sexta-feira, 12 de junho de 2015

Noventa e cinco por cento da população mundial têm problemas de saúde (404)

Não ter problemas de saúde aparentemente é uma ocorrência rara. De acordo com um estudo internacional, 95 por cento da população mundial têm pelo menos um problema de saúde; uma em cada três pessoas até mesmo apresenta mais de cinco doenças. Os dados foram publicados na revista “The Lancet”.
Para o estudo da carga global de doença (Global Burden of Disease Study), a equipe liderada por Theo Vos da Universidade de Washington (Seattle) analisou fontes de informação sobre problemas de saúde dos últimos 23 anos (1990 a 2013). As estatísticas variaram de doenças sérias a quadros clínicos mais brandos. Conforme o esperado, problemas de saúde em países industrializados foram diferentes daqueles dos países em desenvolvimento.
Em 2013, distúrbios musculoesqueléticos (dor nas costas, dor no pescoço, artrite) estavam entre as dores mais comuns e eram responsáveis por quase metade da sobrecarga da saúde em todo o mundo. Durante o período do estudo, o número de anos vividos com deficiência aumentou de 530 para 760 milhões de anos. A proporção de pessoas com problemas de saúde aumentou de um quinto para um terço da população mundial.
Nos países mais industrializados, os quadros clínicos mais comuns foram dor lombar, seguido de lesões devido a quedas, dor no pescoço, bronquite crônica e depressão. A esses quadros se seguiram distúrbios como perda de audição, enxaqueca, distúrbios de ansiedade, diabetes e Mal de Alzheimer. Na Europa Central, as quedas contribuíram com uma quantidade desproporcional para a sobrecarga da doença. Em onze de treze países, foram a segunda principal causa de deficiência.
Em países de baixa renda, outros problemas foram predominantes. Deficiência devido a guerras é o principal fator de contribuição à pouca saúde no Camboja, Nicarágua e Ruanda, distúrbios de ansiedade são comuns nas nações caribenhas, e o diabetes é o terceiro maior fator de deficiência no México, Nicarágua, Panamá e Venezuela. Na África Subsaariana, HIV/AIDS é o principal acionador do aumento da sobrecarga na saúde.
Um décimo da população mundial é afetada por oito causas de distúrbios crônicos: cáries (2,4 bilhões de pessoas), dor de cabeça por tensão (1,6 bilhão) e anemia por deficiência de ferro (1,2 bilhão). Estes são seguidos por doenças hereditárias: favismo (deficiência de G6PD) com 1,18 bilhão de casos, perda de audição devido à idade (1,23 bilhão), herpes genital (1,12 bilhão), enxaqueca (850 milhões) e ascaríase (800 milhões)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dezessete regras para controlar as emoções no TDAH (403)


Emoções poderosas podem tirar o controle dos portadores de TDAH. Para manter seus sentimentos sob controle, siga essas 17 dicas de Ned Hallowell. Por Edward Hallowell, M.D.

Os que têm TDAH sofrem para controlar suas emoções e seu humor. Se não entendemos como nossas emoções afetam nossas vidas, e não temos meios para dominá-las, nossos dias podem se transformar em uma montanha russa. Todos nós precisamos saber quais são os nossos gatilhos emocionais - e desenvolver estratégias para evitar que eles sejam acionados - de modo que possamos permanecer equilibrados.

1. Tenha um tempo de desabafo. Arrume um horário semanal para relaxar. Faça o que gosta de fazer - escutar música em volume alto, ir ao campo de futebol, ir a uma festa - para se livrar do estresse de um modo seguro.

2. Recarregue suas baterias. Muitos adultos com TDAH precisam gastar algum tempo, todos os dias, sem o sentimento de culpa. Chame esse tempo de "tempo de recarga de minhas baterias". Tire uma soneca, veja TV, ou medite.

3. Escolha algum bom "vício", tal como exercícios. Muitos adultos com TDAH têm uma personalidade compulsiva ou tendente ao vício. Tente fazer disso algo positivo.

4. Compreenda suas mudanças de humor. Saiba que seu humor vai mudar, não importa o que esteja acontecendo à sua volta. Não perca tempo procurando a causa ou alguém para culpar. Foque no aprendizado da tolerância de um mau humor, sabendo que ele também vai passar - e encontre maneiras para fazer com que ele passe logo. Envolva-se em alguma atividade nova, de preferência uma que inclua pessoas - tomar café com um amigo, jogar tênis, juntar-se a um grupo de leitura - ajudará.

