“Um Educador convencido da relevância da teoria das Inteligências Múltiplas deveria individualizar e pluralizar!
Por individualização entendo o melhor conhecimento do perfil de inteligência de cada um dos seus alunos; e até onde for possível é útil que ensine e avalie de modo que eles desenvolvam as potencialidades individuais.
Por pluralização, entendo que o Educador tem a possibilidade de decidir quais tópicos, conceitos ou ideias são mais importantes, e então apresentá-los de diferentes formas. A pluralização refere-se a duas metas importantes. Primeiro, quando um tópico é ensinado de formas variadas cada pessoa assimila melhor algumas delas. Além disso, os vários modos de exposição revelam o que significa entender bem um assunto. Quando compreendemos perfeitamente um tópico, normalmente podemos pensar nele de várias formas, aproveitando assim nossas inteligências múltiplas.
Inversamente, se alguém ficar restrito a uma única forma de conceito e apresentação, sua compreensão tenderá a ser mais superficial.
Essa linha de pensamento levou a uma conclusão surpreendente. Inteligências múltiplas não deveriam por si sós ser uma meta.
Objetivos educacionais precisam refletir os próprios valores (individual ou social) dos educadores, que nunca decorrem simplesmente ou diretamente de uma teoria científica.
No entanto, se uma pessoa influencia os valores educacionais de outra, a existência de inteligências múltiplas pode ser muito útil. Em particular, se as metas educacionais do Educador incluírem acompreensão de disciplinas, será possível mobilizar nossas várias inteligências, por exemplo, empregando múltiplas maneiras de apresentação e avaliação.”
Howard Gardner
PhD em Psicologia Professor da Faculdade de Educação da Harvard University - Criador da teoria das inteligências múltiplas - Trecho extraído da revista Mente & Cérebro (setembro 2011)
Blog destinado à divulgação dos diversos aspectos do TDAH e do que mais eu quiser. As opiniões são de responsabilidade dos autores e podem não ser compartilhadas por mim (Dr. Menegucci).. Todo mundo é gênio. Mas, se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir numa árvore, ele vai passar a vida toda pensando que é burro..
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
211- O Sonhador (TDAH forma desatenta)
Para as
pessoas com o TDAH do tipo desatento, ter sucesso em um mundo cheio de ruídos e
distração pode parecer um sonho impossível. Mas, com determinação e apoio, pode
não ser impossível. Por Tess Messer.
Pessoas com
o TDAH desatento são geralmente ignoradas e esquecidas. Diferente dos invasores
de Wall Street, nenhum de nós quer criar nenhuma espécie de revolução. Nós, com
o tipo desatento, entendemos que nossos irmãos hiperativos dominam a atenção
dos pais, professores e psiquiatras – e da maioria dos dólares destinados à
pesquisa, por aí – mas não temos intenção de ocupar nada além do nosso mundo
interior de pensamentos.
A razão para
isso tem menos a ver com o fato de que não somos revolucionários do que com o
fato de que nós adoramos nossos colegas TDAH barulhentos e desordeiros. Somos
agradecidos a eles pela cobertura que eles nos proporcionam. Se não fossem
eles, alguém poderia notar que estamos geralmente “No Mundo da Lua”.
O Mundo da
Lua é o Lar
Na verdade,
os neurocientistas podem ter encontrado o “Mundo da Lua” do nosso cérebro. Os
pesquisadores são capazes de ver o cérebro sonhando, e eles estão denominando
este estado como o modo desligado do cérebro.
O modo
desligado faz com que o cérebro vagueie quando você está tentando prestar
atenção. É o modo desligado que pensa coisas como “Rapaz, aquela teia de aranha
na parede tem um padrão interessante”. É o modo desligado que faz com que você
rabisque um desenho no seu caderno quando se esperava que estivesse prestando
atenção em algo importante. Aparentemente, conforme o cérebro envelhece, a
habilidade dele para sair do modo desligado começa a falhar. O cérebro começa a
processar as coisas mais lentamente e se torna menos focalizado. Não preciso de
uma explicação sobre o modo desligado do cérebro. Eu o conheço bem.
Cresci em
uma grande família cubana. Como acontece com a maioria das crianças com TDAH
desatento, não fui uma criança feliz, sortuda e cheia de amigos. Eu era
introvertida, ansiosa, geniosa, descoordenada e distraída, mas o fato de que eu
era quieta foi uma benção em minha casa. Geralmente eu era a única pessoa em
nossa casa apinhada que não estava falando.
Na escola
era a mesma coisa. Meus professores ficavam ocupados com as crianças barulhentas
e bagunceiras, e, embora eu mal pudesse ler, eu era quieta. Os testes mostraram
que meu QI era bom. Minha mãe sabia que alguma coisa estava errada. Fui
testada, analisada e aconselhada, mas nada me ajudou até que eu chegasse à
adolescência.
No colegial,
eu fui colocada em um programa de profissionalização. Nessa época, eu era uma
adolescente apática, distraída, com uma atitude ruim e média 4. A escola
pensava que o trabalho pudesse ser a resposta, então trabalhei como auxiliar de
enfermagem.
As
enfermeiras sabiam que eu era uma péssima estudante e me adotaram em seu
projeto. Elas me ensinavam e me encorajavam, e eu aprendi minhas obrigações
rapidamente. Descobri que eu aprendia com a mão-na-massa, e comecei a me sentir
confiante. As enfermeiras com quem trabalhei bebiam litros de café, então eu
também comecei a beber. Meus sintomas de desatenção começaram a melhorar. Tornei-me menos introvertida e menos ansiosa,
mais focalizada e assertiva. Talvez fosse o café cubano que eu bebia pela manhã,
ou talvez fosse meu cérebro mais amadurecido, ou talvez eu tivesse encontrado
um modo de tirar meu cérebro do modo desligado. É difícil dizer, mas fiquei
capaz de me concentrar e trabalhar.
Decidi ir
para a faculdade e obter um diploma. Sabia que seria uma tremenda batalha; sai
do colegial com uma média 1,6. Mas o exercício, as listas do que fazer, timers
e o interesse verdadeiro no que eu estava estudando me ajudaram a atingir minha
meta.
Finalmente o
sucesso
Hoje, sou assistente de um médico em um movimentado departamento de medicina de
emergência. Nunca tomei medicamentos para o TDAH; sou uma testemunha dos benefícios
das intervenções comportamentais. Acho que se não tomasse meu café e fizesse os
exercícios meu caderno de apontamentos terminaria no freezer e os rabiscos
saltariam de dentro dele.
Algumas
pessoas com o tipo desatento do TDAH não têm tanta sorte. Nossa melhor aposta
para uma cura reside nas novas pesquisas sobre o envelhecimento do cérebro.
Descobertas podem levar a outras visões que levarão ao tratamento para a
desatenção. Muitos portadores de TDAH forma desatenta nunca conseguirão
acompanhar o mundo de maneira tão boa quanto os que têm a forma hiperativa, mas
alguns de nós vencemos os obstáculos.
Este artigo
foi publicado no número de verão de 2012 de ADDitude.
210- O Manejo de Classe Que Cria Harmonia Em Vez de Hostilidade
Por Kevin
Mixon
“Muito
obrigado, Marquis”, o colega dele sussurrou com raiva. “Agora nós vamos perder
10 minutos do intervalo porque você fez besteira. Você é burro. Nós te
odiamos!”
Parece familiar?
Embora muitos especialistas se oponham aos sistemas de punição e recompensa,
eles ainda são usados em quase todas as salas de aula. Os professores
frequentemente são solicitados a adotar um sistema de manejo da classe para
toda a escola, ou eles podem estabelecer o seu próprio sistema diante de uma
necessidade de estrutura. Mas, devido a essas realidades, você ainda pode
incorporar os indicadores de manejo de sala que são diretamente ligados às
metas de aprendizagem e que reforçam as expectativas, em vez de simplesmente
punir o assim chamado “mau” comportamento. Fazendo assim, você pode incentivar
a inclusão em vez da competição destrutiva em sala de aula.
O primeiro
passo para fazer isso é oferecer recompensas para as quais os estudantes terão
de se esforçar e que são diretamente ligadas a metas de aprendizagem. Por
exemplo, você pode recompensar os estudantes por esforço sustentado e
construtivo, deixando que eles façam um jogo de revisão, não competitivo, com
toda a classe (como o beisebol da matemática ou o “Jeopardy”(sorte)), por meio
do qual você pode avaliar o conhecimento deles ao final de uma lição. Fred
Jones, em “Tools for Teaching” (ferramentas para ensinar), recomenda que
denominemos esses jogos de “Preferred Activity Time”(P.A.T.)(Tempo de Atividade
Preferida). Tente escolher atividades de movimentação que estimulem o cérebro e
propiciem alívio bem recebido ao se sentarem.
