domingo, 15 de maio de 2011

97- Dificuldades de Concentração no Ambiente Escolar – com foco nas crianças com TDAH, Autismo e Síndrome de Down

Catrin Tufvesson; Lund University (2007)

Resumo: O objetivo desta tese foi identificar fatores ambientais que afetam crianças com TDAH, autismo e síndrome de Down e sua capacidade de concentração e de aprendizagem no ambiente escolar.

Esta pesquisa não quis rejeitar nenhum dos recursos adicionais que essas crianças necessitam; em vez disso, quis sugerir como modificar os ambientes de aprendizagem da maneira mais eficaz possível, com base nas necessidades iniciais dessas crianças.
Esta é uma meta muito ambiciosa, levando em conta a política educacional da Suécia de organizar uma escola totalmente inclusiva, o que significa que as escolas deveriam ser capazes de atingir as necessidades de todas as crianças, não importando suas capacidades e condições. Entretanto, não há nenhum paradigma específico para o ambiente escolar, como ambiente de aprendizagem, que leve em conta as necessidades dessas crianças ou as necessidades daquelas com dificuldades de concentração.

O modelo Human Environment Interaction foi usado para estabelecer a estrutura de abordagem desta tese, especialmente para a revisão das pesquisas anteriores, para o desenvolvimento das perguntas necessárias, mas também como um modo holístico de preencher possíveis lacunas em abordagens anteriores.

A pesquisa foi dividida em quatro estudos empíricos.

Os primeiros dois estudos serviram de base para possíveis princípios de generalização, e específicos para cada deficiência, concernentes às influências encontradas no ambiente escolar.

No Estudo I, assistentes pessoais e professores que trabalhavam diariamente com crianças diagnosticadas com uma das deficiências foram contatados.

No Estudo II, os profissionais contatados trabalhavam no Child and Adolescent Habilitation Services (Serviços de Capacitação de Crianças e Adolescentes), que tinham, assim, uma relação com as crianças diferente da dos informantes do primeiro estudo. Em ambos os estudos foram utilizados questionários.

As respostas dos 125 assistentes pessoais e professores, e 137 profissionais do Child and Adolescent Habilitation Services, revelaram fatores ambientais relacionados à escola que influenciavam as crianças em questão e sua capacidade de concentração. Os resultados algumas vezes mostraram diferentes influências que dependiam da deficiência que as crianças tinham. Foi mostrado que a aparência, tal como as aberturas da fachada da escola e os corredores, a vista, a acústica, o mobiliário, o arranjo dos assentos, o tamanho da classe e da sala de aulas e a decoração poderiam influenciar a capacidade de concentração da criança, tanto positiva quanto negativamente.

No Estudo III foram feitas seis observações de grupos de trabalho, revelando a necessidade de ajustes individuais. Os resultados desse estudo também ressaltaram a dificuldade de alocar classes já constituídas para crianças com capacidades cognitivas diminuídas, com o propósito de apoiá-las em suas diferentes necessidades.

Finalmente, o Estudo IV demonstrou a aplicação dos princípios no processo de construção, e que a ligação dos participantes aos projetos, de acordo com o processo cíclico de construção, tem o potencial de construir novo conhecimento.

Pode-se concluir que a capacidade de concentração dessas crianças  pode ser influenciada pelas características do ambiente de aprendizado, que precisam ser consideradas em sua matrícula nos prédios escolares. Concluiu-se, além disso, que esse conhecimento deveria ser aplicado no processo de construção.

sábado, 14 de maio de 2011

96- TDAH e Sexo – Redescobrindo o romance em seu casamento

A distração pode envenenar o erotismo em seu casamento TDAH. A seguir, como você poderá reviver a intimidade, o mistério e a excitação com seu par. Por Edward Hallowell, M.D.

TDAH e sexo: É um assunto sobre o qual quase ninguém escreve, embora quase todos os adultos com TDAH que eu tratei tivessem um problema sexual relacionado ao TDAH. Uma das queixas mais comuns é a falta de intimidade sexual. Isso não significa ausência de sexo, mas sexo que não promove a intimidade emocional genuína.
O sexo bom é possível somente quando ambos os parceiros em um casamento TDAH se sentem relaxados e se divertem – e são capazes de se desligarem do mundo lá fora, para curtir o momento. Isto não é fácil para adultos com TDAH. Como um homem que tem dificuldade de se deter poderá aproveitar o sexo? Como poderá uma mulher focalizar-se em dar prazer (ou em obtê-lo) se ela estiver pensando na reforma da sala de estar ou em mandar um e-mail?
O tédio sexual é outro grande problema. Adultos com TDAH se excitam com todas as coisas, e isso inclui as relações sexuais. Conforme um relacionamento amadurece, e a paixão inevitavelmente diminui, o portador de TDAH pode perder o interesse em sexo e passar para outras atividades ou outras pessoas que sejam mais estimulantes.  O enfado com o sexo é uma razão para a alta taxa de divórcio entre casais TDAH.
Em alguns relacionamentos, a falta de intimidade sexual reflete uma luta pelo poder. Tipicamente, o parceiro não TDAH começará a assumir um controle cada vez maior para as compras, as finanças, o cuidado com os filhos e qualquer outra coisa que aconteça em casa. Em algum ponto, ele começará a se ressentir de ter de fazer todo o trabalho e a importunar seu par.
Enquanto isso, o parceiro TDAH começará a se sentir mais como um filho do que como um amante. Isso cria um problema duplo: o esposo não TDAH fica tão ressentido que o sexo não desperta mais muita alegria, enquanto o esposo TDAH, com sua visão cada vez maior do parceiro como um pai, tem seu próprio interesse sexual diminuído. E assim, a energia, que antes era devotada ao sexo, é canalizada para passatempos e outras ocupações não sexuais.
Você gasta grande parte do seu dia relembrando, bajulando ou instigando seu parceiro – ou vice versa? Se for assim, as chances são que você esteja em um desses frustrantes relacionamentos antieróticos.
Em outros relacionamentos, o problema é o pobre gerenciamento do tempo.
Pode ser que um parceiro esteja disposto, enquanto o outro esteja dormindo. Ou pode ser que um esteja esperando no quarto enquanto o outro esteja no computador, vendo o mercado de ações. Uma paciente minha chamava o computador do seu marido de “amante de plástico”. Infelizmente, esses casais geralmente assumem que algum conflito escondido esteja impedindo que eles façam sexo, quando o que eles realmente têm é um problema de horário.
Não importa qual o problema que você enfrente, o primeiro passo para resolvê-lo é entender que o TDAH tem o maior papel no modo como você se relaciona sexualmente com o outro. O segundo passo é reconhecer que o problema é provavelmente de natureza biológica, em vez de emocional. Em outras palavras, não é porque vocês não se amam. É que maus hábitos influenciados pelo TDAH tomam conta.
O parceiro TDAH precisa aprender como curtir. Praticar em locais não ligados a sexo, por exemplo, conversar com o par, tomando café, ou visitar um museu juntos, antes de tentar desenvolver as habilidades de cama. E ambos necessitam deixar de lado os ressentimentos e trabalhar para reequilibrar seu relacionamento. Um terapeuta experiente poderá auxiliar nesses problemas. Se você estiver mergulhado no padrão pai/filho que eu descrevi, é essencial começar a dividir as responsabilidades de organização, cuidados com os filhos etc. Gradualmente, o romance reaparecerá.
ADDitude Fevereiro/Março 2007

sexta-feira, 13 de maio de 2011

95- TDAH do adulto – Motivação no trabalho, a chave para superar a procrastinação

Por Christine Brady
Você está se sentindo oprimido pela quantidade de trabalho que tem de fazer com pequeno intervalo de tempo? Tem falta de motivação para dar conta de coisas chatas da sua lista de obrigações? Estas estratégias de gerenciamento do tempo o ajudarão a superar a procrastinação de uma vez por todas!
Você subiria numa escada por 10 reais? Ah, sim? Muito bom, muito bom. E o Monte Everest?

Para muitas pessoas, começar qualquer projeto envolve encontrar um meio de superar a inércia com motivação. O que faz as coisas mais desafiadoras para os adultos com TDAH é a antecipação das horas chatas, o trabalho com coisas insignificantes que deveríamos ignorar em vez de enfrentar. Até a tarefa mais simples se torna desafiadora se você tem a mente crítica, como muitos com TDAH têm. Geralmente, procrastinamos.
Para começar e terminar minhas tarefas, preciso parar de pensar desse jeito. Vivo no país da oportunidade, mas somente se eu puder me aplicar no que gosto e se mantiver meu pé numa porta que parece que está sempre se fechando.

Motivação para fazer o trabalho
1-    Divida a tarefa em passos menores. Qualquer tarefa pode ser feita se eu a divido em partes ou segmentos menores. Se alguém aposta comigo que eu não consigo comer uma pizza inteira sozinho, eu penso “Você está certo. É muito grande para mim”. Mais tarde, entretanto, eu me descubro no último pedaço, culpado pelas calorias que calculo enquanto resmungo, “Cristina ruim”

Tarefas incompletas pesam na minha consciência; quanto mais insignificantes elas são, pior a culpa. Quando tenho algo a fazer, digo para mim mesmo, “Isso não é nada. Posso terminar em cinco minutos”. Mas não termino nada de uma vez. Para mim – e para você? – o espaço entre cada passo requer um empacotamento mental, tornando o projeto final formidável. No meu pensamento sobre fazer – em oposição a fazer – há o risco de cair na inércia, onde o ciclo começa novamente.

2-    Use lembretes visuais para manter-se no trabalho. Outro truque que eu uso é pregar um grande aviso – se você for igual a mim, um realmente grande – perto da fonte das maiores distrações. Para mim pode ser a TV. Se eu me sento por perto de uma TV, o aviso olha para mim e me faz sentir culpa – uma proclamação que não poderia ser mais perturbadora se estivesse tatuada na minha testa. Cuidado, entretanto, você não pode levar esse modo de avisos e admoestações muito longe, fazendo com que eles se tornem projetos artísticos e ofícios que tomem o seu tempo, o qual poderia ser usado no que eles deveriam motivá-lo.

3-    Comece pelos compromissos mais fáceis antes de atacar os maiores. Para manter meu cérebro livre das coisas difíceis, faça as coisas fáceis primeiro. Para proteger meu cérebro da tortura das coisas difíceis, faço as coisas fáceis primeiro. Por exemplo, lavo os pratos agora? Opressivo. Mas em vez de pensar, “Bom Deus, não posso fazer isso”, tento pensar “Ok, só os talheres”, e então, “Já que fiz isso, podem ser os copos agora”. Continuo em frente, até que – para minha alegria – tudo foi feito. Os portadores de TDAH são trabalhadores envergonhados, e tudo o que pode nos levar de A a B, eventualmente nos levará a C.

