www.helpforadd.com/2011/november.htm
Os pais de crianças com TDAH sofrem de níveis elevados de estresse e de desconforto, segundo múltiplos estudos. Isto não é surpreendente devido aos grandes desafios associados à criação de criança que consistentemente exibe altos níveis de sintomas de TDAH.
Estudos do estresse de crianças com TDAH e de seus pais tipicamente se baseiam nas medidas globais e estáticas dos problemas de comportamento das crianças, por exemplo, dando aos pais escalas para que eles deem notas e relatórios sobre estresse e desconforto. A correlação desses relatórios fornece informação útil sobre como os sintomas de TDAH das crianças se relacionam com a média dos níveis de desconforto dos pais, mas dizem pouco sobre as flutuações de momento a momento do estresse dos pais, que pode ocorrer em resposta às flutuações do comportamento de seus filhos. Este aspecto dinâmico do relacionamento dos pais com os filhos somente pode ser capturado pelo relacionamento do estresse dos pais ao comportamento das crianças conforme ele ocorra em tempo real.
Examinar o vai e vem do desconforto dos pais em relação ao comportamento das crianças foi o foco de um interessante estudo recentemente publicado no Journal of Family Psychology [Whalen et al., (2011). Dissecando o estresse diário em mães de crianças com TDAH: Um estudo eletrônico diário. Journal of Family Psychology, 25, 402-411. Os participantes foram 51 crianças de 8 a 12 anos com TDAH e suas mães (cerca de 70% meninos) e 58 duplas para comparação, nas quais a criança não tinha TDAH. Os autores tentaram incluir os pais mas foram incapazes de recrutar um número suficiente. Todas as crianças com TDAH estavam sendo tratadas com medicação de longa ação durante o estudo e foram avaliadas por suas mães como estando beneficiadas pela medicação.
Durante um período de sete dias, nas horas fora da escola, mães e crianças avaliaram seu humor e comportamento usando Assistentes Pessoais Digitais, isto é, PDAs, mais ou menos a cada 30 minutos, quando avisadas por um bip do aparelho. A cada instante em que o bip ocorria, as mães avaliavam o nível de atenção e de concentração, o comportamento hiperativo e impulsivo, e o comportamento oposicionista da criança. Elas também avaliavam o quão estavam estressadas, preocupadas, preocupadas com seu filho, e diziam o que estavam sentindo naquele instante. Essas avaliações (notas) foram computadas e uma média foi obtida para se medir o desconforto total materno em cada ponto de medida.
As crianças usavam seu eDiary para avaliar seu humor e comportamento, indicando o quão bravas, inquietas, impacientes e focalizadas elas estavam se sentindo a cada instante em que eram bipadas.
Mães e crianças foram instruídas a completar seus diários de modo independente e privadamente, sem um consultar o outro, para não influenciar na avaliação. A obediência foi excelente com as mães e crianças no grupo com TDAH e no controle, com avaliações completadas em 90% dos bips. Assim, os pesquisadores foram capazes de obter dados que forneceram uma visão refinada de como o desconforto das mães variava diretamente em relação ao comportamento da criança no curso de uma semana típica.
Medidas adicionais
Os pesquisadores também obtiveram a medida do “risco materno” na linha de base, usando uma composição dos relatos dos sintomas do TDAH feitos pelas mães, da depressão e da intensidade dos estressores relacionados com a criança que ela experimentou nos 6 meses anteriores. Obter uma estimativa do risco materno na linha de base permitiu aos pesquisadores testar se as mães que sofriam risco maior estavam mais negativamente reativas aos comportamentos de suas crianças no momento.
Resultados
Características de linha de base das mães
Não surpreendentemente, as notas de risco de base foram substancialmente mais altas para as mães de crianças com TDAH, quando comparadas com as outras mães, Essas mães eram mais deprimidas, relatavam mais comportamentos de TDAH em si mesmas, e estavam sofrendo estresse significativamente maior relacionado a seus filhos.