Além disso,
tenha certeza de que você estruturou meios para que os alunos possam ganhar o
P.A.T. para promover a inclusão e o espírito de corpo. Eis aqui um exemplo de
como não fazer isto: Costumava começar minhas aulas com quatro bolinhas. Uma
bolinha seria retirada para cada situação de mau comportamento geral por três
ou mais alunos da classe (eu tinha um sistema diferente para o mau
comportamento individual). Se a classe perdesse todas as bolinhas, eles perdiam
a sua atividade preferida, e os estudantes mal comportados eram punidos por ter
prejudicado todos os outros.
Mas eu
aprendi coisa melhor. Agora, meus alunos precisam ganhar, em vez de perder, um
número determinado de bolinhas. Além disso, o modo como eles ganham as bolinhas
é individualizado. Por exemplo, um aluno difícil pode ganhar uma bolinha para o
grupo por não ter crises de mal comportamento por vários minutos, enquanto
outro aluno pode ganhar uma bolinha por auxiliar um aluno de língua inglesa ou
um aluno com deficiência, sem ser mandado. Ambas as ações são vistas igualmente
pelos colegas, porque eles ganharam a mesma coisa na direção da atividade desejada.
Estudantes difíceis geralmente recebem aplauso por ganhar uma bolinha, em vez
de insultos por ter fracassado.
Comente em
vez de elogiar
Um segundo
princípio para criar um sistema de gerenciamento que aumente a coesão é o de
evitar o elogio pessoal. “Gosto do jeito como a Dayshaum fica sentada
quietinha”. “Bom trabalho, Maria, adoro seu jeito de cantar”. Quão
frequentemente incluímos em nosso retorno o jeito que nos sentimos em relação
ao trabalho ou comportamento do aluno?
Caminhe pelas salas de qualquer escola e ouvirá isso o dia todo, até
mesmo de professores excepcionais. Fiz isso por tantos anos; era – e ainda é –
um dos hábitos mais difíceis de eliminar durante as aulas.
O problema é
que qualificadores como “gosto do jeito... “, “gosto de... “ e “bom trabalho...
“ transformam um incentivo instrutivo em um elogio pessoal. Alphie Kohn e
outros citam muitas pesquisas convincentes que sugerem que o elogio do
professor realmente elimina a motivação dos alunos. Eles acabam estudando pela
recompensa (motivação extrínseca) em vez da satisfação pessoal de fazer um
trabalho bem feito (motivação intrínseca). E, quando você retira a recompensa,
você remove a motivação para fazer o trabalho.
O elogio
também pode dar a impressão de que o professor tem favoritos, e assim troca a
harmonia e a inclusão de toda a classe por competição e ressentimento. Além
disso, o elogio individual não é bem visto em algumas culturas nativas
americanas e em outras culturas, nas quais o bem estar de todo o grupo é a
preocupação principal. E particularmente nas populações menos favorecidas de
estudantes do ensino médio, e os mais velhos, os que são elogiados podem ser
levados a bajular o professor.
A pesquisa é
consistente e convincente, entretanto, no que diz respeito aos efeitos positivos
do feedback (retorno) do professor sobre o aprendizado do aluno. Este feedback somente precisa ser específico para a tarefa,
de modo que informa o aluno em particular e os outros alunos na classe, sem
incluir como o professor se sente a respeito.
Assim, adote
os exemplos acima e elimine o “Eu gosto... “ e diga simplesmente que “Dayshaun
está sentada quieta”. E podemos dizer para
Maria que sua “entonação durante a segunda passagem do canto foi mais
correta do que a primeira”. Desse modo, Maria recebeu o feedback sobre sua
acurácia quanto à tonalidade – assim como os demais na sala – sem a necessidade
de elogio pessoal.
Lee Canter,
em Classroom Management for Academic Success, descreve a técnica chamada de
“narração comportamental” para fornecer aos estudantes os lembretes e o
feedback sem o elogio do professor durante as rotinas e os procedimentos de
sala. Em primeiro lugar, descreva claramente o procedimento, de preferência
postado na forma escrita ou de desenhos se houver mais de uma ou duas etapas.
(O educador Michael Grinder recomenda abusar do visual com as instruções sempre
que possível; acrescentar figuras e ícones às instruções escritas ajuda os
jovens, os alunos com necessidades especiais e os aprendizes de língua
inglesa.)
Conforme os
alunos passam fisicamente de uma etapa à outra (por exemplo, entram em silêncio
na sala, sentam-se às mesas etc.), identifique os alunos que estão obedecendo
às instruções sem fazer elogios. Por exemplo, “Carlos e Alyssa estão entrando em silêncio na sala” ou “Leslie está
sentada em sua carteira esperando as instruções”. Tente comentar com cada aluno
todos os dias, para estabelecer a inclusão e evitar a percepção de proteger
favoritos.
Comentários
sobre comportamento, identificando o comportamento esperado, ajudam a lembrar
aos alunos cada passo do procedimento e a maneira correta de realiza-lo. Esses
lembretes auxiliam todos os estudantes, mas são particularmente úteis para os
que têm problemas de comportamento, tais como o TDAH, porque propiciam
lembretes concretos sem críticas quando esses estudantes têm dificuldade de
lembrar-se das rotinas ou dos procedimentos.
Amamos os
nossos alunos e queremos comemorar quando eles ficam felizes com suas
conquistas. Felizmente, há amplas oportunidades para essas interações, e elas
fazem muito para construir a empatia necessária para o aprendizado. Entretanto,
não destruamos comportamentos desejados com a nossa bondade.
Então, fique
a procura de jogos com conteúdo para o aprendizado e outras atividades que os
alunos gostem e que desejam praticar. Enquanto ensina, propicie o feedback
instrutivo e construtivo que orienta e motiva os alunos a aprender, em vez de
procurar obter vantagens extrínsecas do professor. Essas abordagens o ajudarão
a criar harmonia em vez de hostilidade na sua classe.
Kevin Mixon, um professor com o certificado “National Board”, de Syracuse,
N.Y., é coordenador de artes em Syracuse City Schools, autor de “Reaching and
Teaching All Instrumental Music Stundents”, e coautor de “Teaching Music in The
Urban Classroom”.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
208- MÚSICA: Bom tratamento para o TDAH
Pais!
Anotem: a terapia pela música melhora o foco, o autocontrole e as habilidades
sociais em crianças dom déficit de atenção.
Por Ann Layne Rodgers
Oliver
Sacks, M.D., professor de neurologia na Columbia University e autor de
Musicophilia, diz que “Nada ativa o cérebro tão extensivamente como a música”.
Ele deve saber. Sacks documentou o poder da música para despertar o movimento
em pacientes paralisados pela doença de Parkinson, para acalmar os tiques da
síndrome de Tourette e para preencher os vazios do autismo. Sua crença em que a
música pode curar o cérebro está ganhando prestígio, graças, em parte, a
Gabrielle Giffords.
Em janeiro
de 2011, a congressista de Arizona sobreviveu a um ferimento por arma de fogo
na sua têmpora esquerda. Como a linguagem é controlada pelo hemisfério cerebral
esquerdo, Gifford não conseguia falar. Como parte de sua árdua recuperação, ela
trabalhou com um musicoterapeuta, que a treinou para utilizar o lado direito do
seu cérebro – associando palavras a melodia e ritmo – para trazer de volta sua
fala.
“Ela era
capaz de cantar uma palavra em vez de falar uma palavra, e as áreas lesionadas
de seu cérebro foram evitadas pela música”, diz Concetta Tomaino, diretora
executiva do Instituto para Música e Função Neurológica. “Agora a comunidade
das neurociências está dizendo, “Sim, o cérebro muda” e “Sim, a estimulação
auditiva pode ajudar a que essas mudanças ocorram”“.
A terapia
age bem
A
musicoterapia é usada para ajudar vítimas de traumatismos cerebrais graves,
crianças com espectro autista e idosos que sofrem da doença de Alzheimer. Para
as crianças com TDAH, a musicoterapia reforça a atenção e o foco, reduz a
hiperatividade e aumenta as habilidades sociais.
