segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

265- Entrevista: Alexandre Lopes


 
'Professores precisam parar com desculpas', diz brasileiro que concorre a prêmio de melhor docente dos EUA.

À frente de turmas que misturam crianças com autismo, adotivas e imigrantes, ele afirma que, a despeito das condições adversas, missão do educador segue sendo a de desenvolver o potencial máximo dos alunos.

Em abril, o brasileiro Alexandre Lopes, de 44 anos, pode receber um aperto de mão do presidente Barack Obama. Ele é um dos quatro finalistas de um tradicional prêmio americano que desde 1952 aponta o melhor professor do ano no país. A premiação acontece na Casa Branca. Formado em produção editorial, Lopes deixou o Brasil em 1995. Nos Estados Unidos, trabalhou como comissário de bordo antes de se tornar professor do ensino infantil. Desde 2005, leciona em uma escola pública de Miami, na Flórida. Na unidade, é o primeiro especialista em educação inclusiva, método que prevê a integração de todos os estudantes a estabelecimentos regulares de ensino, a despeito de limitações físicas, intelectuais ou sociais. Lopes cuida de 25 alunos com idades entre 3 e 5 anos de idade, sendo que um terço deles tem autismo, distúrbio que afeta a capacidade de comunicação. Seu desafio é oferecer conhecimento a todas as crianças, considerando dificuldades e possibilidades de cada uma. "Meu dever como professor é fazer com que meu aluno chegue mais próximo de seu potencial máximo, seja ele qual for." Para cumprir a tarefa, o professor não descansa. Se quer apresentar dinossauros aos pequenos, leva bonecos dos bichos pré-históricos à sala de aula; se o desafio é explicar o significado da palavra "áspero", apresenta uma lixa. A fama de bom mestre se espalhou. No início do ano passado, o brasileiro foi escolhido pelos colegas o melhor professor da escola e, meses depois, o melhor docente da Flórida. Agora, ele tenta conquistar a América com o prêmio concedido pelo CCSSO, organização que reúne secretários estaduais de educação dos Estados Unidos. Na entrevista a seguir, Lopes conta como fez da profissão um exercício de dedicação, que inclui a investigação do potencial de cada criança e o desenvolvimento de estratégias quase personalizadas para driblar obstáculos. "Meu lema é: aquele que traz menos é sempre o que recebe mais", diz. "Situações adversas não podem servir de desculpa."

Como um brasileiro se tornou candidato a melhor professor dos Estados Unidos?

Em 2001, a companhia aérea em que eu trabalhava apresentou um programa de demissão voluntária, oferecendo benefícios para quem optasse pela saída. Achei que era hora de buscar nova formação. Eu queria me especializar em línguas estrangeiras, mas uma conselheira vocacional analisou meu currículo e sugeriu que eu fizesse um curso de educação especial para a primeira infância. Eu nem sabia do que se tratava, mas resolvi arriscar. Então, me apaixonei pela área. Mais tarde, recebi uma recomendação para uma bolsa de mestrado na Universidade de Miami. Em 2005, recebi o convite para iniciar a primeira turma de educação inclusiva na escola em que trabalho até hoje. Ali, ganhei fama de bom professor: algumas famílias de outras localidades viajavam mais de uma hora para matricular seus filhos em minhas aulas. Em 2012, fui escolhido o melhor professor da escola pelos meus colegas, o que deu início a essa história de premiações. Acho que uma série de fatores contribuiu para meu desempenho: o principal é levar meu trabalho muito a sério e nunca deixar de estudar. Além do mestrado, possuo certificação nacional em educação especial e estou terminando o doutorado na Universidade Internacional da Flórida. Exerço minhas funções com dedicação e carinho, além de conhecer a fundo toda a teoria envolvida em cada ato educacional dentro de uma sala de aula.

Como são suas turmas na escola?

Trabalho com crianças de 3 a 5 anos. No período da manhã, tenho uma turma de 12 alunos e, à tarde, outra de 13. Cerca de um terço dos meus alunos tem autismo. Há também alunos filhos de imigrantes, que ainda estão aprendendo inglês, além de crianças em condições socioeconômicas adversas, vivendo em abrigos ou com famílias provisórias. Por serem crianças muito novas, as turmas não podem ser grandes.

Como lidar com turmas com condições tão particulares?

Toda a minha instrução é acompanhada por representações concretas, pictórica e simbólica, do que está sendo dito. Se trato de dinossauros, mostra à turma, respectivamente, bonecos dos bichos, imagens projetadas na lousa digital e nomes dos animais. Quando conto uma história, apresento imagens do local onde ela se passa e dos personagens envolvidos. Se digo que algo é áspero, dou uma lixa para as crianças passarem a mão e saberem o que aquela palavra significa.

Onde entram os fundamentos da educação inclusiva?

Defino educação inclusiva como o método em que o objetivo é atingir o potencial máximo de cada um dos seus alunos. Meu objetivo é fazer com que todas as crianças progridam. Nem todas, é claro, alcançarão o mesmo desenvolvimento. Meu dever é apenas fazer com que o aluno chegue mais próximo do seu potencial, seja ele qual for.

Qual a maior gratificação do trabalho?

Dou muito valor às pequenas conquistas. Certa vez, recebi um aluno no dia em que ele completava três anos de idade. Era tranquilo, mas não falava nada. Contudo, toda vez que eu demorava um pouco mais em uma atividade, ele me beliscava para chamar minha atenção. Ensinei a ele que, se quisesse algo, ele deveria pedir, apontar, tocar, mas nunca beliscar alguém. Ele aprendeu, mas seguia sem falar. Finalmente, após quase dois anos de trabalho, um dia isso aconteceu. Eu trabalhava com outra criança quando alguém tocou as minhas costas. Então, ouvi uma voz rouca dizer: "Alex." Comecei a chorar: a primeira palavra que ele disse foi o meu nome. Eu me envolvo muito com os meus alunos. Acho que não há outra forma de ensinar.

O senhor citou o uso de lousa digital. Suas técnicas poderiam ser usadas no Brasil, levando em conta que nem todos os professorem têm acesso à tecnologia em sala de aula?

Em qualquer escola do mundo essas técnicas podem ser utilizadas. A alta tecnologia nos auxilia em sala de aula, mas temos também o que chamo de "baixa tecnologia", que depende exclusivamente dos conhecimentos e criatividade do professor. Não ter as mesmas condições de ensino de outros colegas é um desafio para muitos professores, mas isso não pode servir de desculpa.

Os educadores apresentam muitas desculpas?

