quinta-feira, 7 de julho de 2011

112- Aprenda sobre o TDAH: Foco no hiperfoco


Informação sobre o sintoma do TDAH chamado hiperfoco . Um sintoma comum, que explica por que muitas crianças e adultos com TDAH podem se concentrar tão intensamente, às vezes. Por Royce Flippin – ADDitude

Não é nenhum segredo que as crianças e adultos com TDAH geralmente têm dificuldade para prestar atenção em tarefas que eles acham sem interesse. Alta distração – em crianças com TDAH que são incapazes de permanecer focalizadas na aula, ou em adultos com TDAH que nunca dão conta de fazer seus trabalhos escritos – é um sintoma-chave no TDAH e um critério para o diagnóstico.
O que você pode não saber sobre o TDAH é que há um outro lado: a tendência das crianças e adultos com transtorno de déficit de atenção de focalizar muito intensamente em coisas do seu interesse. Às vezes, a focalização é tão intensa que eles podem se tornar desligados do mundo que os cerca.
Para crianças, o objeto do hiperfoco pode ser jogar um vídeo game ou ver TV. Para adultos, pode ser fazer compras ou surfar na internet. Mas seja o que for que prenda a atenção, o resultado é o mesmo: a não ser que alguma coisa ou alguém interrompa, horas de devaneio são perdidas enquanto atividades importantes e relacionamentos ficam de lado. “As pessoas que pensam que TDAH significa ter atenção curta não entendem o que seja o TDAH”, diz Kathleen Nadeau, Ph. D., psicóloga de Silver Spring, Maryland, e autora de ADD-Friendly Ways to Organize Your Life. ”Um jeito melhor de olhar para isso é entender que as pessoas com TDAH têm um sistema de atenção desregulado.”

Recompensas imediatas

Como a distração, o hiperfoco é tido como o resultado de níveis anormalmente baixos de dopamina, um neurotransmissor que é particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de dopamina torna difícil a “troca de marchas” para enfrentar as tarefas chatas, mas necessárias.
“Crianças e adultos com TDAH têm dificuldade de mudar a atenção de uma coisa para outra”, diz Russel Barkley, PH. D., um pesquisador e professor de psiquiatria na SUNY Upstate Medical University, em Siracusa, New York. “Se eles estão fazendo algo de que gostem ou achem psicologicamente recompensador, eles tendem a persistir neste comportamento por mais tempo do que outros, que  normalmente já teriam passado para outro assunto. O cérebro de pessoas com TDAH é ligado a atividades que dão recompensa imediata.”
Na visão de Larry Silver, M. D., um psiquiatra da Georgetown University Medical School em Washington D.C., tão intensa concentração é na verdade um mecanismo de compensação.
“É um modo de lidar com a distração,” diz Silver. “Alunos de faculdade com TDAH me contam que eles intencionalmente vão para um estado de intensa focalização para terminar suas tarefas. Crianças mais jovens fazem a mesma coisa de modo inconsciente quando estão fazendo algo prazeroso, como assistir um filme ou jogar no computador. Geralmente elas não estão conscientes de que estão focalizando tão intensamente.”

Oportunidades perdidas

Não há nada inerentemente perigoso com o hiperfoco. De fato, ele pode ser uma vantagem. Alguns portadores de TDAH, por exemplo, são capazes de canalizar seu foco em algo produtivo, tal como uma atividade ou trabalho escolar. Outros se permitem  hiperfocar em algo como uma recompensa para terminar uma tarefa importante, mas chata.
(continua)

domingo, 3 de julho de 2011

111- Auxílio para crianças TDAH desorganizadas: Acabe com a guerra das tarefas

Pais de crianças com TDAH oferecem suas melhores estratégias para fazer com que até mesmo as crianças mais desorganizadas ajudem nas tarefas de casa, sem brigar ou fazer birra! Dos editores de ADDitude

Conseguir que as crianças façam suas tarefas pode ser um desafio em qualquer lar. Nas famílias onde uma ou mais crianças tenham TDAH, o esquecimento, a dificuldade de seguir as instruções tradicionais, as distrações e mais coisas, podem afetar a rapidez com que as tarefas de casa são feitas, quando são. Por isso abrimos nosso website para os comentários de pais que o visitaram e, isto feito, deixaram depoimentos sobre como conseguiram que seus filhos pequenos e adolescentes começassem a ajudar em casa e a manter seus quartos organizados. Eis aqui seus melhores conselhos:
Torne as tarefas alegres e flexíveis para as crianças TDAH
 "Meu filho de 15 anos gosta de usar seu iPod enquanto faz suas tarefas. Isso o ajuda a se concentrar, especialmente se eu o lembro de manter o iPod selecionado no shuffle (selecionar novas músicas provoca distração). Eu também digo a ele o que tem de ser feito (e tenho de repetir isso toda a semana). Explico logo de início que se ele não fizer a coisa direito, ele terá de fazê-las de novo. Uma coisa a ser evitada: Meu marido dará uma lista e, então, começará a acrescentar novas tarefas depois que nosso filho já começou a fazer as coisas, o que realmente elimina a recompensa de ter chegado ao fim das tarefas. Também sugiro que deixe o seu filho TDAH a se movimentar o quanto ele quiser enquanto faz o trabalho, se for possível" -TiggersMom
"Limite a briga pelo poder para fazer o trabalho de casa, permitindo que as crianças TDAH possam escolher as tarefas e permitindo alguma flexibilidade  quanto à hora em que elas farão as tarefas. É aqui que um contrato deve ser feito. Por exemplo, se o seu filho corta a grama, deixe que ele mesmo faça o seu esquema – evitando a chuva ou outras dificuldades. Se ele não cortar a grama, reduza os privilégios – ele não poderá sair no fim de semana até que faça o serviço." -coachjulie
Explique para as crianças TDAH as consequências do não fazer as tarefas.
"Frustrada com as brigas com meus filhos por causa do trabalho de casa, eu, finalmente, fiz uma lista de todas as tarefas que eu fazia em minha casa e que meus filhos eram capazes de fazer. Expliquei que se eles ajudassem, eu teria mais tempo para gastar com eles e ficaria menos cansada e menos explosiva. Disse a eles que dividissem as tarefas e que teriam de fazê-las duas vezes por semana. Teriam de fazê-las corretamente – sem desordem e sem desafio. Se eles tentassem me enganar, expliquei que acrescentaria outra tarefa às suas responsabilidades e isto tiraria parte do tempo que teriam para fazer o que gostassem" -ronsmom
"Minha filha tem os seus dias em que não quer fazer nada. Quando eu pergunto por que ela não faz isso ou aquilo ela diz, 'Você não me avisou'. Agora eu geralmente aviso antecipadamente que ela tem de fazer algo antes de ir a uma festa ou de tirar um cochilo. Se não fizer, não vai." -jinx561
"Quando a minha filha TDAH de 13 anos de idade não faz suas obrigações de sábado, ela não pode ir para a casa das suas amigas, ou não ganha sua mesada. Não ter dinheiro significa nada de cinema, natação, restaurantes e patinação. Eu sempre dou a ela três avisos em meia hora, se ela não fez a tarefa de casa que eu pedi. Se ela começa a discutir, eu ameaço remover a porta do seu quarto, o que tem ajudado a limitar as brigas que temos a respeito das tarefas de casa. Durante a semana escolar, discuto as consequências de ter um quarto bagunçado ou uma cozinha suja. Pratos sujos significam pratos de papelão e comida de micro-ondas. Não lavar suas roupas significa usar roupas sujas. Banheiro sujo significa constrangimento quando as amigas estiverem chegando." –Anika
Ofereça prêmios quando as crianças TDAH fizerem as tarefas
"Se minha filha faz um trabalho logo após a primeira vez que eu peço, ela ganha 50 centavos de dólar. Mantenho um controle do total que ela ganha numa lista grudada na geladeira. Se tenho de pedir várias vezes, tiro 50 centavos. Quando peço a ela para fazer qualquer trabalho, lembro a ela que o dinheiro está chegando. Dinheiro não foi a minha primeira escolha sobre como motivá-la, mas, até agora, está funcionando. Às vezes é preciso descobrir o que motivará nossos filhos. Se as punições e as consequências negativas não estiverem funcionando, então tente usar algo que eles gostem, e que não teriam de outro jeito, como um incentivo. Minha filha não tem mesada e realmente não tem outra maneira de ganhar dinheiro, então isto é um grande motivador para ela." -KSmommy
"Minhas crianças têm uma tabela semanal de trabalhos. Cada atividade é listada com valor em dólar ou centavos de dólar. Quando elas completam o trabalho, elas checam o item na lista, e no final da semana elas somam e ficam sabendo quanto ganharam. Elas gostam de assumir responsabilidades para ganhar dinheiro. Há também uma oportunidade para ganho extra e uma seção para multas (por quebra das regras da casa)." -michellesamson
"Minha enteada ganha o direito de ver filmes à noite três vezes por semana, se ela faz seus trabalhos sem precisar ser cobrada e sem promover discussões. Nos finais de semana, ela tem dias livres. Não acreditamos que fosse bom dar a ela mais tempo para ver TV ou para jogar videogames, então, para ela, foi melhor ganhar mais noites de cinema." -Dlw5tab
Lembre-se de que organização e memória são desafios para os TDAH
Como acomodar para os desafios com a memória e a organização do seu filho TDAH
"Quando você é pai de uma criança (especialmente um adolescente) com TDAH, você tem mais dificuldade quando ela não se lembra de arrumar seus pertences sem ser avisada. Então, quando você descobre que ela deixou alguma coisa for a do lugar, chame-a ao quarto e peça a ela que ponha as coisas no lugar. Sim, parece ser mais trabalho do que você mesmo colocar as coisas no lugar, mas isso faz com que a responsabilidade seja dela, de um modo que ela pode dar conta, e com o tempo ela vai melhorar (embora demore mais do que você queira ou pense que deveria). As coisas são assim. Antes de você perceber, sua criança estará indo para a faculdade ou começando seu primeiro emprego de verdade. Você quer gastar o tempo que passa com ela, em casa, como punição por não arrumar suas coisas por si mesma, ou você prefere gastá-lo preparando-a para deslanchar (academicamente, moralmente, e emocionalmente) e amá-la  e gostar de estar com ela enquanto ela estiver em casa?" -Jillbb
"O que eu acho que mais ajuda as crianças com TDAH a fazer as coisas simples, como as tarefas, que nós fazemos automaticamente mas que elas se esquecem de fazer, é escrever suas obrigações e pregar em local onde possam ser vistas fácil e frequentemente. Meu filho de 15 anos tem de ser lembrado sobre suas obrigações a maior parte do tempo, mas nos últimos três meses, eu escrevi as tarefas que ele deveria fazer durante o dia – tais como arrumar a cama, fazer chá, tomar banho, escovar os dentes, retirar o lixo – com adesivos para checagem antes de cada tarefa, que são colados na geladeira, onde ele não tem como não ver. Ele ganha 10 pontos por cada tarefa feita. Há cerca de 12 coisas na lista e ele tem de fazer 100 pontos a cada dia em ao menos 8 de cada 10 dias consecutivos. Se ele faz isso, ganha um livro ao final do décimo dia. Até agora, ele tem feito a maior parte das tarefas sem que eu tenha de lembrá-lo do que tem de ser feito. No início, sua  recusa em fazer as tarefas parecia ser preguiça, mas o cérebro deles não funciona como o nosso. Se você espera que esse comportamento mude, temo que você terá de esperar para sempre." -dolphin70