Como
funciona?
A MÚSICA FORNECE
ESTRUTURA. Música é ritmo, ritmo é estrutura e estrutura é benéfica para o
cérebro TDAH que luta para se regular e ficar em trajetória linear. “Música
existe no tempo, com início claro, meio e fim”, diz Kirsten Hutchinson, um
musicoterapeuta na Music Works Northwest, uma escola de música comunitária, sem
fins lucrativos, próxima a Seatle. “Esta estrutura ajuda uma criança com TDAH a
planejar, antecipar e a reagir”.
A MÚSICA
DISPARA AS SINAPSES. A pesquisa mostra que a música prazerosa aumenta os níveis
de dopamina no cérebro. Este neurotransmissor – responsável por regular a
atenção, a memória de trabalho e a motivação – está em falta nos cérebros TDAH.
“A música compartilha redes neurais com outros processos cognitivos”, diz Patti
Catalano, uma musicoterapeuta neurológica na Music Works Northwest. “Por meio
do uso de imagem cerebral, podemos ver como a música acende os hemisférios
direito e esquerdo. A meta da musicoterapia é reforçar esses ´músculos cerebrais´
ao longo do tempo para auxiliar todas as funções”.
Assim como
Giffords usou a música para treinar novamente seu lado direito do cérebro para ajuda-la
a falar, as crianças com TDAH podem usar a música para treinar seus cérebros
para prestar mais atenção e a ter mais autocontrole na classe e em casa.
A MÚSICA É
SOCIAL. “Pense em uma orquestra”, diz Tomaino, uma veterana de 30 anos em
musicoterapia. “Se um instrumento estiver faltando, você não pode tocar a
música. Todas as vozes são necessárias”. É isto que Hutchinson ensina em “Social
Skills Through Music” (Habilidades Sociais Por Meio da Música), um curso de
oito semanas para crianças de sete a dez anos de idade. Os estudantes
participam tocando em conjunto, escrevem canções em parcerias e ensaiam para um
espetáculo de fim de sessão.
“Os estudantes
aprendem a ouvir, assumir turnos, antecipar mudanças e adotar dicas de um jeito
que não poderiam fazer fora de uma sessão de musicoterapia”, diz Hutchinson.
ADDitude
quarta-feira, 2 de maio de 2012
207 - Como transformei minha energia em sucesso
Quando criança, com dislexia, fui repreendido por mexer muito com as mãos. Agora, minha inquietação é o segredo do meu sucesso.
Por Jonathan
Mooney
Fui um
daqueles meninos, desde o primeiro ano. Os professores sabiam disso e os meus
colegas de classe também: Jonathan Mooney era meio louco. Como um daqueles
meninos, fiz amizade com o coordenador, a única visita à minha mesa no corredor.
E eu era muito amigo da Shirley, a recepcionista na sala do diretor.
Não que eu
fosse totalmente maluco ou fora de controle. Mas eu sentia que eu era mau,
quase moralmente defeituoso. Este sentimento corroeu meu senso de caráter como
ácido de bateria. De fato, ele arruinou meu caráter. Conforme eu crescia, e via
meus anos escolares em perspectiva, a definição estreita de como os escolares
supostamente deveriam se comportar me tornava furioso.
O que os
bons meninos fazem na mesa da escola? Têm compaixão pelos outros alunos? Não.
São gentis com os outros? Não. Eles ficam sentados quietos! É inacreditável
isto, aos sete anos de idade, aprendemos que “bom” não significa ser gentil,
mas ser obediente. Isto é socialização, não educação.
Eu não
conseguia ficar sentado quieto.
A ideia de
que bons meninos se sentam quietos não combinava bem comigo. Quando eu me
sentava à mesa na escola – no primeiro ano e na Brown University – minhas mãos
começavam a suar e meu rosto ficava vermelho. Depois de cinco segundos, meus
pés começavam a bater; depois de 15 segundos, eu tocava os tambores. E depois
de cinco minutos, tudo tinha acabado. Eu era o menino que havia tentado por sua
perna atrás do pescoço. Mesmo agora, quando eu me sento à minha mesa de jantar
num restaurante de Nova Iorque, sou aquele menino novamente.
Algumas das
minhas piores memórias são da mesa de jantar, quando meu pai gritava “Jon,
pare, pare, Jon o que tem de errado com você?” Ele me ensinou que a
movimentação era algo vergonhoso. A mesma coisa acontecia na sala de aula. Minha
professora do segundo ano, Senhora C., fazia a classe parar, apontava para mim,
e dizia, “Jon, o que tem de errado com você?” Naquele instante, o mito de que
bons meninos sentam-se quietos – e que meninos maus não – marcou-me com o
rótulo de menino com um problema.
As pesquisas
sugerem que muitas crianças se mexem porque isso as ajuda a prestar atenção –
não porque são más ou querem fazer os professores e os pais ficarem bravos.
Pondo o jargão de lado: Se eu não me mexo, meu cérebro desliga. Gastei parte do
terceiro ano em cima de uma árvore observando os esquilos construindo um ninho.
Para mim, movimento era um auxiliar do aprendizado.
Outro mito
diz que o contato visual significa que você está prestando atenção. Todos nós sabemos
que é uma mentira descarada. Quantas vezes você já esteve em uma reunião
encarando o seu chefe, e não escutando o que ele está falando? Por que eu tenho
de olhar para alguém para entender o que ele está falando? Se a Sra. C. tivesse
alguma vez parado para me perguntar o que ela estava falando, eu poderia
responder palavra por palavra – mais as cinco coisas que ela disse antes, mais
o que Bobby e Janie estavam fazendo à minha esquerda, mais descrever a mancha
no carpete à direita, mais dizer a minha opinião sobre a horrível roupa amarela
que uma menina no fundo da sala estava usando.
TDAH não é
uma deficiência. Eu presto atenção a muitas coisas. Fora dos limites da sala de
aula, minha inquietação e minha atenção a detalhes são uma benção. Viajei por
todo o país, publiquei dois livros e formei uma família. Os que foram
diagnosticados com TDAH devem celebrar isso. A dádiva tem os seus desafios – e não temos de rodear
esses desafios – mas não é uma patologia. Este é um pensamento poderoso para uma
criança que sente que o TDAH a faz ser de segunda classe, ou pior.
Na minha
escola fundamental, toda a classe recebeu uma clara mensagem: Pare de ser você
mesmo ou saia da classe. Muitas crianças aprendem essa lição e saem da escola
para sempre. Você não pode mudar o que você é, e você não deve ser solicitado a
fazer isso.
Meus
advogados me encontraram
Meus
advogados me salvaram. Eu não sabia onde procurar por eles, ou mesmo se eu
precisava deles. Por sorte, eles vieram a mim. Primeiro, minha mãe lutou diariamente
para construir minha confiança e celebrar meu sucesso – e, acreditem, essas
vitórias não tiveram nada a ver com os testes de soletração ou com o sentar
quieto. Ela estimulava a marcação dos pontos importantes em casa e na escola, e
ficava sempre me defendendo quando os professores e os administradores
escolares implicavam que eu era um menino mau.
Mas, meus
professores não eram todos como a Sra. C. Vários deles reconheciam minhas
habilidades e criavam ambientes nos quais eu pudesse me realizar. Isso fez toda
a diferença. Um professor do terceiro ano, Sr. R., tornou válido meu real
desgosto com as experiências escolares prévias. Sua abordagem honesta sobre o
que realmente importava – minha educação – permitiu que ambos focalizássemos no
meu aprendizado em vez de impor a ideia da instituição sobre o “bem”.
Mais
importante, minha mãe e o Sr. R. me ensinaram que eu podia decidir sobre minha
educação. Eles me abordaram como uma pessoa, e me ensinaram as habilidades
fundamentais e a confiança de que eu precisava para começar a advogar para mim
mesmo. Eles me ajudaram a entender os benefícios das acomodações acadêmicas e a
saber que eu podia desempenhar um papel importante no meu próprio sucesso.
Foi uma
longa e dura jornada para chegar onde hoje estou, mas estou aqui – duas vezes
publicado, autor disléxico, orador público agitado, pai – por causa do meu
entusiasmo, da minha consciência dos outros, e a responsabilidade de fazer o
mundo um lugar melhor para aquele menino.
Este artigo
foi publicado no número outubro/novembro/2010 de ADDitude
206 - Como aumentar a autoestima do seu filho: Conselhos para os pais de crianças com TDAH
Muitas
crianças com TDAH e Dificuldades de Aprendizagem também lutam com a baixa
autoestima. Eis aqui como os pais podem ajuda-las. Por Larry Silver, M.D.
