívoco, já que o sono é muito importante para a consolidação da memória. “Tudo o que a pessoa estudou vai ficar pouco tempo na memória. Diferente de quando se estuda um pouco, dorme e respeita o próprio organismo”, explica. Segundo ela, o uso indiscriminado de Ritalina pode acarretar em problemas no cérebro, visto que é um órgão delicado e complexo. “Não é saudável tomar um remédio sem necessidade. As pessoas acabam desregulando algo que funcionava bem e gerando complicações a longo prazo”.

Saiba mais sobre o medicamento
 
O medicamento tem como princípio ativo o metilfenidato, substância química estimulante que ajuda a focar e contribui para a capacidade de concentração. Por isso é utilizado no tratamento do TDAH. Ainda que haja outro medicamento à base de metilfenidato para tratar o problema, o Concentra, a Ritalina é o mais tradicional e popular. Existem dois tipos do remédio: a de curta duração (Ritalina) e a de longa duração (Ritalina LA).
A primeira é eliminada do organismo em cerca de três horas; a segunda, aos poucos durante o dia, e o paciente geralmente ingere menos comprimidos por dia. As miligramas e a quantidade de comprimidos por dia são indicados pelo médico, que avalia de acordo com o peso e a idade do paciente.

Segundo dados do Boletim de Farmacoepidemiologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgados em 2013, o consumo de Ritalina aumentou 75% em pessoas com idade de 6 a 16 anos, entre 2009 e 2011, no Brasil. Contudo, esse grande salto no consumo de Ritalina também se deve a quem não tem diagnóstico de TDAH e usa o remédio com o propósito de potencializar os estudos.

Apesar de ser um medicamento controlado, que necessita de indicação médica, a Ritalina é facilmente encontrada no mercado clandestino. Em uma rápida busca pelo remédio na internet, é possível encontrar sites que vendem esta e outras medicações controladas sem receita. Mas pelos depoimentos dos estudantes, o que parece ser mais comum mesmo é a distribuição entre amigos: alguém diagnosticado com TDAH tem a receita, compra e repassa aos colegas.



http://noticias.terra.com.br/educacao/sem-receita-estudantes-relatam-uso-indiscriminado-de-ritalina,0cc8fe2d52f9432f1ee000cf59fce15339t9RCRD.html 

domingo, 5 de julho de 2015

O Que Não Dizer Aos Pais de Uma Criança Com TDAH (406)


Apesar da sólida evidência médica do contrário, o TDAH ainda é considerado por muitas pessoas como nada mais do que falta de controle dos pais, muito tempo de televisão ou computador, ou uma desculpa dos pais para a falta de disciplina. Nada disso. Se você conhece alguém que esteja cuidando de uma criança com TDAH, aqui estão dez mitos e equívocos que você não deve repetir. Pelos editores de ADDitude.

Já Chega

Quando você está fazendo o melhor que pode cuidando de seu filho com TDAH, pode ser muito frustrante ouvir comentários mal informados de amigos bem intencionados, parentes e até mesmo de estranhos. Aqui estão os dez comentários mais insensíveis sobre TDAH que os pais escutam muito frequentemente.

1- O TDAH é somente uma desculpa para pais descuidados

Todos nós já ouvimos os julgamentos sussurrados "Por que eles não podem controlar seu filho?", "Eu nunca deixaria meu filho fazer isso". O TDAH é uma condição médica e neurológica, que pode causar problemas de comportamento muito reais, que os pais e as crianças enfrentam todos os dias. Comparar o comportamento de uma criança com TDAH com o de um colega neurotípico [isto é um eufemismo para dizer "normal"] é improdutivo e demonstra insensibilidade.

2- Ele vai superar isso

O TDAH não é apenas uma "dor do crescimento", e não há nenhuma garantia de que os sintomas vão melhorar com a idade. Na verdade, até dois terços das crianças diagnosticadas com TDAH continuarão a enfrentar a condição na vida adulta.

3- As crianças com TDAH têm uma vantagem injusta na escola

As acomodações escolares definidas no Plano 504 e o nível de atuação do IEP (Plano de Educação Individual) [ambos nos Estados Unidos] para uma criança com problemas escolares causados pelo TDAH ou por Dificuldades de Aprendizagem equalizam o jogo. A lei garante que esses serviços estejam disponíveis para alunos que deles necessitem; não deixe que comentários desinformados o impeçam de obtê-los para seu filho, tais como reforço, mais tempo e salas de aula que atendam a suas necessidades.