domingo, 26 de junho de 2011

110- Nove dicas para bloquear o barulho – TDAH - ADHD

Um leitor nos conta: “Não importa onde você esteja em nossa casa, sempre há algum tipo de barulho que torna difícil estudar e pensar”. “Há alguma técnica ou ferramenta (como tecnologia) que possamos usar para bloquear o barulho, de maneira que consigamos nos concentrar no que queremos, em vez de prestar atenção nas distrações externas?” Por Beth Main 
 
Bloquear o barulho pode ser um desafio para os adultos e as crianças com TDAH – e para os que não sofrem do problema. Para responder diretamente a sua pergunta, há várias ferramentas que você pode usar para ajuda-lo a prestar atenção e evitar as distrações externas:
1-    Use ruído branco, tal como um ventilador ou aspirador.

2-    Toque música de fundo que o ajude a focalizar, em vez de música do tipo que exija sua atenção (um dos meus clientes tem uma lista que ele chama de “Adderall auditivo”).

3-    Escute sons da natureza, em disco ou via um smartfone (procure por “sons da natureza” e veja o que pode encontrar).

4-    Crie barreiras sonoras, como acrescentar isolamento acústico às suas paredes, ou usar toalhas nas frestas das portas.

5-    Use tampões de ouvido ou fones de ouvido canceladores de ruídos.
Você tem duas chances aqui: reduza o barulho na sua casa ou encontre outro lugar para pensar e estudar. Eu sei, eu sei... você pode achar que isso não dá para ser feito! Mas talvez possa:
6-    Diga à sua família (ou colegas de quarto) que você precisa de algum tempo de silêncio e peça a eles ideias sobre como conseguir isso. Faça-os saber como isso é importante para você. Talvez você estabeleça um compromisso com eles para que o barulho fique baixo durante seus períodos de estudo. Você pode até estabelecer consequências para a quebra das regras.

7-    Coordene os esquemas para que todos na casa fiquem quietos juntos. Talvez você possa designar um horário em que as crianças estejam lendo ou jogando algum gueime de estratégia, sua mulher esteja trabalhando no quintal e você esteja fazendo o seu trabalho que exige foco. Você terá de combinar isto com antecedência – as chances de que isto aconteça espontaneamente são tão remotas quanto as de a dívida pública nacional desaparecer no seu tempo de vida.

8-    Se você não consegue de modo algum um tempo de silêncio em sua casa, bibliotecas geralmente são um paraíso livre de barulhos. Ou talvez o escritório, após o horário de trabalho, ou um bar (café) silencioso. Aqui, novamente, a chave é a esquematização – vá quando for menos provável que esteja cheio de gente. Preocupado com o tempo de ida? O tempo que você gasta indo e vindo pode ser menor do que o tempo que você gasta ficando distraído.
Outra abordagem é aumentar sua habilidade em prestar atenção.
9-    Melhore seus hábitos diários de estilo de vida. Sono, dieta, exercício e hidratação são os pontos chave aqui. A desidratação, a privação de sono e a alimentação errada reduzem drasticamente sua capacidade em se concentrar. Comer alimentos saudáveis, descansar o suficiente e beber bastante líquido, por outro lado, mantém seu cérebro trabalhando na eficiência máxima e torna aquelas distrações mais fáceis de ignorar. Igualmente para os exercícios, que aumentam os níveis de neurotransmissores no cérebro e ajudam a melhorar a atenção.
Assim, isolar seus ouvidos funciona, mas não é a única maneira de resolver o problema. Veja se alguma dessas outras estratégias pode funcionar para você.
ADDitude

quinta-feira, 16 de junho de 2011

109- TDAH na escola: Como descobrir o ambiente correto para a aprendizagem do seu filho

Questões essenciais para os pais que estão procurando o melhor ambiente de aprendizado para seu filho que tem TDAH ou Dificuldades de Aprendizagem. Por Nicole Sprinkle

 Se o seu filho foi diagnosticado com TDAH, uma das principais iniciativas será encontrar uma escola que seja adequada ao estilo de aprendizagem dele. Pode parecer uma busca num palheiro, mas se tiver as ferramentas corretas poderá encontrar o premio: uma escola que entenda TDAH.
A chave para encontrar a escola correta é começar cedo a fazer a sua pesquisa. Se você souber o que procurar numa escola – e as perguntas certas a serem feitas – você terá sucesso neste desafio. Aqui, contarei a você tudo o que deve ser conhecido para encontrar a escola certa para sua criança com TDAH. Considere isso uma pequena ajuda ao seu trabalho de casa.