4-    Cerque-se de exemplos de ação produtivos e motivadores. Outra dica: Junte-se a pessoas que trabalham acompanhadas. Meu namorado sagitariano é assim. Vê-lo lavar os pratos me inspira a começar a lavar uma cesta de roupas.

5-    Dê guarida ao fracasso... e a múltiplas tentativas. Não há nenhuma tentativa fútil! Mesmo um pequeno esforço é válido, desde que ele põe em movimento uma atitude sobre progresso e realização. Veja este artigo. Levou três meses para acrescentar uma frase que o editor pediu. Ponto feito.

6-    Permaneça positivo. Finalmente, fique otimista. Sou uma pessoa positiva – exceto quando tenho de trabalhar. Preciso encontrar algo alegre em qualquer tarefa que faço. No final, quando tenho um pacote de tarefas, nenhuma das quais eu sinta que goste de fazer, penso como será bom (ou quanto vão me pagar) quando a tarefa tiver sido riscada da minha lista.

Este artigo apareceu no número de verão de ADDitude 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

94- TDAH – Dificuldade de aprendizagem. O que as pesquisas mostram.

O cérebro adulto tem uma capacidade de crescimento semelhante à de uma criança, quando exposto a estímulos semelhantes.  A aprendizagem de nomes de novas cores produz um aumento rápido da substância cinzenta do córtex cerebral em adultos sadios.

Em artigo publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences USA, foram mostradas cartelas coloridas com dois tons de verde e dois tons de azul a 19 voluntários. A cada uma das quatro tonalidades de cor foi associado um nome inventado e sem nenhum sentido. Depois da aprendizagem, os voluntários foram submetidos a exame por ressonância magnética.

Os resultados revelaram a formação de substância cinzenta nova no hemisfério direito dos cérebros. Concretamente, em áreas cerebrais associadas não somente ao processamento de cor e da visão, mas também à percepção. Não está claro se esta nova substância cinzenta é constituída de neurônios novos ou de dendritos dos neurônios já existentes. Os autores postulam que a chave estaria na diferenciação de nomes e em como os sujeitos percebem as cores em função dos nomes que se lhes dá, quer dizer, por uma mudança de percepção.

[Proc. Natl Acad Sci 2001]
Kwok V, Niu Z, Kay P, Zhou K, Mo L, Jin Z, et al.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

93- Decida com facilidade

Você acha complicado tomar uma decisão? Tem medo de escolher errado? Aprenda a decidir, mesmo sob pressão. Como tomar decisões que podem aumentar sua produtividade e elevar o seu humor! Por Sandy Maynard

Nosso acelerado cérebro de portadores de TDAH às vezes parece incapaz de deixar as coisas simples. Queremos comprar um novo smart fone, então vamos à internet para ver o que há de ofertas e ficamos com um problema de transtorno de excesso de atenção. Colhemos tanta informação que não conseguimos tomar uma decisão. Ficamos sobrecarregados.
Algumas vezes, nossa dificuldade de tomar decisões se estende a coisas que deveriam ser resolvidas agora – como uma torneira pingando. Não sabemos qual torneira comprar, então deixamos a velha torneira pingando por meses, até que apareça uma inundação debaixo da pia. Mas a tomada de decisão não precisa ser um desafio. A seguir, algumas maneiras dos portadores de TDAH se tornarem mais decididos.

O Processo de Tomar Decisão

Susan, uma funcionária do governo, recentemente aposentada, queria mudar-se para uma pequena cidade na Carolina do Norte, onde seus pais e amigos viviam. Ela sabia que era a escolha certa, mas em vez de procurar um lugar para viver, gastou semanas surfando na internet procurando por abajures, armários de cozinha e pisos. Veio a mim pedindo ajuda. Descobrimos duas abordagens que a fizeram tocar em frente.

Considere os prós e os contras: A primeira estratégia foi falar sobre o tipo de casa em que ela queria morar. Ouvir a si mesma dizer em voz alta, tornou o processo de tomar uma decisão mais fácil, porque ela foi capaz de eliminar as opções. Reformar uma casa velha ou um prédio novo pareceu atraente quando Susan pensou nisso, mas logo perdeu a graça quando eu perguntei, “Quanto tempo você acha que isso vai demorar?” Ela descobriu que um condomínio era a melhor escolha.
Eleja prioridades: A segunda estratégia foi identificar o que ela mais prezava – gastar o tempo com a família e amigos e permanecer ativa. Ela decidiu que ter uma grande sala de jantar e living para receber as companhias era mais importante do que três grandes quartos de dormir. Ela queria um condomínio próximo a uma pista de bicicletas ou de uma academia. Este pensamento estreitou suas escolhas. Um condomínio que ela tinha descartado, agora parecia mais atraente. Ela comprou-o.

Pense a longo prazo, visão global: Terry, uma recente graduada que começou seu primeiro emprego, usa a mesma estratégia para ajudar a tomar decisões. Antes de fazer qualquer escolha, ela pergunta a si mesma “Qual é a escolha mais saudável que eu posso fazer para o meu bem estar físico, espiritual e emocional?” Antes que ela identificasse o cuidado consigo mesma como mais importante que o sucesso financeiro e a realização profissional, decidir sobre qualquer coisa era muito estressante. Ela trabalhava até tarde e se culpava por perder suas aulas de yoga ou por não gastar mais tempo com os amigos. E mais, ficar até mais tarde piorava seu desempenho no trabalho, no dia seguinte. Ela me disse, “Tomar decisões baseadas no que é melhor para mim, ajudou-me a terminar meu trabalho mais rapidamente e mais eficientemente. Cuidar de mim mesma é o modo de ganhar uma vantagem profissional.”

Tome decisões com confiança: Tom tinha certeza do que queria. Mas não conseguia avançar porque temia não ter feito a escolha “certa”. Eu sugeri que ele fizesse uma lista dos seus medos e perguntasse a si mesmo, “O que de pior pode acontecer?” Conforme discutimos maneiras de lidar com cada coisa que pudesse dar errado, Tom descobria que ele era suficientemente esperto e emocionalmente resistente para lidar com tudo o que pudesse acontecer. Isto fez o medo desaparecer do seu processo de decidir.

Evite agir por impulso: Como os portadores de TDAH tomam decisões por impulso que algumas vezes saem pela culatra, decidir “não decidir” é uma boa escolha, também. Eu descubro, às vezes algumas semanas mais tarde, que muitas das minhas grandes ideias não valiam a pena ser realizadas. Cada coisa que surge em nossas cabeças não precisa ser realizada. É importante ser capaz de tomar decisões, mas é igualmente importante não tomar decisões que nos tirarão do rumo certo.

Este artigo apareceu no número Summer 2011 de ADDitude

terça-feira, 10 de maio de 2011

92- Problemas com a medicação do TDAH: Por que a receita pode não ser eficiente

Alergias, sensibilidade a alimentos e o metabolismo são algumas das razões por que a sua receita de medicamento para o TDAH pode não funcionar! Como atingir uma dosagem que seja eficiente para você. Por Charles Parker.

O que é a taxa de queima do medicamento?

Charles Parker: O termo se refere à maneira como os medicamentos para o TDAH funcionam biologicamente, como eles se queimam em seu corpo. A taxa de queima é uma medida aproximada de quão saudável ou disfuncional é o seu metabolismo. Seu estado metabólico modifica significativamente a duração efetiva dos medicamentos para o TDAH. Tive uma paciente adulta que usou vários medicamentos em doses diferentes desde a infância. Cada medicamento funcionava por um tempo e, então, tornava-se ineficaz. Ela pensava que era um caso intratável. Descobri que ela tinha sensibilidade ao glúten, o que afetava o modo como os medicamentos agiam em seu organismo. Ao evitar alimentos com glúten, ela livrou-se do problema.

A maioria dos médicos sabe das taxas de queima?

CP: Não o bastante. Um médico que leva em conta as taxas de queima quando prescreve um medicamento livra o paciente de anos com problemas. Sem a lembrança das taxas de queima, os medicamentos podem não funcionar bem, e você pode ficar frustrado. Muitos adultos simplesmente param o tratamento.

O que mais afeta as taxas de queima?

CP: Alergia ao amendoim, caseína e outros alimentos pode afetar a taxa de queima, como afetam as interações com outras drogas e fatores genéticos, assim como o tamanho de suas vias metabólicas. Os médicos deveriam levar tudo isso em conta quando receitam medicamentos. Metabolismo fraco pode bloquear a quebra de um medicamento ou evitar a sua assimilação.

Qual o modo simples de avaliar a taxa de queima?

CP: Sempre pergunto a cada paciente novo, “Quantas vezes ao dia você evacua”? Muitos problemas entéricos afetam o seu metabolismo – e o metabolismo afeta a dosagem da medicação receitada. Um metabolismo lento resulta em queima mais lenta do medicamento para o TDAH, e causará a necessidade de doses menores que as usuais.

Seu conselho para os profissionais?

CP: Não há nenhuma receita de bolo, porque cada pessoa tem uma taxa diferente de queima. Faça a prescrição de acordo com cada paciente, levando em conta a sua taxa de queima.

Este artigo foi publicado no número Summer 2011 de ADDitude

segunda-feira, 9 de maio de 2011

91- O que as crianças necessitam para aprender e crescer?

O eminente psicólogo Erik Erikson acreditava que as atitudes das crianças sobre si mesmas e sobre o mundo em torno delas dependiam largamente de como eram tratadas pelos adultos conforme cresciam. Abaixo, está um resumo do que Erikson acreditava que as crianças mais necessitavam de suas famílias em cada estágio do seu desenvolvimento.
Confiança básica (do nascimento até 1 ano): Os bebês ganham um senso de confiança básica quando as interações com os adultos são prazerosas e gratificantes. Bebês necessitam de pais que sejam calorosos, atenciosos, previsíveis e sensíveis às suas necessidades. Se os bebês têm de regularmente esperar um longo tempo para o conforto ou se são manuseados grosseira e insensivelmente, a descrença nos outros será promovida.

Autonomia (1 a 3 anos): A confiança na capacidade de fazer escolhas e decisões se desenvolve conforme as crianças exercitam as habilidades exploratórias de andar, correr, subir e manejar objetos. Crianças e pré-escolares necessitam de pais que os deixem escolher uma de várias atividades seguras. Se as crianças são muito restringidas, sempre forçadas a fazer as coisas da maneira dos seus pais, ou se são envergonhadas por cometer erros conforme exploram, a autodesconfiança crescerá em vez da autoconfiança.

