Raiva, explosões, ansiedade, irritabilidade, impaciência:
mais do que a maioria das pessoas, os TDAHs podem ser dirigidos pelas emoções. Por
Thomas E. Brown, Ph.D., autor de "Smart but Stuck: Emotions in Teens and
Adults with ADHD" (Esperto mas enrolado: Emoções em adolescentes e adultos
com TDAH".
A emoção comanda
Poucos médicos levam em conta as alterações emocionais
quando fazem o diagnóstico do TDAH. De fato, os critérios de diagnóstico atuais
para o TDAH não incluem nenhuma menção a "problemas com as emoções",
embora as pesquisas recentes revelem que os portadores de TDAH têm
significativamente mais dificuldade com baixa tolerância à frustração, impaciência,
temperamento "esquentado" e excitabilidade, comparados ao grupo
controle.
O Processamento da emoção: uma coisa do cérebro
Os desafios com as emoções começam no cérebro mesmo. Às
vezes as dificuldades de memória de trabalho do TDAH permitem que uma emoção
momentânea se torne tão forte a ponto de invadir todo o cérebro como uma
avalanche. Outras vezes, a pessoa com TDAH parece insensível ou desatenta às
emoções dos outros. As redes de conexão cerebrais que transportam informações
relacionadas às emoções parecem de algum modo mais limitadas nos indivíduos com
TDAH.
Ligado a um sentimento
Quando um adolescente com TDAH se torna enraivecido
quando um pai se recusa a deixá-lo usar o carro, por exemplo, sua resposta
extrema pode ser por "inundação" - uma emoção momentânea pode tomar
todo o espaço na cabeça do TDAH justamente como um vírus de computador pode
tomar todo o espaço do disco rígido. Esse foco em uma emoção afasta informação
importante que poderia ajudá-lo a modular sua raiva e a controlar seu comportamento.
Extrema sensibilidade à desaprovação
Os TDAHs geralmente se tornam rapidamente imersos em uma
emoção saliente e têm dificuldade de mudar seu foco para outros aspectos da
situação. Escutar uma pequena dúvida na reação de um colaborador a uma sugestão
pode levar à interpretação disso como uma crítica e a uma explosão de
autodefesa imprópria sem ter ouvido cuidadosamente a resposta do colaborador.
Presos pelo medo
Ansiedade social significante é uma dificuldade crônica
sentida por mais de um terço dos adolescentes e adultos com TDAH. Eles vivem quase
constantemente com medos exagerados de estar sendo vistos pelos outros como
incompetentes, pouco atraentes ou antipáticos.
Cedendo à fuga e negação
Algumas pessoas com TDAH não sofrem de falta de consciência
das emoções importantes, mas de uma incapacidade de tolerar essas emoções o
suficiente para lidar eficientemente com elas. Essas pessoas se tornam presas
em padrões de comportamento para fugir de emoções dolorosas que parecem ser muito
opressivas - prazos finais ou encontros com grupo de pessoas não familiares.
Levadas pela emoção
Para muitos TDAHs, o mecanismo de comporta do cérebro que
regula as emoções não distingue ente ameaças perigosas e problemas menores.
Esses indivíduos são frequentemente levados ao pânico por pensamentos ou
percepções que não merecem tal reação. Como resultado, o cérebro TDAH não
consegue lidar de modo mais racional e realista com eventos que sejam
estressantes.
Tristeza e baixa autoestima
Pessoas com TDAH não tratado podem sofrer de distimia -
uma forma leve mas duradoura de depressão ou de tristeza. Geralmente ela é
desencadeada por viver com frustrações, fracassos, feedback negativo e os
estresses da vida causados por TDAH não tratado ou maltratado. As pessoas distímicas
sofrem quase todos os dias de baixa energia e autoestima.
Emoções e o deslanchar
As emoções motivam a ação - ação para se engajar ou para
fugir. Muitas pessoas com TDAH não tratado podem mobilizar prontamente o
interesse somente para atividades que ofereçam gratificação imediata. Elas
tendem a ter grave dificuldade em ativar e manter o esforço para tarefas que
ofereçam recompensas a longo prazo.
Emoções e o deslanchar 2
Os estudos de imagens cerebrais demonstram que as
substâncias químicas que ativam os circuitos de reconhecimento de recompensa do
cérebro tendem a se ligar a significativamente menos sítios receptores nas
pessoas com TDAH do que nas do grupo de comparação. Pessoas com TDAH são menos
capazes de antecipar o prazer ou a registrar a satisfação com tarefas para as
quais o pagamento é postergado.
Emoções e memória de trabalho
A memória de trabalho traz para o jogo, consciente e/ou
inconscientemente,a energia emocional necessária para nos ajudar a organizar,
manter o foco, monitorar e auto-regular. Muitos TDAHs, entretanto, têm memória
de trabalho inadequada, o que explica por que eles são geralmente
desorganizados, perdem a calma ou deixam tudo para depois.
Emoções e memória de trabalho 2
Algumas vezes as dificuldades de memória de trabalho do
TDAH permitem que uma emoção momentânea se torne muito forte. Outras vezes, as
dificuldades de memória de trabalho deixam a pessoa com sensibilidade
insuficiente para a importância de uma emoção particular porque essa pessoa não
tem a informação relevante guardada na mente.
Tratando os desafios emocionais
Tratar os desafios emocionais do TDAH requer uma
abordagem multimodal: Começa com uma cuidadosa e minuciosa avaliação para o
TDAH, que explique o TDAH e seu efeito nas emoções. A medicação para o TDAH
pode melhorar as redes emocionais do cérebro. A psicoterapia pode ajudar uma
pessoa a controlar o medo ou a baixa autoestima. O treinamento pode ajudar uma
pessoa a superar os problemas para terminar as tarefas aborrecidas.
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