Questão 1: Os comportamentos correntes da criança e o desconforto materno flutuam juntos
Como esperado, a resposta a esta questão foi claramente sim. E, ambos os grupos de mães, níveis elevados de desconforto foram relatados durante os momentos em que a mãe percebia que seu filho estava hiperativo, oposicionista ou com falta de concentração. De modo semelhante, o desconforto materno era mais alto quando a criança relatava que estava brava, impaciente ou inquieta,
Questão 2: As mães de crianças com TDAH são mais reativas aos comportamentos negativos de seu filho?
Novamente, a resposta foi sim. O aumento do desconforto materno relatado pelas mães cujos filhos tinham TDAH era significativamente maior quando a criança apresentava humor e comportamentos negativos, em comparação com as outras mães. Então, mesmo que o desconforto aumentasse durante esses momentos para todas as mães, o desconforto das mães do grupo TDAH era negativamente afetado em um grau muito maior.
Questão 3: A ligação entre comportamento negativo da criança e desconforto materno é mais forte nas mães com risco maior?
A resposta a esta questão também foi claramente sim. Mães com notas maiores do índice de risco na linha de base relataram maiores aumentos do desconforto quando seus filhos apresentavam comportamentos negativos do que as mães com notas menores do índice de risco. Isto era verdadeiro para ambos os grupos de mães, mas lembre-se de que mães de crianças com TDAH têm notas substancialmente mais altas logo de início. Então, isto foi especialmente problemático para estas mães.
Resumo e implicações
Os resultados deste estudo vão além das pesquisas já existentes, demonstrando que as mães de crianças com TDAH têm estresse paternal mais elevado pela documentação de como esta associação opera durante o vai e vem da vida diária. Quando as crianças apresentam comportamentos negativos ou estados de humor negativo, por exemplo, comportamento oposicional, hiperatividade, raiva, os níveis de desconforto materno aumentam significativamente. E, esses aumentos são maiores nas mães cujas crianças têm TDAH e que relatam níveis mais elevados de sintomas de TDAH, depressão e de estresse relacionado à criança já desde o início da pesquisa. Essas mães parecem ser especialmente sensíveis aos comportamentos negativos dos seus filhos e tenderem mais a responder com sensação de desconforto aumentado.
Os resultados deste estudo têm várias implicações importantes. Primeira, a linha de base de risco mais elevada nas mães do grupo TDAH, e a maior reatividade dessas mães ao comportamento de seus filhos realçam a importância de reconhecer o impacto que o TDAH tem sobre os pais e de propiciar aos pais o tratamento e apoio necessários. Geralmente, as crianças são o único foco do tratamento do TDAH e problemas importantes com que os pais estão lutando não recebem a atenção suficiente.
Segunda, estes resultados ressaltam as dificuldades particulares que as mães sofrem para lidar eficazmente com os comportamentos negativos que ocorrem mais frequentemente nas crianças com TDAH. Como esses comportamentos desencadeiam aumentos significativos no que já podem ser níveis elevados de desconforto, responder consistentemente, nos modos que geralmente são discutidos nos programas de treinamento de comportamento dos pais, pode ser especialmente difícil. Isto sugere que seria de importante valia ajudar as mães a desenvolverem habilidades para controlar seu desconforto no momento, e a aprenderem a reconhecer os gatilhos particulares de aumento do desconforto. Isto poderia diminuir a “carga emocional cumulativa de criar uma criança com uma doença crônica”. E, diminuindo as reações emocionais negativas que desafiam o comportamento da criança, poderia tornar mais fácil para as mães seguir consistentemente as estratégias de comportamento que elas estão tentando aplicar.
Em trabalho futuro, seria importante incluir os pais para que os processos aqui estudados possam ser investigados também nos pais. Também seria valioso incluir um número maior de meninas, para que as potenciais diferenças nas reações das mães a filhos e filhas pudessem ser investigadas. Usar esses achados para desenvolver meios para ajudar as mães a manejar seu desconforto no momento, também seria importante.
Em suma, os resultados deste estudo acentuam as ligações entre o desconforto materno e os comportamentos negativos das crianças e o fato de que essas ligações são mais fortes nas famílias com criança com TDAH. Como o autor conclui “Este tipo de informação pode ajudar a guiar não somente intervenções destinadas a melhorar a qualidade de vida das famílias de crianças com TDAH, mas também a melhorar programas para ajudar todos os pais a reconhecer e a manejar os estressores diários da criação de um filho”
Os pais de crianças com TDAH sofrem de níveis elevados de estresse e de desconforto, segundo múltiplos estudos. Isto não é surpreendente devido aos grandes desafios associados à criação de criança que consistentemente exibe altos níveis de sintomas de TDAH.