Primeiro passo: Entender seu filho
Analise profundamente o comportamento do seu filho antes de pensar no tipo de escola. Primeiro, gaste alguns minutos para escrever sobre o seu filho como um estudante.

- Ele é um ouvinte ou ele aprende melhor por meio do tato?
- Ele toma a iniciativa ou precisa ser empurrado?
- Ele trabalha bem de modo independente ou se sai melhor em grupo?
Em seguida, faça uma lista das necessidades específicas do seu filho: Ele precisa de uma sala onde possa sentar-se longe das janelas. Ou precisa de uma escola que dê pouca tarefa de casa. Ou precisa de um professor que lhe dê instruções passo-a-passo. Sua lista deve conter as coisas que você espera encontrar, mas também deve ser realista. Inclua as potencialidades do seu filho e as suas fraquezas, tanto as acadêmicas quanto as sociais. Frequentemente, alunos excepcionalmente brilhantes enfrentam programas acadêmicos desafiadores, mas fracassam por causa dos níveis muito altos de estresse. Organize o quadro geral, assim seu filho não terá como destino o fracasso.
Acima de tudo, preste atenção às necessidades do seu filho. Somente porque uma escola é considerada a melhor de todas – e toda a sua vizinhança está querendo matricular seus filhos nela - não necessariamente significa que ela seja o lugar ideal para ele.
Segundo passo: Entreviste a escola.
Você poderá ler pilhas de folhetos, assistir a inúmeros vídeos escolares promocionais e escutar tudo que os administradores têm a dizer. Mas isto é somente a ponta do iceberg. Para entender o que é realmente uma escola, você precisará realizar por sua conta um pouco de perguntas e respostas.
Entreviste os diretores, os professores primários, os terapeutas da fala, os assistentes dos professores e outros provedores de necessidades especiais. E não se esqueça dos pais das crianças matriculadas na escola. Apareça no final das aulas e peça a outras mães e pais para falar sobre o que acham das aulas, dos professores e das tarefas de casa – eles lhe dirão tudo de pronto. Não sabe quais perguntas fazer? Comece com estas:
-  Qual o tamanho da escola? Obviamente, você vai querer saber quantos graus a escola tem – e quantos estudantes estão matriculados em cada um. Mas não pare aí. Pergunte sobre o tamanho físico da escola, assim como sobre a planta do edifício. Se o seu filho tem dificuldades espaciais e de memória – como frequentemente têm as crianças com TDAH – você vai querer saber se ele poderá se orientar por lá.
-  Qual é o tamanho das classes? Uma classe com cerca de 20 alunos provavelmente será o seu melhor cenário, embora estes números pequenos sejam dificilmente encontrados em escolas públicas. Mas não desista ainda do sistema público. Em classes maiores das escolas públicas, um professor auxiliar poderá ser providenciado, e dará ao seu filho a assistência extra de que ele necessita.
-  Qual o nível de treinamento do professor? “Tenha certeza de que há uma equipe experiente de professores de carreira”, diz Colleen Berge, uma consultora educacional em Nova Iorque. Embora você encontre ótimos professores dos primeiros níveis em todo o sistema escolar, seu filho precisa de uma escola onde ele seja adequadamente tutorado.
-  Quão flexível é esta escola? Ela se adaptará ao estilo de aprendizagem do seu filho? Fará acomodações tais como deixa-lo usar um gravador na classe em vez de tomar notas, ou terá mais tempo para as provas? Não se contente com um simples “não”. Peça à escola exemplos específicos de como ela se ajustou a outros alunos no passado. Tipicamente, crianças com TDAH não têm falta de esperteza, mas frequentemente têm falta de habilidades necessárias para o sucesso acadêmico – organização, habilidades de estudo e habilidade para fazer provas.
-  Que papel os pais desempenharão? Se o mantra da escola é, “Você está nos credenciando com o seu filho”, isto pode ser um código para, “Não queremos seu envolvimento”, diz Meyer. Por outro lado, uma filosofia em que a primeira preocupação é o estudante pode significar, “Queremos sua ajuda”.
-  Com que frequência vocês monitorarão o progresso do meu filho nas matérias principais? “A cada semana é o ideal – e de nenhum modo irrealista em escola organizada para atingir as necessidades individuais”, diz Emily Ayscue Hassel, coautora de The Picky Parent Guide: Choose Your Child´s School with Confidence (Armchair Press). Uma escola deve esperar que crianças com TDAH sejam excelentes nas matérias principais – porque elas podem ser.
Terceiro passo: Vá à visita de portas abertas
Depois que você reduziu suas escolhas, você estará pronto para uma visita à escola – uma experiência do tipo “veja por si mesmo” que será valiosa. Muitos pais visitam cerca de cinco escolas antes de decidir por uma. Algumas coisas a ter em mente:

Boas escolas deixam você observam aulas em desenvolvimento – não somente um slide show no auditório. Em visita de portas abertas, a escola está no seu melhor funcionamento. Se você sente-se desconfortável com ela, as chances são de que o desconforto só vai piorar. Conforme você percorre os corredores, entre nas salas de aula, fale com os professores, mantenha a atenção no seguinte:
- Quadros de notas. Esses mostruários vivamente coloridos fazem mais do que avivar as salas e os corredores – eles mostram o trabalho padrão de grupos de idade determinada. Leia os trabalhos. Se os escritos dos alunos não estão à altura dos do seu filho, a escola pode não ser a melhor escolha para ele. Se ele estiver fazendo a visita com você, pergunte a ele se já aprendeu sobre as coisas que vê nas paredes.
- Estrutura da classe. Crianças com TDAH se dão melhor em ambiente estruturado porque elas geralmente têm dificuldade de memória e de atenção. Mas não confunda uma atmosfera controlada com simples rigidez. Professores que passam tarefas de casa verbalmente e escrevem no quadro, que usam linguagem específica quando dão instruções (“Sente no seu lugar com as mãos no colo e seu livro na carteira”), e que combinam gestos com voz expressivas podem ajudar tremendamente o seu filho.
- Classe normal versus classe de necessidades especiais. É virtualmente impossível saber se o seu filho vai se sair melhor em classe regular ou em classe de necessidades especiais  até que ele experimente as duas. Alguns pais tendem à regular para evitar o estigma, mas observam que seu filho não está progredindo. Outros optam por classes de necessidades especiais, somente para descobrir que seu filho não está sendo desafiado.
Antes de decidir qual o local adequado para você, descubra como a escola conduz cada um deles. Se o seu filho estiver em classe regular, ele terá ajuda especial na sala de aula? Se ele estiver em classe de necessidades especiais, ele terá o currículo principal? Que tipo de alunos estará agrupado a ele? Observe ambos os locais em sua visita.
Quarto passo: Observe os estudantes
- Mudança de aulas. Como as crianças se comportam entre as aulas? Elas se movimentam por sua conta ou os professores têm de empurrá-las para a próxima sala? Os alunos estão interagindo de modo seguro e amistoso? Se as crianças estão bagunçando e precisam de contensão dos professores, pode ser sinal de falta de estrutura – dificilmente uma escolha ideal para uma criança que brilha em ambiente controlado.
- Crianças engajadas. Estando em uma aula, no playground, ou em uma aula de educação física, as crianças estão engajadas seguramente em aprendizado e atividades? Sua bandeira vermelha deve ser erguida se muitas crianças estiverem espalhadas sem rumo, olhando para o espaço, ou cutucando outras crianças.
- Tolerância. Muitas crianças com TDAH aprendem melhor por meio de participação ativa, geralmente apoiando-se na movimentação para se manterem alertas. Problemas podem surgir se um professor reprime constantemente um estudante que se retorce na cadeira ou que mude de assento, ou que se levante muitas vezes.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

108- Carta de princípios da ABDA - (TDAH - ADHD)

Os itens listados abaixo, embora não sejam dispositivos legais, são princípios norteadores defendidos pelos associados da ABDA.
Esta carta foi baseada e adaptada da Carta de Princípios sobre TDAH da National Consumer's League (Liga de Defesa do Consumidor) dos Estados Unidos, da qual são signatárias a Associação Médica Americana, a Academia Americana de Pediatria e a Associação Psiquiátrica Americana

I - Fundamentos científicos sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

1) O TDAH é um transtorno médico verdadeiro, reconhecido como tal por associações médicas internacionalmente prestigiadas, que se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

2) O TDAH é um transtorno sério, uma vez que os portadores apresentam maiores riscos de desenvolver vários transtornos psiquiátricos (tais como depressão e ansiedade), abuso e dependência de drogas e álcool, maior freqüência de acidentes, maiores taxas de desemprego e divórcio e menos anos completados de escolaridade.