Acho que a educação passa por uma crise e temos que sair dela. Se aceitarmos qualquer desculpa, só vamos perpetuar essa crise. Na escola em que trabalho, há um incentivo grande para que os pais participem mais da educação dos filhos. Eu me esforço particularmente nessa tarefa: se for preciso, dou cambalhotas para trazê-los à escola, pois as crianças só têm a ganhar quando os pais se envolvem na educação delas. No entanto, não posso deixar que a ausência da família se torne uma desculpa para o fracasso educacional do aluno. O meu lema é: aquele que traz menos é sempre o que recebe mais. Se o desafio do aluno é aprender um novo idioma, devo lidar com isso. Se ele tem deficiência no desenvolvimento, devo lidar com isso. Se ele vive em uma situação de vulnerabilidade, tenho de lidar com isso. Caso o aluno não esteja evoluindo como esperado, o professor deve se questionar a respeito dos rumos do trabalho.

De maneira geral, os professores americanos têm condições de trabalho melhores do que as oferecidas a seus pares brasileiros. Isso não é um desafio a mais?

Nunca trabalhei como professor no Brasil e não conheço a fundo os dilemas enfrentados pelos profissionais no país. As pessoas acham que um professor Flórida é muito mais valorizado, mas não é bem assim se compararmos essa atividade a outras. Somente agora, após muito trabalho e dedicação, atingi remuneração semelhante à que recebia como comissário de bordo. Se pensarmos que possuo mestrado e estou prestes a concluir o doutorado e que um comissário de bordo precisa apenas do ensino médio completo, há uma discrepância salarial muito grande também aqui.

O que mudou na sua vida desde que o senhor começou a acumular prêmios na profissão?

 Desde agosto, após ter sido escolhido o melhor docente da Flórida, não estou mais na sala de aula. Tornei-me embaixador da educação, com as funções de inspirar colegas e representar o estado em conferências e atividades educacionais. Minha vida fugiu ao meu controle (risos).

O senhor pretende lecionar no Brasil?

Eu nunca parei para pensar nisso. Na verdade, nunca pensei que um dia seria requisitado para tal tarefa. Tudo aconteceu muito rápido. De qualquer forma, acredito que terei oportunidade para dividir o que sei com os professores no Brasil. Isso me deixaria lisonjeado.

264- Professores são educadores, não babás.


 
Autor do 2º artigo mais compartilhado no Facebook em 2011, americano diz que pais desrespeitam regras de escolas, pondo em risco o futuro dos filhos.

Nathalia Goulart

O segundo artigo mais compartilhado em 2011 por usuários americanos do Facebook foi escrito por um professor, Ron Clark (o primeiro trazia fotos da usina de Fukushima). Mais de 600.000 pessoas curtiram o texto na rede, escrito a pedido da rede de TV CNN e intitulado "O que os professores realmente querem dizer aos pais". O artigo descreve um cenário de guerra, travada entre pais e professores. Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos. "Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças", diz o professor, na entrevista concedida a VEJA.com e reproduzida a seguir. "Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas." Clark conhece sua profissão. Aos 39 anos, vinte deles dedicados à carreira, o americano já lecionou na zona rural da Carolina do Norte, nos subúrbios de Nova York e atualmente comanda uma escola modelo no estado da Geórgia que oferece treinamento a educadores. Graças à função, manteve, desde 2007, contato com cerca de 10.000 educadores de diversas partes do mundo, incluindo brasileiros.

Em seu artigo, o senhor fala de um ambiente escolar em que pais e professores não se entendem mais. O que tornou a situação insustentável, como o senhor descreve?

A sociedade se transformou. Hoje, vemos pais muito jovens, temos adolescentes que se veem obrigados a criar uma criança sem ao menos estarem preparados para isso. São pessoas imaturas. Por outro lado, temos famílias abastadas, em que pais trabalham fora e são bem-sucedidos profissionalmente. Pela falta de tempo para lidar com os filhos, empurram toda a responsabilidade da educação para a escola, mas querem ditar as regras da instituição. Ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão autonomia a ela.

Que tipo de comportamento dos pais irrita os professores?

Acho que o ponto principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa: dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não querem assumir suas responsabilidades.

Problemas com notas são bastante frequentes?

Sim. Certa vez tive uma aluna que estava indo mal em matemática. A mãe dela justificou-se dizendo que, na escola em que a filha estudara antes, ela só tirava boas notas, sugerindo, assim, que o problema éramos nós, os novos professores. Infelizmente, essa ideia se instalou na nossa sociedade. Se a nota é boa, o mérito é do aluno; se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, os pais ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que muitos profissionais estão evitando dar nota baixa para não entrar em rota de colisão com os pais, que nos Estados Unidos chegam a levar advogados para intimidar a escola.

Os pais poupam os filhos de lidar com fracassos?

Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças.

Que conselho o senhor dá aos professores?

É possível evitar que os pais surtem diante de notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construída uma relação de confiança. Em vez  de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, oriento que os professores conversem com os responsáveis também quando a criança vai bem. Na minha escola, procuro conhecer os pais de todos os meus alunos. Procuro encontrá-los com frequência e envio cartas a eles com boas notícias. Assim, quando tenho que dizer que a criança não está rendendo o esperado, eles me darão credibilidade e confiarão na minha avaliação.

É possível determinar quando termina a responsabilidade dos pais e começa a da escola?

As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho. Um conselho que sempre dou aos pais é que nunca falem mal da instituição de ensino ou do professor na frente dos filhos. Se a criança ouve os próprios pais desmerecerem seus mestres, perde o respeito por eles. O contrário também é verdadeiro. Os professores precisam respeitar os pais, porque eles são parte fundamental na educação de uma criança.

Em algumas situações a discussão sobre responsabilidades da família e da escola surge com muita força. Em casos de bullying, por exemplo, pais e professores trocam acusações. Sobre quem recai a maior parte da responsabilidade nesses casos?

A minha resposta novamente é que precisamos trabalhar em conjunto. Quando o bullying acontece na escola, é obrigação dos professores intervir imediatamente. Mas muitos não agem assim porque querem evitar conflitos com os pais. E isso é muito grave. O bullying está devastando nossas crianças. Precisamos combatê-lo. Para que os professores tenham liberdade para agir, precisam do apoio dos pais. Mas você sabe o que acontece? Muitas vezes, quando os pais são chamados na escola para serem alertados de que seu filho está praticando bullying contra um colega de classe, o que ouvimos é: "Mas qual o problema disso? Tenho certeza de que outros colegas também zombam do meu filho e ele não se sente mal por isso." Mais uma vez, vemos os pais se esquivando da responsabilidade.

A que o senhor atribui o sucesso do artigo que estourou no Facebook?

Eu escrevi o que todos os professores tinham vontade de dizer aos pais, mas não podiam dizer, porque isso os enfureceria. O que eu fiz foi dar voz a milhões de profissionais. Fiquei sabendo que muitas escolas imprimiram o texto e enviaram uma cópia a cada família. Na internet, pessoas de outros países também compartilharam a minha mensagem.

O senhor criou uma escola modelo, a Ron Clark Academy. Como é a relação de seus professores com os pais?

