Blog destinado à divulgação dos diversos aspectos do TDAH e do que mais eu quiser. As opiniões são de responsabilidade dos autores e podem não ser compartilhadas por mim (Dr. Menegucci).. Todo mundo é gênio. Mas, se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir numa árvore, ele vai passar a vida toda pensando que é burro..
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
PAULO BOMFIM
"AI DAQUELES"
Ai daqueles que brincam com a esperança de um povo!
Ai daqueles que se banqueteiam junto à fome de seus irmãos!
Ai daqueles que são fúteis numa hora grave,
Indiferentes num momento definitivo!
Ai daqueles que fazem da mentira a verdade de suas vidas!
Ai daqueles que usam os simples como degraus de sua vaidade
e instrumento de sua ambição!
Ai daqueles que fabricam com a violência a trama do medo!
Ai daqueles que usam o dinheiro para prostituir,
humilhar e deformar!
Ai daqueles que se atordoam
para fugir das próprias responsabilidades!
Ai daqueles que traficam a terra de seus mortos enxovalham
tradições e traem compromissos com o presente e com o futuro!
Ai daqueles que se fazem de fracos no instante da tempestade!
Ai daqueles que se acomodam a tudo, que se resignam a tudo,
que se entregam sem lutar!
Ai daqueles que loteiam seus corações, alugam suas consciências,
transacionam com a honra,
especulam com o bem, açambarcam a
felicidade alheia e erguem virtudes falsas sobre pântanos!
Ai daqueles que concordam em morrer vivos!
Poema integrante da série Prelúdios de Inverno.
In: BOMFIM, Paulo. Sinfonia branca. São Paulo: Martins, 1955
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Importância da detecção do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no adulto. (377)
Fernando LópeSeco, Adela Masana-Marín, Elisabet Vilella -
Hospital Universitário, Instituto Pere Mata, IISPV. Universidade Rovira i
Virgili. CIBERSAM. Reus, Tarragona, Espanha.
© 2014 Revista de Neurología (Espanha)(Cartas à Redação)
Estamos totalmente de acordo com Aragonès et al [1], na
necessidade de determinar a verdadeira prevalência desse transtorno na
população em geral, mas, também, em populações de risco, como é o caso dos
adultos com filhos com o diagnóstico de TDAH. Os autores haviam identificado,
em um estudo prévio, uma prevalência do TDAH adulto de 0,04% na Catalunha [2].
A prevalência global do TDAH adulto se estima em 3-5% [3]. Em seu trabalho
recente, havia até uns 12% de pacientes com possível TDAH. Esses pacientes
tinham maior prejuízo laboral, social e familiar, maior nível de estresse, mais
frequente comorbidade com transtorno afetivo e consumo de substâncias e um
maior consumo de psicofármacos.
Em amostra de 146 adultos com filhos em tratamento para
TDAH, em nossos centros de saúde mental infantil e juvenil de Reus e Tarragona,
encontramos 21,9% de homens e 17,8% de mulheres que superavam o ponto de corte do
questionário ASRS para o TDAH (ASRS ≥ 12) [4]. Em 53,4% das mulheres e em 46,6%
dos homens havia psicopatologia atual, segundo o questionário SCL-90-R [5]. Em
37% das mulheres e em 23% dos homens havia informação de terem sido tratados
devido a algum distúrbio psiquiátrico. Na mulheres, a depressão (17,8%) e a ansiedade
(13,7%) eram os antecedentes mais habituais, e, nos homens, os transtornos de
adaptação (4,1%). Entretanto, somente 0,7% de toda a amostra informava ter
recebido diagnóstico de TDAH como adulto.
A presença de sintomas de TDAH se associou de maneira
estatisticamente significativa à presença de psicopatologia atual em ambos os
sexos. Todas as mulheres que apresentavam sintomas de TDAH tinham
psicopatologia atual, enquanto que, entre as que não superavam a pontuação da
ASRS para TDAH, a porcentagem de mulheres com psicopatologia atual foi de 48,3%
(c² =
11,6; p <
0,001). Também os homens que apresentavam sintomas de TDAH, tinham, com mais
frequência, psicopatologia atual, que os
que não apresentavam sintomas de TDAH (87,5% contra 35,1%; c² = 2,3 p < 0,1).
Segundo o questionário construído para a obtenção de
antecedentes psiquiátricos, as mulheres com sintomas de TDAH tinham, com mais
frequência, antecedentes psiquiátricos que as que não mostravam esses sintomas
(76,9% contra 28,3%; c² =
10,8; p <
0,003). Também havia maior número de homens com antecedentes psiquiátricos
entre os que tinham sintomas de TDAH do que entre os que não tinham sintomas,
mas essa diferença não foi estatisticamente significativa (37,5% contra 19,3%; c² = 2,3; p < 0,1).
A detecção e o tratamento do TDAH do adulto seria
importante para prevenir a deterioração social associada ao transtorno no
adulto em áreas tão importantes como a adaptação no trabalho, a sinistralidade
e as relações interpessoais e de casais, além de detectar e tratar a elevada
comorbidade psiquiátrica e a presença de dependência de drogas (drogadicção)
[3].
Além disso, tendo em conta a importante base genética do transtorno
[6], no caso dos adultos com filhos com TDAH diagnosticado, seria muito
importante a detecção do transtorno nos pais, para dar atenção mais específica
e intensiva às famílias nas quais o filho e ao menos um dos pais tenham o
transtorno. O TDAH em um dos pais se associa a maior disfunção e maior
gravidade sintomática do TDAH do filho [7]. O TDAH do progenitor dificultará
mais o exercício das funções paternas [8].
Em resumo, a detecção e o tratamento do TDAH na etapa
adulta da vida, em nosso país [Espanha], estão muito abaixo das cifras que se acham na
literatura mundial [3]. Entretanto, pode tratar-se de um problema relativamente
comum, que gera mal estar nas famílias, provoca disfunção familiar e social, e
problemas de saúde adicionais.
Bibliografía
1. Aragonès E, Cañisá A, Caballero A, Piñol-Moreso JL. Cribado
para el trastorno por déficit de atención/ hiperactividad en pacientes adultos
de atención primaria. Rev Neurol 2013; 56: 449-55.
2. Aragonès E, Piñol JL, Ramos-Quiroga JA, LópezCortacans G,
Caballero A, Bosch R. Prevalencia del déficit de atención e hiperactividad en
personas adultas según el registro de las historias clínicas informatizadas de
atención primaria. Rev Esp Salud Publica 2010; 84: 415-20.
3. Ramos-Quiroga JA, Chalita PJ, Vidal R, Bosch R, Casas M,
Palomar G, et al. Diagnóstico y tratamiento del trastorno por déficit de
atención/hiperactividad en adultos. Rev Neurol 2012; 54 (Supl 1): S105-15.