Iniciativa (3 a 6 anos): Os pré-escolares aprendem sobre si mesmos e suas culturas por meio de jogos de simulação; conforme eles atuam em papéis diferentes, eles começam a pensar em que tipo de pessoas eles querem se tornar. Os pais que apoiam o senso emergente de propósito e direção das crianças neste estágio, ajudam-nas a desenvolver a iniciativa, ambição e a responsabilidade social. Se os pais são exageradamente controladores e exigentes, as crianças podem se tornar culpadas e reprimidas.

Diligência (6 anos até a puberdade): Durante seus anos escolares, as crianças desenvolvem suas capacidades de trabalho produtivo, aprendem a trabalhar em cooperação com outros e descobrem um senso de orgulho em fazer as coisas direito. As crianças de idade escolar necessitam de pais que encorajem seu senso de competência e de domínio, dando-lhes responsabilidade e oportunidades de usar suas capacidades e conhecimento. Jovens que não têm esse encorajamento podem desenvolver um senso de inferioridade e acreditar que nunca serão bons em nada.

Identidade (adolescência): Adolescentes integram o que ganharam dos estágios prévios em um senso duradouro de identidade; eles desenvolvem um entendimento do seu lugar na sociedade e formam expectativas para o futuro. Adolescentes necessitam respeito para sua independência emergente. Crianças que não tenham tido suas necessidades supridas nesse e nos estágios anteriores, são propensas a terem incerteza sobre o que são e onde querem chegar.

Fonte: Learning Disabilities: A to Z – Corinne Smith & Lisa Strick (1997)

90- MEDICAÇÕES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DO TDAH

MEDICAMENTOS RECOMENDADOS EM CONSENSOS DE ESPECIALISTAS
Nome Químico - Nome Comercial - Dosagem - Duração Aproximada do Efeito

PRIMEIRA ESCOLHA: ESTIMULANTES (em ordem alfabética)

Lis-dexanfetamina - Venvanse - 30, 50 ou 70mg pela manhã - 12 horas
Metilfenidato (ação curta) - Ritalina - 5 a 20mg de 2 a 3 vezes ao dia - 3 a 5 horas
Metilfenidato (ação prolongada) - Concerta - 18, 36 ou 54mg pela manhã - 12 horas
Ritalina LA - 20, 30 ou 40mg pela manhã - 8 horas

SEGUNDA ESCOLHA: caso o primeiro estimulante não tenha obtido o resultado esperado, deve-se tentar o segundo estimulante

TERCEIRA ESCOLHA

Atomoxetina - Strattera 10,18,25,40 e 60mg - 1 vez ao dia - 24 horas

QUARTA ESCOLHA: antidepressivos

Imipramina (antidepressivo) - Tofranil 2,5 a 5mg por kg de peso divididos em 2 doses
Nortriptilina (antidepressivo) - Pamelor 1 a 2,5mg por kg de peso divididos em 2 doses
Bupropiona (antidepressivo) - Wellbutrin SR 150mg 2 vezes ao dia

QUINTA ESCOLHA: caso o primeiro antidepressivo não tenha obtido o resultado esperado, deve-se tentar o segundo antidepressivo

SEXTA ESCOLHA: alfa-agonistas

Clonidina (medicamento anti-hipertensivo) - Atensina 0,05mg ao deitar ou 2 vezes ao dia - 12 a 24 horas

OUTROS MEDICAMENTOS

Modafinila - (medicamento para distúrbio do sono) Stavigile 100 a 200mg por dia, no café

Outros medicamentos que ainda não existem no Brasil:

Focalin – um “derivado” do metilfenidato (na verdade, uma parte da própria molécula)
Daytrana – um adesivo (para colocar na pele) de metilfenidato
Dexedrine – uma anfetamina (Dextroanfetamina); existe a formulação de ação curta e de ação prolongada
Adderall – uma mistura de anfetaminas; existe a formulação de ação curta e de ação prolongada

89- O Tratamento do TDAH

O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação é parte muito importante do tratamento.

A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.

O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado nos casos onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema de aprendizado, como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos. É necessário que os professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho (Obs: A ABDA oferece cursos anuais para professores). Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades
Fonte: ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) http://www.tdah.org.br/

88- Uso do computador ainda assusta professores

Pesquisa em escolas municipais do Rio mostra que 53% dos docentes têm dificuldades de lidar com tecnologia - Ruben Berta, O Globo
Em pleno século XXI, o mundo virtual ainda é um território que causa medo em muitos professores.

Uma pesquisa realizada em parceria pela Secretaria municipal de Educação do Rio, pelo Instituto Oi Futuro e pelo Ibope com 5.505 docentes revela que mais da metade deles (53%) admitiu ter dificuldades em lidar com tecnologia na escola por várias razões. Entre 1.532 diretores de colégios entrevistados, a porcentagem também foi de 53%.

O levantamento ouviu 25.145 alunos: 40% disseram ter problemas para usar a informática nas unidades de ensino.

— Até há pouco tempo, havia uma relação de poder onde o professor era o detentor da informação. Era uma via de mão única. O que estamos notando agora é que os alunos estão um pouco à frente dos docentes, mais familiarizados com tecnologia. E os professores ainda não estão preparados para a aplicação pedagógica. Esse descompasso revela a necessidade de um processo de treinamento e acompanhamento dos profissionais — comentou o vice-presidente do Instituto Oi Futuro, George Moraes.

Publicado no blog do Noblat, em 09/05/2011

domingo, 8 de maio de 2011

87- TDAH e Dificuldades com a Matemática - A melhor prática em sala de aula

Trabalhar com crianças com estilos de aprendizagem excepcionais é um desafio para os professores. As crianças com TDAH e dificuldades com a matemática necessitam de instrução especial para obterem sucesso. A pesquisa tem examinado uma variedade de intervenções como tentativa de encontrar um modo de melhor instruir as crianças com TDAH e dificuldades de matemática. No que concerne aos estudantes com TDAH, a intervenção na instrução seguiu três vias: modificação comportamental, ensino de estratégias cognitivas e medicação (DuPaul & Weyandt, 2005). As intervenções dirigidas às dificuldades de matemática examinaram os efeitos do reforço, da utilização de apoio tecnológico e da instrução focalizada. Há pesquisa que sugere o papel positivo que a medicação estimulante pode ter na melhora do desempenho em matemática dos alunos com TDAH.
A instrução planejada para alunos com dificuldades com a matemática também pode se demonstrar útil para os alunos com TDAH. Como a fraqueza da memória de trabalho e da atenção são os fatores cognitivos que mais se correlacionam às dificuldades com a matemática, muitas intervenções foram planejadas para lidar com essas limitações. Em 2005, um estudo de Fuchs et al. documentou os efeitos do reforço em matemática para alunos do primeiro grau. Eles verificaram que uma intervenção, combinando 48 sessões escritas de reforço para grupo pequeno e dez minutos de um programa de computador ao final de cada sessão, levou a melhora na fluência dos fatos da matemática entre os alunos com risco de dificuldades com a matemática. Entretanto, mesmo essa instrução altamente focalizada com estudantes sob risco, não atingiu o nível dos seus colegas sem risco (Fuchs et al., 2005). Isso sugere que, embora o reforço seja eficaz, ele necessita ser continuado e mantido além do primeiro grau (Fuchs et al., 2005). Entretanto, a pesquisa não foi capaz de separar a contribuição da instrução de reforço daquela baseada no programa de computador. Este estudo fornece evidência do sucesso de duas possíveis intervenções, instrução de pequenos grupos seguida de um currículo escrito e a inclusão de programas computadorizados para melhorar a fluência nos fatos da matemática.

A instrução focalizada em matemática é importante para todos os estudantes (Gersten, Jordan & Flojo, 2005). As metas da instrução de estudantes com dificuldades com a matemática precisam ser estabelecidas claramente nos primeiros anos da instrução. No jardim de infância e no primeiro ano é importante que as instruções de matemática focalizem estratégias mais maduras de contagem, de senso de número e da fluência dos fatos matemáticos básicos. Sem essas habilidades fundamentais, outras habilidades matemáticas serão difíceis de desenvolver. Para os estudantes usarem as habilidades que aprendem nos primeiros anos, as instruções devem focalizar nas estratégias matemáticas em vez da lembrança dos fatos. Se os estudantes tiverem dificuldade com a memória de trabalho, a capacidade de lembrar de algoritmos e de utilizá-los mentalmente será prejudicada. Entretanto, se aos estudantes forem ensinadas estratégias maduras de contagem e de aritmética, essas técnicas podem ser usadas com material concreto, para avançar nas habilidades matemáticas (Gersten, Jordan & Flojo, 2005). A ideia de ensinar estratégias matemáticas é uma ferramenta útil para os professores. Entretanto, se manter a atenção for difícil para um estudante, ensinar contagem e estratégias matemáticas também poderá ser difícil. Nessa situação a melhor prática na instrução de matemática e a melhor prática na instrução de estudantes com TDAH podem caminhar juntas. Ensinar estratégias matemáticas pelo uso de técnicas comportamentais pode ser bom para ajudar a remediar o estudante que tenha tanto dificuldade de atenção quanto dificuldades com a matemática.

Uma última possibilidade na lida com TDAH e dificuldades de matemática em sala de aula é o uso de medicação estimulante. A medicação estimulante, como o metilfenidato, tem sido eficaz na melhora do comportamento e do desempenho acadêmico dos alunos com TDAH (Martinussen & Tannock, 2006). Benedetto-Nash e Tannock (1999) mostraram que o metilfenidato diminuiu o uso da contagem nos dedos e melhorou o desempenho acadêmico no trabalho escolar pelo aumento da produtividade e da eficiência nas crianças com TDAH. Além disso, a pesquisa sugere que quando o metilfenidato é usado, as crianças com TDAH são mais capazes de lembrar-se e de usar as estratégias mais maduras de contagem e de aritmética. Isso permite que elas tenham acesso aos pequenos fatos básicos para ajudá-las com os algoritmos mais complicados (Benedetto-Nash e Tannock, 1999).

Uma combinação de estratégias pode ser útil para as crianças que têm TDAH e dificuldades de matemática. Reforço, incentivo ao uso do computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante podem funcionar para ajudar as crianças a aumentar seu desempenha acadêmico. Talvez quando usadas juntas, o total pode ser maior do que a soma das partes. Acima de um quarto das crianças com TDAH têm dificuldade com a matemática como comorbidade (Mayes & Calhoun, 2006). É importante que os pais e educadores entendam os desafios ímpares que essas crianças enfrentam, as bases cognitivas dos seus desafios e as várias intervenções que estão disponíveis para ajudar a remediar as dificuldades e aumentar o desempenho. Quando se trabalha com crianças que tenham TDAH e dificuldades com a matemática, é importante ser criativo com as instruções e tentar formas diferentes de intervenção e tratamento, para assegurar o melhor resultado para cada criança.