Procuramos estabelecer uma relação próxima. Como eu disse, estamos constantemente em contato com os pais, nos bons e nos maus momentos. Também promovemos encontros semanalmente, nos quais ofereço aos pais a oportunidade de assistir a uma aula na escola, destinada exclusivamente a eles, para que acompanhem o que está sendo ensinado a seus filhos. Ou seja, trabalhamos muito para conquistar uma relação harmônica. Não estou dizendo que é fácil lidar com os pais. Alguns deles podem ser bem malucos.

O senhor, na sua escola, recebe professores de diversas partes dos Estados Unidos e também de outros países, como o Brasil. Além dos problemas de relacionamento com os pais, do que mais professores de todo o mundo reclamam?

As avaliações tiram o sono dos professores. Não sei exatamente como funciona no Brasil, mas nos Estados Unidos os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. E todo o processo educacional passa a girar em torno de algumas provas. Isso é massacrante, para os alunos e para os professores. Os professores precisam de mais diversão na sala de aula.

263- Os Jogos da Raiva (TDAH e TOD) (ADHD & ODD)


Os Jogos da Raiva

Abatida pelo transtorno de oposição e desafio do seu filho? Pare com essa loucura – e com os surtos violentos – com essas estratégias para mudança. Por Karen Barrow.

Anne detesta acordar pela manhã. Seu filho, Sam, de nove anos de idade, é imprevisível. Às vezes ele segue as rotinas matinais. Outras vezes, ele briga por coisas pequenas – um pedido para se vestir, uma parada não programada a caminho da escola, ou um simples “não” a um pedido de pizza ou de dinheiro.

“Todo dia, nunca sei o que esperar dele”, diz Anne, que é gerente de relações públicas de um colégio particular em New Hampshire. “Ele começa a gritar e a chutar quando as coisas não são como ele quer”.

Sam foi diagnosticado com TDAH aos cinco anos e, enquanto explicasse algumas de suas dificuldades, tal diagnóstico nunca explicou seu temperamento agressivo e desafiador. Somente no início deste ano escolar Anne procurou ajuda para o comportamento do seu filho, que estava se tornando muito estressante para sua família. O pediatra diagnosticou que Sam sofria de TOD - Transtorno de Oposição e Desafio.

Reconheça o TOD em seu filho

Crianças com TOD têm um padrão de raiva, violência e comportamentos agressivos em relação a seus pais, cuidadores e outras figuras de autoridade. Antes da puberdade, o TOD é mais comum em meninos, mas, depois da puberdade, é igualmente comum em ambos os sexos. Sam não está sozinho em seu duplo diagnóstico de TDAH e TOD; calcula-se que até 40% das crianças com TDAH tenham TOD.

Toda criança age e testa seus limites de tempo em tempo, e o TOD parece o comportamento adolescente típico: responder, crises de raiva e agressividade. O primeiro passo para corrigir o comportamento problemático da criança é reconhecer o TOD. Como você sabe que seu filho está sendo apenas uma criança ou se ele precisa de ajuda profissional?

Não há uma linha clara entre o “desafio normal” e o TOD, diz Ross Greene, Ph.D., professor associado de clínica psiquiátrica na Harvard Medical School e autor do livro “The Explosive Child”. A falta de critério claro explica por que os profissionais geralmente discordam se uma criança deve ser diagnosticada com TOD.

Greene enfatiza que compete aos pais decidir quando procurar ajuda para uma criança desafiadora. “Se você estiver sofrendo com o comportamento do seu filho, e isso estiver causando interações desagradáveis em casa e na escola, você terá preenchidos os critérios para ter um problema”, diz Greene. “E eu sugiro que você procure auxílio profissional”.

Anne nunca tinha ouvido falar de TOD quando consultou uma terapeuta cognitiva comportamental para discutir estratégias de controle do comportamento errático do seu filho. Depois de ficar certo tempo na casa da família, observando Sam e suas interações com sua mãe, a terapeuta viu sinais de TOD. “Eu não sabia do que ela estava falando”, diz Anne. Na visita seguinte ao médico, Anne perguntou se o TOD podia explicar o comportamento de Sam, e o médico disse que sim.

“Quando penso sobre isso, o diagnóstico faz sentido”, diz Anne. “Nada que usei com minha filha mais velha – como somar algumas consequências antes de puni-la – para controlar seu comportamento, funcionou com Sam”.

Outra mãe, Jane Gazdag, contadora em Nava Iorque, começou a notar comportamento problemático em seu filho, Seamus Brady, agora com oito anos, quando ele tinha quatro anos de idade. “Ele gritava por duas ou três horas por causa de coisas pequenas”, diz Jane. “Ele brigava por tudo”.

Quando Jane descobriu que tinha parado de fazer coisas alegres com seu filho, como passar o dia em Manhattan, porque para ela seria muito estressante, ela suspeitou que ele tivesse TOD e falou sobre isso com o pediatra. Seamus foi diagnosticado com TOD.

Os sinais do TOD podem ser vistos no comportamento de uma criança em relação ao seu cuidador. O comportamento desafiador pode se espalhar a um segundo cuidador e aos professores ou demais figuras de autoridade, mas se aparece em uma criança com TDAH, o TOD aparecerá dentro de dois anos depois do diagnóstico do TDAH.

Se uma criança começa a se tornar desafiadora, há um modo fácil de dizer se o comportamento é uma consequência do TDAH ou se é um sinal do TOD. “O TDAH não é um problema de começar uma tarefa, é um problema de terminar uma tarefa”, diz Russel Barkley, Ph.D., professor de psiquiatria e de pediatria na Medical University of South Carolina. “Se uma criança não pode começar uma tarefa, é TOD”.

A ligação Impulsividade/Desafio

Entender por que o TOD é encontrado tão frequentemente em crianças com TDAH é entender as duas dimensões do transtorno – os componentes emocional e social, diz Barkley. Frustração, impaciência e raiva é parte do componente emocional. Discussão e desafio desmedido é parte do aspecto social.

Muitas crianças com TDAH são impulsivas, e isso dirige o componente emocional do TOD. “Para pessoas com TDAH, as emoções são expressas rapidamente, enquanto outras pessoas são capazes de conter seus sentimentos”, diz Barkley. Por isso que a pequena parte de crianças com o tipo desatento do TDAH é menos sujeita a desenvolver o TOD. Crianças que têm TDAH, com intensa impulsividade, são mais sujeitas a serem diagnosticadas com TOD.

Raiva e frustração são de manejo difícil em uma criança com TOD e TDAH, mas é o desafio que aumenta o estresse da família causado pelo TOD. O mais surpreendente é que os pais alimentam o desafio. Se um pai cede rapidamente quando a criança tem uma crise de raiva, a criança aprende que pode manipular as situações tornando-se enraivecida e iniciando uma briga. Esse aspecto do TOD é um comportamento aprendido, mas pode ser desaprendido por meio da terapia comportamental.