3) O TDAH pode ser diagnosticado e tratado. Existem diretrizes publicadas por instituições científicas de renome internacional sobre o diagnóstico e seu tratamento adequado. A única linha psicoterápica que se mostrou eficaz, através de evidências científicas no tratamento do TDAH é a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, razão pela qual a ABDA só cadastra profissionais que atuam a partir desta orientação terapêutica.

4) O TDAH também pode ser diagnosticado em adultos. Mais da metade das crianças com TDAH ingressa na vida adulta com sintomas clinicamente significativos do transtorno.

5) O TDAH é muito pouco diagnosticado e tratado na população em geral.

II - A criança, o adolescente e o adulto com TDAH têm responsabilidades e direitos.

1) O direito de ser reconhecido como portador de um transtorno médico sério

2) O direito a diagnóstico e tratamento por um profissional de saúde que conheça adequadamente o transtorno

3) O direito de tomar decisões baseadas nas informações científicas disponíveis acerca dos benefícios, riscos e custos do tratamento de acordo com a individualidade de cada caso.

4) O direito de receber, como aluno, um atendimento especial pelos educadores e instituições.

5) O direito de receber, como empregado, uma alocação ou realocação específicas, bem como as adaptações profissionais necessárias às suas dificuldades.

6) Os portadores de TDAH devem se responsabilizar por seus atos em toda e qualquer circunstância, contribuindo de forma positiva para a comunidade em que vivem.

III - Os familiares de portadores de TDAH têm igualmente responsabilidades e direitos

1) A responsabilidade de se educar, bem como aos outros, sobre a natureza do TDAH seja através de instituições, organizações ou profissionais capacitados.

2) A responsabilidade de aderir ao tratamento proposto e procurar ajuda profissional sempre que necessário.

3) O direito de solicitar ao profissional de saúde informações científicas sobre os tratamentos disponíveis e seus riscos e benefícios

4) O direito de solicitar atendimento especial pelos educadores e instituições para os alunos portadores do TDAH.

IV - Profissionais de saúde têm responsabilidade

1) De diagnosticar e tratar corretamente crianças e adultos com TDAH, de acordo com diretrizes estabelecidas pela comunidade científica.

2) De fornecer ao portador ou seus familiares informações científicas e atualizadas acerca da natureza do TDAH, suas conseqüências e as formas disponíveis de tratamento.

3) De oferecer um tratamento sempre individualizado, levando em consideração aspectos específicos do portador, sua família e o contexto sócio-cultural em que vivem.

V - Educadores têm responsabilidades e direitos

1) A responsabilidade de conhecer os sintomas de TDAH, a principal causa de encaminhamento para serviços especializados da infância e adolescência, alertar familiares ou cuidadores e indicar serviços ou profissionais que ofereçam aconselhamento e tratamento.

2) A responsabilidade de proporcionar aprendizado levando em consideração as particularidades do aluno portador de TDAH, sem comprometer as necessidades dos demais alunos.

3) O direito de ter diálogos abertos e construtivos com familiares, cuidadores e profissionais de saúde sobre as necessidades específicas do aluno portador de TDAH.

4) O direito de solicitar apoio da instituição educacional, familiares, cuidadores e equipe de profissionais responsáveis pelo aluno com vistas a estabelecer um planejamento acadêmico adequado.

VI - A mídia tem a responsabilidade

1) De relatar de modo preciso relatórios científicos e fatos médicos relevantes, apresentando aquilo que é consensual na comunidade científica.

2) De investigar adequadamente a credibilidade das fontes que alegam expertise no TDAH, bem como revelar possíveis conflitos de interesses comerciais ou profissionais naqueles que fazem declarações públicas ou são entrevistados.
 

domingo, 12 de junho de 2011

107- TDAH - Tratamento - Resposta a alguém que pediu ajuda...

Prezada amiga,
Não há necessidade de pedir desculpas. Sou um velho neurologista, com problemas de desatenção, de memória de trabalho, com horror à matemática, casado (há 38 anos - isto é quase um milagre!) com uma portadora de TDAH, forma combinada. Tenho três filhos, dois com TDAH, uma filha com a forma desatenta e o outro filho com hiperatividade, impulsividade, alta inteligência e muita ansiedade. Três netos. Um com TDAH e superdotação intelectual. Bom, com essa família, posso dizer que sou especialista nisso, embora não exista formalmente a especialidade. Ninguém da minha família fez tratamento medicamentoso continuado. Não por sermos contra, mas pelas várias circunstâncias. Todos foram se ajeitando como podiam e, embora não sejamos gênios, vivemos harmonicamente (outro quase milagre). Mas está claro que tínhamos (ainda temos... ) potencial para ir mais longe... Há 10 anos resolvi estudar o TDAH e ler tudo o que podia (e a atenção curta permitia). Agora atendo cerca de 300 crianças de minha cidade e região, e alguns adultos, e a ANVISA me "ameaça", informando  por meio do CFM e do CRM-MS, que sou o maior receitador de Ritalina de Mato Grosso do Sul. Mas, como sou muito criterioso nos diagnósticos, estou com a consciência tranquila, e continuo receitando o que creio ser o melhor para os meus clientes. Além disso, a ANVISA virou um aparelhamento petista da pior espécie. Beira o fascismo. Ignoram a prevalência do TDAH e que "neste país", como diz seu guru apedeuta, a porcentagem dos que estão sendo tratados é uma vergonha, de tão baixa. Eles, felizmente, um dia, passarão...
Quanto à sua pergunta, eu me atrevo a lhe dizer que o metilfenidato (e os outros estimulantes) é muito bom na hiperatividade e impulsividade. Setenta por cento dos pacientes têm ótima resposta. A desatenção responde mal a todos os medicamentos. Correndo o risco de ser pouco ético, diria que você deveria perguntar ao seu médico sobre uma avaliação neuropsicológica. Será que você tem mesmo TDAH? Esta bateria de testes, quando feita por profissional competente e judicioso, pode fornecer muitos dados que o questionário ASRS-18, versão 1.1, não alcança. (Foi o que você fez, não foi?) Além disso, o próximo DSM-V, que deverá ser publicado em 2013, provavelmente vai mudar alguns conceitos básicos sobre o TDAH. Segundo Russel Barkley, a desatenção deve ser outro tipo de transtorno neurobiológico.
Finalmente, quanto ao prazo de SEIS dias de uso de doses baixas do metilfenidato, tudo indica que é cedo para uma resposta, e seu médico provavelmente vai lhe dar os aumentos graduais (até 60 mg/dia), além de, com certeza, um ansiolítico (brincadeirinha... ). A comorbidade mais frequente no TDAH é a ansiedade. Esperando não ter ultrapassado os limites e tendo respondido, ao menos em parte, sua pergunta, sou
Atenciosamente
José Antonio Menegucci
PS: Não tenho o seu e-mail. Caso queira aprofundar a conversa sobre o TDAH, sugiro que me envie por e-mail as suas questões.  jamenegucci@gmail.com 

terça-feira, 7 de junho de 2011

106- 3o. Congresso Internacional do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - Berlim

3o. Congresso Internacional do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Ribeirão Preto, 7 de Junho de 2011
Caro José Antonio Menegucci