Por Amy Platt

86- Tudo é memória de trabalho?

A memória de trabalho é uma função executiva. Isso significa que ela é usada para ajudar a tomar decisões momentâneas assim como para fazer planos de mais longo prazo. A memória de trabalho é a área na qual a informação fonológica ou visual é temporariamente armazenada, com o propósito de processamento e manipulação da informação (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004, Martinussen & Tannock, 2006). Crianças com TDAH têm fraqueza de memória de trabalho. Isso leva a dificuldade com problemas que envolvam a manipulação de informação verbal e não verbal (Martinussen & Tannock, 2006). Pesquisa recente examinou a conexão entre fraqueza de memória de trabalho e dificuldade com a matemática, especificamente, com a aritmética, conhecimento de algoritmo e solução de problemas. Swanson e Beebe-Fraser (2004) verificaram que a fraqueza da memória de trabalho contribuía para a dificuldade com a solução de problemas verbais mais do que o processamento fonológico isoladamente. Isso deu apoio à teoria de que a função executiva contribui significativamente para a solução de problemas matemáticos verbais. Mesmo quando se retira da equação estatística o processamento fonológico, a inibição e as habilidades de matemática e de leitura, uma relação significativa ainda existe entre a solução de problemas matemáticos e a memória de trabalho (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004). Entretanto, a memória de trabalho não é o único fator cognitivo que foi correlacionado às dificuldades com matemática e TDAH. A dificuldade de atenção é altamente correlacionada ao TDAH e contribui significativamente para as dificuldades com a matemática (Martinussen & Tannock, 2006, Fuchs et al., 2006).

Em outro estudo, Fuchs (2006) examinou as correlações cognitivas de estudantes do terceiro grau em várias áreas matemáticas. Diversamente de Swanson e Beebe-Fraser (2004) eles verificaram que a memória de trabalho não era um fator cognitivo correlato da aritmética, algoritmos de computação e solução de problemas. A atenção, em vez da memória de trabalho, era um fator significativo de previsão para aritmética, algoritmos e solução de problemas matemáticos. Em particular, a incapacidade de afastar os estímulos externos da memória de trabalho parecia ser significativa. Fuchs et al. (2006) sugeriram que a memória de trabalho parecia ser um fator crítico nas dificuldades com a matemática em estudos anteriores porque os outros estudos não tinham examinado o papel das múltiplas habilidades no funcionamento matemático. Eles reconheceram o trabalho de Swanson e Beebe-Fraser (2004), mas sugeriram que eles poderiam ter encontrado diferenças com respeito à memória de trabalho por causa das diferentes maneiras como ela é definida e medida.

Apesar da corrente discrepância na pesquisa, há forte evidência para sugerir que a memória de trabalho e a desatenção, ambas, têm um papel nas dificuldades com a matemática das crianças. Estes dois fatores cognitivos também são correlatos cognitivos do TDAH. Talvez a fraqueza cognitiva comum nas crianças com TDAH e dificuldades com a matemática seja a responsável pelo elevado número de crianças com TDAH que também sofrem de dificuldades com a matemática. Se o TDAH e o desempenho em matemática requerem as mesmas estruturas cognitivas para atuar eficientemente, não será então nenhuma surpresa o aparecimento dos dois problemas quando uma fraqueza for vista nessa estrutura cognitiva.

Por Amy Platt

sábado, 7 de maio de 2011

85- Dificuldades com a Matemática e TDAH

Por Amy Platt

Crianças com TDAH geralmente apresentam dificuldades acadêmicas. Um estudo indica que 71% das crianças com TDAH também apresentam uma dificuldade de aprendizagem (Mayes & Calhoun, 2006). O mesmo estudo divide as dificuldades de aprendizagem em subtipos e indica que 26% das crianças com TDAH têm uma dificuldade específica com a matemática. Esses achados sugerem que precisa ser estabelecido um entendimento mais profundo das relações entre TDAH e dificuldades com a matemática.

Há diferentes modos de ver o relacionamento que existe entre o TDAH e as dificuldades com a matemática. Uma delas, é examinar as implicações comportamentais que o TDAH tem no aprendizado em classe. Talvez, as crianças com TDAH não sejam capazes de processar a linguagem das instruções em classe e, assim, ficam atrasadas em matemática. Esta explicação tem algum mérito; entretanto não parece explicar a totalidade do problema. Outra explicação, que tem sido discutida recentemente em pesquisa, é o papel que desempenham a memória de trabalho, a função executiva e a desatenção. Diversos estudos e pesquisas estão tentando separar estes diferentes componentes cognitivos para desenvolver uma teoria sobre o porquê do TDAH e as dificuldades com a matemática serem tão intimamente relacionados (Swanson & Beeb-Frankenberger, 2004. Fuchs et al., 2005, Fuchs et al., 2006).

84- O que é a Dificuldade com a Matemática?

Por Amy Platt
Os números estão em toda parte. Habilidades com a matemática são necessárias para o funcionamento diário na sociedade atual. Saúde, transporte, dinheiro e preparação do alimento são exemplos de habilidades com a matemática intrínsecas às nossas rotinas diárias. Entretanto, o desenvolvimento das habilidades matemáticas não é fácil para todas as crianças. Algumas têm dificuldade para desenvolver o senso de número logo no início do seu desenvolvimento cognitivo. Nesse caso, elas parecem demorar mais para diferenciar entre os valores de dois números e continuam a usar habilidades imaturas de contar, tal como contar nos dedos, por vários anos escolares (Gersen, Jordan & Flojo, 2005).

Além da dificuldade com o senso dos números, algumas crianças têm dificuldade para dominar os fatos básicos da adição, subtração, multiplicação e divisão. Sua lembrança desses fatos matemáticos para outros usos é mais lenta do que a dos seus colegas com desenvolvimento normal (Swanson & Beebe-Frankenberger, 2004). Ainda não há uma definição padrão de “dificuldades com a matemática”; entretanto, o senso de número e a fluência nos fatos são medidas geralmente usadas para ajudar a avaliar o grau de dificuldade matemática que uma criança esteja apresentando. Estudos indicam que de 4 a 7% da população em idade escolar apresentam alguma forma de dificuldade com a matemática (Fuchs et al., 2005)

83- TDAH e Dificuldades com a Matemática: Semelhanças Cognitivas e Intervenções no Ensino

Por Amy Platt

Resumo: Estudos indicam que de 4 a 7% da população em idade escolar sofrem de alguma forma de dificuldade com a matemática (Fuchs & Compton, 2005). Das crianças com TDAH, 26% têm uma dificuldade específica com a matemática (Mayes & Calhoun, 2006). Descobriu-se que crianças com TDAH têm fraquezas da memória de trabalho, que levam a dificuldade com problemas que envolvam a manipulação de informação verbal e não verbal (Martinussen & Tannock, 2006). Pesquisa recente abordou a conexão entre as fraquezas da memória de trabalho e as dificuldades com a matemática, especificamente com a aritmética, o conhecimento de algoritmos e a resolução de problemas. Swanson e Beebe-Fraser (2004) descobriram que a fraqueza da memória de trabalho contribuía para a dificuldade na solução de problemas matemáticos verbais, mais que somente o processamento fonológico. Entretanto, a memória de trabalho não foi o único fator correlacionado às dificuldades com a matemática e ao TDAH. A atenção é um significativo fator de previsão de fracas habilidades em aritmética, algoritmos e para solução de problemas matemáticos. Em particular, é significativa a incapacidade afastar os estímulos externos da memória de trabalho. A pesquisa concentrou-se em várias intervenções na tentativa de descobrir um modo de ensinar melhor as crianças com TDAH e dificuldades com a matemática. Reforço, incentivo ao uso de computador, instrução focalizada e o uso de medicação estimulante são os quatro métodos que podem funcionar para auxiliar as crianças a aumentar seu desempenho acadêmico.

O assunto será desenvolvido nas postagens 84, 85, 86 e 87, acima.

terça-feira, 3 de maio de 2011

82- Autismo ou TDAH?

Suspeita que seu filho com TDAH também seja autista? Aqui está o que você precisa saber sobre o diagnóstico e o tratamento do autismo em crianças com TDAH.    Por Eileen Costello

O que é Autismo?

Autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que atinge quatro vezes mais meninos do que meninas. Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são geralmente denominados pelos médicos como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) . TGD é um grupo de três condições – Transtorno Autista, Síndrome de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento Não Especificado. As condições são caracterizadas por problemas de comunicação e de relacionamento com os outros, e uma necessidade de seguir rígidas rotinas e de se engajar em comportamentos repetitivos, além de problemas de linguagem.

Alguns pediatras são competentes para diagnosticar os TGDs, mas a maioria necessita do apoio de um especialista, principalmente se a criança já tenha recebido um diagnóstico de TDAH.

As semelhanças entre TDAH e Autismo

A sobreposição de sintomas de TDAH e de Autismo tem confundido muitas famílias. Quando uma criança não consegue ficar sentada quieta para uma tarefa escolar ou para uma refeição, ou ficar atenta na sala de aula, quando ela mexe muito com as mãos ou quando fala de modo exagerado e muito insistente, muitos pais, educadores, tutores e treinadores pensam “Esta criança deve ter TDAH!”

A primeira explicação que muitos médicos têm também é de TDAH. A condição é familiar, tem existido por um longo tempo, e há técnicas eficazes para o seu controle. É importante lembrar, entretanto, que quase todo transtorno psicológico do desenvolvimento da infância pode se parecer com o TDAH, com ou sem hiperatividade. Crianças sob estresse, causado por dificuldades de aprendizagem, ansiedade, depressão, ou por problemas de integração sensorial podem exibir os mesmos sintomas. É necessária uma avaliação competente para conseguir explicação para os comportamentos.

Diagnóstico do Autismo

O diagnóstico dos TEAs requer a avaliação por um pediatra, psiquiatra da infância ou um neuropediatra. Muitas companhias de seguro de saúde, e virtualmente todas as escolas públicas, requerem uma avaliação por escrito feita por um especialista, antes de fornecer ou pagar pelos serviços de que necessitam as crianças autistas.

Como o autismo não pode ser diagnosticado por testes médicos, a triagem e o diagnóstico envolvem entrevistas, observação e avaliações. Mesmo quando um profissional emite uma opinião, ele geralmente se protege dizendo, “Bem, ele é manhoso e tem alguns comportamentos típicos que são, de algum modo, consistentes com um diagnóstico de Transtorno Global do Desenvolvimento”. Esse tipo de conversa é frustrante para os pais e para a criança, mas, às vezes, é inevitável. Outra avaliação, depois de um ano, geralmente esclarece as coisas e algumas vezes a criança não precisa de um diagnóstico, desde que esteja recebendo a ajuda de que necessita.