4- Ela é mesmo uma criadora de caso

Palmadas e outras punições severas são, na verdade, contraproducentes para crianças com TDAH, que têm dificuldade de permanecer sentadas, de ficar quietas e de obedecer a regras rígidas. Os modos tradicionais de disciplinar não funcionam quando o comportamento vem de uma condição neurológica fora do controle pela criança. Então, os pais e os professores precisam tentar novas abordagens, tais como a terapia comportamental e os cuidados paternais e maternais positivos.

5- O TDAH é causado por muita TV

Negativo. Não há nenhuma evidência que apoie a ligação entre a televisão (ou videogueimes, ou smartfones) e o TDAH. De fato, um punhado de crianças que não assistem TV são diagnosticadas com TDAH. Mais e mais pesquisas apontam para uma ligação genética.

6- Ela é só um pouco agitada

Se fosse só isso. Enquanto a hiperatividade é altamente visível, e a marca registrada de alguns TDAH, outras manifestações - como impulsividade e desatenção - são quase invisíveis para estranhos, mas causam grande impacto na vida diária da criança.

7- Ninguém tinha TDAH quando eu era criança

O nome pode ser novo, mas o fenômeno não é - muitos de nós, diagnosticados com TDAH agora, poderemos ter sido chamados de preguiçosos, burros, ou incapazes de aprender - ou até mesmo diagnosticados com um "Defeito do Controle Moral".

8- Provavelmente é só muito açúcar

Embora os sintomas possam sofrer agravamento por excesso de doces, o açúcar não causa o TDAH. Alguns pais dizem não ver nenhuma diferença nos sintomas de seus filhos, mesmo que sejam completamente privados de açúcar.

9- Os pais gostam de remédios

A decisão de usar medicação fica entre a família e o médico, e não é fácil para ninguém. Os pais geralmente apelam para a medicação somente depois que as mudanças na dieta, os suplementos e outras modificações comportamentais não tiveram eficácia.

10- Ele só precisa gastar sua energia

Observadores bem intencionados, porém mal informados, geralmente pensam que as crianças com TDAH só precisam ficar cansadas e achar a atividade correta para resolver seus problemas. Infelizmente, o futebol ou o paintball não conseguem controlar os sintomas do TDAH. Só o tratamento correto faz isso.


ADDitude

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Dez Profissões Horríveis se Você Tiver TDAH (405)


Atenção a detalhes. Multitarefas. Monotonia. Se você vir essas palavras na descrição de alguma profissão, corra na direção oposta. As carreiras que fazem brilhar os adultos com TDAH são dinâmicas, empreendedoras e criativas. Em outras palavras, o oposto desta lista!   - pelos editores de ADDitude

O Pior, Sempre.

Adultos com TDAH se sobressaem em muitas coisas. Tarefas tediosas, repetitivas, não estão entre essas coisas. Quando pedimos aos leitores para compartilhar os atributos mais prejudiciais para adultos com TDAH, eis o que eles disseram:

• (39%) Por favor, não me dê um trabalho repetitivo e sem sentido!
• (18%) Um que me faça obedecer prazos rígidos e programação consistente
• (14%) Um escritório ou um trabalho que me mantenha isolado é o pior
• (12%) Se tiver muitos envios de email e muita papelada, fico estressado
• (11%) Há números envolvidos? Estou fora se tiver matemática!
• (5%) Qualquer carreira que exija muita leitura, escrita ou jeito para discursos

1- Advogado ou Escrivão Judiciário

Os dramas da televisão podem levá-lo a pensar diferente, mas o dia de um advogado é gasto largamente na análise de minúcias e numa torrente sem fim de documentos. Seja redigindo testamentos e contratos ou preparando evidências para um julgamento, o trabalho de um advogado (ou um escrivão judiciário) requer atenção mantida a detalhes e longas horas de trabalho sem interrupção. Adultos com TDAH podem se descobrir facilmente distraídos ou inquietos, cometendo erros por descuido quando sua atenção a detalhes falhar - um grande problema quando se tratar de estabelecer acordos.

2- Secretaria Executiva

A melhor secretária executiva antecipa-se às necessidades do seu chefe, antes que ele diga alguma coisa. Ela agenda viagens e organiza itinerários que correm suaves como  manteiga. Ela ajeita compromissos e logística de modo a garantir que nenhum minuto seja perdido. E ela raramente tem o crédito que merece. É um trabalho difícil e algumas vezes sem recompensa, que requer incrível organização e habilidades de gerenciamento do tempo - não é uma boa escolha para um adulto com TDAH, que sofre de desorganização crônica e tem dificuldade de terminar os projetos.