Já aqui no Brasil, de volta a Ribeirão Preto tento organizar o que de mais interessante vimos nos dias subseqüentes ao primeiro boletim. A interrupção do boletim, todos sabem, ocorreu por motivo justo, de forte emoção! Emoção, pois estávamos bastante satisfeitos em já ter três trabalhos aceitos no Congresso Mundial de TDAH, mas realmente não esperávamos ter algum deles escolhido entre os seis melhores, dos mais de 500 apresentados! Emoção muito forte por nosso Projeto Atenção Brasil e a COMUNIDADE APRENDER CRIANÇA estar agora na ponta da pesquisa em TDAH no mundo, é verdade! Isso só foi possível graças ao esforço de muita gente, desde o planejamento do estudo até a sua execução. Gente como os professores da rede municipal de Santa Cruz das Palmeiras e sua coordenadora à época Profa. Ana Paula Menossi Gonçalves que executaram o projeto piloto. Gente como os 124 professores pesquisadores de 79 cidades e 18 estados Brasileiros que foram a campo para executar a fase nacional. A todos eles dedicamos esse prêmio internacional de tanto prestígio que coloca em destaque a realidade do TDAH em nosso país.
     Entre os 41 estudos inicialmente selecionados no dia 28, terceiro dia do congresso, estava também o estudo do grupo da Universidade Federal da Bahia que avaliou atenção e funções executivas em crianças com anemia falciforme utilizando um novo instrumento denominado NEPSY. Os pesquisadores observaram um risco maior de crianças com anemia falciforme apresentarem déficit atencional (sobretudo em atenção visual) e disfunção executiva.
     Na sessão plenária da manhã de domingo sobre tratamento, o Dr. Coghill (Grã-Bretanha) apresentou alguns resultados preliminares de estudos comparativos que avaliam a otimização da farmacoterapia do TDAH em crianças e adolescentes, mostrando uma série de vantagens da lisdexanfetamina sobre os demais psicoestimulantes. Aliás, aprovada pelo FDA e no mercado americano desde 2007, a lisdexanfetamina acaba de ser lançada no mercado Brasileiro pela Shire farmacêutica. Trata-se de uma oportuna opção no tratamento medicamentoso do TDAH em nosso país, uma vez que até então só tínhamos à disposição o metilfenidato em suas apresentações de liberação imediata, intermediária e prolongada. A lisdexanfetamina é o primeiro PRÓ-FÁRMACO desenvolvido para o tratamento do TDAH.PRÓ-FÁRMACO é o precursor de um fármaco que, seguinte à sua administração, sofre, através de processos metabólicos, conversão bioquímica em agente farmacologicamente ativo. A lisdexanfetamina é um derivado da anfetamina e apresenta, segundo uma recente metanálise (Faraone & Buitelaar. Eur Child Adolesc Psychiatry 2010; 19:353-64), um tamanho de efeito superior ao metilfenidato (1.03 vs. 0.77).
     Ainda em Berlim ficamos sabendo que em breve chega também ao Brasil a atomoxetina da Lilly farmacêutica, aprovada pelo FDA e no mercado americano desde 2004. A atomoxetina é o único fármaco não psicoestimulante aprovado para o tratamento do TDAH.
     Boas opções para os médicos e ganho para os portadores, dada a alta eficácia e segurança do tratamento medicamentoso no TDAH. Só esperamos que essas medicações cheguem com preço acessível ou que as evidências de superioridade sejam suficientes para convencer os gestores a incluírem-nas na lista dos medicamentos de alto custo do SUS.
     Outra ótima novidade no congresso de Berlim foi o número expressivo de estudos sobre o uso do neurofeedback no tratamento do TDAH. Na verdade, alguns estudos tinham sérias limitações metodológicas que impediam a análise dos resultados, outros, no entanto, muito bem desenhados e trazendo resultados bastante promissores.
     A propósito, a Dra. Luciana Campaner, colaboradora da nossa COMUNIDADE e que no último congresso APRENDER CRIANÇA em 2010 organizou um workshop sobre a técnica do neurofeedback, já abriu inscrições para um curso intensivo de 07 a 10 de julho com carga horária de 40 horas, imperdível. Acessem e confiram no www.inbio.com.br .
     Por fim, direto de Ribeirão Preto espero encontrar-lhes em São Paulo de 22 a 25 de junho no XXI Congresso Brasileiro e I Internacional da ABENEPI, a programação do evento e o desconto para os cidadãos da COMUNIDADE APRENDER CRIANÇA são imperdíveis www.abenepi.com.br/xxicongresso .
Até lá.
Abraço.
Marco A. Arruda

domingo, 29 de maio de 2011

105- 3o. Congresso Internacional do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - Berlim

3o. Congresso Internacional do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(3rd. International Congress on ADHD)
Berlim, 27 de Maio de 2011

Começo esse “Direto de Berlim” com a mesma frase que iniciei o “Direto de Anaheim” em 2009: “Esse país parece ter nascido de novo!”. Naquela época me impressionou a indisfarçável esperança do povo americano em Barack Obama, dessa vez emociona ver o renascimento da Alemanha unida após a histórica queda do “muro da vergonha” em 1989. No auge da guerra fria, o muro não separava apenas a Berlim Ocidental da Oriental, mas simbolizava a divisão do mundo entre capitalistas e socialistas. A queda do muro foi o primeiro passo para a reunificação alemã em 1990. E que reunificação! Os alemães orientais foram recebidos com cerveja gratuita na Berlim ocidental, os alemães ocidentais finalmente puderam comemorar através das portas de Brandenburgo. O nacionalismo alemão deu fim à desigualdade socioeconômica até então vigente e, a despeito da crise mundial, continua crescendo, sendo hoje a maior economia da Comunidade Europeia.
Cheguei a Berlim após 3 horas de carro (Ribeirão Preto - São Paulo), 12 horas de avião (São Paulo - Frankfurt) e 4 horas de trem (Frankfurt - Berlim), esse trecho graças ao fechamento dos aeroportos alemães provocado pelas cinzas vulcânicas vindas da Islândia.

Ontem foi a abertura do congresso com a conferência magna da Professora Margeret Weiss do Canadá que mostrou resultados inéditos de um grande estudo observacional realizado ao longo de anos com crianças em tratamento de TDAH. O estudo traz contribuições importantes e evidências científicas inquestionáveis acerca da superioridade dos psicoestimulantes de longa ação sobre os de curta ação. Especialistas, pacientes e familiares observam isso também no dia a dia, no entanto, só agora estão chegando evidências científicas definitivas..

Qual a importância disso para todos nós? Essas medicações de ação prolongada, embora contenham o mesmo sal da de curta ação, o metilfenidato, apresentam melhor controle dos sintomas, menos efeitos indesejáveis e maior aderência ao tratamento, entretanto, são bem mais caras. Como não estão na lista de medicamentos de alto custo do SUS (exatamente pelas poucas evidências científicas de superioridade até então), os pais vinham sendo orientados a procurarem o Ministério Público para, através de processo com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, conseguir a medicação de forma gratuita da Prefeitura de sua cidade. Aliás, felizmente, a maioria tem conseguido por conta do bom senso dos nossos juízes ao acatarem as referências até então disponíveis, baseadas em guias internacionais de prática clínica (os famosos guidelines). Esperamos que agora fique mais fácil. A Professora Weiss deu ênfase também à má higiene do sono das crianças e adolescentes nos dias de hoje. Ela apresentou dados que indicam claramente que crianças com TDAH frequentemente apresentam distúrbios do sono (54%! apresentam parassonias, ou seja, distúrbios do tipo falar dormindo, ranger os dentes, sonambulismo, etc.) independente do uso de psicoestimulantes e, ao terem seus maus hábitos de sono corrigidos, apresentam melhora nos sintomas do TDAH. Temos insistido nesse ponto, pois também existem evidências de que a privação do sono provoca sintomas de TDAH mesmo em crianças não portadoras do transtorno. No quadro abaixo reviso com vocês algumas orientações básicas de higiene do sono.
Hoje, quinta-feira, a sessão plenária do congresso foi aberta, para orgulho de todos nós, pelo Professor Luis Augusto Rohde da Universidade do Rio Grande do Sul. O Professor Rohde é uma das maiores autoridades mundiais na área, ele e seu grupo (PRODAH) têm uma vasta produção científica de alta qualidade e é ele, sem dúvida, o maior responsável pela formação de outros novos e promissores cientistas Brasileiros na área de Saúde Mental infantil. O Professor Rohde foi brilhante em sua apresentação e abordou os desafios atuais na elaboração dos novos critérios diagnósticos para o TDAH no DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística em Transtornos Mentais). Ele faz parte do comitê que elabora a nova edição a ser lançada em 2013. Na sua fala fica claro o trabalho sério desse comitê, os enormes avanços na compreensão e diagnóstico desse transtorno, bem como as atraentes perspectivas de pesquisa na área.