Controle dos sintomas do Autismo

Geralmente uma criança que tenha sido diagnosticada com TEA não recebe um diagnóstico adicional de TDAH. Isto não quer dizer, entretanto, que crianças com autismo não se beneficiam das intervenções que ajudam as crianças com TDAH sem autismo.

Muitos pais e pediatras preferem começar com tratamentos não medicamentosos para controlar os sintomas que atrapalham o desempenho acadêmico e social e que levam a uma vida turbulenta no lar. A base do tratamento do autismo é a terapia comportamental, que reforça os comportamentos desejáveis e desencoraja os indesejáveis. Pregar listas, regras, e tabelas para manter as crianças com TEA organizadas pode ser útil. Listas de checagem podem dar às crianças autistas um senso de realização quando elas completam as tarefas.

O exercício físico é uma boa intervenção para o déficit de atenção e para o autismo, já que ambos parecem possuir energia sem limite. Canalizar o excesso de energia para uma atividade física, tal como natação ou caratê, que não requerem muita interação com outras crianças, permite a queima da energia excessiva sem a pressão da sociabilização.

Opções de medicamentos para o autismo

Se as intervenções educativas e comportamentais não forem suficientes, a medicação pode ajudar. Como as crianças com autismo têm reações imprevisíveis aos estimulantes, a classe mais comum de medicamentos utilizados nas crianças com TDAH, eles são menos receitados para as crianças autistas. Muitos pediatras e virtualmente todos os psiquiatras da infância sentem-se competentes para receitar estimulantes para o TDAH. Um pediatra pode indicar uma avaliação psiquiátrica para uma criança com autism, se as doses tiverem de ser aumentadas.

Uma classe de medicamentos chamada de neurolépticos atípicos geralmente é eficaz no tratamento da inquietação motora, dos comportamentos repetitivos e dos distúrbios de sono das crianças com autismo. Entre eles estão o aripiprazol, a quetiapina, e a risperidona (a única dos três que foi aprovada pelo FDA para o tratamento dos comportamentos associados ao autismo). Uma boa resposta a um neuroléptico atípico pode eliminar a necessidade de um estimulante.

Toda criança com autismo se beneficiará do apoio de um pediatra ou psiquiatra especializados em desenvolvimento e em comportamento e com treinamento em espectro autista. Ter um especialista que entende o que é viver com uma criança autista ativa (há alguma de outro tipo?) é também uma benção para os pais.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

81- Alguns dados sobre dislexia . Veja mais em www.dislexia.com.br

1 – A dislexia afeta uma em cada cinco crianças nos Estados Unidos;
2 – A dislexia é a mais comum e dominante dentre todas as dificuldades de aprendizagem conhecidas;
3 – A dislexia é a mais pesquisada de todas as dificuldades de aprendizagem;
4 – A dislexia afeta meninos e meninas em idêntica proporção;
5 – Algumas formas de dislexia são altamente hereditárias;
6 – A dislexia é a principal causa de falência na leitura e de evasão escolar nos Estados Unidos;
7 – O fracasso no aprendizado da leitura é a característica mais compartilhada entre jovens  transgressores da lei, nos Estados Unidos;
8 – Está claramente demonstrado que a dislexia está relacionada a diferenças neurofisiológicas da função cerebral. Crianças disléxicas apresentam dificuldades na correlação som/símbolo, na codificação escrita, por causa de diferenças da função cerebral;
9 – A intervenção precoce é essencial para essa população;
10- Entre 5 ½ e 6 ½ anos de idade, a dislexia é identificável, com a probabilidade de 92% de precisão diagnóstica;
11- A dislexia é causada, primariamente, por déficits lingüísticos. Agora, sabemos que:
A dislexia tem como causa uma dificuldade no processamento da linguagem;
A dislexia não é decorrente de problemas visuais; pessoas disléxicas não vêem palavras ou letras de trás para frente;
12- Falência no aprendizado da leitura, causada por dislexia, pode ser altamente prevenida por meio de instrução direta e explícita para o desenvolvimento de consciência fonológica;
13- Ao crescer, crianças disléxicas não superam, por si mesmas, suas dificuldades no aprendizado da leitura, ou dislexia;
14- Dentre as crianças que apresentem problemas no aprendizado da leitura no 1º. ano, 74% delas serão pobres leitores no 9º.ano escolar, e permanecerão com essa dificuldade em sua idade adulta, se não
receberem instrução adequada e explícita em percepção fonológica. Por si memas, crianças disléxicas não superam suas dificuldades no aprendizado da leitura;
15- Evidências de pesquisas demonstram não ser adequado para crianças disléxicas o uso de qualquer método de ensino da leitura que se baseie em técnica de ensino global, através da palavra inteira;
16- Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção - TDA, são dificuldades distintas, e cada uma delas é identificável;
17- Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção freqüentemente coexistem em uma mesma criança, por isto é conveniente que ela seja testada nessas duas dificuldades;
18- Crianças com Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção, correm um risco dramaticamente maior de envolvimento com drogas e de transgressão à Lei, se não receberem assistência apropriada;
19- Testes correntes, com base no “modelo de discrepância”, atualmente utilizados por escolas públicas americanas, com a finalidade de estabelecer legitimidade para serviços de educação especial, não são
marcadores válidos para o diagnóstico da Dislexia.

O TDAH frequentemente aparece associado a outras comorbidades. A DISLEXIA é uma delas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

80- O TDAH falsificado

Algumas pessoas fingem ter TDAH para obter as medicações e tratamento especial. Estudo revela que elas podem enganar os médicos em alguns testes. Por Amanda Gardner - HealthDay Reporter

Embora o TDAH seja uma condição real e invasiva, estudos recentes sugerem que há um grupo de crianças e de adultos que fingem, com sucesso, ser portadores do transtorno, para obter as medicações ou para ganhar privilégios especiais na escola.

"As pessoas que querem fingir ter TDAH podem ser capazes de fazer uma boa atuação em vários testes clínicos padronizados, que são utilizados para o diagnóstico do TDAH," diz David Berry, autor principal de um artigo publicado no Psychological Assessment. Obviamente, os profissionais de saúde mental precisam estar atentos, ele disse, acrescentando que "nossa evidência indica que os simuladores são muito competentes na farsa, quando querem ser."

"Isso acontece em todo o país (USA)," confirmou a Dra. Ana Campo, professora associada de clínica psiquiátrica na University of Miami Miller School of Medicine. "Há um abuso de estimulantes, em todo o país [entre estudantes], para obter uma vantagem competitiva. Há um abuso deliberado. Precisamos realmente ser cuidadosos na prescrição de medicamentos."

Berry usou a mesma metodologia de testes que tinha elaborado há duas décadas, para determinar se pacientes se queixavam de sequelas de trauma craniano para ganhar dinheiro depois de acidentes.

"Estávamos interessados em saber se pessoas que eram estudantes universitários normais conseguiam fingir ter TDAH," disse Berry, professor de psicologia na University of Kentucky, Lexington, que conduziu a pesquisa com o psicólogo britânico John Ranseen e a estudante graduanda Myriam Sollman.

Setenta e três estudantes da University of Kentucky foram divididos em dois grupos, um dos quais foi instruído a responder honestamente às perguntas do teste padronizado para TDAH. O outro grupo fez um treinamento de 5 minutos revendo as informações sobre o TDAH, facilmente obtidas na internet, e solicitado que fingisse, o melhor que pudesse, ter os sintomas. Seu incentivo foi de 45 dólares, caso fossem bem sucedidos (na verdade, todos os estudantes receberam 45 dólares ao final do estudo).

Um terceiro grupo, de controle, consistiu de estudantes verdadeiramente portadores de TDAH, que fizeram o mesmo teste.

"Quase ninguém do grupo falso falhou no teste," disse Berry.

"As medicações estimulantes são obviamente a principal motivação, mas há outras”, ele prosseguiu. "A maioria das universidades fornece às pessoas com o diagnóstico de TDAH uma série de coisas que varia de instituição para instituição – tempo extra para os exames, cópias das notas dos professores sobre a aula que estão dando. Eles podem conseguir acomodações especiais onde morar na universidade, um quarto simples ou um quarto duplo."

Eles também podem conseguir as receitas dos estimulantes que podem ajudá-los a prestar mais atenção, disse o pesquisador.

Não está claro quão disseminada está essa prática, embora Campo tenha dito que sua revisão da literatura verificou aumento da prevalência de 8 para 35 por cento.

O problema, disse ela, "é que sempre há o risco de efeitos colaterais quando se toma essas medicações: aumento da pressão arterial, taquicardia, arritmias, sintomas de ansiedade. Se você as usa ilegalmente e é susceptível, poderá tornar-se dependente."

Berry advoga o uso de triagem adicional antifraude - também chamada teste de simulação – para separar os TDAH fraudados dos casos legítimos. (Em termos médicos, simulação ("malingering") significa fingir ou exagerar os sintomas de transtornos físicos ou mentais por causa de algumas “vantagens secundárias”, tais como drogas, dinheiro ou somente simpatia e atenção).

"Essa triagem deve acompanhar o teste padrão para o TDAH”, ela diz. "Penso que você não pode usar um sem o outro. Você não pode diagnosticar o TDAH com os testes de simulação assim como você não pode diagnosticar a simulação com os testes de TDAH."

Mais informação: The U.S. National Institute of Mental Health.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

79- Ansiedade? Depressão? Algumas mudanças simples de estilo de vida podem melhorar a saúde mental dos adultos com TDAH.

Por Kathleen Nadeau, Ph.D.

Muitos adultos que têm TDAH também sofrem de ansiedade ou depressão.

Ás vezes essas comorbidades aparecem independentemente do TDAH. Mas elas podem ser o resultado do estresse crônico e do desencorajamento que se desenvolvem por viver com o TDAH. Nas mulheres com TDAH, sentimentos de tristeza e de ansiedade, assim como os sintomas de TDAH, tendem a aumentar durante a fase pré-menstrual. Os sintomas também tendem a aumentar nos anos que precedem e que se seguem à menopausa.

Qual a melhor maneira dos adultos com TDAH superarem a ansiedade e a depressão?

O primeiro passo é ter certeza de que está fazendo o tratamento correto para o seu TDAH. Se não há nenhuma complicação, a primeira prescrição de medicação estimulante feita pelo seu clínico pode funcionar muito bem. Mas tenha cuidado: o TDAH tem nuances, especialmente em adultos, e muitos médicos, de modo geral competentes, não são muito bons em determinar a dosagem correta da medicação para o TDAH.

Se o clinico geral receitou medicação para o seu TDAH mas você percebe que ela não está funcionando bem, consulte um psiquiatra ou neurologista que tenham experiência no tratamento de adultos com TDAH. Além de fazer boas escolhas em relação à medicação, eles podem ser mais capazes de ajudá-lo a controlar os efeitos colaterais e a determinar se você sofre de alguma outra comorbidade.