5. Reconheça o seguinte ciclo, que é comum entre os adultos com TDAH. Alguma coisa "desperta" seu sistema psicológico - uma mudança ou transição, um desapontamento ou um sucesso. A causa do "despertar" pode ser trivial, mas é seguida de um mini-pânico, com uma repentina perda de perspectiva. O mundo se torna às avessas. Você tenta lidar com o pânico ficando obsessivo ou ruminando sobre um ou outro aspecto da situação. Isso pode durar horas, dias, até mesmo meses.

6. Imagine cenários para lidar com os inevitáveis tédios. Tenha uma lista de amigos para conversar. Selecione alguns vídeos que sempre lhe dão prazer e que o distraiam. Tenha um saco de pancadas ou um travesseiro pronto para quando tiver uma energia raivosa. Ensaie uma conversa interior, tal como "Você já esteve assim antes. Isso é a melancolia do TDAH. Logo passará. Você está OK."

7. Espere a depressão depois do sucesso. Pessoas com TDAH se queixam de sentimentos de depressão depois de um grande sucesso. Isso é por que o estímulo da caça, do desafio ou da preparação se esgotou. A proeza foi realizada. Vença ou perca, o adulto com TDAH sente falta do conflito, do estímulo e se sente deprimido.

8. Desenvolva ditados como atalhos para corrigir falhas, erros ou mudanças de humor. Quando você virar à esquerda em vez de à direita e fizer sua família ter de aguentar 20 minutos de retorno, será melhor dizer "Lá vem meu TDAH de novo", do que ficar brigando por seis horas a respeito do seu desejo inconsciente de sabotar a viagem. Não são desculpas. Você deve ter a responsabilidade pelos seus atos. è bom saber de onde suas ações estão vindo.

9. Use intervalos, com se faz com as crianças. Quando estiver enraivecido ou super-estimulado, deixe o local, vá dar uma volta no quarteirão e se acalme.

10. Aprenda a advogar em causa própria. Adultos com TDAH estão acostumados a serem criticados, então, eles se tornam desnecessariamente defensivos para colocar suas próprias questões adiante. Se você encontra meios de se sustentar, não precisará ser tão defensivo quando alguém tiver algum desentendimento com você.

11. Evite terminar um projeto prematuramente, assim como um conflito, um negócio ou uma conversa. Não abandone a luta tão cedo, mesmo que você queira.

12. Saboreie seus momentos de sucesso. Você terá que se treinar a si mesmo para fazer isso, porque os TDAHs logo se esquecem de seus sucessos. Lembre-se de que o TDAH inclui uma tendência para o hiperfoco em algumas ocasiões. o hiperfoco pode ser usado construtivamente ou destrutivamente. Esteja precavido contra sua tendência destrutiva para ficar obsessivo com um problema imaginário.

13. Exercite-se vigorosa e regularmente. O exercício é um dos melhores tratamentos para o TDAH. Ele gasta o excesso de energia e de agressividade, acalma a mente, estimula o sistema hormonal e neuroquímico de um modo terapêutico, e alivia e acalma o corpo. Faça da atividade física algo alegre, de modo que você possa aderir a ela para o resto de sua vida.

14. Aprenda a fazer graça consigo mesmo e com os outros sobre seus vários sintomas, desde o esquecimento e o ficar perdido todo o tempo até o ser impulsivo e sem tato. Se você lida com os erros com senso de humor, os outros o perdoarão mais rapidamente.

15. Programe atividades com os amigos. Conserve sua aderência a esses programas com toda a fé. Para você, é crucial estar ligado a outras pessoas.

16. Encontre e se junte a grupos nos quais você seja querido, apreciado, compreendido, desfrutado. Por outro lado, não fique muito tempo onde você não é compreendido ou apreciado.


17. Pratique cumprimentos. Tire um tempo para notar as outras pessoas e falar com elas. Obtenha treinamento social se você achar que precisa disso.

ADDitude

terça-feira, 28 de abril de 2015

TDAH do Adulto - Como Terminar o Que Você Começou (402)

Beth Main, "coach" em TDAH, explica por que é tão difícil permanecer na tarefa, e como administrar o tempo com um plano diário que não seja nem assustador nem estressante.

Por que é difícil permanecer na tarefa

Para os adultos com TDAH, manter uma lista mental de afazeres simplesmente não funciona. Ela exige uma parte do cérebro que você poderia estar usando para fazer outras coisas. Você se esquece das coisas e, então, se lembra enquanto está no meio de alguma outra. Você corre para fazê-la e nunca mais volta à coisa inicial. Sua tendência natural para a impulsividade domina tudo, e isso pode ser muito estressante. A resposta é o planejamento detalhado.