Primeiro o TDAH, depois o TOD

Antes de enfrentar o TOD da criança, é importante que o seu TDAH esteja controlado. “Quando reduzimos a hiperatividade, a impulsividade e a desatenção da criança, talvez por causa da medicação, observamos melhora simultânea do comportamento de oposição”, diz Greene.

Os medicamentos estimulantes tradicionais são a droga de escolha inicial porque têm mostrado que reduzem os prejuízos do TDAH, assim como do TOD, em até 50% em mais de 25 pesquisas publicadas, diz William Dodson, M.D., que se especializou no tratamento do TDAH, em Greenwood, Colorado. Medicamentos não estimulantes também podem ajudar. Em um estudo, os pesquisadores descobriram que a droga atomoxetina, a forma genérica do ingrediente ativo do Strattera, reduz significativamente os sintomas do TOD e do TDAH. Os pesquisadores notaram durante a pesquisa, publicada no Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, em março de 2005, que doses mais altas da medicação eram necessárias para controlar os sintomas em crianças que tinham como diagnóstico as duas condições.

O Strattera ajudou Seamus a controlar suas emoções, reduzindo o número e a intensidade de suas crises de raiva. “Fez uma grande diferença”, diz Jane. Para alguns, a medicação não é o bastante, e depois da criança ter os sintomas do seu TDAH sob controle, será a hora de atacar os comportamentos do TOD.

Embora haja pouca evidência a mostrar que algum tratamento seja eficiente no tratamento do TOD, muitos profissionais concordam que a terapia comportamental tem o maior potencial para ajudar. Há muitas formas de terapia comportamental, mas a abordagem mais comum é recompensar o bom comportamento e estabelecer consequências consistentes para ações e comportamentos inadequados.

Programas de terapia comportamental não começam com a criança; eles começam com o adulto. Como geralmente a criança com TOD tem um cuidador que a leva às crises de raiva e de comportamento violento, ou oferece punição inconsistente para o mau comportamento, a criança pensa que surtar lhe dará o que ela quer. Assim, o cuidador principal tem de ser educado para responder efetivamente a uma criança com TOD. Outra parte do treinamento dos pais é verificar se um deles é portador de TDAH sem diagnóstico; adultos com o transtorno são mais propensos a não controlar o comportamento da criança.

Estabelecer punição consistente é somente parte do programa de terapia comportamental; os pais precisam aprender a usar reforço positivo quando uma criança se comporta bem.

Mantenha o programa

Um terapeuta comportamental trabalha com os pais e a criança, juntos, para reduzir os problemas de comportamento. No topo da lista de Anne estava o “cale a boca” que seu filho gritava para todo mundo. Anne mantinha uma folha para anotar o número de vezes que seu filho gritava em um dia. Ao final do dia, Anne e seu filho viam o total juntos. Se o número estivesse abaixo da meta do dia, ela lhe dava uma pequena recompensa, um brinquedo ou um tempo a mais para jogar videogame. Dia a dia, Sam tentava reduzir o número de vezes que ele dizia “cale a boca”, e Anne tentava ser consistente em suas punições.

Todos os cuidadores de uma criança precisam participar do programa. Avós, professores, babás, e outros adultos que ficam por um tempo sozinhos com seu filho, precisam entender que a necessidade de consistência na terapia comportamental se estende a eles também.

“O TOD tem efeito deletério nos relacionamentos e na comunicação entre as crianças e os adultos”, diz Greene. “Você vai querer melhorar as coisas o mais rápido que puder”.

Anne acredita que sua diligência vai ser recompensada. “Esperamos que todo o trabalho que temos feito será, um dia, bom para o Sam”, ela diz.

Este artigo foi publicado no número de primavera de 2013 de ADDitude.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

262- 33 Maneiras de Permanecer Organizado Com TDAH Adulto



Deseja uma casa limpa? Um escritório eficiente? Fique organizado com TDAH adulto graças à guru da organização Judith Kolberg e suas 33 estratégias para o trabalho e o lar. Por Judith Kolberg, em ADDitude.

Manter sua vida em ordem é um passo crucial para alcançar suas metas. Nenhum segredo nisso. Então, por que vivemos com uma desordem crônica em casa, no trabalho e em nossa vida pessoal?

Judith Kolberg acha que é uma questão de perfeccionismo: Somos incapazes de fazer o que é preciso mesmo para ficar só um pouco mais organizados porque temos medo de não nos tornarmos perfeitamente organizados. E, como assinala Kolberg, autora de “Conquering Chronic Disorganization”, não há essa coisa chamada organização perfeita. A vida é caprichosa e estratégias adotadas que funcionem bem hoje podem ser sem utilidade amanhã.

A boa notícia, diz Kolberg, que atualmente preside o FileHeads Professional Organizers (www.fileheads.net), é que aparentemente pequenas mudanças podem trazer grandes benefícios em sua vida – menos confusão, menos desgostos e maior tranquilidade.

O Quadro Geral

1. Estabeleça limite de tempo para a tomada de decisão.

Os TDAHs podem sofrer dias seguidos antes de tomar uma decisão que os outros tomam em minutos. Acelere o processo estabelecendo uma faixa de tempo ou um limite de orçamento. Se você está escolhendo um acampamento de verão para seu filho, por exemplo, determine uma data limite, e faça a melhor escolha que puder até essa data. Se estiver decidindo qual celular novo vai comprar, determine um limite de preço e esqueça os mais caros.

Sempre identifique o fator mais importante a ser considerado na tomada de qualquer decisão, seja o preço, conveniência, estética, praticidade ou algo mais. Foque somente nesse fator quando for tomar uma decisão.

2. Lute contra a tendência de se sobrecarregar.

Para cada novo compromisso que assumir, elimine outro mais antigo. Se você concordar em se juntar ao comitê escolar de levantamento de fundos, por exemplo, desista do comitê de vigilância da vizinhança. Os TDAHs tendem a se envolver muito.

3. Mantenha curta sua lista de coisas a fazer

Usando letras grandes e largas, faça uma lista de não mais de cinco tarefas em um cartão. (Anote qualquer item a mais no verso do cartão). Quando tiver feito essas cinco coisas, veja o verso do cartão para criar uma nova lista – e descarte a antiga. Você fará mais coisas, ficará menos frustrado e controlará melhor o seu tempo.

4. Lute contra o hiperfoco

Ajuste um alarme (relógio, celular, timer de cozinha, ou alarme do computador) ou arranje alguém confiável para avisá-lo num horário específico. Se você costuma ficar perdido na internet por horas a fio, vai precisar desse tipo de ajuda.

5- Use um “dublê de corpo”

Pode ser um amigo ou um membro da família que se sente ao seu lado e o ajude a fazer as tarefas da vida civil, como examinar o talão de cheques, preencher um formulário para novo emprego ou revisar sua situação financeira. Seu dublê criará uma atmosfera produtiva ao sentar-se silenciosamente e fazer um trabalho que não interfira com o seu tal como colar selos em envelopes ou copiar receitas de revistas.