Quando as crianças
se sentem bem a respeito de si mesmas, tudo acontece mais facilmente para elas
e seus pais. Mas a baixa autoestima é um grande problema para as crianças com
TDAH – e um problema maior ainda para os quase 50% de crianças com TDAH que
também têm dificuldades de aprendizagem.
Para se
sentirem bem sobre si mesmas, elas precisam de duas coisas: a sensação de que
são realmente bem sucedidas, tanto social quanto academicamente, e o amor
incondicional de seus pais. Se faltar um ou outro ingrediente, uma criança terá
muitas dificuldades para desenvolver um senso de autoestima.Uma criança pode revelar sua infelicidade dizendo, “Odeio minha vida” ou “Ninguém gosta de mim” ou “Eu sou burra”.
Seu filho
diz ou faz coisas que sugerem que ele sinta que não é “bastante bom” ou que não
é merecedor de amor? Suas palavras ou
seu comportamento sugerem que ele se sente um fracasso na escola? Que seus
colegas não o apreciam muito, ou que ele é de alguma outra maneira malsucedido
socialmente?
Reações
negativas?
Pense sobre
as últimas semanas. Houve dias em que você ou seu cônjuge se sentiram tão
frustrados com o comportamento do seu filho a ponto de gritar com ele ou dizer
coisas das quais se arrependeu mais tarde? Houve dias em que você ou seu
cônjuge tentaram evitar seu filho?
Se for
assim, sente-se com seu cônjuge e discuta por que os dois estão tendo
dificuldade de se manterem calmos e afetuosos. Se for por causa da
hiperatividade, da desatenção ou dos comportamentos impulsivos do seu filho,
seu TDAH está sendo tratado corretamente?
Se for o
baixo desempenho dele na escola ou as brigas por causa das tarefas de casa, ele
não teria sido diagnosticado como portador de dificuldades de aprendizagem? Se
os comportamentos típicos do TDAH do seu filho estão desencadeando reações
negativas de sua parte, de outros membros da família ou de outras crianças, é
essencial que você avalie o impacto que isso tem na autoestima dele.
A história
de Billy
Há não muito
tempo, lidei com um menino de oito anos chamado Billy. Era evidente que ele precisava dos
medicamentos para o TDAH, mas seus pais tinham medo de dar os remédios para ele
durante o dia todo. Por insistência deles, eu dei ao Billy um esquema que
cobria somente o período escolar.
Quando nos
encontramos novamente, duas semanas mais tarde, os pais do Billy me contaram
que ele estava indo muito melhor na escola. Mas eu descobri que havia grandes
problemas em casa. Os pais do Billy gritavam com ele de maneira sistemática –
para que ele não se intrometesse, para não subir nos móveis, para sentar-se
quieto nas refeições e assim por diante. Quando pedi aos pais do Billy que
avaliassem o efeito que os seus gritos poderia ter na autoestima do menino,
eles rapidamente concordaram em estender a cobertura medicamentosa para as
tardes e os finais de semana.
O sucesso na
escola
Pense no que
está acontecendo na escola. Se o seu filho não estiver acompanhando a classe ou
se sentir como um fracasso em sua classe, descubra a causa. Fale com o
professor dele. Ele não fica sentado quieto, não presta atenção e não participa
das atividades em sala? Se for assim, ele pode estar tomando a medicação errada
para o TDAH – ou pode estar tomando a medicação correta com a dosagem errada,
ou nos horários errados. Se os professores descrevem seu filho como hiperativo,
distraído ou impulsivo, provavelmente seu TDAH não está sendo tratado
corretamente.
Cuide de
falar com o professor dele sobre o TDAH. Faça perguntas sobre os efeitos
colaterais que ele pode estar sofrendo em classe e explique como simples
acomodações podem ajudar. Talvez seu filho precise de melhor supervisão durante
os períodos desestruturados (caminhar nos corredores, durante o intervalo
etc.). Pode ser que ele só precise de um pouco de ajuda para prestar mais
atenção quando se distrai durante as aulas.
Ele tem
dificuldade de leitura, de escrita, ou com matemática, embora seja capaz de se
sentar quieto e prestando atenção durante as aulas? Considere a possibilidade
de ele ter uma dificuldade de aprendizagem.
A
importância dos amigos
Enquanto
ajuda seu filho a ter o sucesso acadêmico, veja o que pode fazer para melhorar
a aceitação dele por parte dos colegas. Observe se ele interage com os colegas
durante os intervalos e as brincadeiras, durante as atividades estruturadas e
nas atividades esportivas organizadas. Pergunte ao professor como ele se
comporta na classe e no pátio.
Observe seu
filho quando ele brincar fora de casa ou quando ele convida algum amigo (tente
não se aparecer). Ele é muito tímido e medroso para se enturmar com um colega?
Ele é muito grosseiro, ou muito
desligado? Ele tem dificuldade de interpretar a linguagem corporal da
outra criança? Ele é muito distraído, impulsivo ou hiperativo para brincar? Ele
evita os esportes porque tem habilidades motoras deficientes e pouca
coordenação entre as mãos e a visão? E nos jogos de tabuleiro ou na lousa?
Após ter uma
noção de quais são os problemas sociais específicos do seu filho, procure a
solução. Pode ser que ele precise de um esquema diferente de medicação ou de
uma terapia de grupo para as habilidades sociais. Pode ser que ele possa tentar
um esporte em que não seja necessário o mesmo nível de habilidades motoras
finas ou de coordenação mão-visão.
Ou pode ser
que você encontre uma atividade não atlética de que ele goste. Não é fácil
aumentar a autoestima de uma criança. Mas você pode amar seu filho
incondicionalmente, e se estiver querendo fazer um pequeno trabalho de detetive
em relação aos problemas com os colegas e com a escola, seu filho deverá
começar a se sentir melhor sobre si mesmo. Boa sorte! Eu garanto que seu filho
gostará muito dos seus esforços.
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terça-feira, 1 de maio de 2012
205- TDAH pode levar ao abuso de substâncias psicoativas
ABEAD
Jovens com Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) têm mais chances de tornarem-se usuários de drogas
ilícitas que os demais jovens da mesma faixa etária. Essa foi a principal
conclusão dos pesquisadores do projeto Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
e uso de substâncias psicoativas: estudo de sua associação, do tratamento
farmacológico com metilfenidato e neuroimagem através de SPECT com TRODAT,
desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre.
O envolvimento de adolescentes com substâncias psicoativas
(SPA), um dos mais importantes problemas de saúde pública do país, pode ser
originado por muitas e diferentes causas, e sabe-se que vários transtornos
psiquiátricos podem atuar como fatores predisponentes ao uso de drogas, como
por exemplo o Transtorno de Conduta. Com os dados finais dessa pesquisa,
provou-se que a presença isolada do TDAH contribui para uma dependência química
mais intensa e de pior prognóstico.
Como o TDAH se
desenvolve antes dos sete anos de idade, cerca de seis anos antes do início da
dependência de substâncias psicoativas, e considerando-se que esse transtorno
apresenta tratamentos farmacológicos bem estabelecidos, o esclarecimento da
natureza da associação entre ambos é essencial em termos de prevenção primária
ao uso problemático de drogas. Apesar das evidências da eficácia do tratamento
medicamentoso do TDAH, poucos estudos anteriores avaliaram a intervenção
medicamentosa quando está presente a comorbidade TDAH e o uso de drogas.
Como o TDAH e o uso de SPA estão associados a alterações em
circuitos cerebrais de funcionamento dopaminérgico – a dopamina é um
neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina, que tem
como função a atividade estimulante do Sistema Nervoso Central – como o sistema
de recompensa, foram analisadas funções cerebrais através de Tomografia
Computadorizada por Emissão de Photons (SPECT) e TRODAT (radiofármaco
específico para o transportador da dopamina).
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
é um problema neurobiológico que ocorre em 3 a 5% das crianças, possui causas
genéticas, aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda
a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, desorganização,
inquietude e impulsividade, sendo chamado por vezes de DDA (Distúrbio do
Déficit de Atenção). Sendo uma situação crônica, pode acarretar diversos
prejuízos ao indivíduo, como dificuldades na escola, na universidade, no
emprego, mais chances de gravidez não-planejada e de envolvimento em acidentes,
por exemplo. O tratamento desse problema deve ser multimodal, englobando
medicação, orientação às pessoas de convívio do paciente e psicoterapia.