4. Ramos-Quiroga JA, Daigre C, Valero S, Bosch R, Gómez-Barros
N, Nogueira M, et al. Validación al español de la escala de cribado del
trastorno por déficit de atención/hiperactividad en adultos (ASRS v. 1.1): una nueva
estrategia de puntuación. Rev Neurol 2009; 48: 449-52.
5. Derogatis L. SCL-90-R. Cuestionario de síntomas. Adaptación
española. Madrid: TEA
Ediciones; 2002.
6. Thapar
A, Cooper M, Eyre O, Langley K. What have we learnt about the causes of ADHD? J
Child Psychol Psychiatry 2013; 54: 3-16.
7. Agha SS,
Zammit S, Thapar A, Langley K. Are parental ADHD problems associated with a
more severe clinical presentation and greater family adversity in children with
ADHD? Eur Child Adolesc Psychiatry 2013; 22: 369-77.
8. Johnston
C, Mash E, Miller N, Ninowski JE. Parenting in adults with attention-deficit/hyperactivity
disorder (ADHD). Clin Psychol Rev 2012; 32: 215-28.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Intacto: Meus pedaços (376)
"Nascemos desse jeito, não pedaços restantes de
algum outro ser humano mais completo". A perspectiva de um leitor em
enfrentar e seguir adiante, mesmo quando a vida o deixa se sentindo inferior.
Por Alyssa McCleanning
Alguns dias eu desabo no chão como uma marionete cujos
fios foram cortados, ou como uma boneca que foi atirada em um canto, com meus
membros tortos e os olhos fechados. Fico tão cansado de ser eu que tento
desligar-me de mim mesmo, nem que seja somente por um instante.
Deve existir paz fora do meu corpo, uma calma que todo
mundo diz querer atingir, como se fosse natural não ser perturbado por sua
mente. Eu sou o derrotado, e, se eu me atirar ao chão com bastante força, pode
ser que eu também fique estilhaçado.
Meus ouvidos estão partidos, captando muitos sons e
ignorando as vozes importantes. Meus olhos estão partidos, incapazes de
discernir faces e expressões. Minha voz está partida, grunhindo e mudando de
volume ao acaso. Meu coração está partido, abalado tantas vezes por um medo que
não está presente. Eu queria que fosse mais seguro ser eu mesmo.
Inevitavelmente, eu me ergo. Sei que não posso ficar amontoado
no chão. Compreendo que o que é estar partido e me reconcilio com minhas
emoções. Partido é o termo que todos usam quando suas mentes não estão do
jeito que deveriam estar. Partido, é um termo mais simples de nos explicarmos
às pessoas e ao nosso ambiente.
Mas não podemos estar partidos. Não é possível. Nascemos
desse jeito, não lascas retiradas de alguma outra pessoa, mais completamente
humana. Mesmo que o trauma nos tenha tornado assim, ainda somos uma criatura,
um ser humano que ainda pode se mover junto com o mundo. Não foram pedaços de
nós que foram retirados. Isso é parte do nosso todo. Isso é como somos.
Luto com minha depressão e ansiedade todos os dias. Elas
tingem minhas escolhas, minhas opiniões, meu lugar no mundo. Ter TDAH somente
torna mais difícil dizer o que está me atingindo. Mas, apesar de me sentir não
humano algumas vezes, entendo que tenho as mesmas experiências que os outros.
Eu apenas as percebo de modo diverso. Eu festejo feriados, vou a eventos, tenho
amigos e pessoas que amo. E esses amigos e pessoas que amo nunca poderão sentir
a vida do jeito que eu posso.
Meu coração exprime alegria e tristeza mais rapidamente,
mais agudamente. Essas sensações nunca poderão ser abafadas. Minha voz traz
energia e risos às conversas. Meus olhos estão constantemente procurando, vendo
o mundo de um jeito que ninguém pode ver. meus ouvidos são mais sensíveis e
podem discernir a melodia da harmonia em qualquer situação.
Não posso desgrudar de mim mesmo. Mas ninguém mais também
pode me descartar. Sou vida e energia (muita energia). Minha mente tem uma
efervescência que não pode ser posta de lado. A experiência humana é para
todos, e eu quero desfrutá-la em uma extensão que ninguém mais possa, mesmo que
eu fique esgotado ao final de cada dia.
ADDitude
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Cães entendem as palavras ditas a eles, diz estudo (375)
Uma nova pesquisa traz
evidências de que os cachorros entendem o que é dito, e não apenas a entonação
do dono, na hora de responder a comandos.
Cachorros
são capazes de responder a diversos comandos feitos por seus donos, mas estes
muitas vezes se perguntam se eles entendem o que é dito ou apenas a entonação
ou alguma “dica” do que foi falado, respondendo de forma automática. Uma
pesquisa publicada nesta quarta-feira oferece as primeiras respostas para essa
questão e indica que o melhor amigo do homem é capaz de processar a fala humana
de forma mais sofisticada do que se imaginava.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Orienting Asymmetries in Dogs’ Responses to Different Communicatory Components of Human Speech
Onde foi divulgada: periódico Current Biology
Quem fez: Victoria F. Ratcliffe e David Reby
Instituição: Universidade da Sussex, Inglaterra
Resultado: Os pesquisadores mostraram que as palavras que são ditas influenciam a capacidade do cão entender ou não um comando, e não apenas a forma como são ditas
Título original: Orienting Asymmetries in Dogs’ Responses to Different Communicatory Components of Human Speech
Onde foi divulgada: periódico Current Biology
Quem fez: Victoria F. Ratcliffe e David Reby
Instituição: Universidade da Sussex, Inglaterra
Resultado: Os pesquisadores mostraram que as palavras que são ditas influenciam a capacidade do cão entender ou não um comando, e não apenas a forma como são ditas
O estudo, publicado no periódico Current
Biology, traz evidências de que os cães são capazes de entender tanto
componentes subjetivos da fala, como a entonação e o teor emocional, quando as
palavras propriamente ditas.
“Apesar
de não podermos dizer quanto ou de que forma os cães entendem informações da
fala humana, podemos afirmar que os cães reagem tanto a informações verbais
quanto a elementos relacionados à pessoa que fala e que esses componentes
parecem ser processados em regiões distintas do cérebro deles”, afirma Victoria
Ratcliffe, da Escola de Psicologia da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e uma
das autoras do estudo.
A
pesquisa mostrou ainda que os cães processam a fala humana em um hemisfério do
cérebro, e as informações adicionais no outro. Estudos anteriores já haviam
mostrado essa tendência quando eles processam informações sonoras emitidas por
outros cães.
Cachorros também são pessimistas, diz estudo
Seu pet é como um filho para você? Estudo explica por quê
Observando as reações
— Para realizar o teste, os pesquisadores reproduziram
uma série de comandos diferentes para os cães, e observaram suas reações.