Cuidados Pessoais

6. Tenha à mão medicamentos de reserva

Cada vez que você obtiver uma receita médica, escreva em sua agenda a data em que terá de renová-la (ou ajuste seu computador para lhe mandar um e-mail para lembrá-lo da data). Peça ao seu farmacêutico se ele pode lhe avisar quando for hora de renovação. Sua data de renovação deve ser ao menos uma semana antes da data em que a medicação terminará.

7. Inclua atividade social em sua agenda

Desse modo, seus desejos de encontrar novas pessoas, de ter conversas interessantes e de se enturmar com os amigos serão realizados automaticamente. Faça um curso, junte-se a um clube de livros ou a um programa de leitura, ou a um clube de gastronomia.

8. Entre para um grupo de apoio ao TDAH

Grupos de apoio propiciam mais do que suporte emocional. Por exemplo, os membros podem se juntar na hora de fazer tarefas aborrecidas, como preencher declaração de rendimentos. Uma de cada vez, cada pessoa deixa o computador, dedica 15 minutos à tarefa em questão, então retorna ao programa de rede social para fazer uma piada, lamentar-se ou cumprimentar um ao outro.

Pesquise na web sobre grupos de apoio online ou presenciais.

9. Carregue uma carteira colorida

É mais difícil perder uma carteira vermelha do que uma marrom ou preta. O mesmo se aplica ao seu talão de cheques.

10. Compre sensações, não objetos

Não há nada de errado com uma pequena “terapia de compras” para premiar-se por suas conquistas. Mas, pense duas vezes antes de comprar algum novo objeto (que pode ser outro item de bagunça em sua casa). Em vez disso, use seu dinheiro para comprar uma experiência prazerosa, tal como uma massagem ou uma saída à noite com os amigos.

Controle da Desordem

11. Pare de sofrer por causa de coisas insignificantes

O que fazer com os cartões de boas festas que você recebeu, com baterias de carga duvidosa, CDs sem identificação, fitas cassetes, parafusos sem porcas etc.? Jogue-os numa “gaveta de quarentena”. Quando a gaveta estiver cheia, verifique rapidamente seu conteúdo. Use o que puder ser usado e jogue fora o resto. Então, comece o processo novamente.

12. Arrume um “companheiro da desordem”.

Ele pode ser um amigo ou um membro da família (indulgente) que o ajudará a dar conta de todas as coisas que estão atulhando sua casa. Algumas vezes ao ano, você e seu companheiro devem juntar suas coisas em quatro pilhas: “manter”, “descartar”, “doar” e “esperar”. Livre-se logo dos itens “descartar” – antes de ter a chance de mudar de ideia. Coloque os itens “doar” em sacos resistentes de plástico, ou bolsas, e os leve ao ponto mais próximo de recebimento de doações. Coloque os itens “esperar” em caixas de papelão marcadas com uma data três meses adiante. No seu calendário, marque a mesma data como um tempo para rever os itens “esperar”. Quando a data chegar, dê uma nova olhada nesses itens. Se você sentir-se confortável descartando-os, faça isso. Se não, renove a data para mais três meses à frente.

13. Lute contra a sobrecarga de controle financeiro

Você precisa mesmo manter mensalmente seu contador a par dos controles financeiros? Pergunte a ele se você pode fazer esses controles de quatro em quatro meses ou uma vez ao ano, e jogue fora o resto da papelada.

14. Não deixe empilhadas as revistas não lidas

Se o número seguinte chegar antes que você tenha lido o último, ponha o último em uma cesta pequena (que tenha não mais de 15 centímetros de altura e a largura de duas revistas). Quando a cesta estiver cheia, pesquise as revistas e leia o que puder, descartando ou reciclando o restante. Você pode levar as melhores revistas para um hospital ou um asilo de mulheres.

Se você não dá conta de ler os números de uma revista em particular, cancele a assinatura.

Sua Rotina Diária

15. Comece a usar os minutos desperdiçados

Não espere para usar grandes períodos de tempo sem interrupção para começar a fazer as tarefas de organização. Em um minuto, você pode conferir a correspondência, tirar a roupa da secadora ou regar as plantas. Em cinco minutos, você pode esvaziar a lavadora de louças ou escrever um e-mail. Enquanto espera sua roupa secar, você pode emparelhar as meias e ajuntar as roupas para lavagem a seco.

16. Crie uma “rampa de saída” perto da porta da rua.

Esse é o local para deixar as coisas que as pessoas da família precisam usar a cada vez que saem de casa – sombrinhas, mochilas da escola, pastas, livros de bolso, chaves, cachecóis etc. A “rampa de saída” deve ter cabides, cintos, prendedores, caixas, tudo o que tornar mais fácil encontrar e pegar coisas ao sair de casa.

17. Guarde seus recibos

Toda noite, esvazie seus bolsos, carteira, bolsa e maleta de todos os recibos e comprovantes. Ponha-os em sua pasta de contas a pagar e documentos financeiros a revisar.

Mudança muito pequena? Se as moedas se espalham pela penteadeira, arrume uma jarra para guardá-las. Ao final do mês, você terá uns trinta reais ou mais para gastar – um premio por manter seus bolsos livres de bagunça.

18. Simplifique seu guarda-roupa

Quanto mais roupas você tiver, mais difícil será decidir sobre o que usar a cada manhã. Assim, sempre descarte as roupas que estiverem sobrando. Se comprar uma camisa nova, por exemplo, pense em se livrar de uma mais velha. Na primavera e no verão, coordene suas roupas em torno de duas cores, mais o branco. No outono e no inverno, coordene todas as roupas em torno de duas outras cores, mais o preto. Você se sentirá livre por ter menos escolhas a fazer, e economizará na compra de roupas.

19. Arrume suas roupas em conjuntos completos

Pendure-as juntas no seu guarda-roupa. Você se vestirá mais depressa pela manhã, com menos confusão e segunda escolha. Essa estratégia funciona para homens e mulheres, e é especialmente útil para organizar as roupas de trabalho. As mulheres podem arrumar uma bolsa com as joias que combinem e deixá-la no guarda-roupa.

Em Casa

20. Enfrente uma tarefa de cada vez

Assumir várias tarefas grandes de uma só vez é estressante para as pessoas com TDAH. Estabeleça uma prioridade e a complete, não deixando nada pendente antes de ir para a próxima. Por exemplo, compre seus novos óculos antes de limpar a drenagem do quintal. Ou leve seu carro para a revisão antes de fazer a revisão do seu currículo.

21. Use blocos de anotações de colar para manter-se em dia

Se você está geralmente fora do rumo por interrupções, torne mais fácil seu retorno à tarefa assim que a interrupção cessar. Como? Mantenha um estoque de blocos de anotações com cola e grude a folhas onde você deverá recomeçar se for interrompido. Por exemplo, se você precisar receber uma chamada telefônica enquanto estiver lendo, cole uma folha no lugar do texto e escreva “recomece a leitura aqui”. Quando terminar a conversa, você saberá exatamente o que fazer.