Além da associação do TDAH com o uso de substâncias
psicoativas, o estudo também avalia a intervenção medicamentosa no transtorno
quando está presente o uso ou o abuso de drogas.
Para embasar o estudo foram entrevistados 968 adolescentes
da região metropolitana de Porto Alegre, todos entre 15 e 20 anos de idade,
sendo que foram identificados 61 usuários de drogas ilícitas com suspeita de
terem TDAH que participaram do projeto. Os pesquisados não estavam recebendo
nenhum tipo de tratamento para TDAH nem para abuso de drogas, fosse ele medicamentoso
ou psicoterápico.
O estudo de caso-controle foi desenvolvido pela autora
Cláudia Szobot durante seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), sob orientação do professor Flavio Pechansky. Além da tese final,
os dados da pesquisa vão resultar na publicação de artigos científicos. O
projeto recebeu financiamento dos laboratórios Eli Lilly e Toxilab, do FIPE, do
PRODAH e do CPAD
Copyright © 2005 - 2012 UNIAD - Unidade de Pesquisas em
Álcool e Drogas
204- Por que Neuroeducação?
Por que Neuroeducação?
Qui, 19 de Abril de 2012 01:36 Dr. Charles Limb
Grande parte do fascínio das Neurociências está em sua
capacidade de estudar os aspectos mais complexos do cérebro humano.
Como é possível contemplarmos imagens de beleza majestosa e
ouvirmos músicas que tocam nossa mais profunda emoção. Mais inconcebível ainda,
como podemos contemplar nossa existência e conceituar nossa própria
mortalidade? Certamente, o cérebro humano, uma massa de 100 bilhões de
neurônios, conversando uns com os outros via neurotransmissores e impulsos
elétricos, é um órgão maravilhoso e espantoso!
Apesar desse fascínio, por décadas os neurocientistas se
mantiveram nos níveis mais primários de funcionamento do cérebro, trabalhando
exaustivamente em experimentos para entender como determinadas moléculas e
células nervosas trabalham. Para complicar as coisas, grande parte dessa
inestimável pesquisa foi baseada não em cérebros humanos, mas em estruturas
nervosas de lesmas do mar, peixe-zebra e macacos Rhesus. A maioria dos avanços
científicos ao longo da história é resultado dessas pesquisas e as metodologias
nela utilizadas permanecem como pedras angulares de como a Ciência deve
prosseguir. No entanto, isso faz com que os neurocientistas procurem fugir de
questões de fundo cognitivo, artístico ou filosófico. Consequentemente, quando
eles se deparam com o conceito de Neuroeducação, a reação típica é de
perplexidade do quanto as Neurociências poderiam contribuir com a Educação.
Artistas têm sido comparados a neurocientistas que tentam
descobrir que combinações de cores, sons, palavras, sabores, texturas ou
padrões atraem mais o nosso cérebro. Ao invés de conduzir experimentos em um
laboratório, um artista usa seu meio de comunicação para uma audiência alvo
para expressar algo de significante. Da mesma forma, os educadores podem ser
comparados a neurocientistas no sentido de procurarem formas de melhor
estimular, informar e moldar a mente de seus estudantes, jovens ou não, no
laboratório que é a Escola. O objetivo implícito de toda Educação é transformar
o cérebro ampliando a base de conhecimentos e tornando mais eficaz o
funcionamento mental, um processo neural difuso conhecido como plasticidade que
afeta nosso cérebro de forma estrutural e funcional.
Isso é muito claro: quando aprendemos alguma coisa,
modificamos nosso cérebro do ponto de vista bioquímico, sináptico, anatômico e
hemodinâmico.
Professores, estudantes, artistas e cientistas assim
compartilham de um objeto comum de interesse - o cérebro. A partir dessa
perspectiva, então, a questão não é exatamente descobrir se neurocientistas e
educadores têm algo em comum, mas, ao invés disso, entender por que esses
profissionais permaneceram tão distantes uns dos outros todo esse tempo, até
começarem agora a trabalhar juntos.
Parece-me que educadores e cientistas são como carros
trafegando em lados opostos de uma rodovia, se preocupando apenas com os
obstáculos diretamente frontais, se esquecendo do canteiro central, ainda que
dividam a mesma rodovia. O fato é que a maioria dos neurocientistas nunca
ensinou crianças em uma sala de aula e grande parte dos professores não cogitam
realizar experimentos em laboratório. Mais do que isso é que um indivíduo não
precisa ser um professor qualificado para ser um bom cientista, nem conhecer a
fisiologia do cérebro para ser um bom professor.
O paradigma natural é que os professores devem trabalhar bem
com seus alunos e os cientistas trabalharem bem com os dados, e isso vem sendo
feito há séculos. No entanto, se esse paradigma for mantido por ambos os
grupos, eles continuarão trafegando em direções opostas a despeito de estarem
na mesma rodovia.
O que mudou então? Tecnologia! Vivemos em uma época de
disseminação rápida de informação atingindo um ritmo diferente de tudo o que
foi testemunhado até hoje. Esta explosão de informação virtual tem afetado
todos os aspectos da sociedade moderna, especialmente o compartilhamento da
informação científica e como o cérebro do estudante absorve novos
conhecimentos. Por isso também responde o surgimento de toda uma nova geração de métodos científicos
incluindo a Ressonância Magnética Funcional (RMF), Estimulação Magnética
Transcraniana (EMT) e Magnetoencefalografia (MEG) que permitem o acesso ao
funcionamento do cérebro humano em condições 'naturais' em um grau sem
precedentes.
Estas novas modalidades de estudar o cérebro nos encoraja a
fazer perguntas que não dizem respeito apenas aos níveis elementares da função,
mas também para as mais complexas funções cognitivas humanas.
Enquanto os processos cognitivos pertinentes à arte eram
primariamente de domínio dos filósofos, hoje nós podemos realmente examinar o
que o cérebro está fazendo, como ele executa tarefas, como resolve problemas de
matemática, como processa a leitura de um livro ou improvisa uma melodia.
Nós podemos ainda não ter o conhecimento suficiente para
interpretar os dados gerados pelas Neurociências, mas nós certamente temos um
melhor senso para qual direção devemos seguir.
Talvez ainda não tenha sido suficientemente enfatizadas quão
únicas são as oportunidades científicas para a área da Educação nos dias de
hoje: temos os métodos disponíveis para estudar a função neural durante as mais
variadas tarefas - como pensamos, aprendemos e ensinamos - de forma quantitativa semelhante à forma como
os cientistas estudam qualquer outro complexo processo neural.
Nós podemos hoje explicitamente estudar os processos
cerebrais que são mais relevantes à educação em um nível nunca antes imaginado.
Embora possa demorar cem anos para que possamos entender como o conhecimento
neurocientífico pode nos ajudar a ensinar álgebra para alunos do 9 º ano,
podemos, pelo menos, começar a nos dirigir por esse caminho. Tendo em vista às
importantes descobertas das Neurociências na última década, seria insensato não
fazê-lo. E quem poderá saber aonde chegarão nossos conhecimentos sobre o
cérebro daqui a vinte, cinquenta ou cem anos?
De todos os atributos humanos, a capacidade de elaborar
comportamentos não previamente programados está entre os mais fascinantes. A
cada dia nós executamos uma série de novos comportamentos não planejados. Esses
comportamentos podem ser bastante simples (como ter uma conversa improvisada
sobre o clima), ou extremamente elaborados (encontrar uma solução para um
problema de longo prazo).
Em muitos aspectos, a criatividade é a chave para a
humanidade, é a forma como inovamos, avançamos e crescemos. Se não fosse o
espírito criativo seria difícil acreditar que os seres humanos criariam a roda
ou as várias formas de gerar e aproveitar a eletricidade. É a criatividade que
nos permite resolver problemas e descobrir novas soluções para melhorar velhas
soluções. É facilmente perceptível que existem múltiplas formas de criatividade
e que cada uma precisa ser estudada de uma maneira diferente se quisermos
entendê-las. No entanto, eu penso que os professores não ensinam seus alunos
para que eles simplesmente regurgitem os conhecimentos de volta. Da mesma forma
que não ensinam modos de pensar para que sejam memorizados pelos seus alunos. A
esperança implícita e o objetivo de toda educação é permitir que os alunos
sejam capazes de interiorizar e lidar com a informação, recombinando-a de
diversas e inovadoras formas habilitando-os a resolver problemas de forma
independente. É assim que inovamos e melhoramos a condição humana, é isso que
implica ensinar uma criança.
