quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

257- Sete maneiras de aumentar o sentimento de posse dos estudantes


Sete maneiras de aumentar o sentimento de posse dos estudantes

Jennifer Barnett – Teacher magazine.org

Ouvimos isso todo dia. “Os estudantes devem cuidar de sua escola”. Mas, como fazemos isso acontecer?

Na última primavera, eu e meus colegas começamos o processo de transformação da Childersburg High School (CHS), que atende aproximadamente 500 estudantes de Talladega County, Alabama, com um agudo foco na faculdade e aptidão para a carreira. Muitas mudanças foram principalmente em pedagogia e nas ferramentas de aprendizagem: a mudança de instrução para um currículo de aprendizagem com base em um projeto; a adoção de cursos avançados sobre colocação e estímulos honoríficos para aumentar o rigor acadêmico; a adição de computadores desktops, lousas inteligentes e impressoras em rede para todas as classes; e um sistema de gerenciamento de curso para facilitar o novo meio digital. Coisas boas.

Mas, a melhor parte dessa transformação foi a dramática mudança na cultura escolar. É verdade: Estudantes da nossa escola demonstram a posse de sua comunidade de aprendizado todos os dias. Eu às vezes me belisco para ter certeza de que não estou sonhando. A seguir, algumas estratégias que funcionaram conosco – e que podem funcionar com você.

1- Desafie os estudantes para sonhar

Nossa equipe de liderança de estudantes visitou escolas com programas acadêmicos progressistas e forte cultura escolar – e encontrou-se com os estudantes líderes dessas escolas. Essas trocas foram realmente importantes.

Quando os estudantes estavam processando o que viram e ouviram, eu os provoquei com perguntas no início. Mas logo os estudantes se ligaram, descobrindo que nós estávamos realmente querendo que eles imaginassem as possibilidades!

De volta à escola, os estudantes compilaram uma lista de tudo o que gostaram e uma lista separada do que se aplicaria à sua escola. Neste ponto, eles tinham de decidir o que mais precisavam de sua escola. (Dica: Tome bastante tempo para fazer isso. Isso não é uma atividade de dez minutos para o final do dia!)

Em seguida, os estudantes compartilharam suas ideias com a faculdade, apresentando uma lista de coisas prioritárias a serem mudadas, que poderiam fazer de sua escola o que eles precisavam. Frequentemente revisitamos essa lista – ela serve como um catalizador para o progresso contínuo.

2- Convide os estudantes para falar sobre a nova identidade de sua escola.

O próximo passo foi para os estudantes líderes criarem documentos fundamentais. Nossos estudantes líderes criaram dois: o CHS Tiger Creed (descrevendo em suas próprias palavras no que eles acreditavam como estudantes) e o CHS Tiger Testimony (ilustrando exatamente o que os estudantes podem esperar de si mesmos na escola). Isso tomou o dia todo. (E o fato de que foi um dia inteiro de suas férias de verão fala do quanto eles estavam se comprometendo!)

Eles compartilharam esses princípios com a faculdade e ofereceram insights sobre o modo como a crença e o testemunho podem funcionar com todos os estudantes quando a escola reabrir no outono.

3- Dê boas vindas aos visitantes.

Nos últimos cinco meses, tenho frequentemente rido para mim mesma ao ver nossos estudantes receber visitantes em sua escola. Você pensaria que eles estariam mostrando um novo carro esportivo – você não pode deixar de ver o orgulho em suas vozes.

Quem visita? Líderes da comunidade, líderes de negócios, professores ativos e aposentados, estudantes, administradores de outras escolas, administradores de distritos, membros  de bancas escolares, pais, membros de clubes de apoio e escolas provedoras. Você teve a ideia. Os estudantes só precisaram de uma audiência.

Para ajudar, criei “notas de visita” para nossos guias praticarem. Eles melhoraram as notas e gostam de treinar novos recrutas para liderar as visitas. Minha parte é infinitesimal. Sou, basicamente, uma coordenadora logística – eles fazem o resto.

Os estudantes se beneficiam com esse tipo de programa: Os guias de visita têm oportunidades autênticas de lapidar suas habilidades de comunicação e o estudante comum descobre que a escola é merecedora de admiração. (Um bônus: Receber visitantes é um grande ponto de honra para sua escola!)

