quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

186- O treinamento (coaching) ajuda os universitários com TDAH? (1a. parte)


Muitos estudantes com TDAH lutam para serem bem sucedidos na faculdade. Conforme foi notado em artigo anterior do Attention Research Update, por Linda Hecker, do Landmark College, o meio universitário sobrecarrega as funções executivas tais como o gerenciamento do tempo e a organização das tarefas. O dia da faculdade é pouco estruturado se comparado ao do colegial – os estudantes têm somente 1 ou 2 aulas por dia, com muito “tempo livre” nos intervalos. Há mais trabalhos de longa duração e nenhum grupo de estudos ou pais que fiquem por perto para garantir que os estudantes fiquem atentos (veja  www.helpforadd.com/2006/july.htm ). Por isso, os estudantes com TDAH precisam confiar mais em suas habilidades para controlar seu comportamento ao longo do tempo, na busca de realizações importantes, e eles frequentemente têm maior dificuldade do que seus colegas para se engajar consistentemente em tais comportamentos de autorregulação.
Intervenções que se destinam a desenvolver e melhorar as importantes habilidades de autorregulação – assim como outras funções executivas importantes – podem ser especialmente úteis para os estudantes universitários com TDAH. Uma intervenção que atua diretamente nisto é o Coaching (treinamento). Os treinadores auxiliam pessoas com TDAH propiciando a eles um claro entendimento da natureza do TDAH e de como ele afeta a sua vida diária. Eles trabalham com os clientes para identificar metas importantes e para desenvolver planos e estratégias para alcançá-las. Eles ajudam os clientes a monitorar seu progresso na direção dessas metas, a identificar quando eles estão se desviando delas e a desenvolver estratégias para mais eficientemente alcançá-las ao longo do tempo. Assim, os treinadores podem auxiliar os estudantes a desenvolver sua habilidade para regular seu comportamento de modo eficiente, e proporcionar uma importante fonte externa de regulação, conforme essa habilidade vai se desenvolvendo. Em teoria, isto deveria ajudar os estudantes com TDAH a conquistar maior sucesso acadêmico.
Como esta abordagem funciona realmente para os estudantes com TDAH? Esta questão foi analisada em estudo publicado recentemente no Journal of Attention Disorders (Parker et al., 2011 – Self-control in postsecondary settings: Students perceptions of ADHD College coaching. Journal of Attention Disorders, DOI:10.1177/1087054711427561). Os participantes foram  19 estudantes de 10 campi diferentes, que foram selecionados a partir de uma amostra maior, de 88 estudantes com TDAH, que tinham sido escolhidos ao acaso para receber a intervenção do treinamento (coaching).

Foram analisadas duas questões primárias:

1. Qual é o efeito do treinamento na percepção que os estudantes com TDAH têm do processo que utilizam para manter suas metas acadêmicas, tais como o GPA (Grade Point Average)?  (veja no Google)

2. Que benefícios os estudantes associam aos serviços de treinamento?

O estudo fez uso de extensas entrevistas com os estudantes para obter suas impressões sobre a experiência de coaching e sobre como ela os ajudou. Também houve um componente quantitativo do estudo, que avaliou o impacto do coaching sobre as respostas dos estudantes em várias escalas de avaliação, assim como foram coletados dados sobre índices objetivos de rendimento acadêmico, tais como o GPA. Um resumo desses resultados está disponível em http://edgefoundation.org/information/research/  (Nota: O estudo foi patrocinado por Edge Foundation – www.edgefoundation.org – uma organização dedicada o fornecer treinamento eficiente aos estudantes com TDAH. Eu (Dr. Rabiner) não tenho nenhuma ligação com esta fundação).

No que consiste o coaching?

O coaching focaliza as sete maiores áreas quando trabalha com estudantes: planejamento, estabelecimento de metas, construção da autoconfiança, organização, focalização, atribuição de prioridade e persistência na tarefa. Estas áreas foram selecionadas para resolver diretamente os problemas que muitos estudantes com TDAH têm no funcionamento executivo.

Treinadores e estudantes realizaram conversas telefônicas de 30 minutos, uma vez por semana, durante as quais os treinadores, de rotina, perguntavam aos estudantes sobre suas metas acadêmicas, assim como sobre o seu bem estar físico e emocional. Foram realizadas vinte e cinco sessões de treinamento. Os treinadores trabalharam com os estudantes para dividir os objetivos maiores em uma sequência de tarefas menores e para criar sistemas para lembrar-se de agir naquelas tarefas. Houve um foco no desenvolvimento de ferramentas eficientes de gerenciamento do tempo e na criação de programas mais equilibrados que permitissem exercícios regulares e boa rotina de sono. Embora os treinadores tivessem empatia pelos estudantes que relatavam sentimentos de desencorajamento e de estresse, o foco era na ajuda para os estudantes identificarem os passos concretos que poderiam adotar para corrigir a causa desses sentimentos.