Por várias razões eu passei a me interessar pelos processos
neurais envolvidos em comportamentos criativos. Eu escolhi utilizar a
improvisação musical como uma forma de estudar os processos neurais que
envolvem a criatividade, mas espero estar estudando ao mesmo tempo algo maior
do que a música, algo para entender como o cérebro capta o que precisa e faz
algo diferente, inesperado e maravilhoso.
Através da Neuroeducação, espero que possamos aprender um
dia como os cérebros são educados e a maneira mais eficaz para facilitar estes
processos. Eu percebo, entretanto, que os cientistas vão continuar a descobrir
mais e mais informações e os professores continuarão a fazer o melhor que podem
para os seus alunos. No entanto, através destes tipos de esforços, eu aposto
que estudantes no ano de 3010 receberão uma educação que, com a ajuda das
Neurociências, sofreu uma evolução radical.
© May 2010
The Johns Hopkins University New Horizons for Learning.
Com a permissão do Dr. H. John Castellani do programa Novos
Horizontes para o Aprendizado da Universidade Johns Hopkins.
Dr. Charles Limb -
Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade John Hopkins ;
Diretor de Pesquisa em Iniciativas em Neuroeducação da Escola de Educação da
Universidade Johns Hopkins - Baltimore, EUA203- Os desafios do professor na educação inclusiva
Comunidade Aprender Criança – Notícias do Cérebro
Os desafios do professor na educação inclusiva
Qui, 19 de Abril de 2012 01:34 Juliana Lautenschlaeger
Nos últimos tempos, o tema da inclusão tem estado presente
nas pautas de governos, ONGs, grupos de educadores e da sociedade em geral.
Inicialmente, ao recorrer à definição de inclusão contida no dicionário Aurélio
da Língua Portuguesa, encontra-se; “abranger, compreender, fazer parte”.
Deste modo, é preciso compreender a complexidade do processo
de inclusão escolar, e entender que incluir na escola os excluídos, não é
apenas cumprir a lei e oferecer vagas aos diferentes colocando-os no mesmo
espaço com os chamados de iguais, é compreender que um projeto dessa natureza
demanda muito investimento e envolvimento de todos, principalmente dos órgãos
governamentais.
Mas, o que é a escola? Ainda segundo o mesmo dicionário,
“escola é o estabelecimento público ou privado onde se ministra,
sistematicamente, ensino coletivo”.
Será que coletivo significa igual para todos? Partindo desse
pressuposto, e entendendo a escola como sendo uma sociedade menor incluída numa
sociedade maior, e que, portanto, opera com uma diversidade humana, a escola
deveria ser o espaço para construção e sistematização do conhecimento
historicamente produzido pelo homem, próprio para os diferentes, para a
diversidade.
Nesse contexto e diante dessas circunstancias ser educador é
um desafio, mas, sobretudo, um privilégio. Educar em períodos de turbulência e
revolução na sociedade exige muitas habilidades do educador como sensibilidade,
flexibilidade, visão contemporânea, interação, além da capacidade e
disponibilidade para o trabalho coletivo.
Ao longo da história, a profissão docente vem sendo pautada
por um caminho que oscila entre modelos que levam em conta conhecimentos
fundamentais e modelos práticos que são considerados relevantes como os métodos
e as técnicas.
No contexto atual, ter o domínio e a compreensão ampla do
processo de ensinar e aprender são aspectos fundamentais do conhecimento
pedagógico que fazem parte da construção do conhecimento do professor. Mas
ainda, é extremamente relevante considerar que a trajetória de vida tanto
pessoal como profissional, as crenças e a concepção de educação, mundo e
infância, são fatores decisivos e que influenciam o fazer pedagógico
cotidianamente.
Isso leva, na verdade, o educador a preocupar-se não somente
com o que ensinar, por que ensinar, a quem ensinar e como ensinar. Mas
compreender que nesse processo aquele que ensina está também incluído no
processo de construção do conhecimento numa dialética constante e ininterrupta.
A construção do papel do professor é, portanto, algo que acontece coletivamente
na prática em sala de aula e no exercício da atuação cotidiana da instituição
escolar.
Sendo assim, como a sociedade e os alunos, também os
professores são afetados por essa necessidade de constante atualização de
conhecimentos e competências, fazendo-se necessário organizar-se de modo que
isso seja possível, ou que tenham oportunidades para aperfeiçoarem sua arte de
ensinar.
Partindo deste pressuposto, a formação do professor é
elemento essencial para o desenvolvimento da cultura.
Seu campo de atuação profissional é, portanto, o conjunto de
conhecimento de saberes adquiridos no exercício do magistério, onde foi
construído em sua formação inicial, devendo ser ampliado nas ações de formação
em serviço das quais participa, na busca individual de novas ações necessárias
para sua formação tanto profissional como pessoal.
O professor é um profissional que trabalha com a
diversidade, tendo a responsabilidade de desenvolver com êxito as aprendizagens
nas múltiplas capacidades dos alunos, e não apenas à transmissão de
conhecimento, implicando a atuação do profissional, não meramente técnico, mas
também intelectual e político.
Diante do exposto, considerando a inclusão escolar de
crianças com deficiência(s) e sabendo-se que essa inclusão visa reverter o
percurso de exclusão de qualquer natureza, cabe mais uma vez ao professor
procurar enriquecer seus conhecimentos a respeito deste assunto tornando-se
capaz de beneficiá-los efetivamente na aprendizagem.
Assim sendo, é fundamental que o trabalho em sala de aula
seja respaldado por uma enorme gama de informações e explicações acerca do
comportamento, limitações e necessidades dessas crianças. Nesse sentido, a
Neurociência traz importantes contribuições, esclarecendo como o cérebro se
desenvolve e sua estreita relação com a aprendizagem, e como esta se comporta
nos transtornos mentais, contribuindo para mudanças práticas e para melhoria do
desempenho e evolução dos alunos.
Compreender o funcionamento cerebral é uma tarefa de extrema
responsabilidade e importância, já que o professor, mais do que intervir quando
este não funciona bem, contribui para a organização do sistema nervoso do
aprendiz.
É necessário que o professor busque novas alternativas para
se fortalecer dentro desse novo quadro, de forma que ele possa constituir e
interpretar sua prática, não de maneira ingênua, mas “comprometida” com a
direção do desenvolvimento do processo de inclusão. Entendendo a palavra
comprometida como implicada, ou seja, que a atuação do professor influencia
positivamente nas possibilidades de cada aluno se este respeita as
singularidades existentes dentro de sua sala de aula.
Dentro deste contexto, ao tomar decisões e optar por
determinados caminhos e procedimentos para resolver conflitos, o professor faz
mais do que escolher uma forma de ação. Ele considera e avalia as diferentes
hipóteses, estabelecendo critérios para a melhor opção pensando sempre de modo
flexível a prática pedagógica.
Para tanto, e imprescindível que o professor esteja
preparado para enfrentar as diversas situações que irão surgir durante o
processo educacional, pensando e analisando suas crenças, valores e teorias a
respeito do processo ensino-aprendizagem, principalmente junto às crianças com
necessidades especiais, o que lhe possibilitará reestruturar seu pensamento
alicerçado numa base sólida de conhecimentos.
Dessa forma é preciso que os professores reflitam sobre sua
própria prática, e dentro dessa reflexão, possam discutir o motivo pelo qual as
diferenças têm sido pouco valorizadas no espaço escolar.
É necessário acreditar na escola inclusiva, ter uma visão de
que a inclusão não só aceita, mas valoriza a diferença, porque entende que é na
diferença que as crianças crescem, se afirmam e se constituem.
Referências
CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais
nas classes regulares. Portugal: Porto Editora, 1999.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1997.
GOMEZ, A. P. O
pensamento pratico do professor: a
formação do professor como profissional reflexivo. In: NOVOA, A. (Org.)
Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.SADALLA, A. M. F. A. Com a palavra a professora: Suas crenças, suas ações. Campinas: Alínea, 1998.
VOIVODIC, M. A. Inclusão escolar de crianças com síndrome de Down. Rio de Janeiro: Vozes, 2004
sexta-feira, 27 de abril de 2012
202- TDAH - ADHD - "Já está na hora?"