Além de medicação, algumas mudanças no seu estilo de vida podem levá-lo a um longo caminho em direção ao alívio da ansiedade e da depressão.

1. Durma mais

Muitos adultos com TDAH têm dificuldade de iniciar o sono e a privação de sono pode piorar os sintomas do transtorno. A falta de dormir reduz sua capacidade de reagir e o deixa sentindo-se desmoralizado.

Para melhorar seu padrão de sono, vá para a cama todas as noite no mesmo horário, e evite exercícios e outras atividades estimulantes ao menos uma hora antes de se deitar. Uma ducha ou banho quente logo antes da hora de dormir também pode ajudar. Se o problema de sono persistir, consulte um médico.

2. Fique mais tempo fora de casa

Estudos recentes mostraram que quando as crianças com TDAH gastam mais tempo for a de casa, em contato com a natureza, os seus sintomas são menos graves. Acho que o mesmo é válido para os adultos, embora não fique claro por que razão os adultos com TDAH se beneficiem desse “tempo verde”.

Por milênios, os humanos viveram junto à natureza. Agora, abandonamos a natureza e ficamos a maior parte dos nossos dias em ambientes sintéticos, controlados climaticamente. Estamos começando a entender que viver dessa maneira pode ter efeitos negativos em como sentimos e funcionamos.

Recomendo ao menos 30 minutos por dia de um “tempo verde”. Isso é fácil de fazer nos finais de semana. Durante a semana você pode caminhar ou andar de bicicleta na ida e na vinda do trabalho. Se isso não for prático, escolha uma Estrada com bom cenário para sua viagem. Almoce num parque. Após o trabalho, faça uma caminhada.

Mais “tempo verde” aumenta sua exposição à luz solar – um ótimo modulador do humor. Sim, todos sabem que a superexposição pode causar câncer de pele e envelhecimento prematuro da pele. Mas estudos recentes mostraram que certa quantidade de luz do sol pode ajudar as pessoas a se sentirem mais felizes e menos ansiosas.

Nos últimos anos, tem havido uma atenção para os transtornos afetivos sazonais, uma forma de depressão associada aos dias mais curtos do inverno. Na realidade, todos nós sentimos algum grau de tristeza sazonal. Nossos cérebros parecem programados para a luz solar. Isso afeta não somente nosso humor, mas também os padrões de sono e de vigília.

Se você acha que a falta de luz solar está afetando o seu humor, pergunte ao seu médico se você pode se beneficiar com o uso de uma iluminação de alta intensidade com o espectro da luz solar. Vinte minutos de exposição por dia geralmente são suficientes. Mas não confunda a terapia da luz com banho de sol. O importante é expor seus olhos à luz.

3. Faça exercícios todos os dias

O exercício diário faz mais do que produzir os compostos naturais reguladores do humos, as endorfinas. Ele torna mais fácil pegar no sono à noite, e mais sono significa melhor humor. E se você faz exercícios for a de casa, estará obtendo maior exposição à luz solar. Para benefício triplo, tente caminhar diariamente por 30 minutos em meio a uma paisagem natural.

4. Reduza a ingestão de carboidratos

Adultos geralmente exageram nos carboidratos quando estão tristes – uma barra doce à tarde, chips ou crackers durante o dia, sorvete após o jantar. Esses alimentos podem fazê-lo sentir-se um pouco melhor por curto prazo. Mas, eventualmente, levarão ao ganho de peso e ao cansaço. È melhor permanecer com um desjejum de poucos carboidratos, rico em proteínas e a lambiscar com frutas e nozes em vez de açúcar e amido.

Consuma proteínas em cada refeição do dia. Isto não significa necessariamente comer carne – ovos, manteiga de amendoim (argh!), queijo todos são boas fontes de proteína.

5. Não aceite o estresse facilmente

Algumas vezes ficamos tão absorvidos em nossas rotinas diárias que não paramos para analisar as fontes de estresse. Quando ele começa a afetar seu humor, peque papel e caneta e faça uma lista das maiores fontes de estresse no seu dia. Depois, procure meios de reduzir ou eliminá-las.

6. Tabele seu progresso

Mesmo que você acredite que as estratégias apresentadas acima o ajudarão a se sentir melhor, você poderá ter dificuldade de mudar do “saber” para o “fazer”. Fazer uma tabela do seu progresso poderá ajudar. Crie uma tabela mensal, de 31 dias, desde o topo, com categorias para sono, exercício, luz do sol, tempo verde, nutrição e estresse, na margem esquerda. A cada dia, dê nota para a sua depressão e ansiedade em escala de 1 a 10, e faça uma avaliação de si mesmo em cada categoria em que você se saiu bem.

• Ao menos sete horas de sono

• Caminhada diária ou outro exercício

• 30 minutos de luz do sol

• 30 minutos de tempo verde

• Dieta de poucos carboidratos

• Diminuição do estresse diário

No primeiro mês em que você tentar isso, estabeleça uma meta de conquistar ao menos três itens a cada dia. No segundo mês, tente quatro itens diariamente. Seu objetivo final, naturalmente, é fazer de todos estes hábitos que melhoram o humor uma parte regular da sua rotina diária.

This article comes from the December 2005 / January 2006 issue of ADDitude.

terça-feira, 26 de abril de 2011

78- Soluções para o sono das crianças com TDAH: Dicas experimentadas pelos pais.

Uma boa noite de sono leva a um melhor controle dos sintomas do TDAH nas crianças. Por Jeanne Gehret
Você sussurra, “Durma bem, querido,” e apaga as luzes. Fecha a porta do quarto e vai direto para a sua poltrona. E o seu filho dorme tranquilo a noite toda, acordando restaurado na manhã seguinte. Para muitos de nós, com crianças que têm TDAH, este cenário é um sonho que não se tornou real, ainda.

Uma boa noite de sono é vital para o humor e o funcionamento cerebral do seu filho. Os estudos mostram que não ter o descanso suficiente pode piorar os sintomas do TDAH, levando a perda do controle emocional. Isso também pode afetar negativamente a memória de trabalho, um problema que muitas de nossas crianças apresentam.

Que fazer? Tente algumas dessas dicas que funcionaram com sucesso nos meus próprios filhos, um dos quais tem TDAH. Essas estratégias fizeram com que eu e eles tivéssemos boas noites de sono.

Coma, beba e exercite-se corretamente para uma boa noite de sono.

Evite comer ou fazer um lanche duas a três horas antes de se deitar. A digestão, especialmente de alimentos que contêm cafeína ou açúcar, pode manter seu filho desperto. Se ele insistir em fazer um lanche, dê a ele leite quente, salgadinhos ou peito de peru, que contêm triptofano, um aminoácido que induz o sono de modo natural.

Seu filho deve beber a quantidade suficiente de água durante o dia para que ele não peça água na hora de dormir, com a consequente ida ao banheiro de madrugada.

Seu filho deve fazer exercícios – correr, pular corda, andar de bicicleta, caminhar – pela manhã ou durante o dia. A atividade física ajuda nosso corpo a fazer a transição entre as fases do sono. Além disso, como os exercícios criam algum estresse para o corpo, o cérebro aumenta o tempo em que a criança dorme a fase de sono profundo.

Diminua as distrações na hora de dormir

Para uma criança que seja sensível à luz, mesmo a fraca luz de um rádio relógio pode promover a insônia. Tente o seguinte:

Escolha um relógio que se ilumine somente quando se aperte um botão – até mesmo as pequenas luzes podem ser incomodativas.

Tire a cama de perto da porta do quarto, para que seu filho não seja perturbado pela luz que entra pela porta.

Reduza a luz que entra pelas janelas com cortinas opacas.

Se essas providências não funcionarem, tente o uso de uma máscara de dormir.

Use tampões de ouvido ou uma música relaxante para encobrir os ruídos irritantes, seja de uma TV, de um telefone ou de um cão latindo.

Crie e mantenha rituais saudáveis para a hora de dormir.

Rituais noturnos avisam o cérebro e o corpo para se acalmarem. Também propiciam uma proximidade confortável com os cuidadores, o que permite a crianças medrosas mergulhar nos braços do sono. Avise que seu filho terá de terminar a tarefa de casa uma hora ou mais antes da hora de se deitar, para ter o tempo de relaxamento junto a você.

Conte ou leia uma história de dormir para uma criança menor. Deixe os filhos mais velhos praticarem a leitura na cama.

Certifique-se de que seu filho esteja com seu cobertor favorito ou o seu animalzinho de pelúcia. Crianças maiores preferem abraçar um travesseiro macio.

Vista roupas de dormir confortáveis.

Vista meias no frio. Evite os pés gelados. Frialdade nos pés acorda algumas crianças. O uso de meias pode levá-las à terra dos sonhos.

Remova as etiquetas ásperas dos pijamas.

Não combine pijamas de flanela com roupa de cama de flanela. Os tecidos podem grudar um no outro e dificultar os movimentos de virar-se na cama.

Mantenha as crianças refrescadas. Se o quarto estiver quente, roupas de esporte que evaporem o suor ou roupas de algodão podem prevenir o suor excessivo e a inquietação. Ar condicionado ou um ventilador pequeno podem resfriar o quarto, e o som das hélices ou ventoinhas acalmará a mente das crianças.

Rotinas de relaxamento antes de se deitar.

Massagem nos pés relaxa uma criança inquieta. Deite seu filho de costas. Se estiver frio, cubra-o. Delicadamente segure seu pé com uma das mãos. Feche a outra mão e mova-a suavemente para cima e para baixo na sola do pé.

Faça seu filho prestar atenção à sua respiração enquanto imagina um elevador subindo e descendo vagarosamente a cada inalação e exalação.

Crie frases afirmativas para que ele repita para si mesmo enquanto espera pelo sono, tal como “sou amável e competente”.

Leve em conta a oração. Encoraje-o a confiar seus entes queridos e suas preocupações a Deus para acalmar sua mente inquieta.

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domingo, 24 de abril de 2011

77- Conduta Autolesiva (Skin Picking): Qual é a causa, como podemos preveni-la?

Minha filha, Natalie, cutuca sua pele até sangrar e infeccionar. Ansiedade, dificuldades de processamento sensorial e outras comorbidades do TDAH poderiam ser a causa desse comportamento compulsivo? Por Kay Marner

Natalie, minha filha que tem TDAH, ansiedade e dificuldades de processamento sensorial desenvolveu um hábito que me parece algo terrível: cutucar as unhas dos dedos dos pés. Sim, você leu direito. Ela não só cutuca a pele em torno delas como também arranca pedacinhos até ficarem muito curtas. Ela já arrancou duas unhas.