4- Errem por excesso de informação

Manter os estudantes informados é um dos modos mais importantes de manter o clima positivo. Use a tecnologia (Twitter, Facebook, a página da escola na Web, et) para informar os estudantes  sobre as coisas acadêmicas, notícias sobre atletismo, eventos próximos e outros anúncios importantes para a escola. Nós constantemente lembramos aos nossos estudantes para se manterem informados via Moodle (nosso sistema de gerenciamento de curso), e os professores gastam regularmente poucos minutos durante as aulas para rever as informações escolares. É desafiador ter certeza de que estudantes estejam cientes do que acontece – mas é uma parte crítica para ajudá-los a se sentir conectados.

5- Peça retorno – e, então, inclua os estudantes na realização

Gostamos de avaliar nossos estudantes. Perguntamos sobre as iniciativas da escola, atividades extracurriculares, culturais e mais. Você pode mostrar aos estudantes que os está ouvindo ao usar os resultados para fazer as mudanças e melhorias. Peça aos estudantes para ajudar na feitura das mudanças que eles pediram – em muitos casos, eles podem ajudar a iniciar novos programas e atividades.

6- Envolva os estudantes no processo de contratação

Faça os estudantes participarem do painel de entrevistas de contratação de novos funcionários. Empregar alguém é um dos aspectos mais importantes de uma escola, então, dar aos estudantes a oportunidade de participar do processo assinala algo significativo. Depois do treinamento deles nas leis básicas que governam o processo de entrevista, permita que os estudantes façam perguntas e propiciem opinião aos administradores. Estudantes têm ideias muito interessantes e podem trazer novas perspectivas no processo de contratação.

7- Inicie um programa de assessoria por pares

Um programa de assessoramento é outro do tipo ganha-ganha. Meus colegas e eu estamos atualmente trabalhando em uma iniciativa para utilizar uma soma enorme de conhecimento e experiência: nossos estudantes veteranos.

Muitos veteranos já fizeram exames vestibulares, se inscreveram em faculdades e já escolheram um campo de interesse e de estudos, já solicitaram ajuda financeira e bolsas de estudos, e já visitaram vários campi. Mesmo em escolas pequenas, será difícil para um conselheiro escolar (mais de um, se você tiver sorte) ter uma conversa do tipo um a um com os estudantes sobre todos esses tópicos, além das outras obrigações. Então, por que não encorajar os veteranos a dividir suas experiências com os não graduados antes de sua formatura? Estou empolgada para desenvolver um curso para os programas Student College e Career Library Assistant que iniciaremos no outono.

Na Childersburg High School, nossos estudantes não estão estudando liderança. Eles estão praticando a liderança por meio da criação da escola que eles querem e que precisam. Temos muito mais a fazer para nos tornarmos a escola que nossos estudantes imaginaram na última primavera. Mas eu sei que estamos no caminho certo. Conforme você e seus colegas trabalhem para criar a escola o mais eficaz possível, não se esqueça de dividir com seus melhores aliados que você tem: seus estudantes.

domingo, 6 de janeiro de 2013

256- Sobre o TDAH adulto – Faça este autoteste.


 
Habitualmente desorganizado? Sempre atrasado? Tem dificuldade para cuidar do dinheiro e dos relacionamentos? Faça este teste e aprenda mais sobre seus sintomas de TDAH.

Para aprender mais sobre o TDAH do adulto e seus sintomas, marque cada uma das afirmações que se aplicam a você...

1- Tenho dificuldade para me organizar.

2- Quando recebo uma tarefa, geralmente procrastino em vez de fazê-la em seguida.

3- Trabalho em um monte de projetos mas não completo a maior parte deles.

4- Tenho a tendência de tomar decisões e de agir impulsivamente – como gastar dinheiro, me envolver sexualmente com alguém, mergulhar em novas atividades e mudar de planos.

5- Fico entediado facilmente.

6- Não importa quanto eu faça ou quanto me aplique, parece que nunca atinjo minhas metas.

7- Geralmente fico distraído quando as pessoas estão falando; simplesmente desligo ou devaneio.

8- Me envolvo tanto com algumas coisas que faço que dificilmente paro para um descanso ou para fazer outra coisa.

9- Tenho a tendência de exagerar em coisas mesmo que elas não sejam boas para mim – como comprar compulsivamente, beber muito, trabalhar demais e comer exageradamente.

10- Facilmente fico frustrado e me torno impaciente quando as coisas estão indo muito devagar.

11- Minha autoestima não é tão grande como a das pessoas que conheço.

12- Preciso de muito estímulo de coisas como filmes de ação e vídeo games, novas compras, estar entre amigos animados, dirigir rápido ou me envolver com esportes extremos.

13- Digo ou faço coisas sem pensar e algumas vezes isso me causa problemas.