22. Faça as tarefas em duplas

Se você aprender o hábito de fazer duas pequenas tarefas em conjunto, fará mais coisas. Por exemplo, você pode acertar seus relógios e trocar as baterias do detector de fumaça ao final de um dia feriado. Você pode trocar o óleo do carro e revisar seus investimentos no mesmo dia. Ou reorganizar sua agenda toda vez que regar as plantas.

23. Organize sua garagem como um profissional

Isso significa separar suas coisas em zonas do modo que você vê nas lojas de utensílios para o lar: ferramentas, material de pintura, material de jardinagem, material esportivo, material automotivo, etc. Se isso for um trabalho muito grande para começar sozinho, não tenha medo de pedir ajuda.

A Montanha de Papel

24. Repensando seu sistema de arquivamento

Portadores de TDAH geralmente têm dificuldades com arquivos porque criam muitas categorias. Melhor manter suas categorias amplas e usar subpastas quando necessário. Por exemplo, você pode rotular uma pasta como “Seguros” e preenche-la com subcategorias para seguro de vida e seguro de saúde. Na internet há ofertas de vários programas de organização, incluindo os que são feitos especificamente para manter os manuais do proprietário, garantias de produtos, apólices de seguros e que tais.

25. Crie um documento “ponto-quente”

Isso é uma pasta vermelha, transparente, para documentos importantes e com datas de vencimento. Nessa pasta, que deve ser mantida na sua mesa, você deve por os papéis que representem até cinco tarefas diferentes que precisam ser cumpridas dentro das próximas 24 horas – uma conta a pagar, uma ficha de cliente, uma mensagem telefônica a ser respondida, etc.

Esvazie seu “ponto-quente” diariamente. Papéis importantes que não sejam urgentes podem ser mantidos em pastas transparentes ordenadas verticalmente numa estante.

Um “ponto-quente” é uma grande ferramenta para lidar com o problema do “fora de vista, fora da mente”.

26. Interrompa a cascata de correspondência não desejada

Adicione seu nome à lista de “não envie” mantida pela Direct Mail Association. Vá a www.the-dma.org para mais informações. (Deve haver outros meios no Brasil – nota do tradutor)

27. Veja seu correio todos os dias

Isso o manterá livre de se sentir oprimido. Elimine o lixo imediatamente. O restante de sua correspondência deve ser mantido em um local, com um cesto por perto. Contas a serem pagas devem ser postas dentro da sua agenda – ou use o online banking – na mesa ao lado do computador.  Separe a correspondência de outras pessoas em locais adequados, com os nomes deles marcados.

Assuntos Financeiros

28. Agende, consigo mesmo, uma revisão dos seus investimentos financeiros.

Escreva a data e o tempo para revisar esses investimentos em seu calendário ou em sua agenda, e junte os recibos e extratos bancários, extratos de investimentos e de planos de aposentadoria.

29. Mude para o online banking

Quanto tempo você gasta a cada mês escrevendo cheques, endereçando envelopes e colando selos (sem mencionar a postagem dos cheques)? É mais rápido fazer o serviço de banco online – especialmente se você optar por autorizar as contas a serem pagas de modo automático – e você não terá de pagar o correio.

Se estiver intimidado por algo complicado no computador durante a abertura de uma conta online, peça a um amigo que entenda ou a um membro da família para ajudá-lo.

30. Use somente uma conta bancária

Mantenha seu talão de cheques em sua bolsa ou maleta e o recoloque lá imediatamente após usá-lo. Mantenha os canhotos dos cheques e folhas de cheque para emergências (mas não outro talão de cheques!) em outro local, para o caso de perder seu talão.

31. Mantenha os cartões plásticos no mínimo

Quanto mais cartões de crédito você tiver, mais documentos e recibos terá para lidar. Melhor ficar com um ou dois cartões de crédito mais importantes e evitar os cartões de lojas e de gasolina.

Aceite novas ofertas de cartões somente se as vantagens forem superiores às dos cartões atuais.

32. Tenha um cartão de débito

Mantenha-o em sua maleta e o utilize em vez de um cheque pessoal sempre que for possível. Cada vez que usar o cartão, faça uma anotação no seu talão de cheques, como se você tivesse passado um cheque. Desse modo, sua conta bancária permanecerá equilibrada.

33. Tenha algum dinheiro de reserva em casa

Ponha algumas centenas de reais em uma bolsa plástica a prova de água e guarde-a em local seguro e fácil de ser encontrado (pode ser o seu freezer). Assim, não será pego desprevenido se algo importante acontecer que torne impossível o uso de caixas eletrônicos.

Nota do tradutor: Algumas dessas dicas são bem “a cara” do modo de vida dos americanos e não fazem muito sentido para os “tupiniquins”.

261- Spielberg, sobre Dislexia: “Você não está sozinho”


 
Apesar de ter sofrido bullying na escola, Steven Spielberg não deixou que a dislexia o impedisse de se tornar uma lenda de Hollywood. Leia suas palavras encorajadoras para as pessoas com dificuldades de aprendizagem. Os Editores de ADDitude

O vencedor de prêmio da Academia de Cinema dos Estados Unidos (Academy Award – Oscar), diretor Steven Spielberg recentemente confirmou que tem dislexia – a primeira vez que falou nisso publicamente. “Foi a última peça do quebra-cabeça e um segredo enorme que eu mantive guardado todos esses anos”, diz o diretor em uma entrevista em www.friendsofquinn.com . Diagnosticado cinco anos atrás, Spielberg aprendeu a ler dois anos mais tarde do que seus colegas de classe, que promoviam bullying contra ele com tanta intensidade que ele sentia muito medo de ir para a escola.

“Nunca me senti como uma vítima”, diz. “O cinema me salvou da vergonha, de me sentir culpado, de fazer dela um peso quando não era”.

Spielberg, que foi abençoado com pais que o apoiaram, voltou para a faculdade aos 50 anos para terminar o curso, que ele havia abandonado em 1968 para se tornar diretor de cinema. Ele diz que lhe custa o dobro do tempo, comparado a qualquer outra pessoa, para ler um livro ou roteiro, mas ele usa o tempo a mais procurando coisas para apreciar enquanto se demora sobre as palavras.

Seu conselho para os adultos jovens com Dificuldade de Aprendizagem? “Você não está sozinho, e embora sofra de dislexia por toda sua vida, você pode se livrar das dificuldades para chegar aonde quer ir. Ela não vai impedi-lo”.

ADDitude, inverno de 2012.

sábado, 19 de janeiro de 2013

260- Capacidade do Cérebro e Exercício: Como Melhorar a Memória e o Aprendizado


 
A atividade física não somente facilita o nascimento de novas células cerebrais como também produz substâncias químicas que facilitam o aprendizado. Por John Ratey, M.D.