Natalie sempre foi uma cutucadora e espremedora. Ela espreme espinhas e picadas de insetos. Ela esfrega os lábios a ponto deles sangrarem. Ela espreme todos esses caroços até sair sangue. Não sou especialista, mas o meu instinto de mãe me diz que a propensão de Natalie para se cutucar pode se originar de qualquer um dos seus três diagnósticos.

Conduta autolesiva e TDAH

Eu culpo o seu TDAH porque vejo seu problema de cutucar como uma forma de “fidgeting” (mexer com as mãos), que se origina da necessidade de estimulação do cérebro TDAH. Também culpo o TDAH por dar a Nat a falta de controle do impulso, tornando mais difícil para ela resistir à urgência de se cutucar.

Conduta autolesiva e ansiedade

Um pouco da sua ansiedade também pode estar agindo. O nível de ansiedade dela aumenta e ela tem comportamentos obsessivo-compulsivos para aliviar a pressão. A primeira vez que o comportamento de cutucar da Nat foi de um mau hábito a infligir autolesão aconteceu quando ela passou por uma situação social particularmente provocadora de ansiedade. O alívio que esse comportamento mal adaptado propiciou levou-a a repeti-lo em ocasiões de estresse aumentado, até que se tornou um hábito arraigado.

Conduta autolesiva e transtorno de processamento sensorial

Penso que as dificuldades de processamento sensorial também têm um papel. Quando estávamos tentando resolver os problemas de autolesão de Natalie, nosso psicólogo nos orientou a trocar a cutucação por outro comportamento que fornecesse um grande aporte sensorial – ele recomendou que ela segurasse gelo em suas mãos. Quando de um incidente agudo, estando Natalie muito transtornada e querendo autolesionar-se, meu marido, Don, tentou ajudá-la a acalmar-se e a ficar bem por mais de uma tarde, fazendo-a prestar atenção em como a sensação do gelo era muito conveniente. Também ajuda muito manter as lesões existentes cobertas com Band-Aids.

Como prevenir a autolesão?

Sabe, há poucos meses eu realmente pensei que tínhamos controlado esse comportamento. Fizemos um sistema de recompensas no qual Natalie podia ganhar um dólar a cada dia que ela não provocasse nenhuma autolesão e sangramento. Nós a encorajamos a lidar com um objeto para o fidgeting quando ela sentisse vontade de se cutucar. Esse incentivo foi suficiente para fazê-la esquecer do hábito por longo, longo tempo. Eu estava tão contente e impressionada com a sua capacidade de fazer uma mudança positiva.

Então, há poucas semanas, um dos locais preferidos para Nat cutucar, seu dedinho do pé, ficou infeccionado. Estava inchado, vermelho e quente ao toque. Mesmo assim, ela continuou a mexer nele e, eventualmente, a fazê-lo sangrar. Doeu tanto que ela ficou acordada a noite inteira. Teve de tomar antibióticos por 10 dias e foi durante a fase de cura que ela arrancou completamente o que tinha restado da unha. Isso me deixou louca. Tive muita dificuldade de conseguir colocar uma bandagem nela.

Além de contar esses problemas para o psicólogo e para o psiquiatra de Natalie, parecia que precisávamos reiniciar o programa de incentivos (mas, dessa vez, estávamos trabalhando com higiene!) e encontrar mais alternativas para ensinar a ela. Nesse meio tempo, fiz um estoque de bandagens, creme antibiótico e água oxigenada para lavar o sangue de suas roupas, e ainda escutar os conselhos que outros pais de portadores de TDAH tivessem para mim.

Mais sobre autolesão

De acordo com a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet", o transtorno de autolesão envolve repetidas lesões, lesões de pele que interferem com as atividades diárias, e lesões de pele que possam causar danos aos tecidos. "As pessoas podem autolesionar-se por hábito ou por tédio, e, às vezes, podem nem perceber que estão se machucando," explica a International OCD Foundation "Skin Picking Disorder Fact Sheet." "As pessoas também podem autolesionar-se na tentativa de controlar as emoções negativas (por exemplo, ansiedade, tristeza, raiva) e/ou em resposta a sentimentos de estresse e tensão crescentes" O transtorno de autolesão pode atingir uma em vinte pessoas. O transtorno de autolesão é classificado como um transtorno do controle do impulso, mas pode também ser referido como um “comportamento repetitivo focalizado no corpo" ou um "transtorno do espectro obsessivo-compulsivo," diz a lista de fatos.
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76- Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica

O Picking ou Conduta Auto-lesiva ou Escoriação Neurótica é caracterizado por uma repetição crônica de: Tocar, Coçar, Cutucar, Arranhar, Furar, Escoriar determinadas regiões da pele, de modo tão intensivo ou repetitivo que acaba provocando o aparecimento de feridas cicatrizes, descolorações na pele.


O paciente pode passar horas no banheiro, por exemplo, examinando a pele, procurando pequenas imperfeições, bolinhas, pedacinhos de pele, pelos e arrancando, coçando, cutucando, furando.

A maioria dos casos de Picking é um transtorno isolado sem outros problemas psiquiátricos, mas ele pode ser um sintoma de outras doenças, como por exemplo: Doenças de pele, Doenças autoimunes, Transtorno Dismórfico Corporal ou Dismorfia Corporal ou Transtorno Somatoforme Corporal, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC ou DOC), Sintomas de abstinência de drogas opióides, Autismo, Psicose (por exemplo, Esquizofrenia), Comportamentos automutilantes ou auto-agressivos que existem, por exemplo, no Transtorno de Personalidade Borderline, Tricotilomania (mania de arrancar cabelos)

Quando o Picking faz parte de uma dessas doenças, o tratamento delas está em primeiro plano.

Desenvolvimento do Picking:

Geralmente começa com uma ferida na pele, que a pessoa coça, aí coça de novo, acaba não deixando cicatrizar.
Com o tempo começa a ter uma sensação localizada de coceira ou de necessidade de se cutucar. Aos poucos começa a sentir que em determinadas situações mais ansiosas ou estressadas da vida essas coceiras ou escoriações passam a ser uma válvula de escape para as tensões. O Picking costuma se manifestar quando a pessoa está ansiosa, quando está se sentindo com monotonia e para muitas pessoas traz uma sensação de prazer. Justamente isso faz com que ele nunca passe e acabe produzindo lesões visíveis de pele.

É comum pessoas portadoras de Picking ou Conduta Auto-Lesiva ou Escoriação Neurótica usarem roupas fechadas e mangas compridas mesmo no calor.

Tratamento

Quando o Picking é um sintoma de outra doença, esta doença deve ser tratada de modo apropriado e ele deve passar.

Quando o Picking é a doença em si, um conjunto de tratamentos pode ajudar:

• Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), que é uma forma de psicoterapia bem diferente da psicanálise.

• Medicação: não se sabe muito bem como ela ajuda, mas o fato é que ajuda. Em geral se usa neurolépticos e/ou antidepressivos.

• O uso de luvas finas (tipo luvas de golfe) ou de esparadrapo (Micropor) nas pontas dos dedos também pode ajudar. Quando a pessoa consegue se cutucar, ela está perpetuando o Picking, quando ela não consegue (porque as pontas dos dedos estão cobertas), ela começa a se descondicionar desse comportamento. É o mesmo que ocorre no tratamento do Distúrbio Obsessivo Compulsivo.

• O paciente precisa estar muito motivado para se tratar. As outras pessoas não entendem, mas quem sofre de Picking sente um grande prazer em se cutucar, arranhar, arrancar casquinhas, etc., assim como na Tricotilomania e nas Compras Compulsivas.
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sábado, 23 de abril de 2011

75- Crianças e adolescentes desafiadores e violentos: Um treinamento de disciplina para refrear comportamento violento e desafiador.

ANTES: Você pega seu filho na casa de um amigo e diz “Está na hora de irmos. Por favor, você pode pôr o brinquedo de volta na caixa?” Seu filho continua a brincar. Você fala de novo, um pouco mais alto. Ele continua a brincar. Você diz “Vou contar até três, e, se este brinquedo não estiver na caixa, você não poderá brincar com o Joãozinho novamente.”. Seu filho agarra o brinquedo com mais força. Você toma o brinquedo e o coloca na caixa, e o seu filho começa a chorar, gritar e espernear.
Você fica embaraçado, e, para acalmá-lo, diz: “Ok, você pode brincar por mais dois minutos, depois temos de ir”. Você se vira para a mãe do Joãozinho e combina o encontro dele com seu filho da próxima semana. Em menos de um minuto você ensinou a seu filho que se ele fizer um escândalo, ele obtém o que quiser. Por não estabelecer uma consequência, você perdeu sua autoridade.

DEPOIS: Você diz: “Está na hora de irmos. Por favor, ponha o brinquedo de volta na caixa”. Você espera cinco segundos para ele obedecer, mas ele não se mexe. Você diz: “Se você não puser o brinquedo de volta na caixa, terá de ficar sentado de castigo”. Espera mais cinco segundos. Nada. Você diz: “Porque você não fez o que eu mandei, vai ter de ficar de castigo”. Seu filho corre para pôr o brinquedo na caixa. Você toma o brinquedo das mãos dele, põe de volta no chão e repete o que disse: “Porque você não fez o que eu mandei, vai ter de ficar sentado de castigo”. Então você leva seu filho a um lugar conveniente para o castigo e diz: “Fique aqui até que eu lhe diga para se levantar”.

Três minutos mais tarde, você pergunta ao seu filho: “Você está pronto para pôr o brinquedo de volta na caixa?”. Se ele disser que sim e o fizer, o castigo termina. Se não, o castigo continua até que ele esteja disposto a obedecer. Quando, finalmente, ele fizer isso, você diz: “Ótimo”, ou “OK”, mas não o elogie por isso. Imediatamente após isso, dê uma ordem que seja fácil de cumprir, tal como: “OK, agora peque o seu casaco”. Se ele fizer isso sem ter de ser mandado novamente – como a maioria das crianças fará nessa situação – diga: “Obrigado por obedecer de primeira. Estou muito orgulhoso de você”. Então, dê-lhe uma atenção positiva, para que ele perceba que o relacionamento de vocês não foi prejudicado.

O castigo deve terminar com a mesma ordem pela qual começou, para que seu filho saiba que ele tem de fazer o que você eventualmente mandar.