14- Prefiro fazer as coisas do meu jeito a seguir as regras e os procedimentos dos outros.

15- Geralmente me descubro brincando com o lápis, balançando minha perna ou fazendo alguma coisa para dissipar a energia nervosa.

16- Posso me sentir repentinamente deprimido quando fico longe das pessoas, projetos ou coisas com as quais gosto de me envolver.

17- Me vejo diferente de como os outros me veem e, quando alguém fica bravo comigo por ter feito algo que os magoou, fico muito surpreso.

18- Embora eu me preocupe muito sobre coisas perigosas que dificilmente me acontecerão, tenho a tendência de ser descuidado e propenso a acidentes.

19- Embora tenha muitos medos, as pessoas me descrevem como uma pessoa que assume riscos.

20- Cometo um monte de erros por descuido.

21- Tenho parentes de sangue que sofrem de TDAH, depressão, transtorno bipolar ou de abuso de substância.

Se você concordou com 15 destas afirmações, é provável que você tenha o transtorno de déficit de atenção (TDAH ou TDA). Entretanto, você ainda pode ter o TDAH mesmo que tenha respondido sim a menos do que 15 destas afirmações. Este teste informal é destinado somente a servir como um guia.

Adultos que achem que tenham o TDAH devem consultar um médico especializado no assunto. Há tratamentos que podem ajudar a reduzir substancialmente esses sintomas.

ADDitude

sábado, 5 de janeiro de 2013

255- A Guerra do açúcar – Usando a dieta para tratar os sintomas de TDAH nas crianças.


 

Pode ser que você venha a ter a seguinte conversa com o médico do seu filho com TDAH- provavelmente até antes das festas de fim de ano...

“Toda vez que o João come muito coisas açucaradas, seus sintomas de TDAH pioram, e ele se torna irritado e hiperativo. Odeio essa estação porque João a torna dias infelizes para todos”.

Seu médico se ajeita na cadeira de couro dele e diz: “O que o seu filho come não tem nada a ver com seu comportamento! Não há nenhuma pesquisa que apoie esta ideia.”.

Pense de novo. Enquanto alguns estudos não tenham encontrado nenhuma correlação entre açúcar e aumento da hiperatividade em crianças com TDAH, outros estudos sobre nutrição sugerem que algumas crianças com TDAH são “ligadas” pelas quantidades elevadas de comida doce.

Um estudo conduzido pela Universidade do Sul da Califórnia concluiu que quanto mais açúcar as crianças hiperativas consumiam, mais destrutivas e inquietas elas se tornavam. Um estudo da Universidade de Yale indicou que dietas com alto conteúdo de açúcar podem aumentar a desatenção em algumas crianças com TDAH.

Então, onde isso o deixa, no meio de bolos de aniversário, extravagâncias dos feriados e sorvetes no verão? Não entre em pânico. A primeira coisa a fazer é determinar se o açúcar afeta o seu filho do jeito que afetou as crianças naqueles estudos. Comece por remover todo o açúcar que puder da dieta dele por dez dias – uma tarefa difícil, mas factível.

No décimo primeiro dia, faça um teste de açúcar com ele, misturando uma colher de sopa de açúcar em um copo de suco de fruta puro. Isso faz ele dar um salto em sua hiperatividade? Ele fica com menor capacidade de prestar atenção? Se a resposta for sim, você já tem a sua resposta.

Feriados saudáveis

Estabeleça um bom exemplo no dia das bruxas, dando chicletes sem açúcar – ou coisas não comestíveis, como lápis de cor, medalhas ou moedas. Se o açúcar for indispensável, então procure pastilhas de hortelã adoçadas com sorbitol.

Controlar os doces que seu filho come ou traz para casa evita a mentira e as discussões. Você pode fazer um acordo antes, sobre quantos doces ele pode consumir a cada dia. Ou você pode comprar o doce do seu filho, para que ele possa comprar outra coisa que ele realmente deseja.

Substitua por castanhas, um prato de vegetais ou de frutas coloridas, os chocolates cobertos com cereja ou os biscoitos adocicados servidos nessas festas.

Em vez de biscoitos açucarados, tente alguns produtos comercializados que são de baixo conteúdo de açúcar e livres de corantes.

Sirva sucos gelados, feitos com suco de pura fruta, em copos de festas. Evite as bebidas artificiais que são ricas em açúcar. Quando servir sucos, acompanhe-os com sanduíches feitos de carne ou frango em pão integral. A proteína da carne e as fibras do grão integral ajudam a manter estáveis os níveis de açúcar sanguíneos.