Estudos do estresse de crianças com TDAH e de seus pais tipicamente se baseiam nas medidas globais e estáticas dos problemas de comportamento das crianças, por exemplo, dando aos pais escalas para que eles deem notas e relatórios sobre estresse e desconforto. A correlação desses relatórios fornece informação útil sobre como os sintomas de TDAH das crianças se relacionam com a média dos níveis de desconforto dos pais, mas dizem pouco sobre as flutuações de momento a momento do estresse dos pais, que pode ocorrer em resposta às flutuações do comportamento de seus filhos. Este aspecto dinâmico do relacionamento dos pais com os filhos somente pode ser capturado pelo relacionamento do estresse dos pais ao comportamento das crianças conforme ele ocorra em tempo real.
Examinar o vai e vem do desconforto dos pais em relação ao comportamento das crianças foi o foco de um interessante estudo recentemente publicado no Journal of Family Psychology [Whalen et al., (2011). Dissecando o estresse diário em mães de crianças com TDAH: Um estudo eletrônico diário. Journal of Family Psychology, 25, 402-411. Os participantes foram 51 crianças de 8 a 12 anos com TDAH e suas mães (cerca de 70% meninos) e 58 duplas para comparação, nas quais a criança não tinha TDAH. Os autores tentaram incluir os pais mas foram incapazes de recrutar um número suficiente. Todas as crianças com TDAH estavam sendo tratadas com medicação de longa ação durante o estudo e foram avaliadas por suas mães como estando beneficiadas pela medicação.
Durante um período de sete dias, nas horas fora da escola, mães e crianças avaliaram seu humor e comportamento usando Assistentes Pessoais Digitais, isto é, PDAs, mais ou menos a cada 30 minutos, quando avisadas por um bip do aparelho. A cada instante em que o bip ocorria, as mães avaliavam o nível de atenção e de concentração, o comportamento hiperativo e impulsivo, e o comportamento oposicionista da criança. Elas também avaliavam o quão estavam estressadas, preocupadas, preocupadas com seu filho, e diziam o que estavam sentindo naquele instante. Essas avaliações (notas) foram computadas e uma média foi obtida para se medir o desconforto total materno em cada ponto de medida.
As crianças usavam seu eDiary para avaliar seu humor e comportamento, indicando o quão bravas, inquietas, impacientes e focalizadas elas estavam se sentindo a cada instante em que eram bipadas.
Mães e crianças foram instruídas a completar seus diários de modo independente e privadamente, sem um consultar o outro, para não influenciar na avaliação. A obediência foi excelente com as mães e crianças no grupo com TDAH e no controle, com avaliações completadas em 90% dos bips. Assim, os pesquisadores foram capazes de obter dados que forneceram uma visão refinada de como o desconforto das mães variava diretamente em relação ao comportamento da criança no curso de uma semana típica.
Medidas adicionais
Os pesquisadores também obtiveram a medida do “risco materno” na linha de base, usando uma composição dos relatos dos sintomas do TDAH feitos pelas mães, da depressão e da intensidade dos estressores relacionados com a criança que ela experimentou nos 6 meses anteriores. Obter uma estimativa do risco materno na linha de base permitiu aos pesquisadores testar se as mães que sofriam risco maior estavam mais negativamente reativas aos comportamentos de suas crianças no momento.
Resultados
Características de linha de base das mães
Não surpreendentemente, as notas de risco de base foram substancialmente mais altas para as mães de crianças com TDAH, quando comparadas com as outras mães, Essas mães eram mais deprimidas, relatavam mais comportamentos de TDAH em si mesmas, e estavam sofrendo estresse significativamente maior relacionado a seus filhos.
Questão 1: Os comportamentos correntes da criança e o desconforto materno flutuam juntos?