Podemos observar nas várias sessões, especialmente nessa coordenada pelo Rohde, um quase consenso de que os subtipos do TDAH, ou seja, a combinação dos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade sofrem modificações ao longo da vida e que a nova classificação deve contemplar esse aspecto. É bem comum vermos, por exemplo, um menino extremamente hiperativo na primeira infância que ao longo da primeira década de vida e início da puberdade torna-se menos agitado e muito mais desatento com consequente maior prejuízo acadêmico.
Outras possíveis mudanças no DSM-V são a retirada do critério referente à necessidade de os sintomas estarem presentes antes dos 7 anos de idade e o número de sintomas necessários segundo a fonte de informação (pais ou professor). Fica absolutamente claro que sem as informações do professor não é possível diagnosticar o TDAH, e isso finalmente vai constar no referido manual. Nesse momento tem início a sessão de temas livres, é um dos pontos altos de todo congresso. Qual o motivo de satisfação? Dos 452 trabalhos julgados e aceitos pelo comitê científico do congresso, 28 são de Brasileiros, 6,2% desse que é um parâmetro de produção científica mundial na área! Parabéns Brazucas! Amanhã, nós do PROJETO ATENÇÃO BRASIL estaremos lá com três estudos representando nossa COMUNIDADE APRENDER CRIANÇA. Você pode ver os estudos nos links enviados no Notícias do Cérebro dessa semana.

Grande abraço e amanhã tem mais!
Marco A. Arruda

quarta-feira, 25 de maio de 2011

104- TDAH no Trabalho: Escolha seu emprego de acordo com suas habilidades

Pense nessas carreiras adequadas para os portadores de déficit de atenção, assim você poderá usar seus exclusivos dons e talentos do TDAH no trabalho.
Por Russel Barkley, Ph. D.
Adultos com TDAH mudam de emprego e de carreira com mais frequência e têm mais dificuldade de atingir as metas do seu trabalho do que adultos sem o problema. Eles também são despedidos ou rebaixados mais vezes do que seus colegas não TDAH.

A pesquisa mostra que adultos que são hiperativos têm os maiores problemas no seu trabalho. Professores podem tirar sua nota por mexer em tudo ou ficar inquieto na escola, porque você é uma criança em crescimento ou um adolescente guiado pelos hormônios. No trabalho, os que estão lhe pagando esperam que você fique na sua mesa ou estação de trabalho para terminar sua tarefa. Empregados que não conseguem fazer isso geralmente são rotulados de negligentes e, eventualmente, despedidos.

Trabalho adequado para os seus sintomas de TDAH
Alguns empregos são mais amigáveis para o TDAH do que outros. As ocupações listadas abaixo mostraram ser melhores para alguns dos meus pacientes adultos. Talvez elas também o levarão a uma carreira longa e bem sucedida:
O militar. O serviço garante estrutura e disciplina, retorno imediato, e mais benefícios do que muitos outros campos.
Vendas de porta em porta. Esses empregos envolvem liberdade de movimento, mudanças de local, agenda flexível, frequentes encontros com novos contatos, oportunidades para falar e ter interação social, além de paixão pelo produto. Adultos com TDAH podem precisar de assistência na volta à sede da empresa para completar os relatórios e o trabalho com os papéis, mas eles se dão bem no campo.
Técnico em emergências médicas, oficial de polícia, bombeiro. Esses empregos permitem trabalhar em uma variedade de locais, ao tempo em que promovem a excitação pela quantidade de adrenalina, o que ajuda muitos portadores de TDAH a focar suas mentes.
Técnico de computadores e consultores de informática. Nesses trabalhos, os empregados perambulam pela empresa, por hospitais, ou outra situação, para ajudar as pessoas com seus problemas de computadores, ou para responder questões dos clientes que chamam ou enviam e-mails com um problema.
A indústria alimentícia. Conheço muitos adultos com TDAH que optaram pelas artes culinárias. Eles descobriram que o trabalho é criativo e relativamente pouco afetado pelos seus déficits relacionados ao TDAH. Cozinhar requer prestar atenção na tarefa e tomar passos imediatos para criar um produto bem acabado, enquanto não exige planejamento de longo alcance e grande quantidade de memória de trabalho. Horários flexíveis ou incomuns, com flutuação esporádica do tipo marés altas e baixas, somam o toque exato de excitação para mantê-lo alerta e focalizado no trabalho em questão.
Seu próprio negócio. Começar um pequeno negócio ocupa os potenciais do TDAH. Os horários geralmente são mais flexíveis do que trabalhar para uma firma, e você é o seu próprio patrão. Os locais de trabalho variam de dia para dia em algumas ocupações autônomas, acomodando a inquietação que muitos adultos com TDAH experimentam.
Fotógrafo ou videógrafo. Muitos dos adultos que me ajudaram a criar vários DVDs tinham sido diagnosticados como portadores de TDAH. Eles eram capazes de lidar bem com as mudanças do dia-a-dia no local de trabalho, com a diversidade de tópicos que eram chamados a cobrir, e com as frequentes oportunidades de interagir com uma variedade de pessoas, tudo o que é um bom ajuste para a curta atenção dos TDAH, baixo limiar de aborrecimento, e problemas com o foco sustentado por horas ou dias.
Extraído de Taking Charge of Adult  ADHD, de Russel A. Barkley, Ph. D. 2010

terça-feira, 24 de maio de 2011

103- Carreiras para adultos TDAH: Qual delas é a sua?

Aprenda a avaliar suas habilidades e seus pontos fortes – assim como suas paixões e interesses – para descobrir a melhor carreira para você.



Por Edward Hallowell, M.D.
O que torna uma carreira uma boa escolha para adultos com TDAH? O que separa as pessoas que se sentem realizadas das que sofrem remorsos? Há 5 passos para ativar o desempenho no trabalho, que eu destaquei no meu último livro, Shine: Using Brain Science to Get the Best from Your People (Harvard Business Reviw Press; 2011). O primeiro e mais importante passo é “escolher” – para ter certeza de que está em um trabalho adequado para você e seu TDAH.


Você está na profissão certa? Você poderá descobrir respondendo as 10 perguntas abaixo. Suas respostas o ajudarão a pensar claramente sobre suas habilidades e preferências, onde você é melhor em organização, e sob quais circunstâncias você se sente mais confortável e motivado.
O que você faz melhor? Você deve passar a maior parte da jornada de trabalho fazendo o que você faz melhor. Muitas pessoas gastam muito tempo tentando fazer o que fazem mal, em vez de fazer melhor o que fazem bem.
O que você mais gosta de fazer? Essa não tem sempre a mesma resposta como a primeira. O ideal é que possa tornar suas atividades favoritas a sua carreira.

No que você gostaria de ser melhor? Sua resposta pode sugerir que você precisa de um mentor, precisa delegar, ou precisa de treinamento. Muitos adultos com TDAH têm dificuldade de se imaginar como políticos – um mentor ou um auxiliar poderiam ajudar. Outros têm dificuldade de se organizar, caso em que um treinador em TDAH poderá trabalhar em conjunto para arrumar estratégias.
Os outros dizem que você é bom no quê? Amigos, colaboradores e revisores podem identificar as habilidades que você tem, mas não valoriza porque elas parecem fáceis para você.