A sensação de tempo defeituosa faz com que você fique
atrasado, apressado e bagunçando a sua agenda? Tente estas dicas para vencer o
relógio de uma vez para sempre. Por Ari Tuckman
Todos nós temos um relógio interno que nos diz quanto tempo
já transcorreu.
Para alguns, o relógio soa alto e consistentemente, de modo que eles são muito bons no julgamento
da passagem do tempo. Eles usam este conhecimento para guiar seu comportamento
e para fazer os ajustes necessários, tais como acelerar quando estiver com
pouco tempo ou determinar nova prioridade nas suas atividades para completar as
tarefas mais importantes quando as circunstâncias mudam. Eles têm uma agenda na
mente, e sabem que estão dentro do prazo – o que eles deixaram de fazer e
quanto tempo eles têm para fazê-lo.Pessoas com TDAH geralmente sabem o que precisam fazer, mas têm dificuldade de fazer. Seu relógio interno bate de leve, muito fraco para guiar seu comportamento. Como resultado, eles ficam absorvidos em atividades divertidas quando deveriam fazer algo mais importante, coisas menos excitantes. Ou se eles estão fazendo algo importante, podem não notar a necessidade de mudar para alguma outra coisa, tal como ir a uma reunião, ir se deitar, ou ir buscar as crianças.
CEGO EM RELAÇÃO AO TEMPO
Os cenários a seguir descrevem você e sua vida?
O TEMPO É FLUIDO. Dez minutos fazendo uma coisa chata
parecem uma hora para você. Uma hora fazendo algo agradável parece dez minutos.
VOCÊ SUBESTIMA O TEMPO NECESSÁRIO PARA UMA TAREFA. Para você
é difícil prever de quanto tempo as coisas vão precisar. Quando planeja um
trabalho, você subestima, não superestima, quanto tempo vai levar para
completá-lo.
VOCÊ SE ATRASA. Você não percebe quando é tempo de sair para
jantar ou para um encontro de negócios porque seu relógio despertador interno
ainda não tocou.
VOCÊ VAI DEITAR-SE MUITO TARDE – TODAS AS NOITES. Você
labuta o dia todo e isso atrasa a hora de ir dormir. Você não percebe a
passagem do tempo durante suas horas noturnas sem estrutura em casa, então,
você não percebe que já é hora de ir dormir.VOCÊ ESTÁ SEMPRE ACELERADO E AGITADO. Por estar sempre na correria, você se sente estressado quando sai do trabalho e tenta ganhar tempo dirigindo mais rápido.
VOCÊ É VISTO COMO UM DESPERDIÇADOR DE TEMPO. Você é
criticado por fazer primeiro as coisas menos importantes e não as mais
importantes – embora isto não seja uma escolha consciente.
Apoie-se nisto
A meta é atravessar o processo de se dedicar às estratégias
de controle do tempo baseadas nas suas potencialidades, fraquezas, e no que
você precisa fazer. Eu garanto que as estratégias a seguir são boas e que
permitirão ter o trabalho completado. Tudo se ajeita pelo seu uso. Então,
aceite o desafio abaixo, mas não o faça de maneira leve. Pense nisto por um dia
ou mesmo por uma semana. Se você for fazer isto, empregue os seus melhores
esforços. Você merece.
Quero uma vida melhor, então me comprometo a:
•
fazer mudanças e tentar algo novo
•
fazer o melhor que posso para usar estas estratégias de maneira diligente,
mesmo as que eu não gosto
•
estar aberto a aprender com essas experiências
•
ser flexível quando uma estratégia não estiver funcionando
•
abandonar uma estratégia somente quando puder trocá-la por outra que possa
funcionar melhor
Faça o tempo ficar a seu favor
ACERTE O SEU RELÓGIO
INTERNO
1. Ponha um relógio em cada cômodo. Quanto mais relógios
você puder ver (sem ter de olhar para eles), mais provável que tenha noção do
tempo.
2. Cheque o tempo regularmente. Marque uma hora para checar
o tempo durante o dia. A checagem regular deixará mais difícil a perda de tempo
sem perceber.
3. Use um relógio de pulso. Seu celular tem a hora na tela,
mas você terá mais chance de olhar o tempo no seu pulso do que se tiver de
pegar o seu celular.
4. Use as vibrações e os bips. Muitos relógios digitais
podem ser ajustados para tocar ou vibrar em intervalos regulares. Estes avisos
o notificam que outro bloco de tempo passou. Eles podem interromper seu
hiperfoco se você estiver atolado em alguma coisa por muito tempo. Você pode
fazer downloads de aplicativos para o seu smartfone para obter o mesmo
resultado.
5. Faça uma pergunta a si mesmo. Se você se descobrir pensando por que gasta
tanto tempo fazendo alguma coisa muito frequentemente, torne um hábito perguntar
a si mesmo, “O que eu deveria estar fazendo agora? Este é o melhor jeito de gastar
meu tempo?” Se não for, mude sua atenção para algo que seja mais produtivo.
6. Pendure cartazes pela casa. Pense quanto tempo é gasto em
sua rotina matinal, então conte para trás a partir da hora que você tem de sair
de casa e quando você tem de terminar cada atividade (terminar o desjejum às
8:30, terminar de se vestir às 8:10, e assim por diante). Então, cole notas ou
avisos em cada cômodo para que saiba quando deve começar uma nova atividade.
NOTIFIQUE-SE DE QUE ESTÁ NA HORA
7. Ajuste um alarme. Em vez de confiar no seu relógio
interno, deixe a tecnologia mantê-lo ciente de que é hora de começar ou de
parar de fazer algo.
8. Use timers. Você pode usar seu relógio digital ou um
desses timers baratos de cozinha para alertá-lo que já se passou uma quantidade
de tempo e que é hora de fazer alguma outra coisa. Timers livram você da
obrigação de verificar quanto tempo já passou. Se estiver trabalhando no
computador, use o Outlook ou outro programa para lhe avisar.
9. Ajuste um aviso para a hora de ir dormir. Acordar tarde
pela manhã geralmente é provocado por ter ido deitar-se tarde na noite anterior.
Se você fica entretido em alguma atividade e perde a hora de ir dormir, ajuste
um alarme para tocar quando for hora de ir para a cama. Obedeça ao alarme – a
não ser que sua casa esteja pegando fogo.
10. Use recursos do browser para limitar seu tempo online. É
fácil perder a noção de tempo quando se está na internet. Um site leva a
outro... e outro... Faça download de add-ons, tais como Leechblok para o
Firefox e Stayfocsed para o Google Chrome, para limitar seu tempo em sites
específicos, assim como o seu tempo online.
11. Ajuste sua TV para desligar sozinha
Ajuste sua TV para desligar automaticamente. Muitos
aparelhos de TV desligam após um certo tempo ou numa hora especificada.
12. Adapte um timer para a iluminação da sua casa. Para
evitar que você fique hiperfocalizado até tarde, coloque um interruptor programável
para a ikuminação de sua casa. E escuridão vai fazer você lembrar que é hora de
mudar de tarefa ou de ir dormir.
13. Associe alguém à sua rotina. Ir para a cama, acordar ou
sair para o trabalho no mesmo horário que outra pessoa da família faz com que
você siga a liderança dessa pessoa e saber que horas são e o que você deveria
estar fazendo. No trabalho, você pode combinar sua agenda com a de alguém para
sair para uma reunião ao mesmo tempo.
PROGRAME
SEU TEMPO
14. Anote a sua agenda para o dia – e confira. É difícil saber se você está
adiantado ou atrasado se você não souber a sua agenda. Não marque cada momento,
somente eventos ou tarefas específicas (sair para ir ao banco às 3:30, lavar a
roupa antes do almoço). Confira a agenda para guiar suas ações.
15. Ajuste sua agenda conforme as mudanças de circunstâncias.
Raramente o dia segue perfeitamente a agenda programada. Mantenha sua agenda
por perto, de modo a poder contar com ela quando algo novo surgir. Não se
comprometa com nada até que tenha checado para ver se cabe no seu planejamento
global.
16. Acrescente um tempo para se aprontar. Os portadores de
TDAH se atrasam quando não levam em conta o tempo que gastam de uma atividade a
outra ou para sair de casa ou do trabalho. Para sair para um encontro de
negócios às 2 da tarde, comece a reunir o material e a ir pegar o carro pelas
13:40.