3- Promotor de Eventos

De organização de casamentos a direção de conferências, os promotores de eventos sabem como contratar um grande bufê e oradores com meses de antecedência e surpreender seus convidados com as lembrancinhas perfeitas. Eles organizam a logística com detalhes até de minutos, mantêm todos no horário e estão sempre pensando cinco movimentos à frente - sorrindo o tempo todo. Embora a organização de eventos possa ser uma grande demonstração de criatividade, é um trabalho muito arriscado para qualquer um que tenha a tendência de estar atrasado, sofra de cegueira em relação ao tempo e procrastine até o último minuto.

4- Contador

Muitos adultos com TDAH prefeririam espetar um lápis no olho a trabalhar para terminar a sua declaração de imposto de renda a tempo. Números críticos! Preencher certo os formulários! Seguir as instruções minuciosas para colocar a informação correta nos lugares certos! E isso é o que os contadores fazem todos os dias, tudo enquanto mantêm na mente os códigos dos impostos e taxas de abatimentos e as legislações estaduais. Contadoria é uma profissão importante e estimada. Só é um inferno para muitas pessoas com TDAH e/ou Dificuldades de Aprendizagem, que tornam a matemática um desafio.

5-  Bibliotecário

Bibliotecários são mestres em organização silenciosa e autodirigida. eles conservam cada volume de uma coleção em seu lugar exato, sem dizer uma palavra - e frequentemente sem muita supervisão para mantê-los atentos. É um trabalho importante - e terrivelmente inadequado para os TDAHs faladores e sociais, que gostam de muita estimulação. Além disso, de 20 a 60% das pessoas com TDAH têm uma ou mais Dificuldades de Aprendizagem ou problemas de linguagem, os quais podem fazer a alfabetização e a leitura intensiva uma grande dificuldade.

6- Serviço de Atendimento a Clientes

Responder a chamadas telefônicas o dia todo é muito tedioso. Acrescente a isso o desafio de manter sua paciência sob ataque, mesmo quando o cliente definitivamente não tem razão, e você terá uma combinação perigosa para adultos com TDAH. A impulsividade da condição significa que, frequentemente, perdemos a paciência quando sentimos que alguém nos está tratando mal e, quando lidamos com queixas o dia todo, isso pode acontecer muito.

7- Motorista de Caminhão

Viagens longas e solitárias, principalmente à noite, podem ser monótonas e até mesmo perigosas para adultos com TDAH. As pessoas com TDAH são mais propensas a se distraírem na direção, a abusar da velocidade e a não ver os sinais e as indicações. Embora possamos nos manter em segurança na estrada seguindo certas precauções, tais como limitar a música e os telefonemas  no trânsito, é melhor não tentar uma carreira como motorista.

8- Gerente Operacional

É uma carreira dinâmica, com bons salários. Mas não é uma profissão adequada para a maioria dos adultos com TDAH. Um gerente operacional típico supervisiona o dia-a-dia de uma empresa, contratando funcionários, negociando contratos, resolvendo problemas de orçamento, entendendo as operações gerais de comércio e guiando os grupos de trabalho em meio aos projetos. Isso requer uma grande dose de eficiência em multitarefas e calma consistente nas situações estressantes. Esse papel pode atormentar adultos com TDAH, para os quais planejar com antecipação e julgar prioridades díspares são como a kryptonita (do Super Homem).

9- Operário de Linha de Montagem

Pense num trabalho repetitivo. E num trabalho que precisa de atenção constante a detalhes, o dia todo. É a pior combinação possível para adultos com TDAH, os quais sofrem de tédio e de problemas com a atenção focalizada quando não estimulados mentalmente ou fisicamente. Em vez disso, procure um trabalho no qual você lide com muitas coisas diferentes o dia todo, para manter sua mente calma e sua atenção aguçada.