Por Laura Flynn McCarthy – ADDitude – spring 2011

74- Levando a sério o controle dos sintomas do TDAH

A terapia cognitiva comportamental (TCC) pode melhorar significativamente o controle dos sintomas do TDAH. Você já pensou em acrescentar a TCC ao seu plano de tratamento? Por Wayne Kalyn

Uma leitora recentemente nos enviou um e-mail e suas palavras desenhavam um quadro rabiscado, mas correto, um Rauschenberg se você preferir, da hiperatividade e da insegurança:

“Eu me sinto um fracasso. Por que não consigo fazer meu trabalho? E por que eu sempre me meto em apuros por perguntar. Por quê?”. “Tinha ficado entusiasmada com o emprego no início. Agora, parece que não consigo me focar nele por mais de um segundo. Estou tendo muita dificuldade para permanecer ativa. Quero chorar, quero correr. Não consigo ficar sentada aqui no meu canto. Quero apertar botões, girar em minha cadeira, arrumar minha roupa, e correr, mas não tenho tempo porque estou atrasada novamente, muito atrasada. Quero me esconder debaixo da minha mesa de todos os que me veem como tal fracasso. Preciso trabalhar, droga!”

Tenho perguntas. Ela está tomando remédio? Ela está sendo orientada por um coach? Ela está falando de suas dificuldades para um conselheiro? Ela está meditando sobre sua ansiedade antes do trabalho? Ela está se exercitando depois do trabalho? Ela está experimentando neurofeedback ou fazendo treinamento de memória de trabalho? Ela está fazendo terapia cognitiva comportamental (TCC)? E, se ela não está fazendo alguma – ou nenhuma dessas coisas – por que não?

Pergunte a um especialista sobre o tratamento do TDAH e suas primeiras palavras serão previsíveis e também muito verdadeiras: Certifique-se de tratar bem todos os seus sintomas. Você consegue levar a vida com o TDAH, mas somente quando leva a sério o compromisso de controlar seus sintomas.

O que me traz de volta à terapia cognitiva comportamental, que não é mencionada suficientemente nos círculos do TDAH. Um estudo importante publicado por Steve Safren, Ph. D., e pelo Massachusetts General Hospital durante o verão, mostrou que participantes portadores de TDAH que usaram essa técnica - adquirindo habilidades para lidar com os desafios da vida e/ou desafiar e vencer os pensamentos positivos – viram uma melhora de 30% no controle dos sintomas do TDAH. Isto é significante

A TCC poderia ensinar aos nossos amigos derrotados e inseguros mais do que a usar eficientemente calendários e listas, a resolver problemas e a lidar preventivamente com as distrações antes que eles fiquem girando em suas cadeiras.

Se você ainda não pensou em acrescentar a TCC ao seu tratamento, leia na ADDitude a história sobre a técnica. Pode mudar sua mente.

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

73- Desafios podem tornar prazeroso para a criança o dever de casa.

Muitas vezes é complicado afastar a criança das brincadeiras e das horas passadas na frente da televisão para que ela faça o dever de casa. Manhas e expressões emburradas podem ser comuns nos pequenos que não gostam do compromisso diário. Segundo especialistas, diminuir a cara feia é dever dos pais e professores, que devem tornar a lição sinônimo de criatividade e diversão para as crianças.
Para a psicóloga e mestre em psicologia escolar Luiza Elena Valle, o dever de casa não é somente importante para a criança, é uma oportunidade para a escola e a família trabalharem juntas. "Percebo a lição de casa como uma chance para os pais acompanharem o que acontece na escola. E também é essencial para os professores reforçarem o aprendizado dos pequenos e tirarem as dúvidas que possam surgir", diz.

A especialista defende, porém, que o trabalho só será produtivo se representar algo prazeroso para a criança. Para isso, ela defende que é preciso atiçar a curiosidade dos pequenos. "As crianças gostam de desafios e não é produtivo aquele tipo de lição de casa, repetitivo, desinteressante. Espera-se que a lição de casa permita um espaço criativo, de descoberta, de gostar de aprender. Se não for assim, perde a razão de ser", afirma.

Além disso, o interesse dos responsáveis nos exercícios escolares também serve para que a própria criança valorize as tarefas. "O empenho dos pais é importante, não apenas para desenvolver responsabilidades em relação às obrigações da criança, mas também para incentivar mais conhecimentos e valorizar a tarefa", afirma.

Luiza diz que o acompanhamento dos pais não significa fazer o dever pelo filho, e muito menos aproveitar para testar o conhecimento da criança e a repreender por errar. "Os pais devem ser o apoio da criança quando ela tem dúvidas, quando se sente insegura ou quando tem interesse em ir além daquilo que está no dever. Deixa de ser uma 'ajuda' quando se torna um momento de críticas ou ameaças. É sempre bom lembrar que a criança forma sua autoestima a partir das mensagens que recebe do ambiente".

A secretária gaúcha C. P., 28 anos, conseguiu encontrar o equilíbrio ideal na hora de ajudar a filha B. P. C., 6 anos. Ela conta que sempre fica por perto quando a filha começa a fazer as lições. "Eu não fico 'em cima', quero que ela esteja à vontade, mas sempre estou por perto para estimular e deixando claro que qualquer dúvida eu vou estar ali para tentar ajudar", conta.

Segundo a mãe, B. gosta de fazer lições mais dinâmicas e que atiçam sua criatividade. Deveres repetitivos costumam chatear a menina. "Ela não gosta de lições paradas, como de caligrafia, por exemplo. Nesses casos ela passa a tentar adiar o momento do dever".

A psicóloga explica que o horário da lição é outro fator determinante no despenho infantil. "O ideal é que a criança esteja descansada, porque o bom desempenho depende de um esforço cognitivo, quer dizer, de um processo neurológico em que as mensagens são levadas ao cérebro, onde se conectam com as experiências e conhecimentos existentes e formam-se novas conexões neurológicas. Não existe uma fórmula certa, o melhor horário vai depender dos hábitos da casa, porque não deve concorrer com outras atividades mais atrativas, nem deve ser a última opção, quando a criança já está com sono", diz.

C. conta que para a filha o melhor horário é de manhã, logo depois do café. "Ela estuda de tarde e chega em casa no final do dia. O melhor horário para ela é no dia seguinte de manhã, porque está bem descansada e já na expectativa pelo dia que vai ter no colégio", afirma.

Porém, se mesmo depois de se preocupar com todos estes fatores a criança ainda mostrar desinteressante e irritação, é sinal de que algo está errado. "É fácil saber se está tudo bem, basta observar os resultados. Se a criança gosta de aprender e de fazer suas atividades, é porque tudo está ocorrendo como esperado. Se as coisas não estiverem assim, é preciso buscar onde estão as falhas", afirma Luiza, ressaltando que a melhor forma de detectar o problema é conversando com a escola, ou ainda buscando um terapeuta.

"Vale a pena descobrir o que pode ser feito. É mais fácil atender às dificuldades do jovem estudante do que 'empurrar' o filho pelo resto de sua vida escolar", alerta

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

72- Técnicas de Gerenciamento do tempo: 9 dicas Dr.Hallowell para poupar o seu tempo

Nove maneiras de adultos com TDAH se acalmar, fazer uma respiração profunda e reduzir o estresse em suas vidas atarefadas. Por Edward Hallowell, M.D.

Lembra-se do telefone com disco de discagem? Tive de usar um deles na cabana que a minha família alugou ao lado de um lago no último verão, e, menino, foi irritante. Aquele velho monstro demorava um tempão para discar. Okay, demorava somente 11 segundos (eu contei), mas parecia uma eternidade neste mundo agitado de hoje. Isto me fez pensar sobre o porquê de eu achar tão irritante gastar 11 segundos para discar um número de telefone!

E então?

Sem ter a intenção, muitas pessoas descobrem que vivem numa correria que elas não criaram. Às vezes a correria é benéfica. Mas não se a correria o impedir de fazer o que é mais importante para você. Veja aqui como superar esta doença comum:

1- Focalize-se no que realmente é importante.

Não se disperse muito, e não pegue atalhos. Lembre-se, telefones celulares, computadores pessoais, e outras ferramentas de alta tecnologia, permitem que façamos mais, porém mais não é necessariamente melhor.

2- Crie um ambiente emocional positivo onde você for.

Emoção positiva não é um enfeite. É o botão de liga-desliga para o funcionamento mental eficiente. Quando você se sente seguro em seu meio, você pensa melhor, comporta-se melhor, trabalha melhor e fica mais capaz de auxiliar os outros. Assim, faça o melhor para construir relacionamentos positivos. Procure ser sempre amigável e otimista.

3- Não perca tempo ficando grudado na telinha.

O que é isso? É ficar grudado na TV ou no computador. Isso interfere com sua habilidade cerebral de focalizar. Sempre que for possível, limite esta hipnose eletrônica a uma hora por dia.

4- Minimize as distrações.

Coisas que sempre o distraem devem ser evitadas. Perde sempre os óculos? Procure coloca-los num lugar especial. Se você fica distraída com as revistas espalhadas em sua cozinha, arrume uma estante em outro cômodo, e trate de guardar as revistas nela.

5- Delegue tudo em que você não for bom

Pagar as contas mensalmente é irritante porque você nunca consegue fazer isso a tempo? Delegue o trabalho ao seu companheiro. Se você não for casado (ou se o seu parceiro também não for bom nisso), entregue todas as contas que puder para pagamento automático no banco.
Seu objetivo não é ser independente, mas ser efetivamente interdependente. Isto é, compartilhar responsabilidades em várias atividades e projetos com outras pessoas.

6- Vá devagar

Periodicamente pergunte-se por que está correndo, e leve isso a sério. Se a resposta for "porque estou atrasado," reveja suas prioridades e elimine as obrigações desnecessárias. O tempo que você poupar deve ser dedicado somente a você ou à sua família.

7- Pense duas vezes sobre multitarefas

As pessoas geralmente tentam fazer duas ou mais coisas simultaneamente, achando que ganham tempo. Mas as pesquisas mostram que fazer duas coisas de uma vez leva 50% mais de tempo do que fazer uma depois da outra. Uma exceção a esta regra: Algumas pessoas com TDAH focalizam melhor se fizerem algo essencialmente inconsciente enquanto realizam uma tarefa importante – por exemplo, ouvir música ou se equilibrar numa bola enquanto faz a tarefa escolar.

8- Invista seu tempo para o máximo retorno.

Não tem controle do tempo? Crie uma tabela e anote tudo que você faz. Pode ser que a tabela mostre que você está gastando muito tempo procurando por chaves perdidas, ou irritando sua filha adolescente por causa da limpeza do quarto dela. Pense em alguma maneira criativa de eliminar essas coisas (pendurando um gancho para chaves perto da porta da frente ou verificando que o quarto dela realmente não está precisando de uma limpeza, afinal).

9- Brinque

Envolva-se com imaginação no que você está fazendo. Isso usará as melhores partes da sua maravilhosa mente criativa. Brincar não é perda de tempo. Isso o tornará mais eficiente no que estiver fazendo, seja mantendo uma conversa ou assando uma torta de maçã.

Este artigo saiu no número de June-July 2006 de ADDitude
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