1. Nem tente enquanto estiver sob pressão

Geralmente, os adultos com TDAH somente tentam novas estratégias de organização e gerenciamento do tempo quando se sentem sob imensa pressão - no trabalho, em casa, em situações sociais - que os faz sentir a necessidade de mudar alguma coisa, imediatamente. Mas, organizar-se sob pressão é algo que não pode ser feito. Você precisa se desligar de sentimentos tais como "se eu arrumar isso..." e ter algum tempo livre para conseguir o pensamento organizacional.

2. Mantenha uma lista de papel do que fazer

Manter-se na tarefa começa com o conhecimento do que você vai fazer, e então estar consciente de como vai gastar seu tempo. Você não pode fazer escolhas sobre como gastar seu tempo até que saiba com muita certeza o que precisa ser feito. Um bom gerenciamento de tarefas começa com uma lista do que fazer. Escreva absolutamente tudo nela.

3. Mantenha uma lista mestra

Faça uma lista atualizada de tudo o que você vai precisar. Você poderá querer ter uma lista separada para as tarefas de casa e do trabalho. Então, todos os dias você deverá fazer um plano. Pense em sua lista mestra como uma mesa de bufê. Você não vai comer tudo hoje, mas a cada dia você estará enchendo seu prato, fazendo a lista diária do que fazer. Se você tem um filho com TDAH, você poderá encorajar as crianças a seguir uma lista diária de conferência, e por um item na sua própria lista para conferir com eles.

4. Priorize suas tarefas

Escolha as tarefas mais urgentes e mais importantes para o primeiro lugar, então, a segunda mais importante e urgente. Você vai ter de aprender a diferença entre importante e urgente. Importante é algo que o faz ficar mai perto de suas metas de longo prazo. Tarefas urgente são relacionadas ao tempo. Às vezes você precisa escolher projetos que são importantes mas não urgentes, como trabalhar em um novo design de web site, de modo que faça progresso em direção aos seus sonhos.

5. Conheça seus limites

Você não pode fazer tudo, e, definitivamente, não pode fazer tudo em um só dia. Saber quando dizer não, e delegar tarefas para os outros são estratégias importantes de gerenciamento do tempo no TDAH. Algumas coisas nem precisam mesmo ser feitas. Fique em paz com o fato de que você não vai fazê-las, e retire-as de sua lista. Em compensação, pegue uma coisa que você pode realizar sem estresse, como terminar de lavar toda a louça diariamente, e faça isso todos os dias.

6. Previna a procrastinação

A barreira número um para o sucesso no TDAH é a procrastinação. Há duas razões pelas quais você deixa as coisas de lado: desorganização - você não sabe de fato o que precisa fazer - e desinteresse - você não sente prazer em fazer aquilo. Combata as duas razões dividindo as tarefas em partes menores, de modo que você saiba por onde começar, e encontre maneiras de tornar as tarefas interessantes no momento. Lembre a si mesmo por que a tarefa é importante com o uso de recompensas e consequências. Ou alterne "devo fazer" com "quero fazer" em sua lista, para que tenha motivação para enfrentaras tarefas mais trabalhosas.

7. Pratique a atenção

Você tem TDAH, então você vai se distrair. Geralmente, não notamos nem mesmo que o email e o Facebook estão ocupando uma enorme quantidade do nosso tempo e energia. Estar atento é ter consciência do que está fazendo no presente momento  e tentar corrigir se você sair do curso. Anote o tempo que você acha que vai demorar cada tarefa e ajuste um alarme quando começar. Se você não estiver seguindo bem, descubra se uma distração está lhe afastando da meta e corte-a.

8. Pare de abandonar as tarefas

Conte-nos a verdade: Você deixa as tarefas por terminar? Quando você se descobrir fazendo isso, use uma solução do tipo "drag and drop" do Google Calendar, para ajudá-lo a reorganizar suas prioridades e tocar adiante tarefas não terminadas. Assim, estabeleça um limite para o número de tarefas não terminadas que você deixa em aberto. Faça um esforço consciente para começar e terminar as tarefas. Quando tiver muitas, tente trabalhar nelas por ataques de 15 minutos, fazendo um rodízio entre algumas delas, até que alguma esteja terminada.

9. Invista em bom trabalho de preparação

Você pode acelerar as tarefas que parecem não ter fim por meio de um planejamento inicial. Trabalhe em sua organização - tenha as ferramentas e informações de que necessita para começar antes de iniciá-las. Se for fazer compras na quitanda, assegure-se de que tenha as receitas já planejadas e faça uma lista dos ingredientes. Então, estabeleça um tempo para fazer isso e bloqueie as distrações durante esse tempo.