10- Terapeuta ou Conselheiro

As pessoas com TDAH podem ter muita empatia. Gostamos de ajudar as pessoas e entendemos o valor de relacionamentos positivos. Então, por que, geralmente, não somos bons terapeutas ou conselheiros? Os neurotransmissores produtores da sensação de prazer (dopamina é um deles) estão em falta no nosso cérebro. Como resultado, estamos em procura permanente de surtos de energia neurológica. Comer carboidratos, por exemplo, desencadeia uma liberação de dopamina no cérebro. O mesmo faz o "drama". Isso explica porque adultos com TDAH algumas vezes parecem criar os problemas de relacionamento sem necessidade alguma - aprontando brigas e discussões só para estimular seu cérebro. Isso é ruim para os relacionamentos, que se sustentam com boa e saudável comunicação e com a habilidade de se colocar no lugar de seus amigos, o que muitos adultos com TDAH têm dificuldade de fazer.

Descubra a carreira certa para você

Trabalhar no que você gosta, mesmo que não seja tradicionalmente uma característica do TDAH, pode ajudar a superar suas áreas problemáticas do seu transtorno. O primeiro passo para encontrar uma carreira adequada para você será descobrir qual é a sua paixão, e assumi-la. Então, procure profissões que possam atrair e manter sua atenção. Encontre um lugar onde possa organizar pausas para dar uma chance de descanso ao seu cérebro, e procure responsabilidades que sejam compatíveis com suas habilidades. Há muitos profissionais famosos e bem sucedidos, com TDAH. Com as escolhas corretas, você também poderá ser um deles.


[Na opinião do Dr. Russel Barkley, seu sucesso dependerá de suas habilidades ou talentos e não do fato de o TDAH lhe dar alguma vantagem. Ao contrário, Dr. Barkley afirma que o TDAH não é um dom, mas uma sina.]

ADDitude

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Noventa e cinco por cento da população mundial têm problemas de saúde (404)

Não ter problemas de saúde aparentemente é uma ocorrência rara. De acordo com um estudo internacional, 95 por cento da população mundial têm pelo menos um problema de saúde; uma em cada três pessoas até mesmo apresenta mais de cinco doenças. Os dados foram publicados na revista “The Lancet”.
Para o estudo da carga global de doença (Global Burden of Disease Study), a equipe liderada por Theo Vos da Universidade de Washington (Seattle) analisou fontes de informação sobre problemas de saúde dos últimos 23 anos (1990 a 2013). As estatísticas variaram de doenças sérias a quadros clínicos mais brandos. Conforme o esperado, problemas de saúde em países industrializados foram diferentes daqueles dos países em desenvolvimento.
Em 2013, distúrbios musculoesqueléticos (dor nas costas, dor no pescoço, artrite) estavam entre as dores mais comuns e eram responsáveis por quase metade da sobrecarga da saúde em todo o mundo. Durante o período do estudo, o número de anos vividos com deficiência aumentou de 530 para 760 milhões de anos. A proporção de pessoas com problemas de saúde aumentou de um quinto para um terço da população mundial.
Nos países mais industrializados, os quadros clínicos mais comuns foram dor lombar, seguido de lesões devido a quedas, dor no pescoço, bronquite crônica e depressão. A esses quadros se seguiram distúrbios como perda de audição, enxaqueca, distúrbios de ansiedade, diabetes e Mal de Alzheimer. Na Europa Central, as quedas contribuíram com uma quantidade desproporcional para a sobrecarga da doença. Em onze de treze países, foram a segunda principal causa de deficiência.
Em países de baixa renda, outros problemas foram predominantes. Deficiência devido a guerras é o principal fator de contribuição à pouca saúde no Camboja, Nicarágua e Ruanda, distúrbios de ansiedade são comuns nas nações caribenhas, e o diabetes é o terceiro maior fator de deficiência no México, Nicarágua, Panamá e Venezuela. Na África Subsaariana, HIV/AIDS é o principal acionador do aumento da sobrecarga na saúde.
Um décimo da população mundial é afetada por oito causas de distúrbios crônicos: cáries (2,4 bilhões de pessoas), dor de cabeça por tensão (1,6 bilhão) e anemia por deficiência de ferro (1,2 bilhão). Estes são seguidos por doenças hereditárias: favismo (deficiência de G6PD) com 1,18 bilhão de casos, perda de audição devido à idade (1,23 bilhão), herpes genital (1,12 bilhão), enxaqueca (850 milhões) e ascaríase (800 milhões)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dezessete regras para controlar as emoções no TDAH (403)


Emoções poderosas podem tirar o controle dos portadores de TDAH. Para manter seus sentimentos sob controle, siga essas 17 dicas de Ned Hallowell. Por Edward Hallowell, M.D.