Nesses sons, eles misturaram as variáveis do sentido da fala e as informações
adicionais, criando palavras com sentido e sem entonação alguma, palavras sem
sentido e sem entonação, com sentido e com entonação e assim em diante.
Os
sons foram emitidos a partir de ambos os lados do animal, para que cada ouvido
recebesse o estímulo ao mesmo tempo e com a mesma amplitude, e os pesquisadores
observavam para que lado os cães viravam a cabeça após escutar cada comando. “O
conteúdo que chega a cada ouvido é transmitido principalmente ao hemisfério
oposto do cérebro. Se um hemisfério é mais especializado em processar certas
informações do som, esses dados devem vir da orelha oposta”, explica Victoria.
Assim,
quando o cachorro se virava para a esquerda, indicava que a informação no som
reproduzido foi captada mais proeminentemente pela orelha esquerda, o que
sugere que o hemisfério direito é mais especializado em processar esse tipo de
informação.
“Se
nós temos um comando ao qual eles estão acostumados a responder, é familiar
para eles, eles reagem de uma forma. Mas se nós misturamos as sílabas, formando
algo que soa similar mas não tem sentido, o comando perde o sentido para eles
também e eles reagem de forma diferente”, explica Victoria.
Quando
eram apresentados comandos falados familiares, os cães mostraram uma tendência
de processar principalmente no hemisfério esquerdo (ou seja, se viravam para a
direita), porém quando a entonação e outras características da fala eram mais
exageradas, era o hemisfério direito que agia principalmente.
“Isso
sugere que o processamento dos componentes da fala no cérebro do cachorro é
dividido entre os dois hemisférios de forma muito similar ao que acontece no
cérebro humano”, afirma David Reby, coautor do estudo e pesquisador da
Universidade de Sussex.
Os
pesquisadores ressaltam que essa descoberta não significa que os cães entendem
tudo o que os humanos dizem ou que eles possuem uma habilidade em linguagem
semelhante à do homem, mas, de acordo com Victoria, os resultados confirmam a
teoria de que esses animais prestam atenção “não apenas em quem somos e como
dizemos as coisas, mas também no que dizemos”.
veja.abril.com.br/noticia/ciencia/caes
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Transtorno de Ansiedade Social não é timidez (374)
Algumas pessoas acreditam que o Transtorno de Ansiedade
Social seja sinônimo de timidez. Outros, incluindo alguns médicos, não creem que ele exista de verdade. Mas, para os que vivem com o TAS, ele é muito real.
Se você tem TAS, você estará constantemente preocupado em
ser julgado negativamente pelas outras pessoas. Você poderá achar difícil comer
ou falar em público, ou em usar banheiros públicos. Poderá descobrir que é
impossível comparecer a eventos sociais. Assim como acontece com outros
transtornos de ansiedade, você poderá ter consciência de que seus medos são
irracionais, mas se sentirá sem poder para eliminá-los.
O Transtorno de Ansiedade Social não é raro. Os estudos
mostram que de 2 a 13% da população dos Estados Unidos sofre de uma ansiedade
social, em alguma época de suas vidas, em grau tal que seria tida como TAS. É o
tipo mais comum de transtorno de ansiedade em adolescentes. É mais comum nas
mulheres e geralmente se inicia na infância ou no começo da adolescência.
A ansiedade social não é um traço da personalidade. TAS e
timidez não são a mesma coisa. A timidez é considerada um traço da
personalidade. As pessoas tímidas sentem nervosismo ou ansiedade quando
enfrentam situação social ou interpessoal, mas aceitam que serem tímidas é
parte do que são. As pessoas com ansiedade social podem ser tímidas ou
extrovertidas, mas elas sentem que o TAS é uma coisa negativa e geralmente se
culpam por sentirem o que sentem.
Sintomas do TAS. A seguir, todos são sintomas de TAS,
embora nem todos sejam sentidos por uma pessoa. Algumas pessoas podem ter os
sintomas em somente um tipo de situação, enquanto outras podem sentir múltiplos
sintomas em várias situações sociais.
• Autocrítica na frente de outras pessoas
• Medo exagerado de que os outros o julguem
• Preocupação por dias ou semanas antes de um
acontecimento
• Evitação de situações que necessitem de interação
social
• Intensamente desconfortável frente a uma situação
social
• Mantém no mínimo a conversação com os
outros
• Dificuldade de fazer e de manter amizades
• Ataques de pânico, incluindo tremores,
ruborização, náuseas ou
sudorese,
quando em situação social
• Dificuldade para conversar com outras
pessoas
Nem todas as pessoas com TAS são apenas
figurantes. Enquanto algumas pessoas com TAS podem permanecer na retaguarda,
outras são mais ativas em situações que não exijam delas ações que desencadeiem
os problemas. Por exemplo, alguém que fique ansioso por comer em público, pode
não ter dificuldade de falar em público. Os sintomas do TAS aparecem somente
quando os gatilhos de uma pessoa são ativados.
O TAS é grave. Ele pode interferir com sua
capacidade de fazer amigos e de participar das atividades sociais. Mas ele
também pode causar problemas de relacionamento, fazer com que você não vá à
escola ou ao trabalho, ou fazer com que você tenha notas mais baixas por causa
do seu medo de responder questões ou de falar em classe.
O TAS aumento o risco de depressão. Adolescentes
com ansiedade social geralmente também sofrem de depressão. Algumas pesquisas
descobriram que se você tem TAS, você terá seis vezes mais risco de sofrer de
depressão, distimia ou transtorno bipolar. Você também terá maior risco de
abusar de drogas. o tratamento precoce poderá reduzir o risco de desenvolver
depressão ou outras condições coexistentes.
Existem tratamentos eficazes. Tal como outros
transtornos de ansiedade, há ajuda se você tiver fobia social. A terapia cognitiva
comportamental (TCC) ajuda as pessoas a entender os gatilhos para a ansiedade e
ensina técnicas, tais como "paradas do pensamento" (thought logs),
auto-instrução (mindfulness) e exercícios de relaxamento, para ajudar a
controlar sentimentos ansiosos. Algumas pessoas usam medicamentos para ajudar a
controlar a ansiedade. Isso pode ser especialmente eficaz quando começar
primeiro a TCC.
ADDitude
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Dez frases que pessoas bem-sucedidas jamais dirão (373)
O site ForumBlog, em
parceria com o Linkedin, publicou as principais frases que pessoas que desejam
se tornar bem sucedidas devem abolir.