Parece que dá muito trabalho, e dá. Mas se o seu filho ficar menos hiperativo e menos desatento, todos se beneficiarão!

ADDitude

254- Dicas dos Leitores de ADDitude – Mantendo as decisões de começo de ano (para quem tem TDAH)


Dicas dos Leitores de ADDitude – Mantendo as decisões de começo de ano (para quem tem TDAH)

Visualize o sucesso

Lembretes visuais são muito úteis. Pendure quadros do que sejam suas metas, ou assine um contrato consigo mesmo. Lisa Wermetz -Murrieta, California.

Invista em si mesmo

Eu escolho somente metas nas quais tenha investido muito. Se a resolução não é tão importante para ser cuidada todos os dias, ela não faz parte da lista. Pamela Bryson – Houston, Texas.

Programa para o sucesso

Eu esqueço coisas que não ponho no meu PDA, que está sincronizado com o calendário do meu computador. Para me ajudar a manter minhas resoluções, eu as ponho na minha agenda de coisas a fazer ou em minha lista, junto com um lembrete que aparece na tela do meu computador. Gina Padgett – Cookeville, Tennessee.

Faça um plano

Escolha  uma resolução específica, escreva um plano para realizá-la, e tente por uma semana. Se o plano não funcionar, revise-o. Melody Lowman – San Francisco, California.

Começe em setembro

Para mim, o ano novo se inicia em setembro, quando começam as aulas. Cada membro da família faz seu próprio esquema detalhado para se manter na linha pelo resto do ano. Um leitor de ADDitude, por e-mail.

Não faça resoluções de ano novo.

Primeiro de janeiro é o pior dia para começar algo novo; traz grandes expectativas. Qualquer outro dia do ano é melhor para mudanças. Julie Madison – Germantown, Tennessee.

Vá aos poucos.

Em vez de uma meta anual, eu somente me obrigo a me lembrar de fazer tudo, um dia de cada vez. Pensar em longo prazo é muito difícil. Anita Berenyi – Doylestown, Ohio.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

253- Algumas Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH - (ABDA)


Algumas Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH:
Atenção, memória sustentada:
Algumas técnicas para melhorar a atenção e memória sustentadas

1 – Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas.
2 – Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão... Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.
3 – NÃO criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado.
4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um.
4 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada.
5 – Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a escola.
6 – Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor para que os elementos distratores do ambiente não prejudiquem a atenção sustentada.
7 – Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades.
8 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo.
9 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova.

Tempo e processamento das informações

1 – Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa. Clique aqui para ver um exemplo.
2 – Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno.
3 – Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e motivação.
4 – Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno.
5 – Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira.
6 – Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever.
7 – Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo.

Organização e técnicas de estudo

1 – Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas, calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequado para a sua organização.
2 – Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes.
3 – Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática – vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e memorização dos materiais.
4 – Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual perda do material.
5 – Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às questões relacionadas à escola.
6 – Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo.
7 – Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas.

Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas

1 – Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, notícias de jornal, trechos de livro, etc.
2 – Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender.
3 – Usar organizador gráfico (clique aqui para ver) para ajudar no planejamento, organização e compreensão da leitura ou escrita.

Inibição e autocontrole

1 – Buscar sempre ter uma postura pró-ativa. Antecipar as possíveis dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula.
2 – Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do término da mesma.
3 – Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria superação.
4 – Permitir que o aluno se levante em alguns momentos, previamente combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material, etc., ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas.

Escrito por  ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) Qui, 20 de Dezembro de 2012 16:18

sábado, 29 de dezembro de 2012

252- “Ele não admite que tenha TDAH”


 
Meu marido não quer procurar aconselhamento ou tomar remédios para seu déficit de atenção, mesmo tendo dois de nossos filhos diagnosticados com o transtorno. Seus esquecimentos, sua procrastinação e a incapacidade de cumprir as promessas para nossas crianças irritam a todos nós. Socorro! – Por Melissa Orlov.

Muitos adultos que vivem com TDAH não diagnosticado não entendem o impacto que seus sintomas causam em quem está à sua volta. O melhor jeito de lidar com isso é iniciar uma campanha gentil e paciente, mas firme, para ajudá-lo a entender como suas ações – ou falta de ação, em alguns casos – afetam você e sua família. É importante que você aborde o assunto de um jeito sem críticas e sem julgamentos. Se não for assim, você o tornará defensivo e não disposto a levar a sério sua preocupação.
Fale cuidadosamente com seu marido. Aborde o assunto dizendo: “Fiquei triste por nos atrasarmos para a festa de aniversário da minha irmã”, em vez de “Fiquei com raiva porque você nos fez chegar atrasados na festa de aniversário da minha irmã”. Diga, “Eu te amo, mas sinto que não estou tendo a atenção que preciso de você para me sentir feliz”, em vez de “Você nunca presta atenção em mim!”.