Além das sessões semanais por telefone, os treinadores se comunicavam com os estudantes com frequência por texto, e-mail e por ligações mais curtas. Assim, os estudantes receberam lembretes regulares sobre suas metas e planos e desenvolveram um senso de serem responsáveis pelo seu progresso. A comunicação frequente também permitiu que os treinadores vigiassem a marcha dos estudantes em direção ao seu objetivo com maior frequência e a intervir mais cedo quando os estudantes estivessem falhando.

Este foco na solução imediata dos problemas, assim como o contato regular entre as sessões programadas, são importantes distinções entre o treinamento para o TDAH e as abordagens mais tradicionais para a terapia com adultos jovens.

(Continua nas próximas postagens: 187 e 188)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

185- TDAH - Soluções para o caos iminente


“Estou me equilibrando no limite”

Muitas pessoas têm a incômoda sensação de que estão se equilibrando no limite e que bastará somente mais um compromisso para mergulhar no caos.

Se você se sente desse jeito, lembre-se que, embora pareça que você está na iminência de ir além do limite, você não está. O problema a ser resolvido é a sua sensação incômoda. Você está escolhendo ter esses pensamentos negativos que o incomodam. Talvez você possa usar as técnicas da terapia cognitiva comportamental (TCC) para sair desse padrão por meio do pensamento: “Estou fazendo um bom trabalho; estou me mantendo calmo e equilibrado apesar do perigo de cair no precipício”.

Então, mude seu quadro mental, de um em que você se equilibra na beira do precipício para outro em que você está caminhando com confiança na margem, impregnado pela promessa da descoberta. Sim, é você, no seu caminho para grandes conquistas. Aproveite a vista!

By Paul Hammerness, M.D. , Margaret Moore

184- TDAH - Soluções para os dias estressantes

“É muita coisa...”

O estresse causado pela falta de atenção e pela desorganização pode levar  a uma deterioração total da saúde física e mental. Quando você perceber que a sua luz de alarme do motor está piscando, aperte o botão de reset com estas estratégias para reduzir o estresse.

Tire alguns momentos por semana para revisar o que você está fazendo, às coisas boas da vida que você deve agradecer. Isto pode soar como um lugar-comum, mas o ajudará a mudar para um humor mais positivo.

Redefina o que você quer ser – sair desse desastre provocado pelo estresse para o que? Calmo e confiante? Qual o seu tipo de pessoa?

• Vire as prioridades de ponta cabeça e cuide de sua saúde primeiro, o que lhe dará mais energia, equilíbrio e calma para fazer o que tem de ser feito.

• Encontre um comportamento saudável para se manter sob controle  – somente um. Pode ser exercícios, e, talvez, exercitar-se em algum lugar mais conveniente do que a academia lhe tomará menos tempo. Então, saia e caminhe ou compre um vídeo de exercícios que você possa fazer dentro de casa. Você estará fazendo algo bom para sua saúde e para o seu nível de estresse.

By Paul Hammerness, M.D. , Margaret Moore

183- TDAH - Soluções para os esgotados

“Já não aguento mais”

Como você evita a sensação de que já não dá conta porque está tentando lidar com as ondas constantes de obrigações no seu dia-a-dia?

Lutando para o controle que garante a calma, tendo confiança de que tudo dará certo, e tendo satisfação com as coisas conquistadas.

Para obter estas importantes qualidades, tente estas acomodações de trabalho que o ajudarão a estabelecer um regime de controle do tempo:

Estebeleça, como períodos livres de interrupção, os horários mais produtivos do dia. Começe com 15 minutos, depois 30, e aumente para até várias horas ao dia, ao longo dos meses.

Estabeleça períodos para lidar com as interrupções quando você precisar de um intervalo no meio de projetos complexos – digamos 20 minutos ao dia – para corrigir textos, fazer chamadas, tweets e assim por diante.

Pratique não lidar com textos, e-mails e tais coisas, quando você estiver em um período livre de interrupção. Você se sentirá bem com a sensação de controle que vem do fato de não responder como um reflexo do joelho. (Nota do tradutor: aquele chute que acontece quando se bate com um martelo de reflexos logo abaixo a sua rótula ou patela).