O que a apresentadora norte-americana Oprah
Winfrey, o empresário Ralph Lauren e o mega-investidor George Soros têm em
comum? Além de um patrimônio de bilhões de dólares, os três passaram por
dificuldades antes de se tornarem algumas das personalidades mais bem sucedidas
e influentes do mundo. Por isso se tornaram referência para aqueles que
pretendem alavancar um negócio ou fazer fortuna com uma nova ideia, mesmo que
começando do zero. Mas o que de fato é preciso para ser uma pessoa de
sucesso? Primeiramente, é preciso pensar como um indivíduo bem-sucedido. O site
ForumBlog, em parceria com o Linkedin, elaborou as principais frases que
grandes líderes devem abolir do vocabulário. Saiba quais são.
1- "Como posso colocar a culpa em outra
pessoa?"
Pessoas de sucesso não perdem tempo pensando nos erros de
outras pessoas. Em vez disso, elas se preocupam com as oportunidades que podem
criar diariamente, transformando o fracasso em força para incentivar suas
equipes.
2- "Quando isso acontecer..."
Frases como "quando terminar o projeto...",
"quando conseguir aquele emprego dos sonhos..." ou "quando me
aposentar..." não são típicas de pessoas poderosas. Elas sabem que
alcançar grandes metas não as tornarão felizes de uma hora para a outra, ou
melhor, que a felicidade não depende de um único objetivo. Cada dia é uma nova
oportunidade para compartilhar e inovar.
3- "Vou pagar na mesma moeda"
Pessoas bem-sucedidas não perdem tempo com vingança. Elas
podem ficar chateadas ou frustradas às vezes, mas não desperdiçam energias em
machucar os outros. Em vez disso, concentram-se em despertar o que há de melhor
em cada pessoa, incluindo as que as incomodam.
4- "Sou assim e ponto final"
Esta frase torna qualquer mudança impossível, seja pela
criação, pelas circunstâncias ou por algum erro passado. Pessoas de sucesso
preferem focar em palavras positivas. Elas dizem a si mesmas que são confiantes
e corajosas, transformando a motivação em realidade.
5- "Eu tenho razão"
Pessoas de sucesso reconhecem que ser a pessoa mais
esperta do escritório é bastante irritante, afinal, ninguém gosta de ficar ao lado
de pessoas arrogantes, que dizem saber tudo durante confraternizações ou
"happy hours". As pessoas de sucesso sempre estão dispostas a
aprender e a interagir com outras pessoas e nunca têm medo de admitir que não
sabem de alguma coisa.
6- "Por que eu?"
Pessoas bem-sucedidas trocam eu por nós, sempre pensando
no que podem fazer para melhorar e ganhar mais experiência. Elas geralmente são
altruístas, pois deixam de olhar apenas para o próprio umbigo para ajudar os
outros a conquistarem seus objetivos.
7- "Não sou bom o suficiente"
Esta frase devastadora geralmente vem à tona quando uma
promoção não acontece ou quando os negócios não vão bem. Pessoas bem-sucedidas
tentam manter a autoconfiança, pensando que são mais do que suficientes. Elas
sabem que não precisam esperar um objetivo se concretizar para se sentirem
felizes e realizadas.
8- "Está bom assim"
Pessoas de sucesso não costumam ser acomodadas. Elas
estão sempre inventando maneiras de mudar as coisas para melhor. Elas querem
desenvolver coisas diferentes e não param de se perguntar "por que
não?"
9- "Não é minha obrigação"
Você nunca será uma pessoa bem-sucedida levando uma vida
irresponsável. Elas não obrigam outras pessoas a realizarem tarefas por
preguiça ou falta de capacidade própria. Da mesma forma, elas não menosprezam a
criatividade. Elas acreditam que a criatividade tem o poder de conectar as
coisas as coisas de maneira prática e inspiradora.
10- "Estou sem tempo"
Pessoas de sucesso não se limitam a fazer apenas o que é
mais importante. Elas preferem inovar em vez de gerenciar o tempo, sempre
colocando família, amigos e bem-estar acima de tudo.
terra.com.br
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Oito regras para perder peso com o TDAH (372)
Problemas com as funções executivas, problemas com o sono
e impulsividade podem tornar difícil a perde de peso. Veja aqui como ficar em
forma, magro e saudável com o TDAH. Por Roberto Olivardia, Ph.D.
Perder peso, tendo TDAH - ou mantê-lo - pode ser uma verdadeira batalha. Isso
acontece porque comer, especialmente comer coisas saudáveis, requer o controle
das funções executivas, o que não é uma das fortalezas do TDAH.
Decidir o que vai cozinhar, ter os ingredientes
necessários na despensa e na geladeira, planejar e preparar uma refeição, tudo
isso é um desafio para pessoas com déficit de atenção. Quando elas se sentem
pressionadas, pulam refeições ou vão a um fast food para não ter de lidar com
os desafios executivos.
Programado para ganhar peso
Vários estudos mostraram que os que têm TDAH são
predispostos à obesidade e acham difícil perder peso. Isso não é uma surpresa.
Os TDAHs nem sempre estão cientes de quanta comida ingerem. Muitos comem
enquanto fazem outra atividade - ver televisão, por exemplo, ou até mesmo
dirigindo - assim, eles perdem a conta de quantas calorias consomem. Alguns com
o déficit de atenção comem para aliviar o estresse, o tédio, a tristeza, ou até
mesmo os pensamentos persistentes.
Hábitos de sono indevidos, com os quais muitos TDAHs
brigam, também levam a problemas de obesidade. A privação do sono diminui o
metabolismo, particularmente o dos carboidratos. Seu corpo se agarra às gorduras
e queima menos calorias. Além disso, quando seu corpo é privado de sono, um
hormônio chamado leptina diminui. Essa diminuição aumenta seu apetite e faz
você se sentir menos satisfeito depois de comer uma refeição. Outro hormônio,
chamado grelina, que estimula seu apetite, aumenta em concentração.
Assim, o que tem a fazer uma pessoa com TDAH que queira
comer de modo saudável e perder alguns quilos?
Eis aqui algumas estratégias que funcionam.
1- Gaste uma hora todas as noites de domingo para
planejar suas refeições da semana. Assinale os horários em que deve comer. Por
exemplo, Segunda-feira, 8 horas da manhã: clara de ovo, biscoito, fatia de
queijo; 10:30 da manhã: uma maçã; 1 da tarde: sanduíche de presunto e queijo
com pipoca [Eca! Como americano come mal!]. Um esquema detalhado permite que
você faça uma lista dos ingredientes necessários para a semana. Cole sua lista
na geladeira.
2- Faça o café da manhã e coma muita proteína. Se você
pula o café da manhã, isso significa que você ficou de 16 a 18 horas sem comer.
Isso inicia um ciclo de metabolismo diminuído e conservador de gordura, ao
mesmo tempo em que aumenta seu desejo de gorduras e de carboidratos. Os estudos
mostraram que tomar o café da manhã aumenta a memória de curto prazo e a atenção.