10. Programe-se de trás para frente

Para deixar de estar sempre atrasado, você precisa pensar de trás para frente. Não faça planos com base no horário em que você precisa estar lá; planeje com base no tempo que você vai demorar para sair de casa. Comece com o seu horário de chegada. Então, subtraia o tempo que levará do carro até o local, seu tempo de viagem, e o tempo para pegar o carro com tudo o que precisa. Assegure-se de que tenha reunido todos os itens necessários bem antes, para que não tenha de voltar para pegar coisas. Tenha em mente de que não haverá tempo para buscar mais uma coisinha antes de partir. Essa coisinha vai fazer você chegar atrasado. E acrescente o tempo que você acha que vai perder em cada farol vermelho. Se você sabe que demora para se aprontar para sair, acrescente mais tempo em sua estimativa.

11. Alimente o seu cérebro

Você não consegue fazer as coisas se não puder se concentrar, e você não pode se concentrar se estiver cansado, cm fome ou se ficou parado o dia todo. Para melhorar o gerenciamento do seu TDAH, alimente seu cérebro melhorando o sono, a dieta e os exercícios. Seja vigilante com o seu tempo, evite distrações e cuide-se de si mesmo. Então, você estará no caminho do sucesso no gerenciamento das tarefas.

ADDitude

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hiperatividade ajuda crianças com TDAH a aprender (401)

Hiperatividade ajuda crianças com TDAH a aprender

Quando crianças com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) tentam aprender, em geral os adultos pedem que elas fiquem sentadas quietas. No entanto, um estudo publicado na revista “Journal of Abnormal Child Psychology” sugere agora que a hiperatividade física é fundamental para os processos de aprendizado cognitivo.
Pesquisadores da University of Central Florida (Orlando, EUA) conduziram estudos em 52 meninos de oito a doze anos de idade. Vinte e nove crianças tinham TDAH e os outros mostraram desenvolvimento normal. Os sujeitos de pesquisa deviam realizar testes padronizados para avaliar a memória operacional. Foram filmados com câmera em alta velocidade que registrava cada movimento e avaliava a atenção deles para a tarefa.
A equipe sob a liderança de Mark Rapport descobriu que movimentos excessivos não estão sempre presentes nas crianças com TDAH, e somente são evidentes quando elas precisam usar as funções executivas do cérebro, principalmente a memória operacional. “O que descobrimos é que quando eles se movimentam ao máximo, a maior parte deles tem um desempenho melhor”, disse Rapport. “Eles têm que se movimentar para manter a atenção.” Em crianças sem TDAH aconteceu o oposto.
Isso não significa que crianças com TDAH devem ter permissão para correr pela sala enquanto aprendem, disse o pesquisador. Mas o movimento deve ser permitido até certo ponto – por exemplo, sentar-se em uma bola de exercícios, ou algo parecido – para conseguir melhores resultados de aprendizado, disse ele.

terça-feira, 14 de abril de 2015

TDAH do Adulto - Uma vida menos comum (e mais satisfatória) (400)


Você é muito mais do que qualquer um dos seus sucessos ou fracassos. Como se tornar mais resiliente - e feliz - vivendo com o TDAH do adulto. Por Jonathan Mooney

Adultos com TDAH precisam se esforçar para serem resilientes. Estou falando de descobrir o guerreiro dentro de cada um de nós.

Se sabemos ou não, o guerreiro se desenvolveu ao longo de anos de lutas pelas nossas identidades na escola - rodeados por famílias que lutaram lado a lado conosco - e por nossos esforços no trabalho e na sociedade. Ao final, é isso que somos.

Mas, geralmente, na batalha por sobreviver na escola, no emprego ou em nossos relacionamentos, nos esquecemos de como construir nosso próprio caminho, e até mesmo como atracar o barco, às vezes - como a pequena criança que não fica sentada na carteira e que exige uma explicação de por qual motivo deveria.

Viver uma vida menos comum é sobre ser um guerreiro e dizer a eles que vão se ferrar com suas medalhas douradas e identidades vazias. Seria irônico (não seria?) se eu tentasse lhe dizer como fazer isso? Não posso. De fato, eu nem ousaria. Mas aqui estão algumas coisas para pensar a respeito de como desenvolver o guerreiro que está vivendo dentro de você.

Defina sucesso

Sua própria definição de sucesso. Defina o que significa para você, não para os outros, ser bem sucedido na vida.

Arrume um fã-clube

Encontre pessoas em sua vida que possam comemorar seu sucesso com você. Às vezes, as melhores pessoas para fazer isso são as que estão contigo desde o início. Quando algo de bom lhe acontece - uma promoção, um aumento de salário, ou só um tapinha do patrão nas suas costas - passe um e-mail para seu fã-clube ou fale com eles ao telefone para compartilhar a novidade e desfrutar sua adulação.