17. Acrescente 50 por cento ou mais em todas as suas
estimativas. Se você tem uma atividade que não foi cronometrada, então você vai
precisar adivinhar quanto tempo vai demorar para completa-la. Tudo demora mais
do que calculamos, então cuide de suas estimativas. Se você terminar antes,
considere isto uma dádiva. E, como com qualquer dádiva, não conte com elas
todos os dias.
Extraído de
Understand Your Brain; Get More Done: The ADHD Executive Functions Workbook ,
por Ari Tuckman, Psy.D., MBA. Specialty Press, Inc. Copyright 2012.
terça-feira, 24 de abril de 2012
201- Fique alerta: seu namorado é um psicopata?
Escritora conta como identificar o problema
Ele faz qualquer uma suspirar com seu charme e seu jeito
cavalheiro, mas escolhe ficar com você. Depois de algum tempo de conto de
fadas, o cara simplesmente some e volta com uma atitude bastante diferente da
anterior. Já foi vítima desse comportamento instável? Para Jessica Fellowes,
autora do livro “Is there a Psicho in Your Life?” (“Há um psicopata em sua
vida?”, em tradução livre), sucesso no Reino Unido, esses podem ser indícios
preocupantes
“Um psicopata tem uma grande habilidade de fingir amor, mas
isso não significa nada. Ele usa essa arma apenas para conseguir o que quer”,
disse a escritora ao jornal “Daily Mail”. Jessica ressalta que alguém assim
“pode declarar seu amor em um minuto e ameaçar te deixar no seguinte”.
Para ela, o mais perigoso é embarcar nesse jogo de força e
perder. “Isso vai continuar até que a
sua autoestima esteja tão baixa que não consiga mais escapar. Ele vai sumir, te
roubar e te trair, mas conseguirá fazer você sentir que está exagerando quando
o confrontar sobre isso. É possível que você se desculpe ao fim da discussão”,
contou para a publicação.
Livre-se da infelicidade
Se reconheceu nos
casos acima? Talvez seja hora de pensar em deixar o relacionamento para trás,
ao menos é o que prega Jessica Fellowes. “Aceite que jamais conseguirá
mudá-lo”, aconselha a escritora. E se a dúvida bater, “seja assertiva. Fale
calmamente e em um tom baixo. Tenha certeza de seus próprios pensamentos”,
afirmou ao jornal britânico.
http://daquidali.com.br/comportamento/fique-alerta-seu-namorado-e-um-psicopata/
NOTA: Acho que no Brasil esta atitude será muito perigosa. O machismo aqui ainda é muito intenso e a mulher deve tomar todas as precauções antes de encerrar um relacionamento. Muitas já foram assassinadas por isto. Dr. Menegucci
NOTA: Acho que no Brasil esta atitude será muito perigosa. O machismo aqui ainda é muito intenso e a mulher deve tomar todas as precauções antes de encerrar um relacionamento. Muitas já foram assassinadas por isto. Dr. Menegucci
domingo, 22 de abril de 2012
200- TDAH - Quebrando o código das provas
Testes
padronizados podem intimidar e perturbar qualquer estudante. Quatro dicas para
ajudar estudantes do colegial com TDAH e dificuldades de aprendizagem a se saírem
melhor. Por Eric Bjerstedt
Qualquer que
seja o teste, SAT, PSAT, ou ACT (testes do ensino americano), realiza-lo é uma
situação de grande pressão para qualquer aluno. Mas, para quem tem TDAH ou uma
dificuldade de aprendizagem, esses testes são especialmente desafiadores.
Os testes
padronizados são realizados por longo período de tempo (quatro horas e meia),
com poucos e curtos intervalos – não exatamente a receita de sucesso para o
estudante que tem TDAH. Mesmo assim, ainda há meios de se preparar.
Treine em
situação semelhante
O lugar em
que o teste é feito provavelmente será cheio de distrações: tosse e espirros
dos outros alunos, barulho de papéis, os passos intermináveis do fiscal – sem mencionar
a vista da janela.
Tampões de
ouvido podem ajudar (mas somente os coloque após o fiscal ter falado as
instruções para preencher os testes). Entretanto, a melhor maneira é se
preparar para fazer o teste em um ambiente semelhante, tal como um café cheio
de gente, ou a sala principal da sua biblioteca. Isto lhe permitirá se
acostumar a trabalhar em ambiente cheio de distrações antes da data da prova
verdadeira.
Leia somente
o que precisa ler
A leitura das
passagens de compreensão tende a ser longa e cheia de informação desnecessária.
Evite perder o foco lendo somente a primeira e a ultima sentença de cada
parágrafo. Isto lhe dará a ideia geral e o preparará para responder questões
sobre os temas principais.
Para
questões sobre palavras ou linhas específicas, encontre-as na passagem e leia o
texto ao redor delas. Raramente haverá uma questão que requeira conhecimento de
mais do que poucas linhas de texto em cada vez, e esta abordagem lhe permitirá
focalizar somente a informação relevante.
Planeje seu
trabalho escrito antes de escrever
As pessoas
que darão notas ao seu teste levarão apenas alguns minutos para avaliar a sua
tese, os argumentos que dão suporte e a conclusão, então, é crucial que seu trabalho
siga uma estrutura tradicional. Estudantes com TDAH podem achar difícil
organizar seu pensamento, mas se você tiver sua tese e ao menos dois pontos de
apoio antes de começar a escrever, você mais dificilmente será desviado da
argumentação que está tentando fazer.
Além de ser
formatado convenientemente, certifique-se de que seu trabalho utilize a
gramática e o vocabulário corretos. Não perca tempo querendo impressionar com
palavras que você não tem certeza de como se escrevem. Permanecendo com a
linguagem familiar, você eliminará outra distração e obterá mais tempo para
cuidar da estrutura do trabalho.
Reserve
tempo para checar duas vezes
Cada sessão
do teste precisa ser completada em determinado tempo, então, use um relógio em
sua mesa para ajudar a ficar atento. Muitos estudantes – especialmente os que
têm problemas de impulsividade – não têm o hábito de revisar e corrigir seu
trabalho escrito. Porém, somente uma revisão do seu trabalho poderia detectar
erros de ortografia e de gramática, os quais poderiam diminuir sua nota.
Para as
outras sessões, divida o número de minutos que você tem pelo número de
questões; se estiver gastando mais do que o tempo designado, você estará ou
pensando muito ou não sabendo a resposta. Se puder eliminar uma ou mais
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199- Cansado de escutar “Você só tem de tentar com mais afinco”? Respostas de adultos com TDAH- ADHD
Adultos com TDAH (ADHD) relatam o que
dizem aos que lhes dizem para “só tentar com mais afinco” – Dos editores de
ADDItude
Quantas
vezes um amigo, a pessoa amada ou um colega de trabalho o viram se esforçando
como pai, com suas amizades, ou no trabalho, e lhe disseram que seria mais
fácil se você “se esforçasse mais”? Aqui, adultos com TDAH (ADHD), que já
passaram por isso, compartilham suas respostas a essas quatro palavras
dolorosas (tentar com mais afinco).
A resposta
sarcástica
“Você está
certo. Tenho sido sempre um relaxado e masoquista. Assim, sempre que você me
vir à toa, você deve limpar minha mesa do jeito que lhe agradar. E quando eu me
descobrir atrasado e entrar em pânico, você devem assumir. Você é tão bom para
ajeitar as coisas, e eu sei que posso contar consigo para um trabalho
fantástico!” – Lemelia, North Carolina
Deixe-os
usar suas sandálias
A verdade
honesta
“Como você
consegue se ligar no seu trabalho com uma mosca zumbindo na sua orelha? O meu
mundo é desse jeito. Não é questão de tentar com mais afinco, é sobre tentar
manter as coisas mais importantes na parte da frente do meu cérebro enquanto
espanto as moscas”, - Kaeli, Kansas
“Queria que
você pudesse viver a minha vida só por um dia”. – Um leitor de ADDitude
“Você pode
ser bom em A, B e C, mas eu sou bom em D, E e F”. – Joanne, New Jersey
“Você não
tem ideia de como eu tento!” – Nancy, Kansas
A abordagem
corajosa
“Pare de me
insultar. Pedir que eu me esforce mais é como eu pedir para que você fique mais
alto”. – Anne, Ontario
“Você é um
ignorante sobre TDAH ou é um molestador. Se você for o primeiro, eu posso lhe
ensinar; se você for o segundo, eu vou ignorá-lo”. – Um leitor de ADDitude
“Com todo o
respeito, cale a boca. Preciso de estratégias, não de palpites, para ajudar a
me sair bem”. – Ann, California
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