Se você incluir uma fonte de proteína no seu desjejum - frango grelhado, ovos,
iogurte integral - você terá menos fome nas horas a seguir. A proteína é
alimento para o cérebro, permitindo que os neurotransmissores do seu cérebro
trabalhem eficazmente. Isso melhora sua memória e atenção.
3- Durma o tempo certo para perder peso. Temos a
tendência de associar o dormir demais com ser improdutivo, mas isso não é o
caso. O sono correto ajuda a manter corretos os níveis hormonais relacionados
com o apetite. Disso resultam avisos precisos de fome e de saciedade. Também
mantém nosso metabolismo em uma taxa saudável, permitindo que nosso corpo
queime as calorias com eficiência.
4- Programe atividades estimulantes quando se sentir
chateado. Muitos TDAHs comem de modo impulsivo à noite. Se você for um deles,
escreva três ou quatro coisas a que possa recorrer quando se sentir chateado.
Algumas sugestões incluem: trabalhe em um projeto de arte; ligue para um amigo;
faça uma pequena caminhada; leia um artigo ou um livro. Pense em fazer qualquer
coisa que o estimule ou o alivie.
5- Diminua a velocidade com que come e monitore a
quantidade que consome. Faça duas respirações profundas antes de uma refeição
para acalmar-se e para aumentar sua consciência. Ponha uma porção do alimento
em seu prato e afaste-se da panela, travessa ou tigela. Você terá mais
consciência do quanto come se tiver de se servir novamente. Largue o garfo ou a
colher depois de cada bocado. Não pegue as vasilhas para outra porção até que
tenha mastigado e engolido sua última garfada.
Monitore o quanto come enquanto prepara e cozinha a comida.
É tentador beliscar enquanto cozinha, mas não perca o controle de quanto já
consumiu. Algumas pessoas realmente comem metade de uma refeição antes mesmo de
se sentar para almoçar ou jantar. Se você come enquanto prepara a refeição,
ajuste sua porção quando for se sentar para almoçar ou jantar.
6- Diminua o tamanho de seus pratos e tigelas. Os estudos
mostram que o tamanho das tigelas e dos pratos em que você come afeta sua
percepção do quanto comeu. A solução é simples: use pratos e tigelas menores em
sua casa. Muitas pessoas descobrem que sua fome é satisfeita somente quando
comem tudo que há em seu prato. Pratos maiores significam mais comida, e mais
calorias.
Pessoas com TDAH geralmente seguem a dieta
"ver-comida". Se elas vêem a comida, elas comem. Quando sair para
comer, peça ao garçom que ponha metade de sua refeição em uma vasilha para cachorro,
antes dela chegar à sua mesa. [Esses americanos...]. Você não só comerá menos,
terá sobras para levar.
7- Faça da perda de peso uma coisa de um grupo. Encontre
um amigo ou outra pessoa significante que tenha as mesmas metas que você, e
percam peso junto. Vocês poderão manter um ao outro. Amigos tendem a manter um
plano porque eles não querem desapontar um ao outro. Vá além de encontrar um
amigo: arranje um sistema de apoio com pessoas que entendam o quão é importante
para você atingir sua meta.
8- Seja honesto consigo mesmo. Conheça os alimentos que
você não deve comprar porque comerá em excesso. O pacote normal de Negresco
pode ser difícil de resistir, mas será mais inteligente comprar um pacote
menor, que contenha poucas bolachas.
Nunca vá ao supermercado com fome, ou você comprará
alimentos ricos em gordura, açúcares ou carboidratos simples. Escreva uma lista
de compras em casa, leve-a com você e não fuja dela. Você estará mais
consciente e menos impulsivo sobre o que comprar quando não estiver estimulado
por todas aquelas ofertas do supermercado. Arrume sua despensa com produtos
saudáveis, tais como nozes, iogurte sem gordura, cereais ricos em proteínas,
carnes magras, vegetais e frutas. Se você costuma comer para se estimular, o
que muitos TDAHs fazem, mastigue um chiclete quando tiver essa vontade. Você
adicionará informação sensorial sem calorias indesejáveis.
Comer de modo saudável e perder peso são desafios para
qualquer um. Alguns dias serão mais difíceis do que outros para prosseguir.
Saiba que o TDAH torna a perda de peso mais difícil ainda. Não se envergonhe de
estar acima do peso ou de comer por impulso. Os TDAHs tendem a ficar
envergonhados, mais do que os que não sofrem desse transtorno, por coisas sobre
as quais eles têm pouco controle. Se você não perde peso na taxa que esperava,
não desanime. Use essas dicas e seu sistema de apoio para manter-se na jornada.
Você pode fazê-lo.
Roberto Olivardia, Ph.D.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
TDAH E DEPRESSÃO: Diagnóstico, Tratamento e Gerenciamento de um Diagnóstico Duplo (371)
Por William Dodson,
M.D.
Você está deprimido porque tem TDAH sem tratamento ou está
lidando com algo mais grave? Veja como saber a diferença entre depressão
reativa e depressão maior, e como obter a ajuda de que necessita.
Para muitas pessoas, depressão significa sentir-se triste
ou estar na fossa. É uma experiência quase universal para as pessoas com TDAH.
Em algum ponto de suas vidas, elas se sentem deprimidas por causa da frustração
e desmoralização com as tentativas de se encaixar em um mundo neurotípico, que
faz pouco esforço para entendê-las e aceitá-las. Geralmente isso é chamado de
depressão secundária, ou reativa.
Entretanto, deve ser enfatizado que a "depressão
reativa" é uma experiência normal e não algo de errado. É uma percepção
aguda de quão difícil e frustrante é ter TDAH, especialmente se não estiver em
tratamento.
Não é assim que um médico pensa sobre depressão quando
ele diagnostica um paciente. Um clínico é treinado para ver a depressão como um
estado que piora gradualmente, no qual uma pessoa perde a energia e a
capacidade de sentir prazer com as coisas de que ela gostava. Não há nenhuma relação
de causa e efeito previsível entre o que está acontecendo na vida de uma pessoa
e sua resposta emocional a esses acontecimentos. Um diagnóstico de depressão
significa que o humor de uma pessoa "tomou seu rumo próprio, independente
dos acontecimentos de sua vida e fora de sua vontade e do seu controle consciente".
Uma pessoa deprimida geralmente tem membros da família
com depressão, os quais, por nenhuma razão aparente, perderam a capacidade de
sentir alegria, de sorrir e de gostar de qualquer coisa (comida, sexo,
hobbies), tornam-se irritados ou tristes, choram facilmente ou por nenhuma
razão, e se afastam da vida e das interações sociais.
Uma pesquisa do National Cancer Institute perguntou às
pessoas o que era pior: ser diagnosticado com depressão ou com câncer terminal?