Como esperado, a resposta a esta questão foi claramente sim. E, ambos os grupos de mães, níveis elevados de desconforto foram relatados durante os momentos em que a mãe percebia que seu filho estava hiperativo, oposicionista ou com falta de concentração. De modo semelhante, o desconforto materno era mais alto quando a criança relatava que estava brava, impaciente ou inquieta,
Questão 2: As mães de crianças com TDAH são mais reativas aos comportamentos negativos de seu filho?
Novamente, a resposta foi sim. O aumento do desconforto materno relatado pelas mães cujos filhos tinham TDAH era significativamente maior quando a criança apresentava humor e comportamentos negativos, em comparação com as outras mães. Então, mesmo que o desconforto aumentasse durante esses momentos para todas as mães, o desconforto das mães do grupo TDAH era negativamente afetado em um grau muito maior.
Questão 3: A ligação entre comportamento negativo da criança e desconforto materno é mais forte nas mães com risco maior?
A resposta a esta questão também foi claramente sim. Mães com notas maiores do índice de risco na linha de base relataram maiores aumentos do desconforto quando seus filhos apresentavam comportamentos negativos do que as mães com notas menores do índice de risco. Isto era verdadeiro para ambos os grupos de mães, mas lembre-se de que mães de crianças com TDAH têm notas substancialmente mais altas logo de início. Então, isto foi especialmente problemático para estas mães.
Resumo e implicações
Os resultados deste estudo vão além das pesquisas já existentes, demonstrando que as mães de crianças com TDAH têm estresse paternal mais elevado pela documentação de como esta associação opera durante o vai e vem da vida diária. Quando as crianças apresentam comportamentos negativos ou estados de humor negativo, por exemplo, comportamento oposicional, hiperatividade, raiva, os níveis de desconforto materno aumentam significativamente. E, esses aumentos são maiores nas mães cujas crianças têm TDAH e que relatam níveis mais elevados de sintomas de TDAH, depressão e de estresse relacionado à criança já desde o início da pesquisa. Essas mães parecem ser especialmente sensíveis aos comportamentos negativos dos seus filhos e tenderem mais a responder com sensação de desconforto aumentado.
Os resultados deste estudo têm várias implicações importantes. Primeira, a linha de base de risco mais elevada nas mães do grupo TDAH, e a maior reatividade dessas mães ao comportamento de seus filhos realçam a importância de reconhecer o impacto que o TDAH tem sobre os pais e de propiciar aos pais o tratamento e apoio necessários. Geralmente, as crianças são o único foco do tratamento do TDAH e problemas importantes com que os pais estão lutando não recebem a atenção suficiente.
Segunda, estes resultados ressaltam as dificuldades particulares que as mães sofrem para lidar eficazmente com os comportamentos negativos que ocorrem mais frequentemente nas crianças com TDAH. Como esses comportamentos desencadeiam aumentos significativos no que já podem ser níveis elevados de desconforto, responder consistentemente, nos modos que geralmente são discutidos nos programas de treinamento de comportamento dos pais, pode ser especialmente difícil. Isto sugere que seria de importante valia ajudar as mães a desenvolverem habilidades para controlar seu desconforto no momento, e a aprenderem a reconhecer os gatilhos particulares de aumento do desconforto. Isto poderia diminuir a “carga emocional cumulativa de criar uma criança com uma doença crônica”. E, diminuindo as reações emocionais negativas que desafiam o comportamento da criança, poderia tornar mais fácil para as mães seguir consistentemente as estratégias de comportamento que elas estão tentando aplicar.
Em trabalho futuro, seria importante incluir os pais para que os processos aqui estudados possam ser investigados também nos pais. Também seria valioso incluir um número maior de meninas, para que as potenciais diferenças nas reações das mães a filhos e filhas pudessem ser investigadas. Usar esses achados para desenvolver meios para ajudar as mães a manejar seu desconforto no momento, também seria importante.
Em suma, os resultados deste estudo acentuam as ligações entre o desconforto materno e os comportamentos negativos das crianças e o fato de que essas ligações são mais fortes nas famílias com criança com TDAH. Como o autor conclui “Este tipo de informação pode ajudar a guiar não somente intervenções destinadas a melhorar a qualidade de vida das famílias de crianças com TDAH, mas também a melhorar programas para ajudar todos os pais a reconhecer e a manejar os estressores diários da criação de um filho”.