O corpo foi feito para ser usado, e quando nós usamos nosso corpo, usamos nosso cérebro também. Aprendizado e memória evoluíram junto com as funções motoras que permitiram aos nosso ancestrais procurar comida. No que diz respeito ao nosso cérebro, se não estivéssemos nos mexendo, não haveria necessidade de aprendermos nada.
O exercício melhora a memória em três níveis: Ele aperfeiçoa sua mente, melhorando a consciência, a atenção e a motivação. Ele prepara e estimula as células nervosas a se ligarem umas às outras, o que é a base celular para o aprendizado de informação nova. E desencadeia o desenvolvimento de novas células nervosas derivadas das células tronco no hipocampo, uma área do cérebro relacionada à memória e ao aprendizado.
Várias escolas progressistas experimentaram o exercício para ver se ele, antes das aulas, aumentava a habilidade de leitura e o desempenho das crianças em outros assuntos. Adivinhe? Aumentava.
Agora sabemos que o cérebro é flexível, ou plástico, no modo de falar dos neurocientistas. É um órgão que se adapta e que pode ser moldado pelas informações do mesmo modo que um músculo pode ser modelado pelo levantamento de pesos. Quanto mais você o utilizar, mais forte e mais flexível ele será.
Longe de ter os circuitos definitivos, como os cientistas pensavam antes, o cérebro está constantemente renovando seus circuitos. Estou aqui para ensiná-lo a ser seu próprio eletricista.
Exercício: Uma droga para o seu cérebro?
Tudo é questão de comunicação. O cérebro é formado por centenas de bilhões de neurônios de vários tipos que conversam um com os outros por meio de centenas de diferentes substâncias químicas, para governar nossos pensamentos e ações. Cada célula cerebral precisa receber a informação de centenas de milhares de outras antes de liberar o seu sinal. A junção entre as células é a sinapse, e é aí onde a borracha encontra o asfalto. O jeito que isso funciona é assim: o sinal elétrico sai pelo axônio, um filamento de saída, até que encontre a sinapse, onde um neurotransmissor leva a mensagem através da fenda sináptica na forma química. No outro lado, no dendrito, ou o filamento receptor, o neurotransmissor liga-se ao receptor – como uma chave na fechadura – e isso abre canais iônicos na membrana celular, que transformam o sinal novamente em eletricidade.
Cerca de 80% dos sinais do cérebro são transmitidos por dois neurotransmissores que equilibram um o efeito do outro: Glutamato aumenta a atividade para iniciar a cascata de sinais, e o ácido gama-aminobutírico (GABA) interrompe a atividade. Quando o glutamato libera um sinal entre dois neurônios que nunca se comunicaram antes, a atividade liga o motor. Quanto mais a conexão é ativada, mais forte a ligação fica. Como se diz, neurônios que disparam juntos forma redes juntos. Isso torna o glutamato um ingrediente crucial no aprendizado.
A psiquiatria se dedica a um grupo de neurotransmissores que agem como reguladores – do processo de sinalização e de tudo mais que o cérebro faz. Esses são serotonina, norepinefrina e dopamina. E, embora os neurônios que os produzem sejam apenas um por cento dos centenas de bilhões de neurônios do cérebro, esses neurotransmissores desempenham influência poderosa. Eles podem instruir um neurônio a fazer mais glutamato, ou ele pode fazer o neurônio mais eficiente ou alterar a sensibilidade dos seus receptores. Eles podem diminuir o “ruído” no cérebro, ou, inversamente, amplificar esses sinais.
Eu digo às pessoas que sair para correr é como tomar um pouco de Prozac e um pouco de Ritalina porque, como as drogas, o exercício aumenta esses neurotransmissores. A melhor explicação é que o exercício equilibra os neurotransmissores – assim como o resto da neuroquímica do cérebro.

ADDitude

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

259- Como os meninos com TDAH se relacionam com novos colegas


 
Problemas de relacionamento com colegas são consistentemente encontrados como sinal de resultados negativos no desenvolvimento. Crianças rejeitadas (particularmente as que agem agressivamente com os colegas) se saem significativamente pior na adolescência e na vida adulta do que crianças com relações de amizade mais harmoniosas. Isso pode ocorrer porque as crianças rejeitadas geralmente gravitam uma em torno da outra durante a adolescência e reforçam ou pioram o comportamento antissocial uma da outra. A rejeição pelos colegas também pode ter um efeito negativo na autoestima das crianças e contribuir para o desenvolvimento de solidão e depressão.

Infelizmente, muitas crianças com TDAH têm dificuldade em suas relações com colegas e geralmente se tornam não queridas ou rejeitadas pelas outras depois de alguns poucos contatos. Por que isso ocorre? O que elas fazem de errado quando tentam negociar a importante tarefa social de se unir a um novo grupo social? Há diferenças importantes em como elas tentam se integrar com os novos colegas sem TDAH? Essa foi uma questão interessante pesquisada em um estudo publicado há dois anos no Journal of Abnormal Child Psychology [Ronk et al,. (2011). Avaliação da competência social de meninos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Aceitação problemática pelos colegas, respostas e avaliações dos anfitriões. Journal of Abnormal Child Psychology, 39, 829-840.]

Ser capaz de se juntar com sucesso a novos colegas é um importante primeiro passo para desenvolver relações positivas de amizade. Todos nós tivemos a experiência de tentar se juntar a outros que ainda não conhecemos, mas que já eram amigos entre si. É uma tarefa desafiadora e requer a habilidade de usar comportamentos verbais e não verbais. É uma tarefa importante porque se unir com sucesso a um novo grupo dá às crianças a oportunidade de desenvolver novos amigos; crianças que consistentemente têm dificuldade de enfrentar o processo de entrada no grupo têm menos oportunidades subsequentes para interações positivas.