Noventa por cento disseram que sua depressão era pior ou do mesmo nível que o
câncer que as estava matando. A depressão é muito mais do que esta infeliz
porque as coisas não estão indo bem no momento.
Diferenças entre TDAH e Depressão
Muitas pessoas se confundem com os sintomas sobrepostos
da depressão e do TDAH. As duas doenças têm muito em comum. Ambas envolvem
diminuição da memória e da concentração, irritabilidade, alterações do sono,
tristeza, desesperança e pessimismo. É comum atribuir tais sintomas ao TDAH e à
propensão para uma vida de derrotas e perdas que a condição promove.
Então, a questão é: Os sintomas são causados pelo TDAH,
pela Doença Depressiva Maior, ou por ambos. Uma quantidade significativa de
pessoas tem o azar de ter as duas condições. Um estudo (NCRS - National
Comorbidity Replication Study) verificou que ter uma das condições faz com que
seja três vezes mais provável ter também a outra. As duas doenças podem ser
diferenciadas uma da outra com base em seis fatores:
1 - Idade de início. Os sintomas do TDAH estão presentes
pela vida toda. O DSM-V requer que os sintomas do TDAH estejam presentes
(embora não necessariamente prejudiciais) antes dos 12 anos de idade. A média
de início da Depressão Maior aos 18 anos de idade. Sintomas que comecem antes
da puberdade são quase sempre devidos ao TDAH. Uma pessoa com as duas condições
geralmente é capaz de perceber a presença do TDAH desde o início da infância,
com os sintomas da Depressão Maior aparecendo mais tarde, na vida, geralmente
no colegial.
2 - Consistência do prejuízo dos sintomas. O TDAH e suas
frustrações estão sempre presentes. A Depressão Maior vem em episódios que
acabam se estabilizando em níveis mais ou menos normais de humor em cerca de 12
meses.
3 - Instabilidade de humor provocada. Pessoas com TDAH
são passionais e têm reações emocionais intensas a acontecimentos de suas
vidas. Entretanto, é esse desencadear diferente de mudanças de humor que
distingue o TDAH das mudanças de humor da Depressão Maior, que vão e vêm sem
nenhuma conexão com eventos da vida. Além disso, as mudanças de humor que
ocorrem no TDAH são adequadas à natureza do evento provocador. Acontecimentos
infelizes, especialmente a experiência de ser rejeitado, criticado,
envergonhado ou provocado, levam a estados emocionais dolorosos.
4 - Rapidez da mudança de humor. Como as mudanças de
humor do TDAH são quase sempre provocadas, elas geralmente são mudanças completas
e instantâneas de um estado para outro. Tipicamente, são descritas como
"trombadas" ou "estalos", o que enfatiza a repentina
mudança de estado. Em contraste, as mudanças de humor não provocadas da
Depressão Maior levam semanas para se mover de um estado para outro.
5 - Duração das mudanças de humor. Pessoas com TDAH
relatam que seu humor muda rapidamente de acordo com o que está acontecendo em
suas vidas. A duração de sua resposta a perdas graves e a rejeições geralmente
é medida em horas ou poucos dias. As mudanças de humor da Depressão Maior devem
estar presentes sem interrupção por ao menos duas semanas.
6 - História familiar. Ambas as doenças são presentes na
família, mas as pessoas com Depressão Maior geralmente têm um outro caso de
depressão na família, enquanto pessoas com TDAH têm uma história familiar com
vários casos de TDAH.
Na avaliação com um médico, uma pessoa que tem tanto o
TDAH quanto a Depressão Maior deve ser capaz de fornecer uma história clara de prejuízos
do TDAH continuamente presentes em todas as suas atividades, com existência tão
antiga quanto sua memória consiga atingir. Ela também deve ser capaz de se
lembrar de que o insidioso deslizar para um estado de tristeza que sempre piora
e que suga a alegria e o significado da vida começa no final da adolescência.
O tratamento da depressão reativa e do TDAH
Quase todo mundo que tem um sistema nervoso com TDAH vai
enfrentar o que foi chamada de depressão secundária ou reativa. A vida é mais
difícil para as pessoas com TDAH. Elas precisam aprender como manejar seu sistema
nervoso TDAH, que não é confiável em sua capacidade de se engajar e ter as
coisas feitas. Às vezes elas estão com hiperfoco e podem realizar coisas
maravilhosas, e às vezes elas não conseguem iniciar uma atividade, não importa
quanto tentem. Duas coisas ajudam:
1 - Desenvolvimento de competência. Pergunte a uma pessoa
com sistema nervoso TDAH a seguinte questão: "Quando você foi capaz de se
engajar e ficar concentrado em uma tarefa específica, você descobriu alguma
coisa que não conseguia fazer?" A maioria das pessoas responderá,
"Não. Se eu consigo me engajar em alguma coisa, posso fazer tudo".
Essa é a principal fonte de frustração: Os TDAHs sabem que podem fazer coisas
extraordinárias, mas não conseguem fazê-las a pedido. Eles nunca sabem quando
suas habilidades vão se manifestar quando forem solicitadas.
Lidar com o TDAH é aprender com o que dá certo em suas
vidas, não com o que dá errado. Como você entra no estado em que faz
praticamente tudo? Quando você entendeu e dominou seu sistema nervoso TDAH,
você poderá ser bem sucedido em um mundo neurotípico. A competência traz a
confiança e a duradoura sensação de bem estar.
2- Tenha alguém que o apóie. Sabemos que muitas pessoas
com TDAH têm sido muito bem sucedidas na vida sem o uso de medicação. Como elas
venceram o desencorajamento e perseveraram? Provavelmente o fator mais
importante é que elas têm alguém em sua vida que lhes dá apoio em meio aos
inevitáveis momentos difíceis. Se você é uma criança ou um adulto, o importante
é ter alguém que veja você, não os seus problemas.
Tratamento da Depressão Maior e do TDAH
O que a infeliz pessoa que tem tanto o TDAH quanto a Depressão
Maior deve fazer? O que deve ser tratado primeiro? A decisão geralmente é
tomada pelo paciente com base no que ele acha que é a condição mais urgente ou
prejudicial. Se eu tenho de escolher, eu trato primeiro o TDAH com um
estimulante. Isso é com base em minha experiência de que uma alta porcentagem
de pacientes (cerca de 50 por cento) contam que seu humor melhora quando
atingem as doses ótimas da medicação estimulante.
Se os sintomas depressivos persistem, um antidepressivo
geralmente é adicionado à medicação do TDAH. Muitos clínicos escolhem a
fluoxetina, porque ela não tem nenhum efeito no TDAH e tem longa permanência no
organismo, tornando-a uma medicação ideal para pacientes que se esquecem de
tomá-la.