No que você se deu melhor? Isso lhe dará uma ideia de onde a aplicação de esforço adicional compensará.
No que você não se sai bem, mesmo trabalhando duro? É bom saber no que não desperdiçar esforços.
O que você mais detesta fazer? Você pode ser muito bom em algo, embora odeie isso. Conheço um advogado com TDAH que odeia fazer cobranças. Ela deixa para depois e, então, se sente culpado porque está sempre atrasado. Ao admitir que não gosta de cobrar e contratar um assistente para fazer isso, ele melhorou seu fluxo de caixa e diminuiu seu estresse.

Quais habilidades impedem que você seja excelente no seu trabalho? Se você não tem uma habilidade necessária para o seu trabalho e não pode delegá-lo, pense em fazer um curso, em contratar um mentor, em ler um livro ou em trabalhar com um treinador (coach).
Que tipo de cultura faz você dar o melhor de si? É provável que você se entusiasme com seu trabalho se sentir-se ligado à cultura da empresa. Você é uma pessoa certinha, que prospera quando está em uma hierarquia específica, ou faz o seu melhor trabalho quando está em atmosfera do tipo “proibidas as paredes”?
O que você estava fazendo quando estava mais feliz na sua vida de trabalho? Você pode fazer algo parecido novamente? Talvez você tenha gostado da excitação e dos prazos finas do trabalho em vendas, mas ficou infeliz com o cargo de gerente ao qual foi promovido. É hora de voltar para as vendas? Isso poderia ser a chave para a felicidade na carreira.

Este artigo saiu no número Summer 2011 de ADDitude

Veja a postagtem 405, também sobre esse assunto

102- TDAH e SEXO – Melissa Orlov (tradução do vídeo do Youtube)

Olá! Sou Melissa Orlov, colunista de relacionamento da revista ADDitude e autora do livro “Efeito do TDAH no Casamento”. Hoje, vou falar sobre: Socorro! Meu parceiro com TDAH não tem interesse em sexo!
Há várias razões para que isso esteja acontecendo, e eu vou esclarecer algumas delas.

Pouco Desejo Sexual
As pesquisas sugerem que as pessoas com TDAH podem ter com mais frequência pouco desejo sexual do que as pessoas sem TDAH.

Antidepressivos
A depressão geralmente caminha junto com o TDAH. Se o seu parceiro estiver tomando antidepressivos, isto pode ser responsável pelo baixo impulso sexual.

Distração #1
A distração é um dos sintomas principais do TDAH do adulto e pode seguir você até o quarto. Algumas pessoas com TDAH relatam que são tão distraídas que literalmente não conseguem terminar a relação sexual com seu parceiro. O cachorro late e isto é o fim para elas. Se o seu parceiro é muito distraído durante a relação sexual, uma das coisas que pode ajudar é tocar alguma música, isso acalma, às vezes, a mente TDAH. Outra pode ser encontrar locais para fazer sexo com poucos elementos de distração.

Distração #2
A distração pode atingi-lo de outro modo. Você pode se achar entre agendas sobrecarregadas e sintomas de distração e vocês nunca estarão no mesmo quarto ao mesmo tempo, ou um vai para a cama cedo e o outro tarde. Se esse é o seu problema, então agende o sexo juntos. Não parece ser sexy agendar o sexo, mas é melhor fazê-lo do que não o fazer.

A dinâmica pai-filho
Um dos problemas mais comuns do impacto do TDAH no relacionamento é a dinâmica pai-filho, onde o parceiro não TDAH faz o papel do “pai sempre responsável” e o parceiro TDAH faz o papel de “criança menos responsável”. Se você estiver com problemas com a dinâmica pai-filho, a primeira coisa a fazer é parar toda a cobrança e o comportamento agressivo. Você não pode controlar o seu parceiro com TDAH. Ao mesmo tempo seu parceiro TDAH precisa realmente comunicar os sintomas que estão promovendo algumas das dinâmicas pai-filho.

Menopausa
A menopausa também pode ser um problema real para o desejo sexual. Cerca de 80% das mulheres, com TDAH ou não, sentirão algum tipo de disfunção sexual após a menopausa. Além disso, mulheres com TDAH provavelmente sentirão aumento dos sintomas por causa do nível mais baixo de estrogênio, que impacta a produção de dopamina, de modo que as mulheres no pós-menopausa deveriam provavelmente ir ao seu médico para verificar tanto o tratamento para o TDAH quanto os problemas da sua vida sexual.

Tédio
Finalmente, mas não em último lugar, a hiperatividade pode ter algum papel quando um parceiro com TDAH simplesmente fica entediado. Se este é o seu problema, apimente as coisas! Arrume alguns brinquedos, entre em alguns sites da web, procure alguns livros, descubra novas posições, encontre novos locais e o que mais seja que você precise para tornar as coisas novas e interessantes.

Veja o vídeo em   http://www.youtube.com/watch?v=Jdk9pONHEEM

domingo, 22 de maio de 2011

101- Estudos se voltam para os estudantes com TDAH mais quietos.

Por Sarah D. Sparks – Chicago   www.edweek.org
As pesquisas correntes sobre os transtornos de déficit de atenção estão indo além da criança hiperativa e encrenqueira típica, para encontrar meios de melhor identificação dos alunos que devaneiam silenciosamente, conforme as novas ferramentas de triagem e as terapias cognitivas procuram ajudar os dois tipos de estudantes.
As crianças com déficit de atenção são impulsivas e frequentemente apresentam atrasos de desenvolvimento do equilíbrio, do controle motor, do equilíbrio emocional e do comportamento. Frequentemente apresentam dificuldade de concentração, de ficar sentadas quietas na classe de agir de acordo com os padrões adequados para a idade.

Conhecida como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ou TDAH, a condição atinge de 5 a 8 por cento das crianças americanas de ambos os sexos, tornando-a um dos mais comuns transtornos da infância. Então, por que os meninos são diagnosticados três vezes mais do que as meninas? A resposta, em parte, é que os especialistas descobrem que as meninas com déficit de atenção são mais provavelmente desatentas do que hiperativas, levando a menos problemas de comportamento em sala de aula, que pudessem causar um encaminhamento pela professora.
Estudos mostram que alunos com desatenção, TDA, mas não necessariamente hiperativos, tendem a ser diagnosticados quando mais velhos, embora as meninas em particular possam desenvolver mais dificuldades cognitivas, posteriormente, mesmo em áreas de habilidades consideradas fortes para as meninas.

Um estudo de 2010, publicado na revista Pediatrics, descobriu que de 5.000 estudantes de Minnesota, com idade de até 19 anos, 51% de meninos e 46,7% de meninas com TDAH tinham dificuldade de leitura, comparados com somente 14,5% de meninos e 7,7% de meninas que estavam se desenvolvendo normalmente. Este achado foi particularmente preocupante porque as meninas geralmente tendem a ter menos ocorrência de problemas de leitura.
Além disso, outros estudos mostraram que as meninas com déficit de atenção têm maior risco de distúrbios da alimentação, de autoagressão, de abuso de substâncias e de suicídio do que as meninas que se desenvolvem de modo esperado ou até mesmo os meninos com TDAH.

Os problemas subjacentes
Parte do problema, de acordo com Sam Goldstein, professor assistente de psiquiatria no Neurology, Learning and Behavior Center da University of Utah, em Salt Lake City, especialista em TDAH, é que os educadores e terapeutas geralmente focalizam os problemas de atenção e de comportamento, em vez dos problemas subjacentes com as funções executivas do cérebro e com o controle do impulso.

“TDAH não é um problema de prestar atenção,” diz Dr. Godstein. “Fraco controle do impulso, desatenção com a tarefa e inquietação são os principais sintomas, mas o melhor previsor de problemas futuros é o controle do impulso... É a consequência de viver com uma dificuldade que o torna incapaz de atingir as expectativas dos que vivem à sua volta.”
Assim, um aluno que se sente calmamente, mas que não consegue evitar se distrair com o barulho da classe, ou que não consegue se concentrar o bastante para ler uma passagem completa do texto, pode ter um prejuízo mais significativo do que outro que não consegue ficar sentado quieto e que fala fora de hora em classe, mas que dá conta do trabalho de casa.