Os que têm TDAH sofrem para controlar suas emoções e seu humor. Se não entendemos como nossas emoções afetam nossas vidas, e não temos meios para dominá-las, nossos dias podem se transformar em uma montanha russa. Todos nós precisamos saber quais são os nossos gatilhos emocionais - e desenvolver estratégias para evitar que eles sejam acionados - de modo que possamos permanecer equilibrados.

1. Tenha um tempo de desabafo. Arrume um horário semanal para relaxar. Faça o que gosta de fazer - escutar música em volume alto, ir ao campo de futebol, ir a uma festa - para se livrar do estresse de um modo seguro.

2. Recarregue suas baterias. Muitos adultos com TDAH precisam gastar algum tempo, todos os dias, sem o sentimento de culpa. Chame esse tempo de "tempo de recarga de minhas baterias". Tire uma soneca, veja TV, ou medite.

3. Escolha algum bom "vício", tal como exercícios. Muitos adultos com TDAH têm uma personalidade compulsiva ou tendente ao vício. Tente fazer disso algo positivo.

4. Compreenda suas mudanças de humor. Saiba que seu humor vai mudar, não importa o que esteja acontecendo à sua volta. Não perca tempo procurando a causa ou alguém para culpar. Foque no aprendizado da tolerância de um mau humor, sabendo que ele também vai passar - e encontre maneiras para fazer com que ele passe logo. Envolva-se em alguma atividade nova, de preferência uma que inclua pessoas - tomar café com um amigo, jogar tênis, juntar-se a um grupo de leitura - ajudará.

5. Reconheça o seguinte ciclo, que é comum entre os adultos com TDAH. Alguma coisa "desperta" seu sistema psicológico - uma mudança ou transição, um desapontamento ou um sucesso. A causa do "despertar" pode ser trivial, mas é seguida de um mini-pânico, com uma repentina perda de perspectiva. O mundo se torna às avessas. Você tenta lidar com o pânico ficando obsessivo ou ruminando sobre um ou outro aspecto da situação. Isso pode durar horas, dias, até mesmo meses.

6. Imagine cenários para lidar com os inevitáveis tédios. Tenha uma lista de amigos para conversar. Selecione alguns vídeos que sempre lhe dão prazer e que o distraiam. Tenha um saco de pancadas ou um travesseiro pronto para quando tiver uma energia raivosa. Ensaie uma conversa interior, tal como "Você já esteve assim antes. Isso é a melancolia do TDAH. Logo passará. Você está OK."

7. Espere a depressão depois do sucesso. Pessoas com TDAH se queixam de sentimentos de depressão depois de um grande sucesso. Isso é por que o estímulo da caça, do desafio ou da preparação se esgotou. A proeza foi realizada. Vença ou perca, o adulto com TDAH sente falta do conflito, do estímulo e se sente deprimido.

8. Desenvolva ditados como atalhos para corrigir falhas, erros ou mudanças de humor. Quando você virar à esquerda em vez de à direita e fizer sua família ter de aguentar 20 minutos de retorno, será melhor dizer "Lá vem meu TDAH de novo", do que ficar brigando por seis horas a respeito do seu desejo inconsciente de sabotar a viagem. Não são desculpas. Você deve ter a responsabilidade pelos seus atos. è bom saber de onde suas ações estão vindo.

9. Use intervalos, com se faz com as crianças. Quando estiver enraivecido ou super-estimulado, deixe o local, vá dar uma volta no quarteirão e se acalme.

10. Aprenda a advogar em causa própria. Adultos com TDAH estão acostumados a serem criticados, então, eles se tornam desnecessariamente defensivos para colocar suas próprias questões adiante. Se você encontra meios de se sustentar, não precisará ser tão defensivo quando alguém tiver algum desentendimento com você.

11. Evite terminar um projeto prematuramente, assim como um conflito, um negócio ou uma conversa. Não abandone a luta tão cedo, mesmo que você queira.

12. Saboreie seus momentos de sucesso. Você terá que se treinar a si mesmo para fazer isso, porque os TDAHs logo se esquecem de seus sucessos. Lembre-se de que o TDAH inclui uma tendência para o hiperfoco em algumas ocasiões. o hiperfoco pode ser usado construtivamente ou destrutivamente. Esteja precavido contra sua tendência destrutiva para ficar obsessivo com um problema imaginário.