Alguns clínicos podem usar uma medicação de segunda
linha, sozinha, para casos de depressão leve a moderada mais TDAH. Deve ser
dito que, enquanto as medicações antidepressivas têm estudos que mostram que
elas ajudam nos sintomas do TDAH, nenhuma tem demonstrado efeitos robustos. Os
estudos demonstraram que há benefícios detectáveis, mas somente como
medicamentos de segunda linha, quando o uso de estimulantes ou um alfa-agonista
não for indicado.
Expectativas sobre os medicamentos
O que uma pessoa pode esperar do tratamento da depressão
com a medicação? Todos os antidepressivos disponíveis têm uma taxa de resposta
de 70 por cento. Consequentemente, a escolha da medicação para iniciar é feita
com base na tolerância e no custo. A bupropiona é a que tem os menores efeitos
colaterais, seguida pelos medicamentos inibidores seletivos da recaptação da
serotonina (SSRI), tais como o citalopram e o escitalopram.
Os antidepressivos agem lentamente. Muitas pessoas não
vêem nenhum benefício nos primeiros 10 a 14 dias. Depois de duas semanas, a
irritabilidade e as crises de choro diárias geralmente desaparecem. Depois que
começa a resposta de uma pessoa à medicação, leva de oito a dez semanas para se
ver o benefício completo de um antidepressivo. Durante esse tempo, as
medicações próprias para o TDAH podem ser minuciosamente ajustadas. Essas duas
classes de medicamentos "agem bem uma com a outra" e são usadas
geralmente juntas sem interações.
Deve ser ressaltado que ficar melhor com um
antidepressivo não é a mesma coisa que uma remissão completa. Você não vai
voltar a ser feliz como antes. Muitas pessoas precisarão de um agente que
potencialize a resposta inicial até a remissão completa. As medicações
estimulantes também são geralmente usadas como potencializadores, não importa
se o paciente tenha ou não o TDAH.
É importante que o clínico pense claramente sobre a
sobreposição comum entre o TDAH e a Depressão Maior verdadeira. Confundir a
depressão reativa com a Depressão Maior geralmente leva a anos de tentativa
fracassadas de antidepressivos e adia o tratamento do TDAH.
Inversamente, mesmo quando o TDAH está sendo tratado, o
fracasso em reconhecer e tratar a Depressão Maior deixa o paciente sem a
energia e a esperança para seguir aprendendo a manejar seu sistema nervoso
TDAH. Uma avaliação cuidadosa inicial é vital. Mais frequentemente os clínicos
reconhecerão o que foram treinados a ver. Geralmente eles verão o TDAH como um
transtorno do humor a não ser que você os ajude a fazer essa distinção. O
tratamento bem sucedido necessita que cada condição seja identificada e
manejada para obter todo o alívio que seja possível.
ADDitude.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Encontrados os três mapas genéticos do autismo (370)
Encontrados os três mapas genéticos do autismo
As causas do autismo são discutidas há meio século
e continuam sem estar claras, mas cada vez fica mais evidente a transcendência
dos fatores genéticos.
Dois macroestudos apresentados na revista Nature confirmam
agora os fortes e complexos componentes genéticos do autismo, identificam mais
de 100 genes relacionados com o risco de desenvolver a doença e revelam os três
grandes mapeamentos pelos quais viaja esse emaranhado de material hereditário.
Dois deles – a formação das sinapses e o controle
dos genes cerebrais – eram de certo modo esperados, mas ninguém contava com o
terceiro: a cromatina, uma arquitetura de alto nível que empacota ou expõe
grandes áreas da geografia genômica em resposta ao ambiente.
Os resultados têm implicações imediatas para o
diagnóstico genético do autismo, que agora é formado por um modesto 20% de
capacidade de predição e poderá se multiplicar em poucos anos, embora
certamente com a introdução das modernas técnicas da genômica – o
sequenciamento de exomas, ou a parte do DNA que significa proteínas – ao
alcance dos serviços de psiquiatria hospitalar.
Além disso, esses dados darão trabalho durante
muito tempo aos neurocientistas, que deverão esclarecer como esses genes afetam
o cérebro, e aos farmacêuticos, que poderão dirigir seus dardos químicos contra
toda uma nova bateria de alvos.
O autismo, que aparece mais ou menos em uma de cada
100 crianças, é um transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade social,
de comunicação e de linguagem, e costuma ser evidente antes dos três anos de
idade.
O autismo “clássico”, a síndrome de Asperger e o
transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado (PDD-NOS pela sigla
em inglês) são três quadros relacionados que costumam se agrupar sob o
guarda-chuva de transtornos do espectro autista. Os macroestudos abrangem este
espectro em geral, e não apenas o autismo clássico.
As mutações
herdadas e de novo – ocorridas nos óvulos ou no esperma dos
pais, e que, portanto, dão lugar a casos sem precedentes familiares – são o
principal fator de risco para desenvolver o autismo; somando os dois tipos de
mutações, os dois novos estudos identificam mais de 100 genes de risco. São, de
longe, os maiores estudos sobre genética do autismo feitos até o momento.
O primeiro envolveu 37 instituições científicas
internacionais, incluídas duas espanholas, foi coordenado pelo neurocientista e
geneticista Joseph Buxbaum, do Hospital Monte Sinai de Nova York, e analisou o
genoma de 3.871 autistas e 9.937 controles relacionados.
O segundo foi coordenado por Michel Wigler, do
Laboratório Cold Spring Harbor, também em Nova York, e examinou o genoma de
2.500 famílias com filho autista, com um foco particular nas mutações de
novo, que podem superar 20% de todas as mutações de risco segundo sua
análise.
Estas mutações de novo são parte
da razão pela qual a influência genética no autismo foi subvalorizada nos
primeiros estudos: apesar de ter uma causa genética, estes casos não
apresentavam relações familiares óbvias. “Mas as mutações de novo não
são nenhuma peculiaridade do autismo”, explica Ángel Carracedo, da Universidade
de Santiago de Compostela e coautor do primeiro trabalho. “Nossos óvulos e
espermatozoides sofrem mutação, é parte do mecanismo de geração da diversidade
humana.” A outra autora espanhola é Mara Parellada, da Universidad Complutense.
Bauxbaum, líder desse mesmo estudo, acha que o
consórcio não só contribuiu com a fotografia teórica mais completa de como
numerosas mudanças genéticas se combinam para afetar o cérebro das crianças com
autismo, “mas também sobre as bases do que torna os humanos seres sociais”. Em
termos lógicos, esses mesmos genes devem formar, quando funcionam corretamente,
a base lógica das estruturas sociais do cérebro.