Como seus filhos foram diagnosticados com TDAH, pode ser mais fácil o seu marido pensar no assunto, já que isso está ligado a ele. Muitos adultos, depois de ler livros para aprender como ajudar seus filhos, veem seus sintomas com mais clareza e pensam a respeito dos seus problemas com uma nova perspectiva. Não cometa o erro de assumir sozinha a responsabilidade de cuidar dos desafios do TDAH dos seus filhos. Você perderá uma oportunidade de discutir as coisas com ele.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

251- Como é ter TDAH?



Uma conversa honesta dos leitores de ADDitude sobre o lado ruim de ter déficit de atenção. Pelos editores de ADDitude.

Perguntamos aos nossos leitores, “Ter TDAH se parece com o que?”

É como se eu precisasse de um botão de desligar no meu cérebro. Quando tento explicar para os outros que alguns dos meus comportamentos são por causa do TDAH, eles dizem que estou inventando uma desculpa. – Bee, Flórida.

Todo mundo pensa que faço besteiras de propósito. Meus amigos me dizem que todo mundo tem déficit de atenção. Às vezes me sinto burra. – Angie, México.

Imagine que você rasteje de joelhos a vida toda, mas todos ao seu redor andam com as duas pernas. Você percebe que você é diferente, e sabe que deveria caminhar como todos os outros, mas simplesmente não consegue se equilibrar nas duas pernas do jeito que consegue quando rasteja. – Ashley, Ohio.

Loucura, frustração e algumas vezes a coisa mais engraçada – depois que você aprende a rir de si mesmo. E todos precisamos disso. – Amy, Ohio.

É como assistir a uma apresentação de Power Point que nunca acaba. Digo algo a alguém e, no meio da frase, dá um branco. É embaraçoso ter de perguntar para a outra pessoa o que você estava falando mesmo. As pessoas me olham e geralmente pensam, “As luzes estão acesas, mas não tem ninguém em casa”. – Angela, Indiana.

Ter TDAH não se parece com nada. Diferente de um problema físico, um osso quebrado, por exemplo, o TDAH é invisível. As pessoas são simpáticas quando você está sofrendo dores. Tentar explicar o TDAH sem parecer estar inventando desculpas é difícil. Talvez se alguém criasse uma tipoia ou tala para o TDAH, as pessoas poderiam ser mais amigáveis com quem tem o transtorno. – Ann, Tennessee.

Todo dia é uma luta, mas você faz o melhor dele. Medicamentos ajudam, mas não são uma cura milagrosa. Você entende literalmente o que os outros dizem. – Argélia, Geórgia.

É como se você estivesse dirigindo em meio a um intenso nevoeiro, em uma estrada escura, tentando chegar aonde você sabe que deveria estar. O problema é que você perde a localização e não tem nenhum GPS para orientá-lo, e, no fundo, o rádio está tocando alto músicas que ficam mudando. – April, Texas.

Parece que tem sempre um barulho na minha cabeça – um zumbido constante que eu não sei o que é. Também é paralisante e frustrante. - Um leitor de ADDitude.

É como estar se afogando num redemoinho de coisas que precisam ser feitas, mas que nunca terminam. É um sentimento sem-fim de futilidade. – Linda, Flórida.

Ter TDAH é como ter uma conversa sem-fim com você mesmo. Christina, Texas.

É como estar fora do equilíbrio, fora do prumo, semelhante ao que acontece quando o computador faz o “buffer” de um vídeo, e demora uma eternidade para terminar e começar a exibir sem todos aqueles “começa” e “para”. – Debbie, Arizona.

Não é fácil ter um cérebro de 18 anos e um corpo de 61 anos! – Diane, Flórida.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

250- Conforto Pessoal: Como os animais de estimação podem ajudá-lo a se sentir melhor. TDAH - ADHD


 
O amor incondicionado de um amiguinho peludo pode fazer maravilhas para a autoestima e a paz de espírito de um portador de TDAH. Pelos Editores de ADDitude.