13. Exercite-se vigorosa e regularmente. O exercício é um dos melhores tratamentos para o TDAH. Ele gasta o excesso de energia e de agressividade, acalma a mente, estimula o sistema hormonal e neuroquímico de um modo terapêutico, e alivia e acalma o corpo. Faça da atividade física algo alegre, de modo que você possa aderir a ela para o resto de sua vida.

14. Aprenda a fazer graça consigo mesmo e com os outros sobre seus vários sintomas, desde o esquecimento e o ficar perdido todo o tempo até o ser impulsivo e sem tato. Se você lida com os erros com senso de humor, os outros o perdoarão mais rapidamente.

15. Programe atividades com os amigos. Conserve sua aderência a esses programas com toda a fé. Para você, é crucial estar ligado a outras pessoas.

16. Encontre e se junte a grupos nos quais você seja querido, apreciado, compreendido, desfrutado. Por outro lado, não fique muito tempo onde você não é compreendido ou apreciado.


17. Pratique cumprimentos. Tire um tempo para notar as outras pessoas e falar com elas. Obtenha treinamento social se você achar que precisa disso.

ADDitude

terça-feira, 28 de abril de 2015

TDAH do Adulto - Como Terminar o Que Você Começou (402)

Beth Main, "coach" em TDAH, explica por que é tão difícil permanecer na tarefa, e como administrar o tempo com um plano diário que não seja nem assustador nem estressante.

Por que é difícil permanecer na tarefa

Para os adultos com TDAH, manter uma lista mental de afazeres simplesmente não funciona. Ela exige uma parte do cérebro que você poderia estar usando para fazer outras coisas. Você se esquece das coisas e, então, se lembra enquanto está no meio de alguma outra. Você corre para fazê-la e nunca mais volta à coisa inicial. Sua tendência natural para a impulsividade domina tudo, e isso pode ser muito estressante. A resposta é o planejamento detalhado.

1. Nem tente enquanto estiver sob pressão

Geralmente, os adultos com TDAH somente tentam novas estratégias de organização e gerenciamento do tempo quando se sentem sob imensa pressão - no trabalho, em casa, em situações sociais - que os faz sentir a necessidade de mudar alguma coisa, imediatamente. Mas, organizar-se sob pressão é algo que não pode ser feito. Você precisa se desligar de sentimentos tais como "se eu arrumar isso..." e ter algum tempo livre para conseguir o pensamento organizacional.

2. Mantenha uma lista de papel do que fazer

Manter-se na tarefa começa com o conhecimento do que você vai fazer, e então estar consciente de como vai gastar seu tempo. Você não pode fazer escolhas sobre como gastar seu tempo até que saiba com muita certeza o que precisa ser feito. Um bom gerenciamento de tarefas começa com uma lista do que fazer. Escreva absolutamente tudo nela.

3. Mantenha uma lista mestra

Faça uma lista atualizada de tudo o que você vai precisar. Você poderá querer ter uma lista separada para as tarefas de casa e do trabalho. Então, todos os dias você deverá fazer um plano. Pense em sua lista mestra como uma mesa de bufê. Você não vai comer tudo hoje, mas a cada dia você estará enchendo seu prato, fazendo a lista diária do que fazer. Se você tem um filho com TDAH, você poderá encorajar as crianças a seguir uma lista diária de conferência, e por um item na sua própria lista para conferir com eles.

4. Priorize suas tarefas

Escolha as tarefas mais urgentes e mais importantes para o primeiro lugar, então, a segunda mais importante e urgente. Você vai ter de aprender a diferença entre importante e urgente. Importante é algo que o faz ficar mai perto de suas metas de longo prazo. Tarefas urgente são relacionadas ao tempo. Às vezes você precisa escolher projetos que são importantes mas não urgentes, como trabalhar em um novo design de web site, de modo que faça progresso em direção aos seus sonhos.

5. Conheça seus limites

Você não pode fazer tudo, e, definitivamente, não pode fazer tudo em um só dia. Saber quando dizer não, e delegar tarefas para os outros são estratégias importantes de gerenciamento do tempo no TDAH. Algumas coisas nem precisam mesmo ser feitas. Fique em paz com o fato de que você não vai fazê-las, e retire-as de sua lista. Em compensação, pegue uma coisa que você pode realizar sem estresse, como terminar de lavar toda a louça diariamente, e faça isso todos os dias.