Quais os tipos de comportamento associados à entrada competente no grupo? Pesquisas anteriores sugerem que as crianças socialmente competentes empregam um espectro de comportamentos de entrada que vão do baixo risco ao alto risco. Comportamentos de baixo risco são os que têm menor probabilidade de provocar reações positivas ou negativas dos colegas aos quais uma criança esteja tentando se unir.
Por exemplo, uma estratégia de baixo risco seria ficar por perto de colegas que estejam brincando juntos e somente observar sua atividade. Usando essa abordagem, a criança poderia gradualmente ter uma noção de quais sejam as atividades e as normas do grupo, e eventualmente comentar sobre o que acontecia, por exemplo, “parece um jogo divertido – vocês se importam se eu ficar olhando um pouco?”. Com esse tipo de ação, a criança competente age para gradualmente misturar-se ao grupo.
Crianças socialmente menos competentes nunca vão além do estágio de ficar observando, ou se envolvem em estratégias de alto risco, que podem produzir reações positivas ou negativas. Isso inclui comentários e perguntas que tirem a atenção dos colegas do que eles estão fazendo e chamem a atenção sobre si mesmo. Crianças menos habilidosas têm dificuldade de casar sua atividade com a escala de referência do grupo e de se unir de modo não incomodativo.
O foco desse estudo foi observar como os meninos com e sem TDAH lidavam com a admissão ao grupo de colegas. Os participantes foram 1.477 meninos de 12 anos de idade recrutados de vários locais da comunidade. Quarenta e nove serviram de “indivíduos de entrada”, isto é, os meninos que tinham de tentar entrar para o grupo. Vinte e seis deles tinham TDAH e vinte e três não. Todos os meninos com TDAH preenchiam os critérios para os subtipos combinado ou hiperativo/impulsivo; meninos com somente os sintomas de desatenção não foram incluídos. O restante dos meninos – nenhum dos quais tinha TDAH – era do grupo anfitrião, isto é, colegas aos quais os “meninos de entrada” teriam de se unir.
O paradigma experimental foi o seguinte: meninos eram levados ao laboratório em grupos de 3. Dois meninos – anfitriões – já eram amigos um do outro, e o “menino de entrada” não conhecia nenhum deles. Os anfitriões eram levados a uma sala e instruídos a brincar com um dos vários jogos até que o pesquisador voltasse. Minutos mais tarde, a “criança de entrada” era trazida sem ter recebido nenhuma instrução específica sobre o que fazer. Desse ponto em diante, as interações das crianças eram filmadas. Depois de vários minutos, a “criança de entrada” era retirada pelo pesquisador. A criança era trazida novamente um pouco mais tarde para que fosse observada uma segunda tentativa de entrada. Todo o procedimento levava cerca de uma hora.
Meninos com TDAH que estavam medicados não tomavam a medicação no dia do estudo; isso permitia que seu comportamento não medicado fosse observado.
Codificando o comportamento de entrada dos meninos.
Vídeos das interações foram codificados para captar as tentativas de entradas dos meninos e as reações dos anfitriões às tentativas.
Os códigos para os comportamentos de entrada competentes das crianças eram:
Esperar e andar – aproximando-se dos anfitriões e observando seu comportamento sem falar.

Comportamento sincronizado – aproximando-se dos anfitriões e imitando o que eles estavam fazendo sem falar ou brincar com eles.

Declaração dirigida ao grupo – uma declaração verbal relevante dirigida diretamente aos anfitriões ou sobre a brincadeira.

Pergunta – uma pergunta relevante dirigida aos anfitriões.

Comportamentos considerados como reflexos de entrada incompetente eram:

Declaração pessoal – uma declaração descrevendo-se a si mesmo, que não era relacionada com a atividade corrente dos anfitriões.

Chamar a atenção – um comportamento verbal ou não verbal com a intenção de chamar a atenção dos anfitriões.

Interferência – um comportamento verbal ou não verbal aversivo.

Autoelogio – fazer declarações descrevendo habilidades próprias.

Codificando os comportamentos dos anfitriões

O comportamento dos anfitriões em relação às “crianças de entrada” foi codificado como segue:

Iniciação – comportamento não solicitado convidando a “criança de entrada” para brincar.

Positivo – resposta à “criança de entrada” que fosse positiva ou neutra.

Negativo – resposta à “criança de entrada” que fosse de rejeição ou desfavorável.

Ignorar – nenhuma resposta de aceitação da “criança de entrada”.

Os codificadores também classificaram quão bem a “criança de entrada” parecia se relacionar com os anfitriões, assim como a habilidade da criança em manter o padrão de referência do grupo, isto é, se adequar ao jeito de falar e ao comportamento do grupo nas atividades correntes.

RESULTADOS

Comportamento da “criança de entrada”

Comportamento de entrada competente – nenhuma diferença foi encontrada na quantidade de comportamento de entrada que os meninos com e sem TDAH mostraram.

Comportamento de entrada incompetente – Meninos com TDAH mostraram mais comportamento de chamar a atenção, mais comportamento perturbador, mais comentários pessoais e mais autoelogios. Diferenças nesses comportamentos entre meninos com e sem TDAH foram geralmente grandes em magnitude. Meninos com TDAH também foram classificados como menos hábeis para manter o padrão do grupo, e suas tentativas de conversação foram julgadas menos relevantes para a atividade corrente.

Comportamento favorável dos anfitriões e pontos da “criança de entrada”.

Meninos com TDAH receberam menos respostas para entrada do que os meninos de comparação. Embora não houvesse nenhuma diferença de grupo nas respostas negativas dos anfitriões durante o primeiro episódio de entrada, meninos com TDAH tenderam a receber mais reações negativas no segundo episódio. De modo semelhante, meninos com TDAH não eram menos queridos pelos anfitriões depois do primeiro episódio de entrada, mas eram menos queridos depois do segundo episódio.

RESUMO E IMPLICAÇÕES

Os resultados desse estudo indicam claramente que meninos com TDAH são menos hábeis do que os outros na importante tarefa social de se juntar a colegas não conhecidos. Como tal, eles têm menos oportunidades de desenvolver relacionamentos novos e positivos do que os outros.

Foi notável que, no segundo episódio de entrada, meninos com TDAH já haviam se tornado menos queridos pelos outros meninos. Isso não parece relacionado com a ausência de comportamento competente de entrada; de fato, eles mostraram tantos comportamentos competentes como os outros. Na verdade, isso é mais bem explicado pelos graus significativamente mais altos de comportamentos incompetentes que eles exibem. Isso incluía mais declarações para chamar a atenção, mais autoelogios, mais comportamento de chamar a atenção e mais comportamento perturbador. Em vez de dominar a situação, mantendo o padrão de referência e silenciosamente se misturar, eles tendem a se intrometer nas atividades dos anfitriões de um jeito que os colegas não gostam. Assim, a entrada no grupo de colegas é provavelmente um aspecto da interação social habilidosa em que os meninos com TDAH precisam de ajuda.

Como os meninos não estavam medicados durante o estudo, seria interessante saber se taxas elevadas de comportamento incompetente seriam significativamente reduzidas pela medicação. É possível, mas não se sabe. Seria também interessante saber se as dificuldades de entrada exibidas pelos meninos com TDAH seriam da mesma forma exibidas pelas meninas com TDAH. Meninas com TDAH podem não mostrar déficits comparáveis, ou, podem mostrar padrão diferente de comportamento de entrada incompetente.

Essas questões, junto com os esforços de melhorar o comportamento de entrada no grupo de colegas de meninos com TDAH, seriam todas interessantes para se verificar em pesquisa subsequente.

Novamente, obrigado por seu interesse continuado em nosso boletim. Espero que você tenha apreciado o artigo acima e o achado útil. Sinceramente,

David Rabiner, Ph.D. – Research Professor, Dept. of Psychology & Neuroscience, Duke University, Durham, NC 27708 - USA

 

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