Minha filha recebe tanto de nossos bichos de estimação. Ela lhes dá amor e eles o retornam, sem julgamentos! Nossos bichinhos sempre estão a favor dela, o que não é o caso com irmãos e amigos. Sheilah Washington.
A gata da minha filha é a sua melhor amiga e confidente. A gata a escuta sobre os maus dias, o bullying e as coisas más que outras crianças dizem a ela. A gata escuta calmamente. Ela dá apoio caloroso e indistinto, com amor incondicional – Uma leitora de ADDitude.

Nossa família apoia nosso filho, mas nem sempre respondemos perfeitamente aos seus comportamentos. A coisa boa sobre cães é que eles o amam, não importa o que! - Um leitor de ADDitude.

Houve momentos em que meu filho se sentia tão abatido por ser um excluído na escola, que ter nossa cachorra Rosie esperando por ele quando chegava em casa era a hora feliz do seu dia. - Shari, Louisiana.
Meus meninos amam nosso cão, e eles sabem que toda a nossa família precisa cuidar dele. Nosso cão tem ensinado meus meninos sobre o amor incondicional. – Shae, California

Ter um animal de estimação faz com que meu filho se sinta bem, mas fazer com que ele assuma a responsabilidade pelo animal ainda não deu certo. Paciência! Estamos trabalhando isso. – Polly, Virginia.
Meus bichinhos me mostraram que eu posso ser uma pessoa amável e responsável. – Michelle, Washington, D.C.

Oh, sim! Temos um cão e dois gatos, e minha filha adora o dia de alimentá-los. Ela também gosta de sair com eles para caminhar. – Eugena, Oklahoma.
Temos cavalos, cães e gatos, e cães adotados. Meu filho os leva para a escola de cães, lê para o seu gato, e fala para todos aos animais como se sente feliz de estar com eles. Os animais não o julgam, são muito tolerantes e lhe dão montes de beijos. – Melissa, New York.

Nossa pastora alemã ajuda nosso filho por aceitá-lo e amá-lo incondicionalmente. De fato, ela parece amá-lo mais ainda por causa de sua hiperatividade! Ele sempre tem um amigo para fazer um mau dia virar um dia feliz. Como ele às vezes tem dificuldades sociais, é importante que tenha um amigo que esteja sempre ao seu lado, não importa o que aconteça. – Annie, Illinois.
Temos duas tartarugas, e a primeira coisa que meu filho me fala pela manhã é “Tenho de dar comida para minhas tartarugas”. – Jessica, California.

Há uma ligação muito especial entre nossa fábrica de chocolate e nosso filho. Nosso cão dá ao meu filho um senso de responsabilidade e também amor incondicional. – Caren, Maryland.
A melhor maneiro de fazer os meninos se levantarem de manhã sem atitudes inconvenientes é deixar que os cães os acordem. Os beijos dos cães os fazem sorrir. – Cristy, Kansas.

Nosso cão foi de uma importância enorme para ajudar nosso filho a se acalmar à noite. O cachorro dormiu em sua cama por vários anos. – Helene, California.
Meu cão é como um cão de terapia. Ele sabe quando evitar minha filha e quando se aproximar dela para acalmá-la. – Danielle, California.

Animais de estimação são ótimos para crianças com TDAH. Cuidar deles é uma atividade estruturada de cada dia, e as recompensas e a afeição que as crianças recebem são de valor incalculável. – Heidi, Minnesota.
Nosso filho usa remédios para ajudá-lo na escola, mas nosso cão faz a maior ajuda, por ficar na cama com ele! – Kathy, Minnesota.

Sempre vivi rodeada de animais em toda minha vida. Eles me suportam, não me criticam, só me amam. – Kathy, Minnesota.
Nosso cão sido uma grande ajuda e agrada a qualquer pessoa. Tocar nele e brincar com ele é um alívio tátil. Quando meu filho tinha dificuldade de aprender a ler, ele lia para o cão, que nunca o interrompeu para corrigi-lo. – Lisa, New York.

Nossa filha de dez anos nos contou que nossos animais de estimação a ajudam a se sentir amada e protegida. Ela pode falar com eles e fazer coisas fora de casa com os cães. Ela é responsável por sua lagartixa, Azure, que comprou depois de fazer economia durante meses. Fiquei impressionada com as habilidades que ela desenvolveu depois de adotar sua lagartixa. - Marian, Utah.
Como um admirador de cães, digo: certamente. Quando sentia que ninguém me entendia ou cuidava de mim quando era criança, sabia que minha cachorra o fazia. Ela me ouvia resmungar por horas e me amava mais que a própria vida. Todos nós precisamos focalizar em outro que não nós mesmos. Isso afasta nossa mente do nosso TDAH. – Jonathon, Ohio.