6. Previna a procrastinação

A barreira número um para o sucesso no TDAH é a procrastinação. Há duas razões pelas quais você deixa as coisas de lado: desorganização - você não sabe de fato o que precisa fazer - e desinteresse - você não sente prazer em fazer aquilo. Combata as duas razões dividindo as tarefas em partes menores, de modo que você saiba por onde começar, e encontre maneiras de tornar as tarefas interessantes no momento. Lembre a si mesmo por que a tarefa é importante com o uso de recompensas e consequências. Ou alterne "devo fazer" com "quero fazer" em sua lista, para que tenha motivação para enfrentaras tarefas mais trabalhosas.

7. Pratique a atenção

Você tem TDAH, então você vai se distrair. Geralmente, não notamos nem mesmo que o email e o Facebook estão ocupando uma enorme quantidade do nosso tempo e energia. Estar atento é ter consciência do que está fazendo no presente momento  e tentar corrigir se você sair do curso. Anote o tempo que você acha que vai demorar cada tarefa e ajuste um alarme quando começar. Se você não estiver seguindo bem, descubra se uma distração está lhe afastando da meta e corte-a.

8. Pare de abandonar as tarefas

Conte-nos a verdade: Você deixa as tarefas por terminar? Quando você se descobrir fazendo isso, use uma solução do tipo "drag and drop" do Google Calendar, para ajudá-lo a reorganizar suas prioridades e tocar adiante tarefas não terminadas. Assim, estabeleça um limite para o número de tarefas não terminadas que você deixa em aberto. Faça um esforço consciente para começar e terminar as tarefas. Quando tiver muitas, tente trabalhar nelas por ataques de 15 minutos, fazendo um rodízio entre algumas delas, até que alguma esteja terminada.

9. Invista em bom trabalho de preparação

Você pode acelerar as tarefas que parecem não ter fim por meio de um planejamento inicial. Trabalhe em sua organização - tenha as ferramentas e informações de que necessita para começar antes de iniciá-las. Se for fazer compras na quitanda, assegure-se de que tenha as receitas já planejadas e faça uma lista dos ingredientes. Então, estabeleça um tempo para fazer isso e bloqueie as distrações durante esse tempo.

10. Programe-se de trás para frente

Para deixar de estar sempre atrasado, você precisa pensar de trás para frente. Não faça planos com base no horário em que você precisa estar lá; planeje com base no tempo que você vai demorar para sair de casa. Comece com o seu horário de chegada. Então, subtraia o tempo que levará do carro até o local, seu tempo de viagem, e o tempo para pegar o carro com tudo o que precisa. Assegure-se de que tenha reunido todos os itens necessários bem antes, para que não tenha de voltar para pegar coisas. Tenha em mente de que não haverá tempo para buscar mais uma coisinha antes de partir. Essa coisinha vai fazer você chegar atrasado. E acrescente o tempo que você acha que vai perder em cada farol vermelho. Se você sabe que demora para se aprontar para sair, acrescente mais tempo em sua estimativa.

11. Alimente o seu cérebro

Você não consegue fazer as coisas se não puder se concentrar, e você não pode se concentrar se estiver cansado, cm fome ou se ficou parado o dia todo. Para melhorar o gerenciamento do seu TDAH, alimente seu cérebro melhorando o sono, a dieta e os exercícios. Seja vigilante com o seu tempo, evite distrações e cuide-se de si mesmo. Então, você estará no caminho do sucesso no gerenciamento das tarefas.

ADDitude

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hiperatividade ajuda crianças com TDAH a aprender (401)

Hiperatividade ajuda crianças com TDAH a aprender

Quando crianças com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) tentam aprender, em geral os adultos pedem que elas fiquem sentadas quietas. No entanto, um estudo publicado na revista “Journal of Abnormal Child Psychology” sugere agora que a hiperatividade física é fundamental para os processos de aprendizado cognitivo.
Pesquisadores da University of Central Florida (Orlando, EUA) conduziram estudos em 52 meninos de oito a doze anos de idade. Vinte e nove crianças tinham TDAH e os outros mostraram desenvolvimento normal. Os sujeitos de pesquisa deviam realizar testes padronizados para avaliar a memória operacional. Foram filmados com câmera em alta velocidade que registrava cada movimento e avaliava a atenção deles para a tarefa.
A equipe sob a liderança de Mark Rapport descobriu que movimentos excessivos não estão sempre presentes nas crianças com TDAH, e somente são evidentes quando elas precisam usar as funções executivas do cérebro, principalmente a memória operacional. “O que descobrimos é que quando eles se movimentam ao máximo, a maior parte deles tem um desempenho melhor”, disse Rapport. “Eles têm que se movimentar para manter a atenção.” Em crianças sem TDAH aconteceu o oposto.
Isso não significa que crianças com TDAH devem ter permissão para correr pela sala enquanto aprendem, disse o pesquisador. Mas o movimento deve ser permitido até certo ponto – por exemplo, sentar-se em uma bola de exercícios, ou algo parecido – para conseguir melhores resultados de aprendizado, disse ele.