Sobreviva aos reveses

Reveses são um saco. Nenhuma outra análise é necessária. Pior ainda, eles são um fato da vida e podem levar ao medo e a dúvidas sobre suas habilidades. Quando os reveses acontecem - e eles acontecerão se você estiver tocando a vida - relaxe, respire fundo, e saiba que eles são o produto inevitável de trabalhar muito e correr riscos. Se você nunca tiver reveses, você não estará tentando o suficiente.

Assuma a disputa e o risco

Essas são duas coisas que os adultos com TDAH foram ensinados a evitar, mas, de fato, são a chave para se tornarem indivíduos com poder. Muitas pessoas equiparam felicidade à perfeição, e, assim, tentam evitar a luta. E o risco faz surgir o medo do fracasso. Porém, há significado na disputa, e somente assumindo os riscos você crescerá e terá sucesso.

Não tema o fracasso

Crescemos com o medo da nota F (nos sistema escolar americano). Quando ganhamos F, não recebemos as estrelas de ouro, certo? Mas a ironia é que, sem se arriscar a fracassar, nunca conquistaremos algo que seja verdadeiramente nosso. Comprometer-se consigo mesmo a viver uma vida com suas próprias clausulas e a perseguir suas próprias metas e a definição de sucesso é arriscado. Tenha em mente que sua parte resiliente é forte, e sua identidade é independente do seu desempenho ou do seu sucesso. Quando enxergar desse modo, e sem medo, o fracasso simplesmente se transformará em um excitante, mas sem sentido, jogo de pôquer.

Um último conselho: Reconquistar nosso eu das instituições das quais somos parte é uma batalha para toda a vida, mas é também uma lição. As escolas que frequentamos, as carreiras que escolhemos e os relacionamentos em que nos engajamos impõem valores sobre nós. Ser um guerreiro em tudo que você fizer é um meio de mudar sua vida enquanto se mantém leal a si mesmo.

Este artigo foi retirado de Learning Outside de Lines, por Janathan Mooney e David Cole.


ADDitude - verão de 2008

sexta-feira, 27 de março de 2015

Transtorno das Funções Executivas, Explicado - (TDAH - ADHD & TFE - EFD) (399)

Transtorno das Funções Executivas, Explicado

Crianças e adultos com Transtorno das Funções Executivas (TFE) apresentam dificuldade de organizar, programar, planejar e completar tarefas. Aqui, explicamos tudo que você precisa saber sobre o TFE - o que é, como diferenciá-lo do TDAH, e as maneiras de ajudar as crianças a viver (e serem bem sucedidas) com ele.

Tudo sobre TFE e TDAH

O que é função executiva? E quais são os déficits de FE ligados ao TDAH? Leia a seguir para aprender sobre sinais e sintomas comuns de TFE nas crianças, e mais importante, o que os pais e os professores podem fazer para ajudar a construir habilidades de funções executivas.

O que é TFE?

Pessoas com TFE exibem um padrão de problemas com as tarefas diárias, e comumente carecem de habilidades para:

• manejar a frustração
• começar e terminar as tarefas
• lembrar e seguir os passos de tarefas com várias etapas
• manter o rumo
• planejar, organizar e automonitorar-se
• equilibrar as tarefas (por exemplo: esportes e atividades acadêmicas)

Estima-se que no mínimo 90% das crianças com TDAH tenham TFE.

Por que o TFE é importante?

As funções executivas nos permitem:

1. Analisar uma tarefa
2. Planejar para cumprir a tarefa
3. Organizar as etapas
4. Desenvolver o cronograma
5. Ajustar ou mudar as etapas
6. Terminar a tarefa de modo tempestivo

Sem essas habilidades, as crianças perdem coisas, têm dificuldade com horários, e não conseguem permanecer organizadas. Corrigir os déficits é crucial para corrigir as dificuldades acadêmicas relacionadas ao TDAH.

Meu filho tem TFE?

Se o seu filho tem dificuldade para iniciar uma atividade, consegue lembrar-se de somente 2 ou 3 coisas de uma vez, tem dificuldade de resolver problemas ou se sente sobrecarregado pela escola, ele pode ter um déficit de função executiva.

Quando aparece o TFE?

O TFE geralmente aparece na transição do sexto para o nono ano, quando desaparece a estrutura da escola elementar, e aumentam as expectativas acadêmicas.