Meu filho tem vários peixinhos, e ele pula da cama toda manhã para dar comida para eles. Eles são uma grande motivação para meu filho ser responsável e amoroso. – Mindy, Iowa.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

249- TDAH - O Cavalo Que Lê Minha Mente


 
A terapia equino-assistida para o TDAH forçou-me a alinhar minhas ações com minhas intenções e a demonstrar a calma confiança que eu pedia em retorno. Os cavalos, como aprendi, refletem o que veem em nossos corações e penetram em nossas mentes. Por Zoë Kessler

“Queria que você pudesse se ouvir”. Quando criança, eu escutava isso frequentemente da minha mãe não-TDAH. Eu achava que ela era maluca; minha audição era perfeita.
Depois do diagnóstico do meu TDAH, aos 47 anos de idade, descobri que as pessoas com o transtorno de déficit de atenção são observadores fracos. Demorou 40 anos, mas, finalmente, fiquei sabendo o que minha mãe queria dizer com aquilo.

Minhas palavras e ações estavam contra minhas intenções. Até o meu tratamento, essa confusão estragava meus relacionamentos, deixando-me perplexa e ferida. Desde então, descobri a Psicoterapia com Assistência Equina – que usa a estranha habilidade dos cavalos para espelhar as emoções e atitudes dos seus condutores. Conforme você interage com um cavalo, você aprende a observar e a responder aos comportamentos dele, em vez de ficar amarrado aos seus padrões de comportamento. Depois de uma sessão, conselheiros falam com seus clientes sobre o que aprenderam. Essa terapia tem me ajudado a me tornar atenta ao modo como os outros me veem e a ter certeza de que minhas palavras e ações refletem minhas intenções.
Muitas crianças e adultos com TDAH se apaixonam pela terapia equino-assistida porque ela é estimulante e divertida. Embora as crianças e os adultos amem trabalhar com cavalos, o foco da terapia equino-assistida não está em cavalgar ou tornar-se um cavaleiro - os participantes permanecem no chão - mas em seguir as instruções da equipe de terapia: um especialista com certificado em terapia equino-assistida, um profissional de saúde mental e um cavalo.

Sue Bass, especialista em terapia equino-assistida no Hope Ranch, em Rochester, Minnesota, e sua equipe, atendem três jovens irmãs de uma família mista. As duas mais velhas ficavam frustradas pela irmã mais nova que, segundo Bass, “não tinha nenhum limite, invadia o quarto delas e geralmente as provocava”. Bass notou que quando a irmã mais nova entrou na arena, um cavalinho começou a perturbar os cavalos grandes. “Ele ia para cima deles e mordia”, diz Bass. “Então ele começou a mordiscar os sapatos da menina. Ele não a machucou; mas foi uma peste total”. Isso incomodou a menina, que tentou fugir dele.
“As irmãs mais velhas olharam uma para a outra e perguntaram para a menor quem o cavalo lhe lembrava”. “O foco da sessão mudou, num relâmpago, para o comportamento da irmã mais nova”. A irmã mais nova teve uma imediata noção do que suas irmãs tinham de aturar o dia todo. “Não poderíamos ter planejado algo melhor!” acrescenta Bass.
Como Funciona a Terapia Equino-Assistida
Cavalos são grandes, poderosos e, às vezes, amedrontadores. Eles chamam a nossa atenção, mas não nos julgam quando refletem nosso comportamento. Isso permite que os clientes aprendam sobre seus comportamentos sem se tornarem defensivos. Por meio de questões dirigidas, o terapeuta ajuda os participantes a analisar suas interações com o cavalo e com os outros participantes.
Com base nas necessidades do cliente, a equipe terapêutica dá ao cliente um conjunto de instruções, tais como: “Observe os cavalos para ver qual seja adequado para você” ou “Construa um caminho de obstáculos escolhendo itens que representem coisa que o distraiam no decorrer do dia; então, puxe o cavalo pelas rédeas e o leve através do caminho de obstáculos”. Não são dadas outras instruções, e o cliente completa o processo (ou não) como achar apropriado. “Não é a tarefa que é importante”, diz Bass, “mas o que o cliente descobre sobre seus pensamentos e emoções, conforme lide com o cavalo”. Não há muita pesquisa que confirme a eficácia desse tipo de equoterapia. Um estudo, conduzido pela pesquisadora Kay Trotter, mostrou que a terapia com o cavalo melhorou a hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes com o problema.