terça-feira, 14 de abril de 2015

TDAH do Adulto - Uma vida menos comum (e mais satisfatória) (400)


Você é muito mais do que qualquer um dos seus sucessos ou fracassos. Como se tornar mais resiliente - e feliz - vivendo com o TDAH do adulto. Por Jonathan Mooney

Adultos com TDAH precisam se esforçar para serem resilientes. Estou falando de descobrir o guerreiro dentro de cada um de nós.

Se sabemos ou não, o guerreiro se desenvolveu ao longo de anos de lutas pelas nossas identidades na escola - rodeados por famílias que lutaram lado a lado conosco - e por nossos esforços no trabalho e na sociedade. Ao final, é isso que somos.

Mas, geralmente, na batalha por sobreviver na escola, no emprego ou em nossos relacionamentos, nos esquecemos de como construir nosso próprio caminho, e até mesmo como atracar o barco, às vezes - como a pequena criança que não fica sentada na carteira e que exige uma explicação de por qual motivo deveria.

Viver uma vida menos comum é sobre ser um guerreiro e dizer a eles que vão se ferrar com suas medalhas douradas e identidades vazias. Seria irônico (não seria?) se eu tentasse lhe dizer como fazer isso? Não posso. De fato, eu nem ousaria. Mas aqui estão algumas coisas para pensar a respeito de como desenvolver o guerreiro que está vivendo dentro de você.

Defina sucesso

Sua própria definição de sucesso. Defina o que significa para você, não para os outros, ser bem sucedido na vida.

Arrume um fã-clube

Encontre pessoas em sua vida que possam comemorar seu sucesso com você. Às vezes, as melhores pessoas para fazer isso são as que estão contigo desde o início. Quando algo de bom lhe acontece - uma promoção, um aumento de salário, ou só um tapinha do patrão nas suas costas - passe um e-mail para seu fã-clube ou fale com eles ao telefone para compartilhar a novidade e desfrutar sua adulação.

Sobreviva aos reveses

Reveses são um saco. Nenhuma outra análise é necessária. Pior ainda, eles são um fato da vida e podem levar ao medo e a dúvidas sobre suas habilidades. Quando os reveses acontecem - e eles acontecerão se você estiver tocando a vida - relaxe, respire fundo, e saiba que eles são o produto inevitável de trabalhar muito e correr riscos. Se você nunca tiver reveses, você não estará tentando o suficiente.

Assuma a disputa e o risco

Essas são duas coisas que os adultos com TDAH foram ensinados a evitar, mas, de fato, são a chave para se tornarem indivíduos com poder. Muitas pessoas equiparam felicidade à perfeição, e, assim, tentam evitar a luta. E o risco faz surgir o medo do fracasso. Porém, há significado na disputa, e somente assumindo os riscos você crescerá e terá sucesso.

Não tema o fracasso

Crescemos com o medo da nota F (nos sistema escolar americano). Quando ganhamos F, não recebemos as estrelas de ouro, certo? Mas a ironia é que, sem se arriscar a fracassar, nunca conquistaremos algo que seja verdadeiramente nosso. Comprometer-se consigo mesmo a viver uma vida com suas próprias clausulas e a perseguir suas próprias metas e a definição de sucesso é arriscado. Tenha em mente que sua parte resiliente é forte, e sua identidade é independente do seu desempenho ou do seu sucesso. Quando enxergar desse modo, e sem medo, o fracasso simplesmente se transformará em um excitante, mas sem sentido, jogo de pôquer.

Um último conselho: Reconquistar nosso eu das instituições das quais somos parte é uma batalha para toda a vida, mas é também uma lição. As escolas que frequentamos, as carreiras que escolhemos e os relacionamentos em que nos engajamos impõem valores sobre nós. Ser um guerreiro em tudo que você fizer é um meio de mudar sua vida enquanto se mantém leal a si mesmo.

Este artigo foi retirado de Learning Outside de Lines, por Janathan Mooney e David Cole.


ADDitude - verão de 2008

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