“Todas estas descobertas genéticas”, continua
Bauxbaum, “devem ser transportadas agora a estudos moleculares, celulares e
animais para conseguir futuros benefícios para os afetados e suas famílias; um
estudo como este cria uma indústria de muitos anos, com laboratórios procurando
os efeitos fisiológicos das mudanças genéticas que encontramos e procurando
fármacos para contrapor seus efeitos”.
“A genética que subjaz ao autismo é altamente
complexa”, acrescenta o segundo coordenador do estudo, Mark Daly, do Instituto
Broad (MIT e Harvard, e um dos pontos centrais do projeto genoma público), “e
apenas tendo acesso a grande amostras é possível traçar as mutações e entender
os mecanismos implicados”.
Javier Sampedro - 29/10/2014 Jornal El Pais (tirado do blog do Noblat)
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Como fazer o aprendizado durar. (369)
Como fazer o aprendizado durar.
Aprenda o que significa a memória de trabalho para os
portadores de TDAH, e dicas, ferramentas e truques para melhorar a memória, de
modo que você possa ajudar seus filhos a se lembrarem mais e a se esquecerem
menos.
O que é a memória de trabalho?
Memória de trabalho é o tipo de memória mais imediato. É
a forma mais curta de memória, que guarda o que você está prestando atenção no
momento, e o ajuda a manter a informação que está processando e que logo usará,
como lembrar-se do número de um telefone enquanto você o tecla. Ela permite que
você mantenha uma tarefa em mente enquanto trabalha nela, como pensar na
limpeza do seu quarto enquanto a faz. Você a usa durante todo o dia.
Faça com que ela seja mais forte para que dure mais
tempo.
Há duas maneiras principais de melhorar sua memória de
trabalho: aumentar a filtragem e diminuir a impulsividade, e ensinar o cérebro
a se lembrar mais com a prática e os truques de aprendizagem. Os principais
tratamentos são as medicações para o TDAH e o treinamento da memória de
trabalho da Cogmed. Mas, também há fatores ambientais e coisas que os pais
podem fazer para ajudar seus filhos a lembrar-se mais e a esquecer-se menos.
Dentro do cérebro TDAH
A cada dia, você encontra estímulos no mundo e dentro de
sua própria cabeça, tais como ler um texto ou procurar alguma coisa em uma
loja. Você decide responder a alguns e a não responder a outros por meio de
filtragem deles no córtex pré-frontal. Então, você espera para fazer escolhas
sobre como você vai reagir. Pessoas com TDAH tendem a reagir de modo mais
rápido, mais frequentemente porque elas não têm muita habilidade de filtragem
para aplicar os freios quando o estímulo chega. Está ligado à impulsividade,
saltar para aquela ideia que provoca distração em vez de prestar atenção no
aspecto mais importante, no qual você deveria estar focalizado.
Prestar atenção
Para quem tem TDAH, o problema não é a memória, é a
atenção - você não pode se lembrar de algo se você não o notou no início. As
medicações para o TDAH podem ajudar a aumentar a quantidade de dopamina no
córtex pré-frontal. O cérebro usa a dopamina como um neurotransmissor, e,
aumentando-a, faz com que você filtre as ideias, de modo que não fique
oscilando em várias direções pelos estímulos do mundo à sua volta. A memória de
trabalho é melhorada pela medicação durante o tempo de sua atuação e volta ao
ponto inicial quando passa o efeito da medicação.
Aprendendo a aprender
Antes de alguma coisa ser aprendida, ela deve passar pela
memória de trabalho. Pessoas com TDAH são menos eficientes para aprender porque
são mais distraídos, e precisam reler uma folha de papel por três vezes antes
de que a informação seja transmitida completamente de sua memória de trabalho
para a de longo prazo. Cogmed funciona por meio do treinamento do cérebro na
focalização e em lembrar mais com exercícios progressivamente mais difíceis de
memória e prática repetitiva.
Como os pais podem ajudar
A memória de trabalho está no nível mais baixo ao
nascimento e se torna melhor conforme você cresce, atingindo o pico por volta
dos vinte anos. Depois, você perde 5% a cada década. muitas pessoas realmente
não notam o declínio até seus 50 anos, porque os adultos são melhores no uso de
truques que ajudam a recuperar uma memória. Crianças em idade escolar ainda
estão desenvolvendo suas memórias de trabalho e os pais podem ajudá-las
ensinando-as as maneiras de se lembrar de coisas como um adulto, como fazer a
lista do mercado ou marcar eventos em um calendário.
Ensine as crianças a como se lembrarem
Use truques mnemônicos, como acrônimos, ou a repetição de
informação importante. Fale um pouco com seu filho para que ele se lembre de
três pontos principais, como você faria para se lembrar de um número de
telefone. Ou ensine a ele a pensar em uma frase ou palavra boba, mas fácil de
memorizar, como HOMES, para se lembrar dos Grandes Lagos (Huron, Ontário,
Michigan, Erie e Superior). Engaje seus sentidos.Use cartões escritos. Se for
falar, fale alto, depois discutam juntos os pontos principais.
Lembretes para a memória
Ajude as crianças a reduzir os estímulos que competem
(distrações), e aumente a força de estímulos importantes, de modo que eles
possam prestar mais atenção neles. É fácil fazer isso com auxílios externos
para a memória, tais como etiquetas coloridas e listas do que fazer ou agenda
de compromissos. Conversas e instruções podem ser mais difíceis de se lembrar,
então, treine seus filhos a pegar uma folha de papel e tomar notas, ou anote no
celular para enviar um e-mail para se lembrar.
Controle o ambiente deles
Pense nos momentos em que é mais difícil para você se
lembrar das coisas - quando você está muito cansado, sobrecarregado, ou
realmente com fome. Minimizar essas coisas que diminuem a memória de trabalho
pode garantir que as crianças estejam usando suas capacidades no máximo.
Certifique-se de que as crianças comam coisas saudáveis, que tomem
multivitaminas e alguma pílula de ácidos graxos essenciais (ômega 3, 6 etc).
Que durmam o suficiente, que comam uma dieta equilibrada e que se exercitem
regularmente, não garantirá melhora da memória, mas ajudará seus filhos a serem
o melhor que puderem ser.
De esquecido a focalizado
Não há suplementos milagrosos que façam desaparecer os
problemas com a memória de trabalho. Entretanto, esforçar-se em levar uma vida
boa, um bom estilo de vida e adotar estratégias de aprendizado podem ajudar.
Fazer, ocasionalmente, exercícios de memorização não vai melhorar a memória de
longo prazo das crianças, mas o compromisso de ajudá-los melhora a codificação pelo reforço do
aprendizado e pelo reforço da prática, e melhora a recuperação de fatos por
meio de auxílios externos, o que pode ajudar a guardar a informação na memória de
longo prazo, e transformar seu filho de esquecido em focalizado.
ADDitude
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