Na maior parte, o TDA ainda é diagnosticado pela observação acadêmica e do comportamento, e Dr Goldstein aconselha os educadores a ficar atentos aos alunos que não respondem às dicas do ambiente - saber quando fazer um trabalho ou interagir com outro aluno. Esta falta de resposta pode assinalar problemas cognitivos subjacentes.
Dr. Stewart Mostofsky, neurologista pediátrico e diretor do Laboratory for Neurocognitive and Imaging Research, no Kennedy Krieger Institute, em Baltimore, também está estudando testes neurológicos que possam identificar alunos com TDA de modo mais eficiente. Sua pesquisa, publicada na Neurology de fevereiro, descobriu que crianças com transtorno de déficit de atenção têm menor habilidade do que outras crianças para controlar os movimentos voluntários e involuntários das mãos.

“Mesmo o simples controle motor básico não é bom nas crianças com TDA como nas crianças com desenvolvimento típico”, disse Dr. Mostofsky. Com mais estudos, ele disse, “isso poderá nos ajudar a diagnosticar crianças que estão vivendo sem detecção, assim como a identificar, em idades mais precoces, quais as crianças que poderão responder a quais intervenções.”
http://www.edweek.org/ew/articles/2011/05/20/32add.h30.html?tkn=OSYF6qeCvt3Cuwov1eu0zU5llRQuj7Q3%2BOZO&cmp=ENL-EU-NEWS1   

sexta-feira, 20 de maio de 2011

100- TDAH do adulto - Sempre atrasado?

Dicas para ser pontual, de um organizador profissional. Por Tiffany de Silva
Com estas sete estratégias para vencer o jogo do gerenciamento do tempo, a impontualidade será um hábito do passado. E mais, dicas para os que odeiam chegar muito cedo!
Cronicamente atrasado? Você não está só. Vou lhe contar um pequeno segredo: Muitos adultos com o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) odeiam chegar cedo quase tanto quanto odeiam chegar atrasados. Esperar no consultório de um médico por mais de 15 minutos antes de uma consulta pode ser excruciante. Então, como chegar na hora certa e diminuir o tempo de espera? Siga estas sete estratégias simples de gerenciamento do seu tempo e nunca se atrase ou se adiante novamente.

1- Faça de conta que chegar na hora certa é um jogo. Muitos de nós com TDAH nos envolvemos entusiasmadamente mesmo com as tarefas mais ordinárias, se pudermos descobrir como torna-las interessantes. Ir do ponto A ao ponto B não é assim tão interessante, mas poderá ser se você fizer disso um jogo. O objetivo do jogo é chegar ao seu destino o mais possível próximo da hora marcada. Nem mais cedo, nem mais tarde. Você consegue?
2- Determine sua hora de chegada. Sua hora de chegada seria a hora em que você, idealmente, gostaria de atravessar as portas do seu lugar de destino. Para determinar sua hora de chegada, descubra o menor tempo de chegada que você poderá atingir e o maior tempo de chegada sem estar atrasado ou estressado. Por exemplo, se você tiver marcado as 14 horas para ir ao cabeleireiro, sua hora de chegada deverá ser de 13:58 a 14:00 h. Se você precisa começar uma reunião de negócios às 14:00 h e precisa estar sentado na sua cadeira e pronto para falar, sua hora de chegada deverá ser entre 13:40 e 13:50 h.

3- Descubra quanto realmente demora em chegar lá. Muitos adultos com TDAH têm dificuldade de estimar corretamente quanto alguma coisa vai demorar. Em relação a dirigir é comum subestimar o tempo de viagem mas também não é incomum superestimar o tempo. Mesmo que você já tenha feito o trajeto anteriormente, marque o endereço do seu destino num GPS ou em algo equivalente na noite anterior ao seu compromisso. Isto lhe dará um tempo mais correto para lidar na viagem. Neste jogo, a precisão é essencial para atingir o seu alvo.
4- Determine sua hora de saída. Sua hora de saída é a hora em que você sai de sua casa. Para determinar sua hora de saída, comece por somar 15 minutos ao seu tempo esperado de viagem. Este tempo inclui 5 minutos da transição da casa para o carro (por exemplo, ajustar o cinto de segurança, programar o GPS), 5 minutos da transição carro para o seu destino (por exemplo, estacionamento, caminhada) e 5 minutos para o inesperado (por exemplo, acidente de trânsito, passagem de trem, motoristas de fim de semana). Isto dará a você o seu tempo total de viagem. Em seguida, subtraia seu tempo total de viagem da hora de chegada desejada. Isto lhe dará a sua hora de saída. Por exemplo, se você quiser chegar ao cabeleireiro às 14 horas e leva 30 minutos dirigindo até lá, será necessário sair de sua casa às 13:15 h. Ajuste um alarme para sair antes da hora de saída, para lhe dizer “Saia já!”. Nota: Acrescente mais tempo de transição se você tiver crianças pequenas, se for necessária uma longa caminhada do estacionamento até seu destino, ou se você tiver de viajar na hora do rush (veja abaixo).

5- Evite a hora do rush. Evite marcar um compromisso em que você precise viajar no horário de muito tráfego. Se você não somar o tempo extra necessário para se ajustar em relação ao tráfego, você se atrasará. Se você acrescentar muito tempo e o tráfego estiver tranquilo, você chegará muito cedo.
6- Seja sempre o primeiro. Sempre que for possível, marque seu compromisso de modo a ser o primeiro da lista a ser atendido. Deste modo, você não ficará esperando se o seu provedor de serviço estiver atrasado. O melhor horário para o compromisso? O primeiro da manhã ou o primeiro da tarde. Qualquer outro horário será muito imprevisível.

7- Seja flexível. Se você não chegar na hora marcada, na primeira tentativa, não desanime. As chances são de que você só precisará ajustar um pouco a sua estratégia. Talvez você só precise ajustar a sua hora de saída por um minuto ou dois. Pode ser que você precise preparar uma maleta de trabalho na noite anterior e coloca-la perto da porta para sair na hora. Não tenha medo de inventar estratégias e de praticar o jogo com suas próprias regras.
Tiffany de Silva é coach em TDAH e organizadora profissional. ADDitude.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

99- Quantificação e análise da concordância entre pais e tutores no diagnóstico do TDAH

J. Cáceres, D. Herrero [Ver Neurol 2011; 52:527-535] 01/05/11

Introdução
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é o que mais se encaminha aos centros de saúde mental hoje em dia. Os critérios diagnósticos quanto à hiperatividade, impulsividade e desatenção estão claramente definidos. Mas os clínicos não podem observar o paciente, ao longo de todo o dia, em suas diversas tarefas, e têm de recorrer à informação oferecida pelas pessoas próximas ao paciente. Para ser diagnosticável, este transtorno deve ocorrer em mais de um contexto (âmbito familiar e escolar). Esta informação se recolhe, geralmente, mediante questionários bem validados.

Objetivos.

Revisar a porcentagem de crianças que, tendo sido consideradas em seu entorno como hiperativas, preenchem todos os requisitos do diagnóstico; verificar se existem diferenças na avaliação realizada pelos pais, mães e tutores, e revisar o grau de relação existente entre a desatenção, observada por pais e tutores, com uma quantificação formal dos processos de atenção.

Sujeitos e métodos.

Foram avaliadas 127 crianças, encaminhadas a um centro de saúde mental, mediante entrevistas, observação semiestruturada, questionário de Conners, complementados por pais e tutores, e outras provas da escala de inteligência de Wechsler para crianças.

Resultados.

Somente 46% cumpriram os requisitos para ser diagnosticados com TDAH.     A concordância entre pais e tutores foi só moderada. Pais e mães avaliam de maneira parecida os meninos e meninas, mas os tutores consideram os meninos mais desatentos e mais hiperativos e impulsivos que as meninas.

Conclusões.
É necessário que fiquem claros os critérios diagnósticos do TDAH e as pautas a seguir para o seu diagnóstico; são apresentadas propostas que potencializam o processo de avaliação que permite individualizar o tratamento.

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