By Paul Hammerness, M.D. , Margaret Moore

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

182- TDAH – Solução para a multitarefa


TDAH – Solução para a multitarefa

“Pensei que estava fazendo tudo, mas...

Se você está preocupado porque não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, não se preocupe. As pesquisas mostram que a multitarefa não é eficiente. É melhor fazer uma coisa de cada vez,

Cada tarefa, curta ou demorada, será mais bem feita com sua atenção total, não com um quarto de atenção, metade ou mesmo três quartos dela.

Se você estiver falando aos seus filhos, ou respondendo a um e-mail ou olhando pela janela para algo interessante, use toda a sua atenção em cada uma das coisas.

Imagine isso como se você virasse a cabeça e encarasse outra coisa, e se conectasse completamente, como quando estamos apaixonados e queremos mandar uma mensagem com o nosso sentimento. Você precisa fazer uma pequena pausa, uma transição mental de tarefa para tarefa e não deixar que a tarefa anterior, ou a próxima, contaminem a atual.

Quando você usa toda a sua atenção em uma tarefa, o tempo desacelera e se expande, e muita coisa pode ser feita em pequenos momentos.

By Paul Hammerness, M.D. , Margaret Moore

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

181- TDAH – Soluções para a falta de controle do tempo


TDAH – Soluções para a falta de controle do tempo

“Ih! Me desculpe, estou atrasado...”

Isto pode ser um sinal de que seus compromissos estão além da sua capacidade pessoal. Se for assim, pense em seguir as seguintes sugestões para vencer a sua impontualidade habitual:

Ajuste-se. Faça uma lista dos seus compromissos – diariamente, semanalmente, mensalmente. (Seu esposo ou companheiro poderá ajudar). Determine se algum deles pode ser eliminado, delegado ou reduzido. Evite a sobrecarga aprendendo a dizer não. Reduza sua lista de compromissos rotineiros em ao menos 10 por cento.

Arrume seus 15 minutos diários de repouso. Atrasos e esquecimentos podem ser sinais de que você precisa de mais tempo para se acalmar e se equilibrar, e para aumentar sua função cerebral. Herbert Benson, M.D., especialista da Universidade de Harvard, recomenda de 10 a 15 minutos por dia de uma atividade repetitiva e de atenção (respiração profunda, meditação, yoga). Você pode fazê-la pela manhã, no início do dia, durante uma caminhada calma ou mais tarde, ao final do dia.

Ajuste seu equilíbrio emocional. Sua impontualidade pode ser sinal de muito poucas emoções positivas ou muitas emoções negativas, que podem, as duas coisas, prejudicar sua função cerebral, particularmente a memória. Cheque sua taxa de emoções positivas em relação à sua taxa de emoções negativas em www.positivityratio.com . A taxa normal é de 3:1, acima da qual seu cérebro funciona bem e abaixo da qual ele não funciona bem mesmo.


Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

180- TDAH - Soluções para a desarrumação

"Ugh, este lugar está uma bagunça!"

É impressionante como a desordem pode atingir o seu cérebro, fazendo-o sentir-se fora de controle e inalcançável como nossa gaveta de meias. Você não tem inveja das pessoas que conseguem tolerar e até mesmo gostar da bagunça caótica, e que parecem imunes a ela?

Organizar a sua vida requer um plano de longo prazo; mas por que não começar hoje, tomando as pequenas e graduais medidas necessárias para dominar a desordem e restaurar a ordem, tanto fora (casa, trabalho) quanto dentro (seu cérebro)?

+ Arrume um parceiro – seu filho, colega ou amigo – para ajudá-lo a se organizar. Um colega de trabalho pode oferecer uma nova perspectiva; ele pode ver o céu através da densa floresta. Esteja aberto às suas sugestões sobre o que deveria ficar onde e torne isto divertido. Depois de poucas horas de reordenamento, comemore com sua equipe de trabalho o tempo bem gasto juntos, indo almoçar (por sua conta!) ou fazendo uma longa caminhada.
+ Depois de uma sessão com seu amigo ou colega, programe um reordenamento a sós, por uma hora, uma vez por semana, no início, e, eventualmente, uma vez ao mês, para garantir que você está no domínio das coisas.

+ Estabeleça o tempo de reordenamento – 15 minutos por semana – para manter a casa sob controle.

+ Certifique-se de prestar atenção e apreciar quantas áreas foram postas em ordem ao longo do tempo, e não em quanto ainda resta a ser feito.


Por Paul Hammerness, M.D. e Margarete Moore

 O tratamento do autismo se distancia do “conserto” da condição Existem diferentes maneiras de ser feliz e funcionar bem, mesmo que seu cér...