Pais e professores geralmente não compreendem como as crianças não conseguem trabalhar independentemente em uma tarefa, e assumem que elas utilizarão as habilidades necessárias. É importante começar a ajudar as  crianças com TDAH/TFE logo no início e compreender os problemas que esses transtornos causam, para que as crianças não se sintam burras ou preguiçosas.

Como posso ajudar?

Crianças com TFE e TDAH têm necessidades particulares na sala de aula. Elas precisam de ajuda extra para entender as tarefas, para dar início e permanecerem focalizadas. Pais e professores podem ajudar a diminuir os efeitos do TFE e do TDAH com as seguintes estratégias e acomodações para ajudar na escola, e até mesmo usar jogos e tecnologia.

Auxílio com as tarefas na escola

Crianças com TFE geralmente perdem os trabalhos de casa ou se esquecem dos trabalho. Tente isto!

• Escreva as tarefas no quadro
• Leia em voz alta as tarefas
• Faça as crianças repeti-las
• Nomeie um chefe de fila para conferir se todos anotaram
• Ensine habilidades de tomar notas
• Use tarefas de cores diferentes em cartões coloridos

Ajudando as crianças a prestarem atenção na escola

Crianças com TDAH/TFE podem facilmente ficar frustradas. Ajude-as a permanecer no caminho com essas estratégias:

• Faça as crianças correrem no lugar ou ficarem ativas por um minuto
• Tenha dois locais de atividades, de modo que as crianças possam se levantar   
   e se movimentar entre as tarefas.
• Deixe que as crianças utilizem-se de brinquedos para mexer com as mãos
• Deixe as crianças utilizarem organizadores gráficos (como passos-chave para
   fazer um trabalho escrito)

Idéias para acomodações

Se uma criança precisa de um Programa Educacional Individual ou do plano
504 [Isso é nos Estados Unidos], identifique os dois ou três déficits mais importantes. Depois, adote acomodações que resolverão cada problema, e construa por meio delas um plano educacional. Por exemplo:

• Um colega que faça as anotações
• Um assento na primeira fileira
• Mais tempo para fazer as provas

Os pais e os professores devem trabalhar juntos para ajustar o que é feito em casa e o que é feito na escola para ajudar.

Ajuda em casa

Crianças, especialmente as que têm TDAH, precisam de estrutura para ajudar a superar dificuldades com as funções executivas.

Tenha um local especial para as crianças fazerem as atividades. Organize o espaço com uma plataforma que contenha tudo o que eles precisam para dar início aos trabalhos. Dê à criança um tempo depois da escola. Marque um horário para começar, mas dê ao seu filho uma escolha, por exemplo das 4 às 4 e 15 da tarde. Sente-se com eles para ter certeza de que eles iniciem as atividades, e confira o trabalho de casa quando estiver terminado.

Ajudando no trabalho de casa

Divida o trabalho de casa em partes para que seu filho tenha intervalos de descanso para o cérebro. Dê ao seu filho um lanche, ou encoraje-o a caminhar perto de casa por alguns minutos entre os trabalhos. Deixe-o escutar música enquanto trabalha - isso pode, na verdade, ativar o foco.

Tenha o telefone e endereço de alguém da classe para o caso de precisar do trabalho indicado ou para empréstimo de um livro. Depois de ter o trabalho terminado, faça seu filho recolocar tudo em sua mochila e a deixe perto da porta de saída para a manhã seguinte, para não ser esquecida.

Quando as crianças não querem ajuda

Algumas crianças, especialmente as mais velhas, resistem a serem ajudadas na escola.
Quando as crianças ficarem frustradas, dê a elas um tempo para fazer algo de que gostem ou peça a elas que o ensinem alguma coisa que elas saibam bem (tal como um jogo). Isso as ajudará a se sentirem bem sucedidas e a demonstrar uma qualidade.

Tecnologia para ajudar

Além dos que os pais possam fazer, e do que a escola possa fazer, há a tecnologia que pode ajudar:

• Computador, se a escrita for ruim ou difícil
• Timer, tal como um despertador
• Programas (software) para que as crianças possam fazer ditados
• iPads e iPhones para aplicativos de organização

Alguns videogames podem ajudar a construir habilidades de funções executivas. Use o website de ADDitude para descobrir quais deles as crianças utilizarão.

Utilize jogos

Os jogos podem auxiliar as crianças com TDAH a melhorar suas funções executivas. Jogos como "damas", "Monopoly" (monopólio) e "Clue" (pista) utilizam planejamento, atenção sustentada, inibição de resposta, memória de trabalho e metacognição.