Conselheiro com certificado nacional, Trotter seguiu dois grupos. Um grupo participou do tratamento de aconselhamento em grupo com terapia equino-assistida, enquanto o outro grupo recebeu uma intervenção “prêmio ao vencedor” de aconselhamento baseado no currículo escolar.
Os resultados do estudo de Trotter sugerem que o tratamento equino-assistido foi estatisticamente mais eficaz na melhora da habilidade das crianças em focalizar e de permanecer na tarefa. A terapia também melhorou significativamente os sintomas de agressão, depressão e ansiedade do grupo. Os participantes do tratamento equino-assistido se ajustaram melhor às novas rotinas e professores, e facilmente mudaram de uma tarefa para outra. A autoestima e o autorrespeito aumentaram, e as amizades foram menos estressantes.

Feedback instantâneo é parte do porque essa terapia com “seres poderosos e interessantes” é tão eficaz, diz Kit Muellner, fundadora do Hope Ranch e trabalhadora clínica e social independente, licenciada. “Além de tudo, os clientes sentem que alcançaram algo por sua própria conta, em vez de fazer alguma coisa ordenada pelos pais ou por um professor. Um animal de mais de 500 quilos responde do modo que você quer que ele faça porque você foi capaz de prestar atenção. Então, você conquistou algo que queria fazer, contra o fazer algo que alguém queria que você fizesse”.
Como a terapia equino-assistida me ajudou
Tive uma lição num workshop de terapia equino-assistida para mulheres. Fomos reunidas aos pares para segurar um cavalo e leva-lo a certa área. Sem problemas, eu pensei, já tendo lidado com cavalos anteriormente. Então, o conselheiro disse, “Não é permitido falar”. Entrei em pânico.
Primeiro, estava em um lugar estranho. Segundo, estava trabalhando com alguém que não conhecia. Terceiro, não podia falar. De repente, descobri o quanto dependo das palavras, e como estava perdida sem minha voz. Por outro lado, desde a infância, minhas palavras me colocam em situações complicadas porque eu as digo sem pensar.
Para realizar essa tarefa, tive de usar a comunicação não verbal. Tive de acreditar em alguém que assumiu o papel de líder. Meu estômago retorceu, e comecei a suar. Nunca me esqueci daquela lição, e a visão que ela me deu de minha vida com TDAH. Suzi Landolphi, terapeuta com certificado, em Big Heart Ranch, em Malibu, California, mestre em psicologia, diz que, para trabalhar eficazmente com cavalos, “seu pensamento, emoções e a linguagem corporal têm de concordar. E não é justamente isso que o TDA impede que aconteça?”
Muellner me contou como a terapia equino-assistida ajudou um adulto jovem com grave TDAH. No Hope Ranch, os cavalos eram livres para ir e vir. Enquanto trabalhava um-a-um com um cliente, Muellner notou que “em alguns dias entrávamos no celeiro e os cavalos estavam por lá. Em outros dias, eles tinham saído”. Muellner diz que os cavalos ficavam no celeiro porque se sentiam ansiosos ao lado do seu tenso cliente, e que ele aprendeu a acalmar sua mente antes de entrar no celeiro.
Katherine, cuja filha Sarah foi diagnosticada com TDAH na idade de 12 anos, descobriu que a terapia equino-assistida ajudou a trazer muitas mudanças positivas para sua filha. Sarah estava no segundo grau quando foi encaminhada para a terapia. “Sarah teve um monte de mudanças”, diz Katherine. “Ela era rebelde, suas notas estavam caindo e tinha problemas sociais”.
Sarah foi encaminhada para um grupo de sete meninas que tinham sessões o dia todo por toda uma semana. Cada menina tinha um cavalo e um conselheiro. Como muitos participantes, Sarah nunca tinha ficado perto de um cavalo. Antes da terapia, diz Katherine, “A timidez de Sarah e seu comportamento reservado afastaram as outras meninas, e ela não conseguia fazer amigas”. Katherine observou sua filha durante uma sessão, e ficou impressionada com a bondade e compaixão de Sarah para outra menina que estava tendo muita dificuldade com o grupo.
“Ela também mostrava respeito em relação aos terapeutas e aos outros conselheiros em épocas em que não respeitava muito os adultos”, diz Katherine. “Eu vi uma criança diferente, assim como os professores de Sarah”. O melhor de tudo, é que muitas dessas mudanças permaneceram com ela muito depois de ter parado de fazer a terapia equino-assistida.
Nota do tradutor: Isso não é “Legal”? “Bacana”? “Massa”? “Jóia”?
E no Brasil? Qual é a experiência dos que lidam com equoterapia? Aguardo respostas. Dr Menegucci.

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