Jogos como "Zelda" e "SimCity" ajudam com a resolução de problemas, e persistência dirigida a um objetivo. Gerenciar equipes esportivas fictícias também usa habilidades executivas, iniciação de tarefas e habilidades de gerenciamento do tempo, enquanto promovem diversão!


ADDitude

terça-feira, 24 de março de 2015

TDAH - ADHD - Então, é assim que os normais se sentem? (398)


Depois de metade de uma vida de lutas em casa e no trabalho, com medo de cada novo dia, sinto como se eu tivesse nascido como nova pessoa, depois do meu diagnóstico de TDAH do adulto. Por Donna Surgenor Reames.

Estou sentada no pequeno posto de enfermagem, olhando para a pilha organizada de papéis com o trabalho completado. É só uma da madrugada e já fiz tudo. O trabalho, que geralmente me faria lutar para terminar antes do horário de mudança de equipe, às sete da manhã, está terminado. Não só terminado: feito corretamente, com um nítido foco.

Eu sorrio, me espichando na cadeira. "Então, é assim que os normais se sentem? Penso, assombrada.

Toda a minha vida, briguei com a vaga sensação de que algo era diferente comigo. Me sentia inferior, inadequada, indisciplinada e desorganizada sem conserto. Todos esses sentimentos tinham sido, uma vez ou outra, reforçados pelos outros na minha vida.

"Donna, você não pode nunca ser pontual?"
"Você não pode viver nessa bagunça".
"Como você pode não saber onde estão os registros de nascimento das suas filhas?"
"Você deve ser uma dessas pessoas que não conseguem se organizar".

Eu costumava me sentir cansada já antes de sair da cama, com medo do novo dia e de suas várias obrigações. Eu ficava exausta, lutando no trabalho e em casa, com meus filhos. Eu precisava de cada tantinho de força física, mental, emocional e espiritual para viver minha vida, até que, finalmente, encontrei alguém que escutou minha história e me deu uma chance de fazer algo a respeito.

Ele não me deu uma agenda ou um livro sobre organização. Ele não me criticou por preguiça ou me aconselhou sobre criar filhos. Ele me deu uma receita.

"Tome isso e veja o que acontece", ele disse. "Creio que você tem TDAH do adulto". Ele foi a primeira pessoa a acreditar em mim quando eu disse que havia alguma coisa errada além de depressão ou de uma personalidade fundamentalmente desorganizada. Sempre senti que havia uma parte de mim que poderia ser estruturada, que poderia ser organizada, que poderia funcionar com facilidade. Só não sabia onde ela estava e como atingi-la.

Uma nova mãe

Outro dia, quando eu parei num posto de gasolina, outro carro parou na nossa frente. A mulher estava gritando e xingando. Fui até ela. "Olá! Me desculpe se eu a irritei", eu disse. "Estou levando meus filhos para a escola, estávamos conversando e talvez eu não tenha lhe dado o espaço suficiente".

A mulher se acalmou notavelmente e balançou sua cabeça. "Não, é minha culpa" ela disse. "Estou cansada logo cedo e fiquei brava. Não se incomode com isso". Quando voltei para meu carro, minha filha mais velha, Zoë, me olhou com os olhos arregalados.

"Mãe", disse com entusiasmo, "Não posso acreditar como você foi tão legal!" (Como é duro descobrir que seus filhos acham que você é um babaca, na agonia da irritabilidade diária ligada ao TDAH.) Dei uma risada. "Vocês têm uma nova mãe, meninas!", disse enquanto seguíamos em frente.

No passado, uma situação como essa provocaria em mim uma explosão. Eu gritaria e sairia do sério. Costumava pensar que tinha um problema com minha raiva. Agora sei que meus nervos estavam sendo postos no seu limite, e as coisas que os outros tiravam de letra, para mim eram insuportáveis.

Em casa, nossa vida se acalmou. Passamos a comer juntos mais frequentemente e minhas filhas gostam da minha comida. Não tento mais fazer 15 coisas diferentes enquanto faço o jantar, por isso já não me queimo como antes. Também consegui seguir um sistema para organizar meus armários - e está funcionando!

Porque, agora, eu compreendo que tenho um transtorno que requer que eu faça as coisas de modo um pouco diferente, eu as faço sem
me sentir burra ou preguiçosa. O que eu descobri sobre mim mesma é completamente o oposto: posso ser muito organizada e disciplinada se eu me permito ser. Meu remédio acalmou algo dentro de mim, permitindo que eu respire fundo e viva em ritmo mais lento.


ADDitude

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Fuga de Crianças Com Autismo (397)


A Fuga de Crianças Com Autismo (397)

Uma preocupação importante dos pais de crianças com autismo é a de que seus filhos possam fugir e se perder quando ninguém estiver cuidando. Pode ser um pensamento que dure uma fração de segundo, mas o pânico que causa é algo que nenhum pai ou cuidador deveria sentir. Essa preocupação não aparece somente quando estão na cidade com a criança, mas também em casa, onde os pais precisam estar constantemente vigilantes para garantir que seus filhos não saiam repentinamente de casa, sem serem acompanhados. No  artigo a seguir, apresentamos um guia muito útil para auxiliar os pais e cuidadores a enfrentar os desafios de manter em segurança uma criança com autismo e para evitar o problemático comportamento de fuga. Sabrina Freeman, Ph.D.

"A Fuga de Crianças Com Autismo: O Que Sabemos, Intervenções Bem Sucedidas, e Dicas Práticas Para os Pais e Cuidadores", por Heather Walker e David McAdam, New York State Association for Behavior Analysis (NYSABA) 

O que é a Fuga?

Fugir, também descrito como vaguear ou precipitar-se, descreve o comportamento de um indivíduo que sai de um local sem permissão ou supervisão. A fuga deixa um indivíduo, especialmente um com autismo ou com um transtorno do desenvolvimento relacionado, em risco de sofrer dano.

Por Que a Fuga Acontece?

A avaliação funcional (método de análise do comportamento para investigar as causas do comportamento) tem demonstrado várias razões para a fuga, as quais variam de pessoa a pessoa.
Indivíduos podem fugir para evitar algo, para obter acesso a um item, atividade ou pessoa, ou para se engajar em atividade intrinsecamente prazerosa, tal como correr.
Não há nenhuma pesquisa ou evidência par apoiar a hipótese de que indivíduos fogem como resultado de uma excitação fisiológica ou acesso a comportamento repetitivo.

Procedimentos Usados Para Diminuir Eficazmente as Fugas

Reforço não contingente (NCR) - Essa técnica propicia acesso às consequências motivadoras de fuga disponíveis para o indivíduo em escala baseada no tempo, a fim de diminuir a motivação para a fuga. Por exemplo, se  é determinado que uma criança foge para acessar certos alimentos, então aqueles alimentos são colocados à disposição em intervalos regulares. O resultado é uma diminuição das fugas.

Reforço diferencial de outros comportamentos (DRO ou DRo; "resposta zero" - Essa estratégia entrega um item desejado depois de um certo período em que as fugas não aconteçam.

Reforço diferencial ou comportamento alternativo (DRA) - Nesse cenário, os pais ou o profissional entrega um item desejado contingente (isto é, apresentado em sucessão imediata ao alvo desejado, comportamento alternativo) aos comportamentos que são alternativas à fuga. Por exemplo, caminhar em vez de correr.

Treinamento de comunicação funcional (FCT) - O indivíduo é ensinado a falar o que quer, em vez de fugir para ganhar acesso ao que quer. Por exemplo, se um indivíduo foge para receber atenção dos outros, no FCT ele será ensinado a ter um comportamento mais apropriado para chamar a atenção.
Manipulações antecedentes e modificações ambientais - Essa técnica muda o ambiente para diminuir a possibilidade de fuga ou tornar a fuga uma não opção.

Dicas Práticas Para os Pais e Cuidadores

Avaliação
> Mantenha registros escritos e detalhados de fuga.
> Consulte um analista de comportamento sobre conduzir uma avaliação funcional e os benefícios e riscos de conduzir uma análise funcional.

Prevenção
> Garanta que um indivíduo com histórico de comportamento de fugas tenha identificação de emergência consigo o tempo todo.
> Explore outras medidas preventivas possíveis, que podem ser tomadas em caso de ocorrência de fuga.

Habilidades de Segurança

> Trabalhe com sua equipe de professores e provedores de serviços (por exemplo, o analista de comportamento) para ensinar técnicas de segurança.
> Aprenda RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e primeiros socorros.

Comunicação

> Divida seus contatos de informação e informações sobre fuga com pessoas de sua vizinhança.

> Comunique-se com os organismos locais aplicadores das leis e com os que atendem emergências sobre seu filho e o risco de fuga.

                           
A fuga pode ser um comportamento muito perigoso por uma variedade de razões, tornando-a um comportamento crucial para corrigir e eliminar. Uma análise funcional, isto é, descobrir a razão da fuga, é muito importante quando for possível, e desenvolver um procedimento com base na análise funcional aumenta as taxas de sucesso no decréscimo de fugas  e no ensino de comportamentos alternativos. Nota: É muito importante que indivíduos competentes, muito bem treinados, com especialização em Análise aplicada do Comportamento (ABA), conduzam esses procedimentos.


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